Palavras que parecem distantes umas das outras, mas que, na verdade, são fios do mesmo tecido: o tecido da vida integral.
Quando nos abrimos para a alegria, o corpo respira diferente.
Quando cultivamos a felicidade, a mente se organiza.
Quando confiamos na proteção divina, o espírito se fortalece.
Quando buscamos harmonia, plenitude e equilíbrio, começamos a nos alinhar por dentro, e isso transborda por fora.
E é nesse alinhamento que a sorte deixa de ser acaso e passa a ser consequência.
Que a fé ganha forma, a certeza de que vamos receber aquilo que tanto esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver.E nessa dimensão invisível, a fé se torna escudo que nos protege, guardando nossos sentimentos, nossas decisões e nosso caminho.
Que a esperança encontra morada.
Que o êxito se transforma em jornada e não apenas em chegada.
Que as conquistas deixam de ser externas e passam a nascer primeiro no coração.
A vida integral nos chama para esse despertar.
Um despertar que não acontece de uma vez, mas em pequenos atos:
uma respiração consciente, um passo a mais na atividade física, um descanso intencional, um alimento que nutre de verdade, uma pausa que te reconecta, uma oração que te realinha, um gesto de gratidão que ilumina o caminho.
E assim, pouco a pouco, dia após dia, você se torna templo, trilha e testemunho.
Se torna aquilo que ensina.
Se torna saúde em movimento.
Hoje, eu o convido: desperte o que já existe dentro de você.
A alegria que você busca.
A plenitude que você deseja.
A fé que o sustenta.
O equilíbrio que lhe devolve o rumo.
As conquistas que já estão sendo formadas no seu interior.
Comece agora. Comece com o que você tem.
A saúde integral não é um destino, é uma escolha, e você pode fazê-la hoje.
Clayton Alexandre Zocarato: ‘Entre o céu e o fuzil’
Clayton A. ZocaratoImagem criada por IA do Grok
O sol nasce cedo demais no alto do morro. A luz bate nas lajes como quem cutuca um ferido que ainda dorme.
Lá embaixo, a cidade desperta com café passado e trânsito engarrafado; aqui em cima, o dia começa com o eco metálico do primeiro tiro da manhã.
Ninguém se espanta. A vizinhança aprendeu a distinguir o calibre pelo som.
Na viela da Dona Juraci, o portão ainda guarda as marcas de bala da semana passada. Ela varre o chão como quem reza.
Diz que limpar o sangue do menino Caíque foi o pior trabalho da vida — e olha que ela já trabalhou em casa de madame, limpando sujeira de festa e de culpa.
Agora, o pó é outro: não o do tapete, mas o que corre pelas veias dos meninos do beco, embalado em sacolés de cinquenta.
O cheiro de café se mistura ao da pólvora.
Na birosca do Zeca, a televisão fala de política e de corrupção — palavras grandes demais pra quem vive espremido entre o morro e o esquecimento.
“O problema do Brasil é a violência”, diz o âncora, engomado e seguro atrás do vidro. Aqui, a frase soa como piada.
A violência não é o problema — é o ar que se respira. O problema é não poder parar de respirar.
As crianças jogam bola no campinho de terra.
A trave é de cano velho, a bola, remendada com fita isolante. Lá em cima, dois homens observam. Estão armados, mas parecem entediados.
Um deles, de apelido Muringa, mastiga um chiclete e diz que queria ter sido jogador também.
O outro ri, dizendo que no morro, quem chuta bola demais acaba chutado pela vida.
Eles guardam o território, o ‘movimento’, a fronteira invisível que separa o asfalto do abismo.
E é curioso: aqui, as fronteiras são feitas de medo, não de muros. Todo mundo sabe até onde pode ir. A linha entre o ‘deles’ e o ‘nosso‘ é mais sagrada que mandamento.
