Diálogos MAP

Universo de criação de Jorge dos Anjos é tema do

‘Diálogos MAP’

 Jorge dos Anjos
Irena dos Anjos
Jorge dos Anjos

A prática de ateliê e a experimentação de materiais serão assuntos abordados no ‘Diálogos MAP’ com Jorge dos Anjos, que acontece no dia 28 de maio, às 19h, na Escola Guignard. A atividade é gratuita e integra a 9ª edição do Bolsa Pampulha

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Viaduto das Artes, realiza o ‘Diálogos MAP’ com o artista plástico ouropretano Jorge dos Anjos. A proposta é que tanto os bolsistas residentes, quanto o público interessado acessem o processo de criação do artista que envolve pesquisa em vários materiais, em especial, o ferro, como também compreender seu diálogo com códigos e vocabulários da cultura afro-brasileira.

Jorge dos Anjos irá apresentar sua trajetória construída ao longo dos quase 40 anos como artista e, além disso, estimular que as pessoas presentes participem através de perguntas. A atividade, que acontece no dia 28 de maio, às 19h, na Escola Guignard, é o segundo encontro aberto ao público da 9ª edição do Bolsa Pampulha – não há necessidade de inscrições (sujeito à lotação). Para mais informações site pbh.gov.br/bolsapampulha.

Com iniciativa do Museu de Arte da Pampulha (MAP), o “Diálogos MAP” faz parte da programação de atividades presenciais e abertas ao público do Bolsa Pampulha. Neste encontro, será possível entender mais dos processos que levaram à consistência da carreira do artista. Ele irá falar sobre o aprofundamento e ampliação de suas pesquisas sobre linguagem, material e processos. Jorge dos Anjos esculpiu várias obras, a maioria delas com expressões e manifestações culturais afro-brasileiras, e, que estão instaladas em Belo Horizonte, como o Portal da Memória, monumento feito em homenagem às matrizes culturais africanas na Lagoa da Pampulha.

A obra completa a configuração atual da Praça de Iemanjá, importante ponto turístico, de celebração e referência simbólica e afetiva para os candomblecistas, que recebe, desde 1953, a Festa de Iemanjá, considerada patrimônio cultural municipal. Jorge tornou-se ao longo da carreira um dos nomes mais expressivos da arte mineira contemporânea da colaboração em festivais de arte negra.

Para Pollyana Quintella, uma das curadoras da 9ª edição do Bolsa Pampulha, espera-se o diálogo entre “o processo de criação do artista, que muitas vezes não aparece quando se vai numa exposição ou quando você está olhando uma obra, mas que está na fala e no compartilhamento de certos detalhes de bastidores”. Pollyana reforça que “Jorge é um nome de referência, fundamental para a cena artística mineira. Ele é responsável por aliar as tradições escultóricas modernas ao repertório afro diaspórico, o que faz de sua obra um lugar de negociação entre diferentes esferas sócio-culturais”.  

Jorge conta que para o “Diálogos MAP” irá apresentar dois vídeos curtos de 1989 para que o público interessado consiga visualizar através das imagens como foi a construção de sua carreira como artista independente. “Eu quero conversar sobre processos de trabalho, campo de referência. Para falar da minha trajetória,eu gostaria de retomar o fim dos anos 80 e início dos anos 90, época em que  eu estava indo para uma direção, rumo a uma experimentação. Eu realizei muita coisa, fui consolidando o trabalho de escultura. Então, o que muita gente procura hoje, eu buscava há 40 anos atrás”, explica. 

Jorge dos Anjos também assina o monumento Zumbi Liberdade e Resistência – 300 anos, instalado no início da Avenida Brasil, em Belo Horizonte – a obra rememora a imortalidade de Zumbi e Dandara dos Palmares. Também criou a obra Aya, Árvore da Vida pela Vida: Memorial pela Vida da Juventude Negra, instalada no Centro de Referência da Juventude, obra que marca a memória dos jovens negros cujas vidas foram ceifadas pelas forças da opressão.

O artista plástico coleciona prêmios em salões nacionais de arte. Desde os anos de 1970, Jorge dos Anjos pesquisa e desenvolve várias possibilidades expressivas das artes visuais. Muito além da capital mineira, ele possui, muitas obras reconhecidas internacionalmente, espalhadas em todo o país em prédios públicos, museus, galerias e coleções.

Dobradinha – Além do “Diálogos MAP”, que é aberto ao público em geral, está previsto nas atividades planejadas para desenvolvimento das pesquisas dos bolsistas uma visita exclusiva ao ateliê do artista. Pollyana explica que vai ser “um encontro muito importante para os bolsistas porque Jorge tem essa intimidade com o material e é uma pessoa que está lidando com esse fazer no ateliê o tempo inteiro. Tem algo que é da solução técnica, deste tipo de construção que pode agregar muito para eles [os bolsistas] como exemplo de solução e experimentação do fazer”. O Bolsa Pampulha reforça com a atividade a sua natureza intercambiável entre artistas de várias gerações. 

