Nas Entrevistas ROLianas um ‘SaibaMais’ sobre o escritor L. F. Magellan

L. F. Magellan, pseudônimo do carioca Luiz Fernando Magalhães de Almeida, estreia como escritor com o livro de ficção ‘As Crônicas de Terraclara – O Abismo’ 

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Considerado por muitos como um geek – alguém viciado em tecnologia, em computadores e internet – o escritor carioca L. F. Magellan, até então um mestre em Engenharia de Produção, executivo com carreira consolidada e professor universitário, deixa a mesa do escritório e a sala de aula para enveredar no universo da literatura.

Nesta entrevista concedida ao Jornal ROL, Magellan revela suas raízes e influências literárias; o que o levou a deixar a carreira empresarial e o magistério superior para se dedicar integralmente à literatura; a origem do sobrenome Magellan como pseudônimo; a influência de obras literárias do mesmo gênero em seu livro; o processo de criação da história e construção dos personagens, e ainda adianta o título do próximo livro da saga ‘As Crônicas de Terraclara’, bem como dá dicas para os escritores iniciantes.

Confira na entrevista!

L. F. Magellan
L. F. Magellan

JCR – Regra geral, Luiz Fernando, todo escritor tem suas raízes literárias na infância e adolescência, com o incentivo dos pais, professores e autores. Você se enquadra nessa regra? De que forma?

L.F. Magellan – Eu me enquadro totalmente, acho que posso me definir como um verdadeiro clichê quanto a essas influências. Meu pai foi um grande incentivador da leitura, sempre facilitando meu acesso aos livros. Tenho uma lembrança muito nítida dele chegando do trabalho um dia trazendo a trilogia do Senhor dos Anéis em edição portuguesa que havia encomendado em uma livraria no Centro do Rio de Janeiro. 

Também tive um professor de redação no ensino fundamental que foi um grande incentivador da escrita com equilíbrio entre conteúdo e forma. Até hoje, algumas décadas depois, guardo com carinho um caderno de capa dura que produzi com várias redações ao longo de dois anos. Quanto aos autores, comecei com Monteiro Lobato e Júlio Verne, e foi quando tomei o gosto pela leitura ainda criança. Depois devorei muita ficção científica com Asimov, Clarke e tantos outros.

Os mundos de fantasia sempre estiveram presentes com Tolkien, Lewis e depois de adulto acabei virando um fã de Harry Potter porque comprava os livros para meus filhos e lia antes deles. De muitas formas, o contato com esses mundos criados por tantos autores talentosos foi ajudando a moldar na minha cabeça meus próprios mundos com realidades alternativas, sendo Terraclara o primeiro a ganhar vida.

JCR – O que levou o mestre em Engenharia de Produção, executivo com carreira consolidada e professor universitário a fazer da escrita um trabalho em tempo integral?

 L.F. Magellan – Existe uma frase atribuída ao cineasta Federico Fellini que diz que “devemos viver nossa vida esfericamente, em várias direções”. Sinceramente nunca fui verificar a autenticidade da autoria dessa frase, mas eu me identifico totalmente com ela. Desde adolescente cultivei o hábito de fazer várias coisas que me dessem prazer e realização. Desde os quinze anos toco bateria, ainda que nunca profissionalmente e enveredei profissionalmente em uma carreira administrativa, mas sempre com um prazer enorme em ensinar. Isso me levou a buscar o mestrado para me credenciar a ser um professor universitário.

Em todas essas atividades sempre escrevi muito e tentava equilibrar a chatice de textos técnicos com alguma abordagem mais lúdica. Eu trabalhava em uma multinacional, dava aulas e escrevia, escrevia muito. Essas carreiras foram se sobrepondo até que recentemente tomei a decisão, há muito adiada, de tornar a escrita um trabalho de tempo integral. 

JCR – Você adota como pseudônimo J. F. Magellan. O sobrenome Magellan é um sobrenome que surgiu aleatoriamente ou foi inspirado em algo?

L.F. Magellan – Na verdade um dos meus sobrenomes é Magalhães, mas essas palavras anasaladas típicas do idioma português são extremamente difíceis de serem pronunciadas por pessoas com outras línguas nativas – acredite em mim, trabalhei em multinacional norte-americana por muitos anos. Esse livro é o primeiro de uma trilogia que estou trabalhando fortemente que seja um sucesso não só no Brasil, mas também internacionalmente. Dessa forma, Magellan foi uma adaptação do meu sobrenome Magalhães para que fosse mais facilmente pronunciado por estrangeiros. 

Capa do livro 'As Crônicas de Terraclara - O Abismo
Capa do livro ‘As Crônicas de Terraclara – O Abismo’

JCR – Estreando como autor, você está lançando o livro ‘As Crônicas de Terraclara – O Abismo’. E, inevitavelmente, uma pergunta: a inspiração surgiu com a saga ‘O Senhor dos Anéis’, do escritor britânico J. R. R. Tolkien?

 L.F. Magellan – Sem sombra de dúvida. Nesse livro há uma clara influência de Tolkien e de outras sagas de fantasia e de ficção científica. Quando olhamos o universo de Duna, por exemplo, é uma saga de realidade alternativa com fortes elementos políticos, ainda que passada em galáxias distantes. Um aspecto que fiz questão de manter nas Crônicas de Terraclara é que fosse uma saga com todos os aspectos clássicos: a situação vigente, uma ruptura, a viagem de aprendizado e o retorno.

Uma outra característica que fiz questão de seguir foi que é uma história de pessoas, lidando com pessoas e dependendo de pessoas. Não há monstros, bruxos, fadas, elfos nem dragões. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário – já pedindo desculpas a Aslam, Gandalf e Albus Dumbledore – mas neste livro eu quis mostrar o que há de melhor enfrentando o que há de pior nas pessoas. Cada volume das Crônicas de Terraclara tem um aspecto de fundo que procura destacar questões importantes da sociedade.

Neste primeiro volume o que procuro mostrar é o quanto podemos estar alheios às realidades e dificuldades dos outros quando nos isolamos em nossa própria “Terraclara”, que pode ser nosso nicho social, nosso bairro ou condomínio. No volume dois haverá um personagem novo – muito importante – com deficiência auditiva e com isso pretendo trazer esse assunto de forma natural para a história. Já no volume três haverá refugiados e o drama que essas pessoas passam quando precisam abandonar suas vidas. Assim, creio que podemos contar histórias empolgantes, cativantes e, ao mesmo tempo, contribuir para a conscientização de temas relevantes. 

JCR – Quanto tempo durou e como foi o processo de criação da história e construção dos personagens?

L.F. Magellan – A ideia deste livro povoava a minha mente há alguns anos, mas comecei a trabalhar com foco e disciplina em 2021 levando mais ou menos um ano para escrever o primeiro volume. Em 2022 comecei o trabalho de buscar uma editora e logo encontrei uma casa para esse livro na Editora Novo Século.

O processo de criação da história foi interessante. Inicialmente comecei com os três personagens principais buscando integrar características complementares e depois criando a sociedade de Terraclara. Conforme a história ia se desenvolvendo algumas informações de fatos pregressos iam se fazendo necessárias e com isso foram surgindo a guerra dos clãs, Almar Bariopta e o Orfanato. Pode parecer piegas, mas ao escrever um livro a história realmente ganha vida e com isso fatos, locais e personagens surgem ou ganham destaque como no caso do barqueiro e seu filho ou ainda da insuportável Madame Cebola. 

JCR – Quando os leitores vão ter acesso às demais Crônicas de Terraclara?

 L.F. Magellan – Não consigo precisar uma data porque isso não depende apenas de mim, mas de aspectos mercadológicos, agenda de lançamentos da editora e receptividade do público. O que posso adiantar é que o volume dois já está bastante adiantado e leva a aventura a outros locais e realidades, sem deixar de lado a nossa amada Terraclara. Como não posso adiantar uma data, vou tentar compensar divulgando em primeira mão o subtítulo do segundo volume: As Crônicas de Terraclara – A Espada.

JCR – O Jornal Cultural ROL, como o próprio nome indica, é um jornal de natureza estritamente cultural, e que tem duas seções que incentivam novos escritores: O Leitor Participa e Jovens Talentos, abrangendo uma faixa etária de 6 anos até 60, 70, 80… Que mensagem você pode deixar a eles, para que continuem insistindo na Arte da Escrita?