Cruzar o beco errado é cometer pecado mortal. Mas, diferentemente da Bíblia, aqui o perdão não vem depois da confissão — vem com chumbo.
No domingo, o bar do Valdir enche.
O samba come solto, o churrasco fumaça o ar e, por um instante, o morro esquece que está sitiado.
Dona Lúcia dança, o pequeno Jonatas brinca de vender cerveja, e o riso corre solto. Até que o rádio chiado de um dos rapazes estala.
Uma mensagem curta, sussurrada no chiado das ondas: “Avisaram que o caveirão tá subindo”. O samba morre no mesmo acorde.
O silêncio que segue é pesado como caixão.
Cada um corre pra sua toca, cada olhar procura refúgio.
Os traficantes recolhem os fuzis e as garrafas, num balé ensaiado. O morro se transforma em trincheira. E o menino Jonatas, aquele da cerveja, fica ali, perdido, sem saber pra onde correr.
Quando o primeiro estampido vem, ele se joga no chão, instintivamente. E aprende — cedo demais — que no morro a vida se mede em segundos de reação.
Depois do tiroteio, o cheiro de gás lacrimogêneo desce como névoa. Os helicópteros ainda rondam, cuspindo luz sobre telhados.
O locutor do rádio, no asfalto, diz que “a operação foi um sucesso”. Aqui, o sucesso tem outro nome: sobreviver.
Na segunda-feira, o comércio reabre. Zeca limpa a vitrine, ajeita os engradados, finge normalidade.
A normalidade é uma armadura — quem tira, morre.
As crianças voltam à escola, mas o professor falta. Dizem que ficou preso na Linha Amarela, por causa da operação.
A aula vira recreio improvisado. Uma menina desenha o céu, mas o pinta de cinza.
– Por quê, Clara – pergunta Zeca, curioso.
– Porque azul não existe mais – responde ela, sem levantar os olhos.
O azul virou lenda. O morro vive em tons de concreto, ferrugem e medo.
O céu, quando não está coberto de fumaça, parece longe demais, quase uma ofensa.
E é nesse cenário que o cotidiano insiste em florescer. Dona Juraci continua vendendo quentinha — arroz, feijão, carne moída e esperança.
O gás acabou, mas ela dá um jeito. Muringa passa na porta, armado, e compra uma. Diz “bom dia” com um sorriso tímido, como se pedisse desculpa por existir.
E talvez peça mesmo. Aqui, todo mundo deve alguma coisa a alguém — e ninguém sabe exatamente o quê.
De vez em quando, um corpo desce o morro, enrolado em lençol.
A TV não mostra, o jornal não imprime. Só quem carrega o peso é o povo, que segue o cortejo em silêncio, enquanto o funk de algum barraco explode alto — não por desrespeito, mas por sobrevivência.
O som alto é o escudo contra o choro.
À noite, o morro se ilumina com luzes trêmulas: lâmpadas penduradas em fios roubados, velas acesas em altares improvisados, cigarros brilhando nas sombras.
Lá de cima, a cidade brilha como um outro planeta, inacessível.
O contraste é cruel: o luxo iluminado pela miséria.
E, ainda assim, há vida — pulsando, teimosa, quente.
Dona Juraci reza. Pede paz, mas já nem sabe o que isso quer dizer. Muringa observa o horizonte e pensa se um dia vai poder andar na praia sem medo de ser preso. O menino Jonatas dorme abraçado num carrinho de brinquedo — o único que sobrou inteiro. E o som dos tiros, mesmo quando cessam, continuam ecoando dentro de cada um.
No dia seguinte, o noticiário fala de “mais uma operação bem-sucedida”. A cidade aplaude, aplaude de longe, de longe onde o sangue não salpica.
“Bandido bom é bandido morto”, dizem. Mas esquecem que, aqui no morro, bandido e vítima moram na mesma casa, dividem o mesmo prato, o mesmo sobrenome.
