Homenagem às mulheres

Francisco Evandro de Oliveira: ‘Homenagem às mulheres’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
"Você que é mulher, vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África"
“Você que é mulher, vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Você que é mulher

Vai e grita para o mundo que ainda é escravizada na África.

Você que é mulher,     

Vai e grita para todos cantos do globo

Que ainda é tiranizada no mundo árabe.

Você que é mulher,    

Lembre-se que você é a mola do mundo.

Você que é mulher,    

Sinta sempre felicidade com sua geração.

Você que é mulher…

Lute sempre pelos seus ideais, direitos e amores.

Você que é mulher…

Ouça sempre a voz do amor e lembre-se que o amor é o caminho para a felicidade.

Você que é mulher…

Diga para todos os belicosos que a paz é a estrada que nos leva à luz.

                
Francisco Evandro de Oliveira

Contatos com o autor

Voltar

Facebook




Grilhões de Sangue

Resenha do livro Grilhões de Sangue, de Regina Maranhão, pela Editora UiIclap.

capa do livro Grilhões de sangue, de Regina Maranhão pela Editora Uiclap

RESENHA

Um romance de época, com uma história complexa, cheia de reviravoltas e muitas emoções.

Uma filha de fazendeiro escravagista com ideias abolicionistas é prometida para um mercador de escravos em troca de saldar as dívidas do pai.

Nesta trama muito bem escrita, a autora nos mostra que o amor é a chave para todas as ações.

Um livro muito interessante!!

Super recomendo !!

Leiam!

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SINOPSE

Trata-se da saga de duas gerações, onde acompanhamos de perto a história de Sophia, uma jovem destemida que luta pela igualdade entre negros e brancos, escravos e livres, até o dia em que se vê em um dilema: assumir seu amor por um mercador de escravos ou refutar sua paixão por esse homem que invadira seu coração sem pedir licença.

Do outro lado temos uma linda mulatinha, fruto do amor de perdição de um escravo por sua meiga sinhá moça.

Beatriz é o ícone de sua raça, a representação da beleza e da singularidade, uma figura que causa as mais diversas reações ao seu redor: desejo oculto camuflado por repulsa, paixão, indignação e, por fim, o amor de um singelo italiano.

SOBRE A OBRA

Grilhões de Sangue foi o primeiro romance de Regina.

Ela trabalhou nele desde a adolescência e viveu muito esse romance e os personagens.

E a cada dia, a cada capítulo escrito, foi como um desenvolvimento, um desenrolar não só para ela, mas também para sua escrita.

Ela nos conta que foi um crescimento em conjunto.

Suas obras são, no geral, romances, é o que sente prazer em escrever.


Enfim, ver a obra finalizada e publicada hoje aos quarenta e seis anos significa muito para mim, pois é um trabalho que me acompanha desde sempre, como eu costumo dizer: É o meu primogênito.”

REGINA MARANHÃO


SOBRE A AUTORA

Regina Estela Maranhão, natural de Brasília -DF.

Imagem de Regina Maranhão, autora de Grilhões de Sangue e  Um Porto Seguro

Tem 46 anos, formada no ensino médio, a mais nova entre cinco irmãos, casada e mãe de três filhos.

Começou a escrever bem cedo, aos treze anos de idade.

‘Um Porto Seguro’, foi seu primeiro livro a ser divulgado.

Com mais quatro obras na gaveta, espera muito em breve divulgá-las também.

OBRAS DA AUTORA

capa do livro Grilhões de sangue, de Regina Maranhão pela Editora Uiclap
Grilhões de Sangue

Capa do livro "Um porto seguro" de Regina Maranhão pela Editora UICLAP
Um Porto Seguro

ONDE COMPRAR


Resenhas da colunista Lee Oliveira




A partida

Francisco Evandro de Oliveira: Conto ‘A partida’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
"Os rios de águas profundas, onde nadava feliz o menino negro"
“Os rios de águas profundas, onde nadava feliz o menino negro”

Ao encerrar sua participação na terra e no leito, ele antes de exalar seu último suspiro ele escreveu: – Nasci um menino sudanês e nas belas e majestosas florestas do meu país eu caçava sempre com as demais crianças de minha aldeia.  