L.F. Magellan – Escrever, como qualquer outra atividade, exige preparo e prática. Então ler muito e escrever muito são os primeiros passos para seguir nessa empolgante atividade. Outra dica que deixo é: não deixe que seu ego impeça que críticas sejam absorvidas e construam uma escrita melhor, mas também não permita que críticas mal intencionas ou destrutivas desanimem ou afastem autores e autoras do caminho da escrita. Ah, e anote suas ideias ainda que não vá desenvolvê-las imediatamente, eu mesmo tenho ideias anotadas para mais uns dez livros. Às vezes estou na cama já naquela fase de quase adormecendo quando me vem uma ideia, prontamente anoto para uso futuro – pode espantar o sono, mas compensa!

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Versos Iluminados: Uma conversa com Pietro Costa sobre ‘SOL RIDENTE’

‘SOL RIDENTE’ é um mergulho profundo na essência dos versos, trazendo consigo reflexões positivas e uma dose renovada de alegria

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Ainda sob o calor do Dia Nacional do Escritor, o talentoso Pietro Costa, nascido em Brasília/DF, Brasil, chegou com um anúncio emocionante! Ele compartilhou conosco a empolgante chegada de seu 8º ‘filho de papel’, o deslumbrante ‘SOL RIDENTE’, um livro que irradia sua fulgurante luz pelo universo poético!

Escritor, poeta e produtor cultural, Pietro Costa é uma figura exuberante na cena literária. Ex-presidente da Academia Cruzeirense de Letras, ele é membro de renomadas academias literárias no Brasil e internacionalmente. Seu nome é sinônimo de conquistas, sendo reconhecido com os títulos de Dr. Honoris Causa em Literatura pelo CSAEFH e em Direitos Humanos pela OMDDH. Com 7 obras literárias publicadas e a participação em mais de 280 coletâneas, Pietro é uma verdadeira força criativa.

‘SOL RIDENTE’: Este não é um livro comum, mas uma obra magnífica e bilíngue (português-espanhol) contendo 101 poemas. Editado com requinte e zelo pela LITERARTE – ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DOS ESCRITORES E ARTISTAS, o livro apresenta uma capa esplendorosa e ilustrações internas subscritas pela talentosa multiartista Symone Elias.

💬 Ao longo de suas palavras, Pietro Costa convida todos nós a desfrutar do brilho e encanto da poesia. ‘SOL RIDENTE’ é um mergulho profundo na essência dos versos, trazendo consigo reflexões positivas e uma dose renovada de alegria.

🎤 Se você deseja conhecer de perto a jornada e a paixão de Pietro pela literatura, junte-se a nós em uma entrevista exclusiva! Descubra como a poesia pode iluminar os caminhos da mente e do coração.

“Pietro Costa destaca que desde o início de sua jornada intelectual, percebeu o papel fundamental dos poetas e escritores em criar um futuro mais positivo, educando o imaginário da humanidade e proporcionando novas formas de sentir, sonhar e dar sentido à vida através de suas expressões originais e profundas sobre o cotidiano e a realidade.”

1. Como você descreveria sua trajetória como escritor e poeta desde o início até os dias atuais?

Eu sempre fui um ser humano ávido pelo conhecimento, meticuloso e movido pela obsessão existencial de deixar um legado – não somente para filhos e família, mas também para gerações atuais e vindouras.

Desde o início de minha jornada intelectual, compreendo que os poetas e escritores, guiados pelo seu ímpeto de expressão e compreensão de si mesmos e do mundo circundante, criam possibilidades para um futuro mais alvissareiro, educando o imaginário da humanidade, concebendo novas formas e possibilidades de sentir, sonhar, de organizar e de dar sentido à nossa própria vida, ao observar com profundidade e originalidade ressignificadoras o cotidiano, a realidade imediata.

Foi nesse aspecto que a literatura conquistou um importante espaço em minha vida. E o sonho de publicar o primeiro livro se materializou em 2018. Desde então, todo ano faço questão de publicar ao menos uma obra exclusivamente autoral, como uma promessa íntima de não quedar ante as circunstâncias, por mais hostis e desafiadoras que sejam, e de representar um baluarte de esperança, força, resiliência e coragem para quem acompanha o meu trabalho.

2. Com 7 obras literárias já publicadas e a 8ª a caminho, como você descreve a evolução do seu estilo e temas ao longo desses livros?

Na verdade, o oitavo filhinho de papel já chegou ao mundo! Faz poucos dias, aliás. Estou muito feliz com ele e antevendo que vivenciaremos fortes emoções!!

Escrevo desde a tenra adolescência, por volta dos doze anos de idade. Os meus primeiros textos adotaram um estilo introspectivo, voltada a poetizar o amor de vertente platônica, sem nuances de crítica social ou elucubrações filosóficas.

Com o tempo, minha abordagem passou a ser mais ampla, rica e interdisciplinar, aludindo a uma variada gama de assuntos. Têm lugar, portanto, o amor, a natureza, o transcendente, a pluralidade das manifestações culturais, homenagens a expoentes das diversas vertentes da cultura, as relações afetivas com seus encontros e desencontros, as lutas democráticas que realçam a posição superior máxima da dignidade do ser humano, os paradoxos da era contemporânea de maximalismo digital, a problemática do conhecimento, a coisificação da vida, os esbulhos psíquicos, morais, sociais e identitários.

O autor, Pietro Costa, com o livro 'Sol Ridente'
O autor, Pietro Costa, com o livro ‘Sol Ridente’

3. SOL RIDENTE será seu primeiro livro bilíngue. O que motivou essa escolha e como foi o processo de trabalhar com dois idiomas?

Graças ao uso das redes virtuais e ferramentas digitais, pude me aproximar de diversos escritores e artistas de outras partes do mundo, e nesse processo, aconteceram importantes parcerias com coletivos e personalidades lítero-culturais, sobretudo os oriundos de países hispânicos.

Cito algumas dessas parcerias, sem desmerecer as outras: Congresso Universal de Escritores (Joan Viva – Peru); Hermandad Literária Rosa Blanca (Constanza Artiz); Damelis Castillo, uma incrível amiga, multiartista venezuelana, que traduz meus poemas para o espanhol no Projeto Poesia em Movimento; etc.

Com essas trocas dinâmicas e enriquecedoras, naturalmente surgiu o desejo de publicar um livro bilíngue, e tal sonho felizmente foi materializado mediante a publicação de SOL RIDENTE pela prestigiada e experiente LITERARTE – Associação Internacional de Escritores e Artistas.

4. Você mencionou a participação de Symone Elias nas ilustrações. Como essa colaboração artística impactou o resultado final do livro?

A Symone Elias é uma amiga queridíssima de Araguaína/TO, que conheci por meio das redes sociais literárias. De um talento artístico multifacetário, escritora, poeta, artista plástica, eu vinha acompanhando o seu trabalho até que formulei o convite para ilustrar o meu livro LUA A PINO, publicado em 2021 pela E & P. Fiquei tão maravilhado com a sua percepção sensível, astuta, das sutilezas que habitam o universo poético, que renovei o convite para criar a capa e as ilustrações internas em NOS LABIRINTOS DA PALAVRA (AIL, 2022) e agora em SOL RIDENTE (2023). Todos os desenhos constante nas obras mencionadas dialogam com a essência de cada poema representado e têm uma beleza irrepetível, emprestando aos versos mais vitalidade e potencializando as nuances da sua significação.

5. Como membro de várias Academias Literárias, como isso influencia seu processo criativo e sua relação com outros escritores?

Tenho justificado orgulho das Arcádias de que participo, por sua seriedade, experiência, credibilidade e dinamismo. Algumas celebram parcerias com organizações regionais, como secretarias de cultura, embaixadas, bibliotecas públicas etc, de modo a contribuir para a revelação de talentos e para impulsionar a literatura local.

Outras têm um perfil mais globalizado. Entendo que as Academias idôneas prestam um relevante serviço à nação e à integração entre os povos. Enriquecem a construção de nossa identidade e memória coletiva. Auxiliam na autocompreensão dos povos. Educam o imaginário social e enaltecem valores civilizatórios, fomentando o apreço pela paz,  democracia, tolerância, diversidade e dignidade humana.

É inegável que o meu círculo de convivência com personalidades e entidades ligadas à seara lítero-cultural foi ampliado, e de maneira muito positiva. Disponho de uma excelente rede de relacionamentos. Também reconheço a grandiosa inspiração proporcionada pela troca com outros escritores, que portam vozes de suas idiossincrasias, cosmovisões, valores e experiências. Quanto mais referências dispusermos, mais possibilidades são geradas para a escrita literária.

6. O que você espera alcançar com a publicação de SOL RIDENTE e como acredita que a obra será recebida pelos leitores?

Acredito que a exposição à luz poética é salutar e imprescindível para a alegria e leveza de uma humanidade tão carente de melhores horizontes de sentir, sonhar e viver. São 101 poemas bilíngues (português – espanhol), iluminados por um lirismo que prestigia a escrita culta sem resvalar na prolixidade ou academicismo, conciliando de maneira desenvolta entre um estilo intrépido e leve, conforme o propósito de cada criação. Vários temas são abordados.