Porque o que chamam de ‘violência’ é, muitas vezes, o nome que dão à pobreza quando ela resolve gritar.
E o morro grita, sim. Grita com funk, com tiro, com prece, com festa.
Grita pra não ser apagado. Grita porque o silêncio seria o fim.
No fim da tarde, o sol se põe devagar sobre o Rio, tingindo o céu de vermelho. O mesmo vermelho que mancha o chão do beco, o mesmo que tinge a bandeira da esperança.
A cidade é linda — dizem os cartões-postais. Mas ninguém tira foto do lado de cá.
E se tirasse, talvez não coubesse em moldura: uma cidade partida, onde o fuzil é rei, o medo é súdito e a vida, mera sobrevivência.
Mas há algo que resiste — teimoso, desobediente — entre os becos e as balas.
É o amor, aquele mesmo, clandestino e corajoso.
Aquele que faz nascer criança em meio à guerra, que faz mãe lutar, que faz o morro inteiro dançar mesmo quando o ‘caveirão’ronda.
Talvez seja isso que o asfalto nunca entenda: que o morro, apesar de tudo, não é só tragédia.
É também vida, barulho, cor, improviso e fé.
É o território onde o impossível se acostumou a existir.
No fim da noite, quando o silêncio finalmente pousa, o vento traz o som distante de um tamborim. E alguém canta, baixinho, lá no alto:
“Enquanto houver sol, haverá esperança.”
A música sobe e desce pelas vielas, como um recado.
E o morro, cansado, mas vivo, responde com um sopro: “A gente ainda tá aqui.”
Marta Oliveri: Cuento ‘La niña que coleccionó plumas’
Marta OliveriImagem criada por IA da Meta – 17 de setembro de 2025, às 19:58 PM
Los que saben, dicen que mi naturaleza es simple contingencia:
Nazco como la hoja en primavera, me atormento de esperanzas durante la estación de las flores y los frutos, el otoño con su inmensa risotada amarillenta me declara prescindible de la vida del árbol…
Y aunque he vivido más que una hoja, ciertamente, esto no me impidió comprender que el destino es igual de cruento para todas las criaturas volátiles; debo admitir mi estirpe de pluma insignificante reunida como caricia a mi dueña al humilde soplo de sus alas.
Gracias a los relatos de mis antepasados tuve la fortuna de adquirir cierta cultura en lo que respecta al mundo de las criaturas aladas.
Supe de Céfiro, el antiguo Dios viento de los griegos, esos hombres que amaban el placer y vestían a sus dioses con galas extraordinarias.
Cierta vez mi tártara abuela que casualmente había rodado por los parajes de la lejana Grecia, me relató la historia de un hombre con alas brillantes en los pies que llevaba mensajes entre dioses y hombres, su nombre era Mercurio o el imprudente Icaro que imaginó ser águila cuando sólo unas alas de cera habían vestido su cuerpo, el sol pudo más que su soberbia.
Notable es la vida de una pluma, he conocido hermanas de las más distintas especies, recuerdo la profunda admiración que sentí al observar detrás del cristal de un museo de reliquias la pluma de los grandes espíritus de las letras. Y aquí quiero hacer un pequeño apartado, admito mi debilidad por lo humano. Los hombres sueñan con volar, como yo sueño con el bien morir en esta avanzada etapa de mi vejez, los hombres sufren, porque el deseo, queridos amigos míos , hace sufrir en la medida en que es irrealizable y nada hay mas preciado a la raza humana que el solemne aprecio por la infelicidad…Sólo para reivindicar su condición de dioses exiliados; que gran bulla alrededor del pacifico mundo donde corren los ríos, las águilas hacen su nidos en las cumbres y los topos su no menos respetable imperio debajo de la tierra. Sin embargo debo reconocer que tal vez sea por esta ambigua condición entre área y terrestre, mortal y mítica como nuestro gran paradigma el ave fénix, tenga yo un corazón cargado de sueños irrealizables, allí donde los pensamientos del humano derivan, nosotras las plumas tomamos destellos de sus anhelos y crecemos con el mal de la compasión humana, que ciertamente no es el mejor destino para el vuelo de un pájaro.