Nos rios de águas claras e profundas eu costumava espairecer e isso me dava um imenso prazer, viver daquela maneira como uma criança simples.  

Assim costumava ser minha vida e não sabia o que era ser um branco e os mais velhos falavam sempre que era para ter muito cuidado com os brancos.  

Certo dia, eu havia ido para caçar com outras crianças da aldeia e após a caça estávamos nos esparrando à vontade e me deliciava em um dos rios que circundavam a aldeia e quando dei por mim já me encontrava preso e manietado por vários brancos junto com outras crianças da mesma aldeia. 

 Aí começava minha outra fase de vida. Em um porão fétido e extremamente calorento fui posto com as demais crianças que brincavam no rio comigo. 

 O calor era por demais insuportável e tal local passou a ser por muitas luas minha nova residência oficial. O balanço do barco e o fedor da maresia me faziam vomitar tudo que havia posto e que não colocara no organismo.  

Um dos brancos olhava-me e me fazia engolir algumas bolinhas brancas que, com o passar do tempo, percebi que toda vez que isso acontecia eu parava de vomitar e acalmava o meu enjoo. Depois de várias humilhações e muito desespero eu tive o imenso prazer de ver de novo a luz da estrela maior, o dia estava belo e isso me deu uma imensa alegria, porque descobri que ainda estava vivo a despeito de todos os maus tratos.  

Muitos de meus amigos foram jogados ao mar porque não haviam conseguido superar tal infâmia de vida. Pouco depois, manietado e amarrado com outras crianças fui posto em exposição em um local que havia muito e muitos brancos e eles nos examinavam e depois de um certo tempo uma linda jovem branca me levou para sua residência. 

 Lá passei a habitar com várias pessoas de outras línguas, mas que também estavam nas mesmas condições minhas.  

A casa era muito grande e logo percebi que todos os brancos me chamavam pelo nome de escravo e como passei a trabalhar de sol a sol me tornei um escravo do meu senhor e do café! Durante 87 anos, palavra que aprendi para contar o tempo, eu vivi naquela casa de sofrimentos e decepções, a despeito de conviver em um belo e majestoso país chamado Brasil.  

Deixei dois filhos, netos e netas que me substituíram no plantio e colheita do café; aliás; por falar em café – que bebida gostosa! Hoje, estou às portas da grande escuridão, a espera do anjo da noite chegar! Já o vejo se aproximar de minha cama, mas estou imensamente feliz!  

Estou voltando a ser criança, estou voltando para minha liberdade.  

Deixei há muito de ser escravo de um senhor muito mal, porque fugi por duas vezes do engenho em que trabalhava, mas passei a ser senhor e escravo do café da minha luta diária para sobreviver e me esconder continuadamente desse senhor perverso.  

Porém, como é belo e majestoso para mim, ser novamente uma criança queniana livre e feliz, e veio a falecer.  

Como ele era muito conhecido e admirado na Vila, a caminho do seu último adeus, teve muitas pessoas e sentiriam muito sua ausência e uma desses foi um dos seus netos, João Sabino, o qual veio ser sapateiro de profissão e também fazia selas de animais, roupas de vaqueiros e botas de profissão e casou-se com uma mulher branca, loura e muito bonita chamada Rachel Amélia de Souza, cujo pais vieram fugidos da França após a guerra napoleônica e se estabeleceram na Vila de Maranguape. 