Trata-se de um livro editado com o diferencial requinte e zelo que denotam os trabalhos da LITERARTE, prefaciado pela pena instigante da poeta WANDA ROP, e tendo a sua esplendorosa capa e ilustrações internas subscritas pela talentosa SYMONE ELIAS. O livro é de marcante qualidade, tanto na forma (capa e demais elementos gráficos), bem como no conteúdo (textos nele reunidos). Tenho recebido muitos comentários enaltecendo o trabalho, com a resoluta convicção que essa obra vai angariar um justo destaque.

Foto da capa do livro 'Sol Ridente', 
de Pietro Costa
Foto da capa do livro ‘Sol Ridente’,
de Pietro Costa

7. Em suas obras anteriores, quais foram os temas que mais o inspiraram e você acredita que esses temas também estão presentes em SOL RIDENTE?

Sou um diligente observador do cotidiano e meus livros trazem à tona essa camada da personalidade. Tento agir como o camaleão de Bradbury, mimetizando as paisagens, no sentido de tentar absorver de uma forma única, peculiar, em versos e ensaios, o que ocorre no mundo íntimo e circundante, valendo-me da força da imaginação e do trato cuidadoso com as palavras na acepção do “mote juste” de Flaubert, não como postura pedante ou de diletantismo, mas como culto aos tesouros de nossa língua.

Afinal, considero importante expressar com riqueza as minhas ideias e emoções sobre os mais diversos assuntos que me angustiam e fascinam.

Nesse esforço intelectual de observar, proativamente, as vivências do cotidiano e eventos que me circundam, de cotejar as palavras que melhor desnudem como penso e sinto, procuro dialogar com várias vertentes do saber, em especial a filosofia, a psicologia e a literatura, sem renunciar à sutileza das associações inesperadas e metáforas que a poesia proporciona.

A experiência ordinária, seja nas suas ‘grandezas ínfimas’ (Manoel de Barros), seja nas ‘absurdidades’ (Camus) – que não raro impregnam as páginas dos noticiários -, tem a força e dramaticidade necessárias para cativar a mão desejosa do escritor, levando a caneta a acariciar a superfície do papel com histórias densas, criativas, inusitadas e significativas.

Todos os meus 8 livros autorais têm uma abordagem ampla e interdisciplinar, sobretudo os mais recentes: LUA A PINO, NOS LABIRINTOS DA PALAVRA e SOL RIDENTE.

Como já dito, eu gosto de contemplar várias temáticas em minha escrita, mas destaco a absurdidade da vida, as contradições modernas, em que, ao mesmo tempo, avançamos a níveis sem precedentes de conexão tecnológica e democratização no acesso à informação e na circulação dos bens e serviços, porém, é gritante a escassez de conectividade afetiva, os esbulhos sociais e identitários que aumentam o déficit de cidadania, e a desigualdade na fruição do conhecimento.

8. Como escritor, quais são seus principais desafios no momento atual, considerando seu vasto repertório literário?

Tenho o genuíno anseio de desfrutar de uma vida literária cada vez mais pujante, participando de coletâneas, prêmios, viagens, saraus, congressos etc. Ocorre que tenho grandes responsabilidades no âmbito familiar, como pai de crianças pequenas e gestor desse núcleo, além de atuar como Assessor Jurídico de 2ª instância no MPU, atividade de elevada complexidade da qual provém o meu sustento financeiro.

Elaboro minutas diversas de pareceres, recursos, contrarrazões, para prestar apoio a Subprocurador que oficia no Tribunal Superior. Eu costumo dizer que o trabalho no serviço público federal está no âmbito da minha necessidade, enquanto a escrita literária traduz a minha vocação. Gosto de analisar feitos jurídicos, ao passo que amo escrever poemas, crônica e ensaios.

Nunca cogitei viver exclusivamente da escrita, até porque graças a meus proventos no MPU eu tenho conseguido alavancar bastante a minha carreira de escritor. Mas não sou tão atuante como gostaria, embora muitos amigos do meio lítero-cultural me considerem uma figura onipresente, ao participar de diversos projetos, certames e obras coletivas. Sou apenas muito esforçado, paciente e metódico (risos…).

9. Seus títulos e honrarias são notáveis. Existe algum prêmio ou título em particular que tenha um significado especial para você?

Todos têm especial significância, mas quero realçar, no momento, o I PRÊMIO SAPIENS DE LITERATURA BRASILEIRA, promovido pela ACADEMIA INTERAMERICANA DE ESCRITORES/AINTE em parceria com a HOLANDAS EDITORA, no qual fui agraciado com a 1ª colocação na categoria “MAIOR NÚMERO DE TÍTULOS LITERÁRIOS”, em julho do presente ano (2023). Isso representa, sem dúvidas, uma caminhada vitoriosa, de obstinação, luta e paixão desmedida pela arte literária.

10. Além de escrever, você também é produtor cultural. Como essa experiência contribui para a sua abordagem criativa na escrita?

O contato frequente, a intensa articulação de parcerias e projetos com personalidades/entidades do meio cultural, voltada a “tirar projetos do papel”, por certo, revela a importância do esforço, da vontade, do dinamismo, da proatividade, do ‘fazer’, para a fluência da criação literária, tendo um papel menor, na minha ótica, os idealismos e as romantizações.

11. Onde as pessoas que se interessarem poderão adquirir os seus livros, especialmente SOL RIDENTE?

Gentileza entrarem em contato via WhatsApp no (61) 99657-6847, ou instagram @pietrocosta_escritor / @pietrocosta_poeta . Tenham-me ao pleno dispor para dúvidas, parcerias e escambos literários. Cada exemplar é preparado com muito afeto e responsabilidade.

Minhas dedicatórias são, de fato, personalizadas, contemplando o leitor com palavras imbuídas de gratidão, lirismo e sensibilidade. Agradeço calorosamente e sorrio de volta a todos e todas que têm valorizado o meu potencial e estimulado sobremaneira a minha carreira literária!! Estou muito feliz e amando o meu novo filhinho de papel. Deleitem-se!! É tempo de viver a poesia. É tempo de SOL RIDENTE!!!!

12. Deixe uma mensagem para os escritores iniciantes.

Evitem seguir uma única escola literária ou vertente de linguagem. Tal orientação significaria confinar, encarcerar a sensibilidade e inteligência a limites bem ínfimos. Façam mais do que isso porque vocês são mais do que isso. Voem, corram, mergulhem, suem, chorem, celebrem, vivam e sejam humanos, demasiadamente humanos, com todos os suplícios e auspícios inerentes a tal condição. E além de eternizar suas visões de mundo e sentimentos por meio da escrita, leiam!!

Deixem-se seduzir pela sua curiosidade e usufruam a leitura das grandes obras literárias, as eternizadas no tempo e as contemporâneas. Leiam por amor ao saber. Para que possam sentir mais e ser mais. Para compreender criticamente os fundamentos da realidade e as possibilidades de reinventá-la para que se torne menos desigual e perversa. Para inteligir as raízes de nossas mazelas, a riqueza de nossa cultura e identidade.

Celso Ricardo de Almeida

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Nas Entrevistas ROLianas, um bate-bola com Mestre Léo!

Mestre Léo (Daniel Leonardo) é Mestre de Bateria da ARUC

(Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro)

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Vamos de Samba?

Quando falamos em cultura, qual é a primeira imagem que invade a nossa mente?

Provavelmente aquela de Senhores distintos, sentados em teatros, rodeados de charme e glamour! Quem sabe um museu com obras de arte centenárias (e caras), com pessoas passando vagarosamente, analisando cada traço do artista?

Talvez uma exposição contemporânea, um espetáculo de dança, um show internacional ou, quem sabe, expressões folclóricas, artesanatos e repentes? Sim, todas elas são válidas e extremamente importantes dentro da formação das pessoas como cidadãos. Tudo o que se disser, está correto.

Porém existem formas de cultura que, se existem, se formaram através de uma capacidade que só nós (seres humanos) temos: somos criativos. Vem da inquietude que nos move, sempre arriscando passos à frente. Através da observação da capacidade de improvisação e adaptação, inerente aos seres humanos em geral, surgem, também, formas de arte.

São estruturadas e coordenadas por uma engrenagem acionada pelo amor, pela dor, pela paixão, pela necessidade de extrapolar os limites da nossa consciência e por forças que só entende quem faz parte do processo.