El caso es que desde los principios de los tiempos nos fue menester cargar con esta pasión inútil de nuestros hermanos bípedos, planos enmarañados, maquinarias grotescas confundiendo la serenidad del infinito con la velocidad (he aquí la verdadera equivocación del hombre).
Pero como habito un simple espacio de relato debo atender a mi realidad, que desafortunadamente conoció apenas los escombros de la Plaza del Congreso.
Todo empezó el día en que una extraña niña se detuvo frente a nuestra dueña.
En lo que respecta a mi posición puedo asegurar era más que lamentable puesto que mi dueña era una vieja paloma comedora de migajas y la vejez y la mala alimentación habían terminado con su salud
Mis hermanas cayeron junto con ella a la alcantarilla y yo en precario equilibrio traté de mantenerme al borde de la vereda. Así estaban las cosas entre el naufragio y el peligro de las pisadas distraídas, cuando dos ojos del color exacto del infinito posaron la mirada sobre mí, oí una voz que susurraba
_ Pobrecita.
Y sin agregar palabra la pequeña me levantó del cordón de la vereda alisó mi cuerpo entumecido y me puso en su bolsillo.
Que tibieza me amparó allí dentro alguna vez pensé emocionada yo fui abrigada por un hueco redondo y tibio donde un avecita crecía.
Largo rato me dejé arrullar por el vaivén de sus pasos.
No sabia que podía depararme el destino pero al menos no terminaría putrefacta en las alcantarillas como mis desdichadas hermanas. La vida me ha reservado otro propósito pensé y me quede profundamente dormida
Primer Sueño de la Pluma
Por si cabe alguna duda las plumas también sueñan como lo hacen los caminos, la arena que la roca abandonó en la playa y los remolinos de los mares. Todos sueñan menos aquellos cuya ciencia les impide comprenderlo.
Y la pluma soñó que en un extraño sitio una mujer desplegaba sus alas desnudas y ella entre millones de criaturas de su naturaleza llevaba el espíritu de su pluma muerta, ella gris y levemente rala entre la gloria de los pavos reales, la nieve de la gaviota, la espada profunda del águila y los infinitos abanicos del colibrí. Cuánto más reconocería plumas de cisne, de pato e incluso de gallina.
La noche brillaba roja bajo una luna de amapola. La mujercita alada murmuró palabras de despedida: un hondo quejido aquel que une al dolor y al placer en el descubrimiento de la armonía suprema estalló de su garganta de pájaro y se elevó hacia el horizonte. “aquel eterno fugitivo”
***
La despertó del sueño un suave apretujón, la niña la había tomado y con suavidad la depositó en un jarrón de vidrio, un humilde jarrón sin ornamentos junto a otras de su clase: plumas enfermas de palomas recogidas al azar en el trayecto hacia las plazas.
Se sintió agraviada:
“¿Qué podía tener que ver semejante espectáculo con el maravilloso sueño que acababa de vivir? ¿cual era el verdadero propósito de su existencia? se preguntó molesta ante su nueva situación.
Las otras la miraron burlonas
_ Lindo lugar al que has venido a parar.
Y una con bastante insolencia agregó riendo:
_más te habría convenido recorrer el excitante paisaje de las alcantarillas, al menos te habrías ahorrado este ridículo final-
“¡final! A que se refería? ¿acaso este sería su irremediable destino?”
La mas anciana, una pluma a la que solo le quedaba el cabo concluyó:
_ Lo mejor es que busques una buena forma de morir. La niña que nos trajo aquí es un pequeño monstruo ya lo verás tu misma.
