Livro a folhear

Irene da Rocha: Poema ‘Livro a folhear’

Irene da Rocha
Irene da rocha
Imagem criada por IA no Bing – 28 de março de 2025,
às 11:10 PM

Num dia frio, um livro a folhear,
Na brisa leve, o eco do teu riso,
O tempo é gelo, o céu escuro e indeciso,
Sem teu calor, não sei como esperar.

Teu nome vaga em sombras a dançar,
Na solidão, meu peito agonizando,
Em cada linha, um sonho delineando,
No qual me perco, só para te amar.

Se estás distante, invento-te em cor,
Desenho estrelas, traço teu olhar,
Nos céus te vejo, fonte do meu ardor.

E se no vento escuto te chamar,
É que minh’alma clama pelo amor,
E a tua volta vem me iluminar.

Irene da Rocha

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Barquinho de papel

Evani Rocha: Poema ‘Barquinho de papel’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem gerada por IA do Canvas – 15 de janeiro de 2025 às 20h20

Pus sobre a água corrente
Um barquinho de papel
E dentro dele somente
Um pedacinho do céu

Do dia o azul turquesa
Da noite o preto véu
Um tantinho de estrelas
E o pranto dos olhos meus

Na dança da correnteza
Baila leve meu barquinho
Enquanto pesadas nuvens
Deságuam devagarinho

Leva na proa a ternura
Na popa, a cor de carmim
A estibordo a incerteza
De um caminho sem fim

A bravura das marés
É feito a vida da gente
Ora em cima, ora embaixo
Na brevidade do tempo

A bombordo o sol poente
Imergindo sobre o mar
Nas profundezas do peito
Uma alma a velejar!

Evani Rocha

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O desencanto da flor

Evani Rocha: Poema ‘O desencanto da flor’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem gerada por IA do Canvas – 17 de dezembro às 20h10

Diga o que eu acredito
Mostre- me os seus segredos
O romance que não li
O silêncio necessário

Mude sua profecia
A página do calendário
Refaça sua poesia
Rasgue as páginas do diário

Fale sobre as estrelas
Dos braços entrelaçados
Da saudade da infância
Do sorriso desbotado

Diga o que dói por dentro
Da agonia mascarada
Coisas esquecidas no tempo
Outras deixadas no cais

Conte-me suavemente
Dos abraços que faltaram
Das palavras inocentes
Do jeito ensimesmado

Fale-me das despedidas
Do desencanto da flor
Das tempestades da vida
Da luz que a dor apagou!

Evani Rocha

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Coragem do tempo (parte 1)

Ismaél Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 1)

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Como o tempo é ilusionista
Voa além das estrelas ninja
Mira vidas sopra forte ventania
Vai longe apaga memória

Como o tempo é capaz
De nos fazer lembrar o quanto a gente já foi capaz
O tempo fala com sinais
Envelhece até os animais
Ninguém escapa dele e mais…

Nos faz viajar no tempo
Lembrança traz de um momento que torna-se único
Ele é mestre da ilusão cinturão preto
Faz magia nos corpos muda pensamento.

Muda aspectos
Dá luz pela coragem
Tempo muda coisas nas ideias da cabeça
Transforma lugares e templos.

Nos oferece um desconhecido ombro amigo
Mostra a falsidade de alguns amigos nossos
Tempo leva tudo
Traz tudo do nada
É estranho mata quem amamos
Não o culpamos
Só é tempo mudando a cada instante

Tempo nos faz errar e crescer também
As memórias voltam
No tempo, o amor vai
O coração cai
Abrimo-nos para um novo temporal
Entregamo-nos ao prazer de sentir
Abraços entrelaçados nos corpos
Tempo.
Deixa-nos sem tempo.
Perdidos e achados no tempo.

Coragem do Tempo.