Estamos falando de uma escola de samba, uma entidade que abraça e é abraçada por uma comunidade que toma para ela a responsabilidade de levar adiante, passando por gerações de famílias imbuídas de necessidades invisíveis e importantes, criando raízes profundas.

E, para nos trazer um pouco de luz ao que estamos falando, vamos direto ao ponto que faz tudo pulsar, dá ritmo e a sensação de poder voar na avenida. Vamos conversar com Daniel Leonardo, Mestre de bateria da ARUC (Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro).

Com vocês, Mestre Léo:

À esquerda, Mestre Léo e, à direita, Eliéser Lucena

Eliéser Lucena: Aos que acompanham pela TV, em épocas de carnaval, aos que não acompanham e podem até não curtir a festa ou simplesmente não sabem, afinal, o que é uma Escola de Samba?

Mestre Léo: Uma escola de samba é uma engrenagem que funciona o ano inteiro, sem parar, sem folga e sem descanso. Sempre existe algo a ser feito, o tempo, as pessoas e a formas de se fazer as coisas e tudo aquilo que é necessário para que as coisas funcionem no dia do desfile, que vai da Presidência da entidade até os responsáveis pela limpeza dos locais. Porém uma escola de samba é muito mais que isso.

Trata-se de uma entidade viva, que pulsa… vibra em muitas áreas da vida das pessoas. Não apenas de forma cultural. Aqui na ARUC nós temos a questão do esporte bastante presente, a geração de empregos diretos e indiretos, permanentes e temporários.

Existem aulas de várias modalidades, não apenas de música, shows de vários segmentos, não apenas samba, oficinas, enfim, uma série de coisas que não estão na avenida mas levamos nos nossos corações, na nossa alma e o que realmente defendemos na avenida. Um exemplo interessante que podemos citar é o Sambódromo, no Rio de Janeiro. Na maior parte do ano ele é uma escola formal.

ARUC 2023 – Samba Oficial

E.L. – Todo mundo vê o desfile e fica maravilhado com a forma como as pessoas defendem a sua escola e a garra dos integrantes em um desfile. Mas lá dentro, na hora que está valendo, qual a sensação de pisar na avenida?

M.L. – Bom, eu poderia dizer que só consegue sentir o que é, quem está lá dentro. Parece tão pouco e tão rápido. Aqui no DF só temos 50 minutos de desfile. Mas se eu pudesse descrever a hora em que a sirene toca, dizendo que está valendo, quando a bateria começa a tocar e as pessoas começam a vibrar nas arquibancadas, talvez se assemelhe ao que se sente ao voar.

Sensação de liberdade, de que somos grandes, somos artistas dentro de um contexto lotado de suor, lágrimas, arte e luz. Não é o nosso trabalho que está ali. É o trabalho de todos, de toda uma comunidade que está presente, é o que representamos e não há vaidade, há o sentimento do pertencimento, que apesar de sermos muitos e a maioria vai passar até de forma anônima, somos um único corpo que vibra em função de algo.

ARUC / Desfile Oficial / 2023

E.L. – Em 2023 o desfile das escolas de samba foi realizado em junho, depois de alguns anos sem ser realizado, por vários motivos que vão da política até a pandemia e com alguns requintes de crueldade, digamos assim. Bem fora de época, bastante frio, 3h da madrugada, e concorrendo com os festejos juninos. Mesmo assim, valeu?

M.L. – Bom, nós sabemos que não era o cenário ideal, que talvez não tivéssemos o público que teríamos em fevereiro, tinha essas questões como frio, festas juninas e todo um contexto que indicava não ser o melhor momento.

Acontece que estamos falando de paixão, de sentimentos acima de todos os outros valores, inclusive os financeiros. Apoiamos a nossa paixão pelo que fazemos nos outros requisitos para que um desfile seja realizado.

E mesmo com pouco público, ainda tivemos público. Mas é claro que valeu. Fomos nós na avenida e voltamos a fazer aquilo que nos faz voar, nos tira do considerado normal e engrandece a nossa alma. Mas é claro que valeu!

E.L – Todo mundo um dia tem um começo, um gatilho, de alguma forma o nosso caminho nos encontrou, não o contrário. Qual a origem do que hoje é o Mestre Léo? Como isso começou?

M.L. – Bem, sou de uma família de músicos, percussionistas e já venho de uma herança do samba, digamos assim. Não consigo dizer qual foi o momento, o dia, horário e tudo mais em que isso entrou na veia e começou a se tornar parte do que sou. Mas por volta de 6 ou 7 anos eu já estava por aí, ouvindo e interiorizando a música.

Sou criado no Cruzeiro, no DF, notoriamente um reduto de cariocas na Capital Federal. Não teria como ser diferente, foi fundada uma escola de samba e se transformou em algo parecido com o que são os bairros cariocas. Então, quando nascemos com alma de artistas, em um local que respira samba, é natural que cada um vá simplesmente ocupando seu espaço, simplesmente tomando posse daquilo que tem mais afinidade. No meu caso, a música.

Aí depois de passagens por bandas de samba, outras escolas de samba como ritmista e Mestre de bateria, além da própria ARUC, fui convidado a ser o Mestre de bateria aqui, na ARUC e lá se vão quatro anos.

E.L. – Andando pelo mundo do samba, visitando outras escolas e entidades, percebi que há diferenças entre as baterias. Não estou me referindo a qualidade e sim a características próprias, batidas, bossas e formas de tocar samba. O que diferencia a bateria do Mestre Léo? A bateria Carcará!

M.L. – Bem, eu diria que nós, aqui na ARUC, estamos em ritmo de evolução próximo das baterias das escolas do Rio de Janeiro, guardadas as devidas proporções, claro. A principal delas é o número de integrantes. Nós temos 100, eles 300.

Porém, assim que assumi aqui e dei continuidade ao trabalho, padronizamos e criamos uma batida própria da ARUC. Se escutarmos as baterias do Rio, vamos notar que existem diferenças entre elas.

A escola adquiriu e reformou instrumentos e apostamos nas oficinas que ocorrem em dias específicos da semana, durante o ano inteiro, de todos os instrumentos que compõem a bateria. Com calma, explicando as dinâmicas de cada um, as técnicas, as funções de cada um e o que esperamos de cada ritmista. Um trabalho árduo e contínuo que dá resultado, traduzindo em uma palavra: nós estudamos muito cada movimento.

E.L. – E se alguém quiser ser ritmista na ARUC?

M.L. – Nos procure aqui durante a semana, procure a mim nas terças e quintas, na quadra da escola que vamos conversar, avaliar cada pessoa, cada situação e daremos o melhor encaminhamento.

E.L. – Bom, estamos falando da bateria e, claro, o foco não poderia ser outro, mas uma coisa vai além. O que move as pessoas que estão nos barracões?

M.L. – O mesmo que move todo mundo aqui. Cada um tem um talento, uma especialidade. Sendo assim todas as pessoas envolvidas fazem aquilo que conseguem fazer de melhor. Seja tocar um instrumento, esculpir alegorias, costurar, cozinhar, ajudar na limpeza dos locais, a parte elétrica dos carros alegóricos, a mecânica deles, soldar coisas, enfim, aquilo que cada um pode contribuir dentro daquele contexto de sentir que é parte de algo maior e identificar a sua obra durante os 50 minutos de um desfile.

E.L. – Andando por aí, observando, percebi que um desfile é como uma ópera, só que ela passa na sua frente, contando uma história e quem contar da melhor forma será o vencedor. Há uma competição entre as entidades do carnaval, normal. Mas também há uma torcida pelo adversário. Como é?

M.L. – O que fazemos é tão complicado por ter que ser coordenado com muitas pessoas e situações, passamos por muitas coisas que as pessoas sequer imaginam durante um ano de trabalho e temos só aqueles 50 minutos.

Então, sabendo como são os processos, não tem como não torcer para os outros que passam pelas mesmas coisas que nós. É claro que queremos ganhar todos os anos. Mas só um vai ganhar. Aquele que contar a sua história da melhor forma.

Aí o imprevisível entra em campo. Uma fantasia que descola, um carro que quebra, um detalhe que nos tira ponto. Também é um tempero em tudo isso. Mas algo que me motiva é sempre evoluir. Sendo assim, quanto mais uma outra agremiação evolui, melhor.

Mas eu tenho que batalhar, no sentido de superar aquilo. Arranjar uma forma de melhorar o meu trabalho. Então quanto mais os irmãos (eu não diria concorrentes) evoluem, mais eu tenho a oportunidade de evoluir.

E.L. – Sendo assim, o que faz o coração do Mestre Léo pulsar como uma bateria? A razão de todo o esforço de um ano, para 50 minutos de emoção?

