Inebriado eu me sinto Não pelo teor alcoólico Propriamente dito
É pelo poema sorvido Pela música tocada Pelo arranjo inventado Pela amizade celebrada Pelo banquete servido Pela noite enluarada Pelo eclipse avistado Pela estrela iluminada Pelo sorriso revidado Pela lágrima derramada Por seus olhos famintos Esfíngicos A decifrar minha tara
Musa que nos enleva Encanta Engana Atiça Enfeitiça
A todos, brinde Em doses abrasantes E ‘shots’ extenuantes De dores e amores A todos, acinte
Somente a poesia nos salva Sem ela, somos almas penadas Nadas semânticos, cacofonias Devorados pela fobia de vida Dilacerados pela apatia
Se a poesia não nos decifra Somos afetos sabotados Vírgulas sem pausa e causa Parágrafos sem nexo Desafetos do sexo Ideias repetidas