La pluma tembló y trató de acurrucarse en algún sitio del resbaladizo jarrón pero no había forma de hacerlo y además el insomnio se apoderó de ella.
De modo que aquellos ojos del color del infinito y aquel sueño al vaivén de los pasos infantiles no eran más que un engaño. La niña la había hechizado con un sueño, y según sabía por su tatarabuela hubo hechiceras en la antigua Grecia que sumían a sus víctimas en bellos sueños para después transformarlos en criaturas deleznables.
Efectivamente pensó: ” la niña debía ser una pequeña hechicera y vaya a saber que extraño fin les tenia preparado”.
***
Muy temprano a la mañana la vieron llegar en puntas de pie, resultaba obvio que aquello era un macabro secreto que posiblemente escondería del resto de su familia pensó la pluma, eso claro en caso de que el resto de su familia no fuera de su misma estirpe cosa que no le pareció exagerado imaginar:
La pluma vieja alertó
– Atención que ahí viene, vaya saber que se trae entre manos esta mañana-:
– La pequeña se acercó al jarrón lo dio vuelta y dejo caer las plumas sobre la mesa.
– -Es nuestro fin sentenció por lo bajo la pluma anciana-
– nuestro fin- musitaron a coro las más jóvenes y un sepulcral silencio se hizo entre ellas.
La niña las tomó suavemente una por una y las colocó en fila
– 1-2-3— 18- …24… Su carita se puso sombría –
-Nunca podré juntar tantas y algunas ya se han echado a perder.-
La anciana se sintió aludida
“Me romperán en pequeños pedazos” iba a decir, pero no atinó a abrir la boca porque al instante la pequeña la tomó entre sus manos y acarició el tallo casi calvo
– fuiste la mas fiel, cuando pueda juntar suficientes tu serás la que nos guíe,-
Después tomó a todas delicadamente y las apretó contra su pecho –
Alguna vez serán suficientes tengan paciencia-
Y se retiró de comedor en puntitas de pie.
Aquello desconcertó a la nueva inquilina en verdad la niña no parecía ningún monstruo, La pluma anciana adivinó su vacilación y dijo:
– El mundo está lleno de artimañas mi querida. Acaso ustedes no saben que de las mejores “intenciones está hecho el camino al infierno”
_ No confíe en las apariencias, muchacha, los humanos no tienen piedad con los pájaros esto lo sabe el mismísimo señor que nos alumbra. Ya volverá y hará con nosotras toda clase de jugarretas, los humanos aman la tortura, mi querida, porque prolonga el sufrimiento de la criaturas frágiles como nosotras, matar ya no le alcanza a la humanidad, acaso puede discutirme eso?-
No claro que no – respondió la recién llegada admitiendo la contundencia de los argumentos de la anciana.
– Estas pobrecitas ya ni hablan esperan pasivamente la muerte, han perdido hasta la voluntad de la queja. –
Yo jamás me callaría se encrespó la pluma nueva.
Eso habla bien de Ud. Ojalá encuentre la forma de que alguna buena ráfaga la libere en un descuido cuando la mucama abra los ventanales, ella afortunadamente es indiferente a nuestra existencia.
La plumita respiró aliviada su hipótesis de la confabulación familiar había quedado disipada.
Exhausta se quedó dormida.
2º Sueño de la Pluma”
Lo primero que vio fue la habitación en penumbras de una niña, luego escuchó que una criatura que no parecía de este mundo estaba sentada en la cama hablando con la pequeña- imaginó que seria Alguna imagen fantasmal o la mismísima Circe impartiendo sus directivas para ayudarla a llevar a cabo el hechizo.
Pero fue grande su sorpresa cuando vio una a un gris ruiseñor gorjeando las tristes baladas del jardín de la muerte, en verdad al acercase mas la pluma vio que el pequeño ruiseñor apenas sobresalía de un enorme libro de cuentos que la pequeña acariciaba sin cesar –
– Tú le devolviste la vida al emperador ¿Por qué? – preguntaba la pequeña.