É que existe uma parte que quer competir e ganhar, isso é humano. Mas ver aquilo que não existia e transformamos em som e, o mesmo som que estamos levando às pessoas é capaz de emocionar, aí está a minha recompensa, acima de qualquer outra coisa.

Pensar que fomos capazes de envolver as pessoas com a nossa história e o nosso som, é um sentimento sem explicação. Aí encantar os jurados será algo mais natural.


E.L. – Se hoje eu quiser começar uma bateria, qual o primeiro passo?

M.L. – Eu diria que o único segredo que existe nem é segredo. A chave de tudo é estudar. Estudar música, estudar cada instrumento da bateria, cada timbre, como usar e quais as possibilidades que eles nos oferecem.

É pesquisar os melhores instrumentos, as melhores formas de tocar cada um, as melhores performances. Aí sim começar a buscar pessoas que se interessem e que consigam entregar essa performance, separar por nível e treinar as pessoas, buscando um som homogêneo. Ou seja, a palavra-chave é estudar muito.

E.L. – Bem, para que possamos encerrar, uma coisa que me vem à mente é o que representa uma escola de samba para a comunidade onde está inserida. Então, o que representa a ARUC, para o bairro onde está, o Cruzeiro?

M.L. – Eu diria que é impossível dissociar uma coisa da outra. A escola nasceu de uma necessidade dos moradores, pela cultura deles quando aqui chegaram e não havia nada. Era o ponto de encontro, de diversão, de cultura, de esporte, onde as pessoas iam como opção de tudo isso. J

Já nasceu parte de algo onde as famílias se tornaram parte integrante e as novas gerações vieram e deram sequência ao trabalho dos avós, dos pais, dos tios e assim seguimos. Eu diria que não há Cruzeiro sem ARUC e não há ARUC sem Cruzeiro.

E.L. – Quero agradecer a presteza e gentileza que o Mestre Léo me recebeu na quadra da Escola de samba ARUC e o carinho em cada resposta, demonstrando o amor com que se dedica a uma arte, uma paixão que está na alma.

M.L. – Agradeço pela oportunidade de mostrar um pouco do nosso trabalho e que as pessoas possam conhecer e entender que uma escola de samba não é apenas carnaval. Ela faz parte da vida das pessoas e, em vários casos, ela pode fazer a diferença nas comunidades onde está inserida.

Eliéser Lucena

CONTATOS COM O COLUNISTA
CONTATOS COM MESTRE LÉO E A ARUC

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Versos Revelados: A Alma Poética de Vagner Fernandes

Entrevista Exclusiva com Vagner Santos, poeta e fundador do Grupo Expressão Poética de Bauru

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“Gostaria que houvesse mais podcasts e canais de vídeo voltados a poesia. Que tal pensarmos em fazer isso hein?”

Vagner Fernandes dos Santos é um escritor e poeta brasileiro, membro fundador do grupo Expressão Poética de Bauru. Ele tem trabalhos publicados em jornais e antologias, incluindo os livros “Haikai 575 volume 1” e “Momentos Uberísticos volumes 1 e 2”. Além disso, ele mantém a página de tirinhas @momentos_uberisticos e participou dos três volumes da série “Poemas para ler em tempos de quarentena”. Sua escrita cativa os leitores, transmitindo emoções e reflexões profundas. Vagner é uma voz importante na cena literária e continua a encantar os leitores com sua expressão artística única.

PROJETO AMIGOS UBERISTICOS

Descubra a poesia por trás das palavras! Junte-se a nós em uma entrevista exclusiva com Vagner Fernandes dos Santos, um talentoso escritor e poeta que está encantando o cenário literário brasileiro. Como membro fundador do grupo Expressão Poética de Bauru e autor de obras aclamadas, como “Haikai 575 volume 1” e “Momentos Uberísticos volumes 1 e 2”, Vagner nos leva a uma jornada única de sensibilidade, reflexão e autoconhecimento.

Ele compartilha seus insights sobre a importância da poesia na sociedade atual, seu processo criativo e os desafios e oportunidades para os escritores contemporâneos. Prepare-se para se inspirar e mergulhar na magia das palavras nesta entrevista imperdível com Vagner Fernandes dos Santos!

  1. Como você descreveria a sua experiência como membro fundador do grupo Expressão Poética de Bauru? Quais foram os principais desafios e conquistas ao longo do tempo?

Sabe aquelas coisas que você inicia sem muita pretensão e quando vê já se passaram mais de 20 anos? Pois é, o ponta pé inicial foi a publicação de uma antologia, mas o pessoal que consegui juntar foi tão bom que proporcionaram esta vida longa a este projeto, fazendo palestras, apresentações e outras antologias poéticas.

Um dos desafios foi ter ficado longe das atividades do grupo por vários anos por motivo de mudança de Bauru. Mas conquistamos muitos leitores e também poetas que são gratos à atividade do grupo. A poeta Ana Maria Barbosa Machado, que faz parte do grupo desde o início e também há alguns anos se tornou membro da Academia Bauruense de Letras, participa ativamente na edição e divulgação de trabalhos individuais de poetas do grupo. E neste ano de 2023 recebemos da Câmara Municipal de Bauru uma Moção de Aplausos em reconhecimento ao trabalho do grupo em promover a literatura.

  • Quais são os temas ou tópicos que você aborda em seus trabalhos literários? Existe algum assunto em particular que seja recorrente em suas obras?

A vida e a morte me parecem que são os temas mais abrangentes e isso já parece envolver quase todos os assuntos possíveis. Mas não creio que haja um tema ou assunto que predomine minhas obras.

  • Poderia falar um pouco sobre seus livros “Haikai 575 volume 1” e “Momentos Uberísticos volumes 1 e 2”? Qual é a inspiração por trás dessas obras e o que os leitores podem esperar delas?

Morei no Japão por 19 anos, e na minha visão daquele outro mundo acho que pude compreender, à minha maneira, o porquê desta concisão do haikai e também enxergar a beleza deste tipo de poema. Os leitores podem esperar um formato mais rígido na composição dos Haikais no que diz respeito à sua forma e contagem das sílabas além de uma abordagem de vários temas junto a algumas gravuras que podem ajudar ou complicar a interpretação do texto.

  1. Além dos livros, você também mantém a página de tirinhas @momentos_uberisticos. Como surgiu a ideia de criar essa página e qual é o estilo ou propósito das tirinhas que você compartilha lá?

Um dos meus trabalhos é motorista de aplicativo e como tal sempre me perguntaram sobre as situações que passo. Decidi contar isso por meio da nona arte pois amo os quadrinhos. As histórias são reais, apenas retrato os acontecimentos alguns engraçados, outros nem tanto.

  • Como foi a sua participação nos três volumes da série “Poemas para ler em tempos de quarentena”? Como a pandemia afetou a sua produção literária e como você acredita que a poesia pode ajudar as pessoas durante momentos difíceis como esse?

É um grande privilégio ter participado dos volumes desta série e só tenho a agradecer por este maravilhoso convite. Fico pensando em algo relevante que possa contribuir com o livro diante de tantos textos e autores maravilhosos e também tento soar um pouco diferente dos demais por incluir alguma gravura.

A Pandemia, foi um período terrível, mas alguns dizem que o poeta precisa da dor. Embora eu tente fugir deste jargão, ele parece ser verdadeiro em muitas ocasiões.

  • Em sua opinião, qual é a importância da literatura e da poesia na sociedade atual? Como você enxerga o papel do escritor em transmitir mensagens e reflexões por meio da escrita?

Tenho uma camiseta de um outro grupo poético em que está escrito A POESIA SALVA. Um dia, uma mulher me parou na rua e disse EU CONCORDO, perguntei COM O QUÊ? Ao que ela respondeu CONCORDO QUE A POESIA SALVA.

Assim, penso que o escritor deve externar o que enxerga e o que sente, este é o seu papel. Em algum momento alguém se identificará com isso e será um diferencial para esta pessoa.

  • Quais são as suas influências literárias e poéticas? Existem autores ou obras que tiveram um impacto significativo em sua forma de escrever?

TUDO VALE A PENA SE SUA ALMA NÃO É PEQUENA, já dizia Fernando Pessoa. Assim os grandes e pequenos me influenciam. Mas posso citar Leminsk e Arnaldo Antunes como grande fontes de inspiração.

  • Além de escrever, você também teve trabalhos publicados em jornais e antologias. Como é a experiência de ver o seu trabalho compartilhado em diferentes mídias? Como você se sente ao ter seus textos lidos por um público mais amplo?