 
Francisco Evandro de Oliveira 

Contatos com o autor

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Navio, ao chegar…

Rafaela Zaneti: Poema ‘Navio, ao chegar…’

Logo Jovens Talentos
Logo Jovens Talentos

O navio, ao chegar

Na Costa,

Lágrimas e vidas

Se  espalham pela

Maré Vermelha

Como o interesse deles

Era o sangue dos nativos

Escorrendo pela areia

Por uma terra  distantes

670 léguas

Suas belezas

São coisas aceitas

Pela História

Suas tristezas

São belezas

Apagadas pelo preconceito

Rafaela Zaneti

Texto orientado  pelo Professor Clayton Alexandre Zocarato, junto com a discente  do Ensino Fundamental  do 7º  Ano A Rafaela Zaneti, como parte integrante de incentivo à  leitura e escrita  poética, feito ao longo do  ano letivo  de 2023,  na Escola Estadual de Tempo Integral e Regular ‘Professor Bento de Siqueira’, do município de Marapoama – SP

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Sandra Albuquerque: 'Naomi'

Sandra Albuquerque

Naomi

Naomi, negra linda, esbelta e formosa, toda torneada e por onde passava chamava atenção.
Ela não tinha culpa de ser tão bela e as brancas invejavam sua formosura e procuravam ocasiões para a humilhar.
Talvez, a sua beleza viesse de sua miscigenação entre negro com português, pois naquela época da escravidão as negras não eram donas de si e, por diversas vezes, eram obrigadas a deitar com seus senhores, sem dizer nada; até mesmo, traindo as suas senhoras – mulheres recatadas e cheias de pudor, as quais não podiam expressar os seus desejos mais íntimos para com seus maridos; eram vistas, apenas, como objeto de procriação.
E por destacar-se entre as demais escravas, ficava na casa grande, fazendo serviços domésticos e em todas as festas ela estava sempre pronta a servir aos convidados, que caíam de olhares por ela, cheios de desejo.
Um dia, em meio à festa, Naomi, ao percorrer os corredores para ir à cozinha pegar travessas para repor à mesa principal, sentiu alguém a puxá-la fortemente pelos braços e, ao entrar no quarto e disse:
-Não diga nada! Não vou te fazer mal! Quero você para mim! Quero casar com você! Vou comprar você, custe o que custar.
-Nem sequer sei o seu nome!
-Sou o Conde Baltazar e, custe o que custar, eu vou ter você pra mim, pois há tempos eu olho você: moça prendada e caprichosa e de uma beleza sem igual.
E ali, se travou uma grande luta, pois seu senhor exigiu muitas moedas em ouro por ela, mas o amor falou mais forte e, enfim , Naomi conseguiu se livrar de todo aquele passado horripilante e se foi com o seu amor.
Ninguém mais ouvia falar em Naomi, até que um dia teve uma importante festa na casa grande: um encontro da nobreza e, de repente, um dos convidados, ao descer de sua carruagem tomou pelas mãos, sua esposa toda ornada em ouro, que não era outra mulher, senão Naomi.

Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro,24 de setembro de 2021




Sandra Albuquerque poetiza 'Gritos da África' em três idiomas!

Gritos da África

Vida escrava
Humanidade perdida
Fome que assola
Doença maldita.

Na escuridão
Murmúrios se ouve
Pura desgraça
Sem ontem e hoje.

O tempo não conta
Sem expectativas
Tudo é indecente
É fera ferida.

No meio dos montes
E nos alagados
Gritos de socorro
Da África são evocados.

Poucas mãos se estendem
Vindas de todos os lados.
Ao encontro de olhares perdidos
E corações dilacerados.

( Poetisa : Sandra Albuquerque)
Rio de Janeiro,30/07/2019.
Direitos Reservados
Lei 9.610/98.

 

Traduzido para o Inglês

Screams from Africa 

Slave life
Lost humanity
Hunger plaguing
Damn disease.

In the dark
Whispers are heard
Pure disgrace
Without yesterday and today.

Time doesn’t count
Without expectations
Everything is indecent
It is wounded beast.

In the middle of the hills
And in the flooded
Screams for help
From Africa they are evoked.