El ruiseñor gorjeo- Sólo fue para que comprendieras que la vida es más apreciable que la corona y que los sueños de un pájaro no caben en los palacios de la tierra.
La niña se echó a llorar.
– Soy muy infeliz pequeño ruiseñor-
– Porque vives en el palacio de la tierra y la tierra se hunde ante el peso de los soberanos-
-No- contestó la niña- Porque no creen en lo que digo. Bien sabes como se burlan de mi cuando junto plumas. Ellos dicen que sueño tonterías y no cumplo con los deberes.
– El único deber es tu felicidad-contestó el ruiseñor
– Me dicen que mi cabeza no está bien,con nadie puedo hablar de mi secreto.
Y la niña siguió murmurando y finalmente se quedó dormida sobre la estampa del ruiseñor.La pluma estaba conmovida: de modo que la pequeñita sólo las coleccionaba para poder volar.
Corrió en su sueño para contárselo a las demás, pero una fuerte ráfaga la despertó; las ventanas que daban del comedor al jardín estaban abiertas de par en par y el viento zumbó colándose entre las cortinas un viento de tormenta hizo temblar la araña y tambalear al jarrón que terminó cayendo contra el algarrobo pulido de la mesa y estallando en mil pedazos, las plumas revolotearon sin rumbo por el recinto, algunas por ventura salieron por la ventana, otras fueron, como la pluma anciana, simplemente barridas por la mujer que hacía la limpieza.
Pero ella que había escuchado el sueño de la niña voló donde el viento la llevara pregonando su anhelo.
El coro de los vientos aún transmite el mensaje:
– Cuando junte suficiente plumas volaré con las alas de los pájaros y tendré el itinerario de los vientos.
Epílogo
Una mujer sueña su sueño la contempla Céfiro y el dios de las alas de plata, las plumas de todos los pájaros que han muerto vuelan hacia ella y la cubren de un manto de plumaje multicolor.
Entonces la mujer levanta vuelo en la noche color de amapola, gime de dolor y de placer, por fin se detiene ante el canto de las esferas que le anuncian el retorno de lo eterno.
Irene da RochaImagem criada por IA do Bing – 05 de junho de 2025, às 00:42 AM
Sonhar contigo, mesmo além do oceano, Imaginar tua pele, quente e morena, Te ouvir como eco de uma voz serena, Desejar teus beijos em meu rosto insano.
Respirar ofegante, o coração em declínio, Seus braços entrelaçados, dúvida e desejo, Apenas tua presença faz o tempo enlevo, E transforma o silêncio em ritmo divino.
Aguardo esse instante, sonho e esperança, Tão vívido, quase utopia que encanta, Vida segue seu rumo, com esperança,
Mas minha razão insiste em que vale a pena, Crer nesse amor que o coração revela, Um sonho verdadeiro, pura e serena.
Soldado Wandalika Imagem criada por IA do Bing – 09 de junho de 2025, às 08:06 PM
Meu olhar insólito fragiliza meu medo Às vezes voo com os pés enterrados na terra Prezo minha trilha tocando meu verso Vivo longe da esperança, a vida me traz um nobre ritmo
Oiço com prudência cada melodia ao sol raiar Meus pássaros cantam sem cessar na janela do meu Altar Olho a fundo na esperança que me circunda Há dias em que as lágrimas se recusam de cair Escondo meu pranto nos gritos que me cruzam a alma Traduzo meu sentimento sobre o papel Viajo nas paisagens de um cartel Exprimo o meu pensamento ao som das minhas palavras.
Cenários Invadem o silêncio dos meus movimentos Os ângulos distorcem a lógica dos meus ventos A força desatina, perco-me nos galhos Feridas visualizam meu tédio
Finjo ser forte Penso no abismo do monte Corro atrás da sorte Observo o mundo sob a ponte