Às vezes é estranho ver algo sair de sua gaveta e ganhar certa projeção. Mas é muito enriquecedor ver outros acharem em seu trabalho coisas que nem você tinha enxergado. Quando isso acontece parece que a poesia cumpriu o seu papel.

  • Como é o seu processo criativo ao escrever poesia? Existe alguma rotina ou método específico que você segue, ou você se deixa levar pela inspiração do momento?

Na maioria das vezes apenas deixo transbordar o que observo. Mas escrever haikais me ajudou a trabalhar ideias e palavras. Neste processo, sinto como se eu estivesse engarrafando as palavras o que me obriga a suar, por assim dizer, ao construir cada verso.

  • Quais são seus planos futuros como escritor? Há algum projeto em andamento ou algum tema que você gostaria de explorar em suas próximas obras?

Tenho vários livros iniciados. Um que já está pronto para ser publicado se chama VIVENDO VI,  que é um livro de poesias em vários formatos alguns destes voltados á poesia visual e concretista. Quero publicar alguns de haikais temáticos também. Neste ano o Grupo Expressão Poética pretende lançar um livro de poesias para o público infantil. E também estou ansioso pelo lançamento do volume deste ano da antologia Poemas para le rem Tempos de Quarentena, pela qual mais uma vez lhe agradeço muito.

  • Por fim, como você vê o cenário da literatura e da poesia atualmente? Quais são os desafios e oportunidades para os escritores e poetas contemporâneo

Há muitos poetas hoje em dia e a poesia tem encontrado diversos canais que vão dos livros físicos às redes sociais. O desafio é encontrar leitores de poesias para que este esforço não resulte em um movimento em que apenas os próprios poetas se  sirvam da poesia. Como consumidor de eu gostaria que houvesse mais podcasts e canais de vídeo voltados a poesia. Que tal pensarmos em fazer isso hein?

Celso Ricardo de Almeida

Instagram

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Nas Entrevistas ROLianas, a bookstagram e colunista do ROL Lilian Oliveira!

Imagem do Logo de Entrevistas Rolianas. É uma mão com Microfone e o logo do Jornal Rol

Nesta entrevista ao Editor-Geral do ROL, Lilian Oliveira, ou Lee Oliveira, como é mais conhecida na área cultural, fala sobre a infância, adolescência, primeiros trabalhos, a importância de uma bookstagram e muito mais!

Foto da bookstagram Lee Oliveira

SD – Lilian, você se apresenta como Tecnóloga em Processos Gerenciais, artesã, poetisa e bookstagram. Antes de adentrarmos nessas áreas, fale sobre a sua infância, as brincadeiras de criança, a vida escolar, o início da adolescência e a escolha da futura profissão.

LO – Sou paulista de Mauá, Grande ABC. Minha infância foi muito boa, na minha inocência de achar que tudo era as brincadeiras na rua com as crianças da vizinhança e com meus irmãos. Até que um dia entendi que as coisas não estavam bem, porque minha mãe estava triste e meu pai no hospital.

Eu tinha dez anos quando, por causa de um problema na coluna, meu pai foi operado, e posteriormente, aposentado por invalidez e fomos morar em Ubari, um distrito de Ubá, em Minas Gerais.
Eu imaginava que tudo seria só morar num sítio, cheio de bichos e ir para a escola.

Na escola sempre fui a que falava muito, coloria meus desenhos de forma diferente e tinha notas medianas, menos em Português, História e Geografia que eram as melhores matérias para mim.
Na adolescência eu comecei a sentir que a vila era pequena demais para mim. Isso me fez querer abrir as asas.

Quando completei 17, resolvi fazer um curso de Cabeleireira em Volta Redonda no Rio de Janeiro. Ficando lá por um ano até finalizar o curso.
Voltei, trabalhei por um tempo na profissão em casa mesmo. Mas não me adaptei à falta de liberdade e escassez de horários livre para cuidar de mim, e na primeira oportunidade que tive, fui trabalhar em São Paulo, num banco. E lá fui eu de novo para o ABC, de mala, cuia e felicidade.

A escolha da profissão foi muito tardia. Fiz faculdade, um tempo depois de passar num concurso para Secretaria de Educação de Minas Gerais, já com 42 anos. Queria cursar Direito ou Administração, e fui para um ‘braço’ da Administração cursando Processos Gerenciais, na Unopar-Universidade do Norte do Paraná.

SD – Qual o âmbito de atuação de um Tecnólogo em Processos Gerenciais?

LO – O campo de atuação da minha Graduação em Tecnóloga em Processos Gerenciais é amplo. Podemos desempenhar qualquer atividade administrativa em qualquer tipo de empresa, seja ela de qual porte for, e até mesmo em instituições públicas.

O foco é liderança, habilidade em resolver problemas, criar novas tendências, analisar situações e propor resoluções práticas.

Na época em que estava cursando minha graduação, já trabalhava na secretaria de uma escola estadual em Coimbra-MG, onde morava com minha mãe. Lá desempenhava trabalhos ligados à administração.
Uma área da qual que sempre gostei.

Foto da bookstagram Lee Oliveira

SD – Você é Bookstagram e proprietária do Instagram @o.que.li, onde escreve resenha de livros de autores nacionais e/ou independentes. O que a levou a essa atividade e qual tem sido a repercussão desse trabalho?

LO – Meu marido, J. H. Martins, é escritor, e quando lançou seu primeiro livro, e o ajudei fazendo leitura crítica e leitura beta.

Eu sempre amei ler, sempre li muito. Sempre amei falar sobre livros. Amo falar. Então pensei: deve ser perfeito trabalhar com livros! Depois comecei a acompanhar diversos profissionais da literatura que eram bookstagram e aprender com eles.

Até então, não tinha me imaginado trabalhando na área, por ter que gravar vídeos e tal. Não me sentia preparada. Mas, com apoio do meu marido, um pouco de treino e muita força de vontade, fiz o primeiro vídeo, e achei que eu tinha tino para o negócio.

E assim foi, até me sentir segura para criar a marca @O.QUE.LI e começar a trabalhar.

A escolha do nicho, literatura nacional, de novos escritores e/ou independentes, é pelo fato de ter muitos bookstagrams que falam de obras de autores estrangeiros, mas os novos autores nacionais não têm tanto espaço na mídia. Esse pessoal precisa de luz para sua potência!
Precisam ser vistos, lidos, elogiados, queridos!
Esse é o intuito da @O.QUE.LI. Dar luz a estas obras!

A repercussão tem sido maravilhosa, vários comentários, muitos elogios e curtidas, além do trabalho conjunto com os autores(as) de divulgação de seus livros nas mídias sociais e de comunicação. Esse é um trabalho de equipe. Eles me confiam a obra, eu faço o meu melhor, entrego e partilhamos (na essência, é isso!).
Tenho muito a agradecer a cada autor(a) que confia em meu trabalho. E aprendo mais a cada dia, sempre buscando o melhor para os escritores.

SD – Quando surgiu a Lilian poetisa e artesã? E quais escritores e artistas a influenciaram?

Quem veio primeiro foi a artesã. Minha tia ensinou, a pedido da minha mãe, vários trabalhos manuais que ela fazia. E eu, muito antes disso, já incomodava meus colegas de classe no Primário, com meus desenhos coloridos “diferente”.

A poetisa veio na adolescência. Queria falar, expor meus sonhos, minhas vontades, minha revolta juvenil (sim, fui terrível, dei trabalho). Mas tudo que fiz nessa época se perdeu numa fogueira no quintal.

Minhas amigas falavam para que eu escrevesse um livro, e eu ria. Então, esporadicamente, escrevia, rasgava, esquecia em qualquer lugar.

Mas, na pandemia, aflorou, como em muita gente, a vontade de dizer, de expor de alguma forma, o que estava trancadinho aqui dentro de mim.

Não sei se com todos foi por isso, mas a mim pareceu justo que se algo tinha de ser deixado nesta vida, que fosse o que eu penso, então decidi recomeçar, já que aflorava sempre algo para pôr no papel.

Nas artes, há várias referências: minha mãe e as mulheres tão inspiradoras, cheias de habilidades da família, que me ensinaram os trabalhos manuais, como crochê, pintura em tecido, bordado a mão e noção de costura, (apesar de ser uma família de costureiras, nunca fiz curso, o que sei aprendi vendo e xeretando).

Minhas lindas amigas, Silvana Francisco, me ensinou um pouco sobre velas e bijuterias. Crismassinha Lima, que me ensinou tudo que sei sobre decoupage e origami. E Astrid Sekkel, que vem me ensinando sobre faiança, um trabalho lindo e delicado de pintura em cerâmica. Cada qual de seu jeito, deixou em mim sua marca. E sou só gratidão.