SoldadoWandalka

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A matemática da presença

Pietro Costa: ‘A matemática da presença’

Pietro Costa
Pietro Costa
A ditosa leveza de uma vivência feliz e plena
“A ditosa leveza de uma vivência feliz e plena”
Imagem criada pela IA do Bing

Multiplico
As estrelas do céu por suaves devaneios
A ternura feminina pela busca de aconchego
As cores das borboletas por poéticos anseios
O perfume das flores por afáveis galanteios

Somo
O voo da águia-serrana e a vastidão do universo
A curiosidade estudantil e os gênios inquietos
O molejo próprio do samba e a coragem do afeto
A alegria juvenil e a mística que circunda o sexo
O chilreio do Curió e a epifania avivada nos versos
O brilhante lampejo da ideia e o som de um bolero
A magia do trenó e o clarão que traz cura aos cegos
A reflexão profunda e o ensejo do diálogo aberto

Subtraio
Depressões dissimuladas por ‘emoticons’ e ‘likes’
A aguda dependência por gurus e celebridades
Respeitáveis reputações em detrimento da probidade
A conversão a ritos sem a ascensão da espiritualidade

Divido
A sabedoria rósea, cultivada no solo da experiência,
Pelos mistérios dos ventos, em frutos de transcendência
A náusea filosófica, na politicagem de conveniência,
Pelo magistério dos tempos, em sementes de resiliência

Encontro, como resultado:

A ditosa leveza de uma vivência feliz e plena,
Na espiral da quietude, liberdade e outras proezas,
Aventuras longas, memoráveis, mágicas, passageiras,
Divina, instrutiva, densa, a matemática da PRESENÇA.

Pietro Costa

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Possibilidades

Ella Dominici: Poema ‘Possibilidades’

Ella Dominici
Ella Dominici
Possililidade
Imagem criada pela IA do Bing
Possibilidades
Imagem criada pela IA do Bing

Em fragmentos de mim eu conto
decepções rasgos despedidas
peças de encaixe perdidas desmonto

entremeio de rendas, vazados deixados
tempo as ruiu abrindo frestas
entre realidades e sonhos

desejos em contestações
estrelas apagadas de íntimas
constelações

atenuando a destruição de prazeres
não da carne nem dos pensares
mas do humano ímpeto de vida

com bálsamo para as perdas
jardim de jasmim com pragas
escolho mudar grãos desatentos

as fendas foram oportunidades
ao olhar em fértil amadurecimento
à vislumbrar miragens e paisagens

fé latente que se fortalece
esquece vultos determina vida
transcende mágoas desistências

não desfalece faz-se resiliência
natureza é voz de Deus audível
vista no vicejar das estações

frio se reveza em frutos calores flores
e o improvável crendo é possível
retomar sem angústia ou pressa

com liberdade dos passos descalços
num deleite em paz de pássaros
que abrange o inteiro no voejar
não deixa que a vida pela metade seja

Ella Dominici

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Eu sou

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Eu sou’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
O Sol dourado que abre os olhos do dia, resplandece e reluz,
vicejando nos jardins floridos da manhã.
O Sol dourado que abre os olhos do dia,
resplandece e reluz, vicejando nos jardins floridos
da manhã.
– Imagem criada pela IA do Bing

O Sol dourado que abre os olhos do dia,
resplandece e reluz,
vicejando nos jardins floridos
da manhã.

Na fase lunar,
a Lua cheia refulge plena e intensa,
de magia e pudor,
se derrama solitária
enevoando as estrelas.

A pedra lapidada, forte à ventania,
às tempestades,
a solidez no murmurejo das águas,
mistérios, segredos.

O tempo que existe
na poesia da bela tarde,
sob um Sol que finge não querer se pôr,
o sonho realizado,
a arte de amar e ser amada.

A terra e seus enigmas
origem da vida, base firme,
diversidade,
beleza que encanta.

O ar que respiramos,
o sussurro do vento inconsútil
e seus murmúrios
na solitude da tarde.

A água indispensável à vida,
ondas do rio/mar resvalam sorridentes,
beijam as areias,
mergulham
na paisagem dourada
no limiar do dia.

Ao fogo ardente da paixão avassaladora, um
lampejo ao eterno e sublime êxtase.
Eu sou o Amor,
eu sou.

Ceiça Rocha Cruz

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