Sobre o Bolsa Pampulha

O Bolsa Pampulha é um programa consolidado de arte contemporânea e se apresenta como uma das primeiras residências artísticas do Brasil. Sua origem remonta ao Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1937. A partir de 2003, passa por uma reformulação e ganha o formato atual, de forma a evidenciar e dialogar com as oportunidades da arte e da cultura contemporâneas.

Uma das principais iniciativas do MAP, instituição vinculada à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o Bolsa Pampulha reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo de suas edições anteriores. Enquanto política pública de cultura, o Bolsa Pampulha confere visibilidade à trajetória de relevantes nomes das artes visuais brasileiras que passaram pelas residências do programa, como Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marilá Dardot, Desali, Janaína Wagner, Rafael RG, Marcellvs L, Luana Vitra, Froiid, entre outros.

Como parte integrante do programa, estão previstos encontros mensais, leituras de portfólio, debates, oficinas, palestras abertas ao público, presencial ou virtual, além de uma Mostra de encerramento e a publicação de um catálogo, ambos com as obras dos bolsistas contemplados. Fazem parte da equipe curatorial as pesquisadoras Juliana Gontijo e Pollyana Quintella e, da tutorial, o artista multidisciplinar Froiid e o pesquisador Lucas Menezes. Em parceria, eles irão contribuir ao longo dos processos de pesquisa, formação, experimentação e criação dos bolsistas.

Descentralização e Território – Descentralizar o fomento à arte contemporânea é uma das propostas desta edição do Bolsa Pampulha. A parceria com o Viaduto das Artes tem como objetivo ampliar esse caráter de democratização artística. O MAP, que encontra-se em obras de restauro, segue atuante também por meio do Bolsa Pampulha – que está em sua 9ª edição. Dessa forma, o programa confirma sua expansão pela cidade e mantém o MAP como importante ponto de diálogo e convergência.

Para fortalecer a compreensão da cidade expandida, as residências artísticas desta edição do Bolsa Pampulha se configuram como um intercâmbio cultural em contato constante com o território ampliado de Belo Horizonte, envolvendo especialmente a Região Metropolitana. 

Museu de Arte da Pampulha

Inaugurado em 1957, o MAP exerce um relevante papel na formação, desenvolvimento e consolidação do ambiente artístico e cultural de Belo Horizonte. Seu acervo conta com importantes obras e documentos que permitem revisitar a história da arte moderna e contemporânea brasileira, com especial destaque para o seu edifício-sede.

O prédio, projetado por Oscar Niemeyer na década de 1940, é uma referência icônica para a arquitetura moderna brasileira e dos mais representativos cartões-postais de Belo Horizonte. Desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Viaduto das Artes

O Viaduto das Artes é um equipamento cultural e multidisciplinar instalado no Barreiro, região periférica de Belo Horizonte. Conta com galeria de arte, biblioteca, ateliês, jardim de esculturas, espaços formativos e expositivos instalados no baixo do viaduto Engenheiro Andrade Pinto, na avenida Olinto Meireles, 45. Com área aproximada de 1.000 m², o local recebe eventos em vários formatos, como exposições, shows, oficinas, espetáculos teatrais, entre outros.

O Viaduto das Artes mantém diálogo cotidiano com a comunidade ao redor, e trabalha em prol do impacto cultural, educacional e social naquele território. A região, que engloba mais de 300 mil habitantes, exibe um cenário de tensões sociais e econômicas comuns à periferia de qualquer grande cidade brasileira. O equipamento cultural cumpre um raro papel de aproximação e transformação junto a essa vizinhança.

 SERVIÇO

Diálogos MAP – 9ª edição do Bolsa Pampulha 

Palestra com Jorge dos Anjos

28 de maio, às 19h

Escola Guignard: Rua Ascânio Burlamarque, 540, Mangabeiras, Belo Horizonte

Entrada gratuita

Mais informações em: pbh.gov.br/bolsapampulha

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Shopping Center 3 expõe arte que conta histórias na rua

Mostra fotográfica destaca patrimônio paulistano com artistas e momentos marcantes

Fauno, de Brecheret
Divulgação

São Paulo, julho de 2023 – No início dos anos 1940, em plena 2ª Guerra Mundial, o escultor Victor Brecheret não vivia um bom momento. Sem dinheiro para tocar sua obra mais ambiciosa, o Monumento às Bandeiras, ele se ocupava modelando um fauno. Em visita ao estúdio do artista, Prestes Maia, prefeito de São Paulo na época, se encantou com o esboço do ente mitológico e imediatamente encomendou a figura em granito.