Na literatura, por mais estranho que possa parecer, os ‘causos’ contados pelos meus avós, tios e pelo meu pai, me influenciam até hoje. O gosto pelo sobrenatural e o mistério vem das histórias de assombração que ouvi desde muito nova. Tinha medo depois de andar sozinha noite pela casa, mas amava!!!

Tem as referências famosas como Edi Lima, autora do primeiro livro que ganhei e tenho até hoje, Guimarães Rosa, Paulo Coelho, Cecilia Meireles, Zíbia Gasparetto, J.J.Benítez e muitos outros.

SD – Como você vê a Literatura Brasileira Contemporânea?

Eu vejo que existe muita gente boa, que não faz todo sucesso que merece, porque ainda há muita gente que prefere literatura estrangeira.

“Ah, mas vc só lê livro nacional?” Não, mas não leio só livro estrangeiro. Esta é a diferença.
No Brasil existem muitos escritores ótimos, esquecidos nas próprias estantes, porque não são lidos, não são valorizados. E isso é triste.

Mas a minha esperança é que isso mude, tenho fé. E que eu consiga, mesmo que devagar, levar nomes ainda desconhecidos para o gosto e admiração dos que me seguem e gostam do meu conteúdo.
È para isso que foi criado o @o.que.li

SD – Deixe uma mensagem para os leitores do Jornal Rol.

LO – Primeiramente, que bom que vocês estão aqui, lendo este jornal maravilhoso, que trabalha a favor da cultura e das artes.
Num país de dimensões continentais como o nosso, a cultura nacional é vasta, é linda e poderosa. Valorizem! Desfrutem! Inspirem-se! Deem asas a imaginação! Criem!
Leiam os autores nacionais. Eles são potentes e inspiradores!

E se inscrevam, curtam e compartilhem os conteúdos da página do Instagram @o.que.li, além do youtube, TikTok e principalmente a minha coluna no Jornal Cultural ROL: Resenhas com Lee Oliveira.
Assim você também dará luz a estes escritores e escritoras da literatura Brasileira.
Muito obrigada!!!!

CONHEÇA MAIS SOBRE LEE OLIVEIRA




Celso Ricardo de Almeida entrevista o colunista do ROL Marcelo Augusto Paiva Pereira

“Escrever faz parte de qualquer atividade profissional. Em umas influi mais, noutras menos, mas há sempre algum vínculo entre escrever e a outra atividade. Muitas vezes fazemos uso da escrita para abordarmos correntes artísticas ou arquitetônicas com o escopo de desenvolver o conhecimento na mencionada carreira profissional”.



Marcelo Augusto Paiva Pereira, natural de São Paulo/SP e residente em Votorantim/SP, é arquiteto, urbanista,  autor  do livro de poesias ‘Tinta & Papel’ (Editora Dialética) e colunista do  Jornal Cultural ROL desde 2014, tendo participado em abril desde ano da laive comemorativa dos  29 anos do ROL, na condição de colunista mais antigo do jornal.

1) Como você começou sua carreira como escritor e poeta?

Aos 19 anos escrevi minha primeira poesia, intitulada ‘Intimamente’, na forma de soneto. A carreira de escritor é mais recente, aconteceu por acaso, após ter reunido várias poesias, crônicas e contos que escrevi há alguns anos e estavam espalhados nos arquivos do meu laptop.

2) Qual foi a inspiração por trás do seu livro de poesias ‘Tinta & Papel’?

Foi o conjunto de poesias, poemas, contos e crônicas que reuni há algum tempo. Verifiquei que a quantidade era suficiente para publicar um livro de bolso, pequeno, de rápida leitura a qualquer pessoa.

3) Como é ser um colunista do Jornal Cultural ROL? Quais são os principais temas que você aborda em sua coluna?

É estar compromissado com o propósito do jornal, que é divulgar a cultura a qualquer pessoa. Deve atravessar todas as barreiras, reais e virtuais, porque a cultura não tem limites. Os principais temas são sobre arquitetura e urbanismo, além de outros.

4) Como foi participar da laive de 29 anos do Jornal Cultural ROL? Poderia compartilhar alguma experiência memorável desse evento?

Foi ótimo, reuniu vários membros do jornal os quais formaram uma ‘grande família virtual’, ocasião em que expusemos nossas opiniões, sentimentos e perspectivas para a continuidade do jornal. Fomos unânimes em acolher a cultura como objeto de nossos temas, tanto na forma de crônicas, entrevistas, reportagens, artigos, poemas e poesias.

5) Além de escrever, você também trabalha como arquiteto e urbanista. Como você concilia essas duas paixões? Elas se influenciam mutuamente?

Escrever faz parte de qualquer atividade profissional. Em umas influi mais, noutras menos, mas há sempre algum vínculo entre escrever e a outra atividade. Muitas vezes fazemos uso da escrita para abordarmos correntes artísticas ou arquitetônicas com o escopo de desenvolver o conhecimento na mencionada carreira profissional.

6) Quais são seus planos futuros como escritor? Você está trabalhando em algum novo projeto literário?

Pretendo desenvolver esse viés literário, mesmo com publicações modestas. É uma atividade que me agrada porque é um meio de difundir a cultura e o conhecimento a muitas pessoas. Sim, terminei recentemente mais uma obra, no estilo da anterior, com poesias, poemas, crônicas e contos.

7) Como você começou sua trajetória como colunista do Jornal Cultural ROL? O que o motivou a se juntar à equipe?

Foi ao acaso. Em novembro de 2014 encontrei-me com o Hélio Rubens no shopping center de Itapetininga e ele me convidou para escrever no jornal dele – o ROL – o qual somente publicava matérias de cunho cultural. Meu primeiro artigo chamava-se ‘Megacidades: desafio para o futuro’ e foi  publicado em janeiro de 2015. Motivou-me o espaço de liberdade dado para a publicação de textos que concorram para a difusão da cultura. Fundamental.

8) Quais são os principais temas que você aborda em sua coluna no jornal? Existe algum assunto que seja particularmente importante para você?

Os temas que mais abordo são de arquitetura e urbanismo, mas também fatos históricos, os quais devem sempre ser lembrados para que nunca esqueçamos que existimos como somos porque nossa espécie passou pelos mais diversos percalços que a História registrou. A História é importante para mim.

9) Quais são os desafios e as recompensas de ser um colunista? Existe alguma experiência ou artigo específica que tenha sido especialmente marcante para você?

Os desafios são estar sempre conectado com o passado e o presente, com vistas para o futuro. Apesar de não se ter bola de cristal, podemos presumir como serão os anos (ou séculos) vindouros. Difícil responder, por serem muitas as colunas interessantes, devido à diversidade de autores e assuntos. De qualquer modo minha experiência como membro e colunista do aludido jornal tem sido gratificante.

10) Como você vê o papel do jornalismo cultural na sociedade contemporânea? Qual a importância desse tipo de mídia para promover a cultura e as artes?

O papel do jornalismo cultural ainda é tratado de seletivo, ‘nicho’ destinado aos intelectuais, ainda que não seja esse o papel do referido jornalismo. Ele é muito mais, tem o escopo de atingir toda a sociedade. É fundamental para promover a cultura e as artes, por ser o meio mais rápido de transmissão de informações, inclusive visuais, sejam elas culturais ou não.

11) Além de escrever para o Jornal Cultural ROL, você está envolvido em outros projetos relacionados à divulgação cultural? Se sim, poderia compartilhar um pouco sobre eles?

Por enquanto não. Tenho limitado minha vida cultural aos meus artigos, ao livro que publiquei e ao próximo a ser lançado, ainda sem previsão de data.

12) Como é o feedback dos leitores em relação seus textos? Você recebe muitas interações e comentários dos leitores?

Não tenho recebido respostas dos leitores. Mas, independentemente de qualquer opinião, melhor é a divulgação do conhecimento para qualquer pessoa. É salutar essa expansão, na medida do alcance da internet e na razão de cada publicação, seja minha ou de outrem.

13) Que conselhos você daria para aqueles que desejam se tornar colunistas ou jornalistas culturais? Quais habilidades e conhecimentos são essenciais nessa área?

Tem que estudar muito, inclusive sobre fatos históricos e ter muito conhecimento de redação e regras gramaticais. Quem se propõem a difundir a cultura tem que dar o exemplo aos leitores e leitoras e deverá ter escrita muito bem elaborada, sem erros nem palavras ‘chulas’ ou impróprias para a finalidade a que destinam o jornal e as matérias (a serem) publicadas. Ler obras de Machado de Assis, Eça de Queiroz e José de Alencar são apropriadas ao conhecimento do nosso idioma, além de aguçar a criatividade. Quem propõe – ou escreve – sobre cultura tem a obrigação de tê-la. Não pode fingir que a tem.