Few hands reach out
Coming from all sides.
Meeting lost glances
And torn hearts.

 

(Poet: Sandra Albuquerque)
Rio de Janeiro, 07/30/2019.
All rights reserved
Law 9 610/98

 

Traduzido para o Espanhol

Gritos de África

Vida esclava
Humanidad perdida
El hambre plaga
Maldita enfermedad.

En la oscuridad
Se escuchan susurros
Pura vergüenza
Sin ayer y sin hoy.

El tiempo no cuenta
Sin expectativas
Todo es indecente
Es una bestia herida.

En medio de las colinas
Y en el inundado
Gritos de ayuda
De África se evocan.

Pocas manos se extienden
Viniendo de todos lados.
Encuentro miradas perdidas
Y corazones desgarrados.

 

(Poeta: Sandra Albuquerque)
Río de Janeiro, 30/07/2019.
Todos los derechos reservados
Ley 9 610/98.

 

Traduzido para o Francês

Cris d’Afrique 

Vie d’esclave
Humanité perdue
La faim sévit
Maudite maladie.

Dans le noir
Les chuchotements se font entendre
Pure disgrâce
Sans hier et aujourd’hui.

Le temps ne compte pas
Sans attente
Tout est indécent
C’est une bête blessée.

Au milieu des collines
Et dans l’inondation
Crie à l’aide
D’Afrique, ils sont évoqués.

Peu de mains tendent la main
Venant de tous les côtés.
Rencontre des regards perdus
Et des cœurs déchirés.

 

(Poète: Sandra Albuquerque)
Rio de Janeiro, le 30/07/2019.
Tous les droits sont réservés
Loi 9610/98

 

 

 

 

 

 




Nicanor Pereira Filadelfo: 'O negro passado e a luz da esperança'

 “Temos, humanamente, a tendência de esquecer-nos dos bens alcançados, porém, o mesmo não ocorre quando algo de mal nos acontece.”

 

Há cento e quarenta anos, proclamava-se, no Brasil, a libertação legal dos escravos, legal sim, porque feita em lei, somente. Libertação, a meu ver, atabalhoada, sem um mínimo de segurança social para um povo que aqui estava não por decisão própria, mas pela opressão de seus ancestrais, já originária em sua terra por ação de seus algozes, ratificada e majorada pela mercantilização, pela materialização, ou “coisificação” do ser humano. Isso, indiscutivelmente resultou numa sociedade frustrada de bens, de perspectivas econômicas, sociais, morais, e educacionais, ensejando o Brasil que vivemos hoje.

Temos, humanamente, a tendência de esquecer-nos dos bens alcançados, porém, o mesmo não ocorre quando algo de mal nos acontece. É preciso que envidemos esforços com o fim de esquecermos todo o mal que nos atingiu, e coloquemos os nossos olhos na direção do horizonte, na busca de novos tempos, de nova sociedade, a qual somente poderá ser alcançada pelo labor de cada brasileiro, independente de sua ancestralidade, de sua raça, de sua posição social, pois o mal que se abateu sobre o país é, forçosamente, comum a todos nós, brancos amarelos ou negros. ESQUEÇAMOS O PASSADO, OLHEMOS PARA O FUTURO!

 

Navio de horrores

Albatroz, albatroz! — Dizia o libertário:

Tu que pairas sobre os mares tenebrosos

Não atentas, sequer, ao vil calvário

Da negra gente, em prantos dolorosos?!

 

Que horror!… E que infindas amarguras

Transporta o infame lenho, mar afora:

A desgraça que ao Hades se afigura,

Que a vida, em meio à dor, tanto devora.

 

Ao som do pranto, cantigas e clamores,

Estala a chibata em dorsos nudos,

O infernal concerto dos horrores.

 

Ascende aos céus, ó Ícaro albatroz,

Implora a Deus, peço, os seus favores:

Que extirpe de nós — essa lembrança atroz!