Pronta, a estátua gigante (tem mais de 3 m de altura) parecia perfeita no jardim ao lado da Biblioteca Mario de Andrade. Mas a figura também conhecida como Pan — criatura mitológica com patas e chifres caprinos e imenso desejo sexual – não agradou ao arcebispo da época, que costumava fazer suas leituras religiosas no local. A pressão foi tanta que, em 1945, o Fauno ganhou nova morada no Parque Trianon, na avenida Paulista, onde está até hoje. 

Monumento a Federico Garcia Lorca, de Flávio de Carvalho - Divulgação
Monumento a Federico Garcia Lorca, de Flávio de Carvalho
Divulgação

Esta e outras histórias sobre a cidade de São Paulo e seus moradores integram a mostra Patrimônios Históricos – Paulista e Região, que o Shopping Center 3 exibe a partir do dia 1 de agosto, como parte do Projeto Caminhos da Arte. Pelos corredores do empreendimento, o público poderá conhecer melhor 24 monumentos que integram o patrimônio histórico da Prefeitura de São Paulo, com obras assinadas por artistas reconhecidos internacionalmente, como Tomie Ohtake e Victor Brecheret.   

“Muitas vezes passamos perto de uma obra dessas e nem a percebemos direito, tanto pela correria do dia a dia como pela falta de informações. Com essa exposição, o Center 3 reforça seu posicionamento como um espaço aberto para a arte e para a reflexão de temas correlatos, como o papel que a arte e a história têm nas nossas vidas”, diz Mara Romiti, diretora de marketing do Shopping Center 3.

Todas as fotos são acompanhadas por textos com detalhes sobre as obras. A exposição integra a Jornada do Patrimônio 2023, promovida pela Prefeitura de São Paulo. O evento reúne ações artísticas, roteiros culturais e de visitação a imóveis, entre outras iniciativas. 

Oitenta Anos da Imigração Japonesa, de Tomie Ohtake
Divulgação

Entre as criações enfocadas está o Monumento a Federico Garcia Lorca, de Flávio de Carvalho, alvo de polêmica em 1968, quando inaugurado, na praça das Guianas, nos Jardins. Lorca foi um dos maiores poetas e dramaturgos da Espanha e lutou contra os fascistas nos anos 1930.

Na inauguração nem a presença de Pablo Neruda, poeta chileno e ganhador do Nobel, amenizou a ira dos radicais que viam na estátua uma homenagem a um comunista. Em 1969, uma explosão danificou a escultura, restaurada em 1971. 

Obra sem nome, de Tomie Ohtake
Divulgação

Longe das  polêmicas, as criações de Tomie Ohtake aparecem em dois momentos. O primeiro, na obra Oitenta Anos da Imigração Japonesa, instalada na Avenida 23 de Maio. A escultura reúne quatro lâminas de concreto armado dispostas lado a lado, representando as quatro gerações de japoneses no Brasil: issei, nissei, sansei e yonsei. A escolha do concreto expressa simplicidade e leveza.

A segunda obra, sem nome, está na altura do número 1110 da Avenida Paulista. Consiste em uma estrutura circular torcida, pintada com tinta automotiva nas cores vermelha e prata. Medindo 8,5 metros de altura e pesando 7 toneladas, a escultura está em frente ao banco Citibank, que patrocinou sua realização em conjunto com a Associação Paulista Viva.

A instalação foi parte das comemorações do centenário do Banco no Brasil. A inauguração da obra ocorreu em dezembro de 2015, mesmo ano em que Tomie Ohtake faleceu. O conceito foi idealizado pela artista em 2012, mas ela não pôde vê-la concretizada. 

O que: Exposição Patrimônios Históricos – Paulista e Região

Quando: até 10 de setembro

Quanto: Grátis

Sobre o Shopping Center 3

Onde: Av. Paulista, 2064, Cerqueira César, tel: 3285-2458

Horários de funcionamento do shopping: de segunda a sábado das 08h às 22h.

Domingo e feriados: das 10h às 22h

Lojas: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingo opcional das 14h às 20h

Alimentação: todos os dias das 11h às 22h

Estacionamento: Rua Luís Coelho, 91

Sobre o Shopping Center 3

Localizado em plena Avenida Paulista, no movimentado quadrilátero que reúne ainda as ruas Augusta, Luís Coelho e Frei Caneca, o Shopping Center 3 foi inaugurado em 1967 e completou 55 anos. Frequentado por um público cativo de trabalhadores, moradores e estudantes da região, tem 130 lojas distribuídas em quatro pisos e oferece ampla praça de alimentação com excelentes restaurantes.

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