Celso Ricardo de Almeida entrevista o Editor-Geral do ROL, Sergio Diniz

“Acredito que a importância do ROL é evidente. Afinal de contas, começou como um jornal regional, caminhou alcançando todo o Brasil, possibilitando a visibilidade de muitos escritores e artistas; premia os agentes culturais que se destacam perante a opinião pública e, atualmente, é um agente agregador de literatos de várias partes do mundo”.



Durante a entrevista, conduzida por Celso Ricardo de Almeida, que teve oportunidade de conversar com Sergio Diniz, Editor-Geral do Jornal Cultural Rol, que, recentemente, celebrou seu 29º aniversário. Durante a conversa, foi abordado diversos tópicos fascinantes, com destaque para o website do jornal e a rica experiência de Sergio como Editor-Geral.

Sergio Diniz compartilhou entusiasmado os detalhes sobre o website do Jornal Cultural Rol, ressaltando como a plataforma tem sido uma ferramenta crucial para conectar os leitores com conteúdo culturais relevantes ao longo desses 29 anos de existência. Ele explicou como o site foi projetado para oferecer uma experiência dinâmica e envolvente, com recursos interativos, atualizações constantes e uma ampla gama de seções que cobrem tudo sobre a cultura. Além disso, Sergio mencionou o compromisso contínuo em adaptar o website às demandas e preferências dos leitores, buscando sempre manter-se atualizado com as últimas tendências tecnológicas. Ao explorarmos sua trajetória como Editor-Geral, Sergio compartilhou sua paixão pelo jornalismo cultural e sua dedicação em promover a diversidade e a inclusão no meio. Ele discorreu sobre os desafios e conquistas ao longo desses anos, destacando a importância de uma equipe comprometida e de parcerias sólidas com artistas e organizações culturais. Enfatizou a relevância de oferecer um espaço para vozes diversas e apoiar talentos emergentes, fortalecendo, assim, o cenário cultural em nossa sociedade. Gostou? Então vamos à entrevista!

 O QUE VOCÊ ACREDITA QUE FEZ DO JORNAL CULTURAL ROL, QUE VOCÊ EDITA, UM SUCESSO?

Acho que foi a continuidade do ‘comprometimento com a cultura’ que norteou a fundação do jornal há 29 anos, e do trabalho gratuito de disseminação da cultura. Graças a isso, o ROL acabou sendo uma porta aberta à visibilidade de escritores, poetas e artistas, não apenas para os falantes da língua portuguesa (temos leitores em quase todos os países lusófonos) como também os do idioma espanhol. Essa sintonia entre quem escreve e quem lê levou o ROL – particularmente nos últimos anos – a se internacionalizar e torna-se o mais importante jornal cultural em língua portuguesa, o que se confirma pela grande participação no Prêmio Melhores do Ano na Área Cultural, uma enquete onde os internautas indicam e, em seguida, votam nas pessoas e entidades que se destacaram no seu fazer cultural. O ROL conta com um quadro atual de 63 colaboradores, de 15 estados brasileiros e de 4 países (Angola, Portugal, Itália e Equador).

  1. COMO VOCÊ ABORDA A SELEÇÃO DE TRABALHOS PARA A EDIÇÃO DO JORNAL?

Como a demanda é muito grande, eu conto com o apoio de duas Editoras Setoriais, que me ajudam na seleção do que deve ou não ser publicado, função essa a cargo da Verônica Moreira (Caratinga/MG), Editora Setorial de Eventos e da Cláudia Lundgren (Teresópolis/RJ), Editora Setorial de Poesias. O critério de seleção, no tocante a eventos culturais é que sejam oferecidos ao público gratuitamente, ou a preços módicos. Quanto aos textos dos colunistas, estes têm absoluta liberdade para escolha dos temas, desde que tenham fundamentação na cultura e se a redação condiz com as normas da língua portuguesa.

  1. Qual é a sua abordagem para lidar com notícias controversas ou sensíveis?

As colaborações que nos são enviadas geralmente são associadas à literatura e as artes em geral, como lançamentos de livros, espetáculos teatrais e eventos musicais, não refletindo, portanto, fatos sociais de impacto emocional negativo.

  1. COMO VOCÊ ACREDITA QUE A AS MÍDIAS SOCIAIS IMPACTARAM NO PAPEL DO JORNAL CULTURAL ROL?

As principais mídias sociais no posicionamento brasileiro (WhatsApp, YouTube, Instagram e Facebook) são verdadeiras ‘arautas’ da cultura. Um fato cultural, tão logo surja, é imediatamente propagado, atingindo um público que, antes da internet, sequer se imaginava. Desta forma, em elas sendo utilizadas pelos próprios colaboradores do ROL, ajudam o jornal a ser tornar cada vez mais globalizado.

  1. QUAL É A SUA OPINIÃO SOBRE O FUTURO DOS JORNAIS IMPRESSOS?

O mundo de hoje é um mundo digitalizado por excelência, fenômeno tecnológico que reflete os fatos de forma imediata, em tempo real. No tempo em que eu advogava, para saber em que pé estava um processo era necessário a ida ao fórum. Atualmente é acessado pela internet, em todas as instâncias. Em relação ao jornal impresso, acredito que chegará um momento de sua extinção.

  1. QUAIS SÃO AS HABILIDADES MAIS IMPORTANTES QUE UM EDITOR DEVE TER?

Penso que são de duas ordens: técnica e pessoal. Tecnicamente o editor tem de dominar as regras da língua pátria, uma vez que um jornal é uma mídia de confiança para os leitores e, assim sendo, é imprescindível que os textos veiculados reflitam essa qualidade textual. No ROL, sempre observamos ser necessária que a comunicação transmita a cada um o respeito ao trabalho realizado, bem como o incentivo, até mesmo no sentido de suprir eventual dificuldade de redação.

  1. COMO VOCÊ ESCOLHE OS COLUNISTAS E COLABORADORES DO JORNAL?

Os colunistas chegam ao ROL a convite de outros colunistas e a meu convite. Ou, eventualmente, do Helio Rubens, também editor, que me ajuda a editar o jornal, assim como eu o ajudo na edição do Internet Jornal.

  1. QUAIS FORAM OS MAIORES DESAFIOS QUE VOCÊ ENFRENTOU COMO EDITOR DO JORNAL CULTURAL ROL? E COMO VOCÊ LIDOU COM ESSES DESAFIOS?

Basicamente, foram três. O primeiro foi aceitar o convite do Editor-Mor e ‘Pai do ROL’, Helio Rubens, para ser o segundo editor. Isso se deu em março de 2017, após um ano em que eu era apenas colunista. O segundo foi aprender a arte do Jornalismo (que ainda estou aprendendo), escrevendo textos que se destacam pela objetividade. Como escritor e poeta, meus textos eram cheios de adjetivos e figuras de linguagem. O terceiro foi dominar a parte prática das publicações. Para você ter uma ideia, os primeiros passos aprendi pessoalmente com o Helio Rubens, anotando à caneta em duas folhas de papel. Com o tempo, e pegando os macetes, o roteiro, digitado, tem 7 páginas!

  1. QUAL É O MAIOR ERRO QUE VOCÊ ACREDITA QUE OS JORNAIS POSSAM COMETER?

Se você pensar num jornal que divulga notícias em geral, é ser um divulgador e alimentador das famosas fake News (no ROL costumamos ‘aportuguesar’ as palavras estrangeiras, no caso, as feiquenius).

  1. COMO VOCÊ EQUILIBRA A NECESSIDADE DE RELATAR AS NOTÍCIAS COM A RESPONSABILIDADE DE PROTEGER A PRIVACIDADE DOS INDIVÍDUOS?

Ao contrário dos jornais citados acima, o ROL apenas divulga textos de cunho cultural, cuja responsabilidade pelo conteúdo normalmente não envolve esse caso.

  1. QUAL É A IMPORTÂNCIA DO JORNAL CULTURAL ROL?

Acredito que a importância do ROL é evidente. Afinal de contas, começou como um jornal regional, caminhou alcançando todo o Brasil, possibilitando a visibilidade de muitos escritores e artistas; premia os agentes culturais que se destacam perante a opinião pública e, atualmente, é um agente agregador de literatos de várias partes do mundo.

  1. QUAIS SÃO SEUS PLANOS PARA O FUTURO DO JORNAL CULTURAL ROL?

Neste momento o ROL está passando por um processo de migração de provedor, fato que, após seu implemento, possibilitará sua modernização e inserção de novos recursos técnicos.