O relógio do tempo
Sandra Abuquerque: ‘O relógio do tempo’


às 16:42 PM
Que um dia dois seres pensaram em nós isto é fato.
Nos planejaram ou nascemos do acaso.
Talvez …
Tenhamos sido adotados.
Apenas nesta passagem de tempo
Quantas experiências foram vividas
Por aqueles que nos antecederam !
Sorrisos, lágrimas
Raiva, euforia
Dificuldade do dia a dia
Ou um berço dourado.
Um ser ou mais
Gerados biologicamente
Ou através de uma adoção
Não importa
A forma como chegamos ao mundo
E fomos integrados a uma família.
E sim…
Que aqui estamos.
Uma família biológica ou adotiva
Herdamos muito dos antepassados
Mas nos moldamos ao ambiente.
Passamos pelo relógio do tempo
Fomos apresentados a três fases:
À infância: boa ou com marcas
À adolescência: onde as verdades são descobertas
E à adulta: o enfrentamento dos desafios.
A fase adulta se subdivide:
Até aos vinte está tudo bem.
Aos trinta, ainda sente-se no auge..
Mas aos 40 começa a pensar:
-Logo terei 50, metade de 100
É, a velhice tá chegando!
Quando entra os 60, pensa erradamente:
Estou perto de morrer!
Mas se esquece
Que quanto mais se vive
Mais experiência adquire.
Já não tem pressa de responder
Pois o sábio pouco fala.
Já tem consciência do que quer,
Pois já viveu os seus devaneios
E a consequência dos mesmos.
Reconhece é um bom vinho
E, talvez, até de qual vinhedo provém
Mas há os que não bebem.
E isto nada muda
Aprecia um bom livro
Admira um bom filme
E uma boa música ressoa em seus ouvidos.
Cada ruga é um detalhe de uma história vivida.
Quantos gostariam de viver longos anos.
Mas por causas naturais ou acidentais
Partem cedo.
Há quem diga que cumpriu sua missão
Ninguém vem a este plano por acaso.
Querendo ou não
Chegando a hora de partir
A morte gera desculpa.
Todo tempo é demarcado
Todos têm a sua ampulheta
É nela que seu tempo é demarcado
Pense nisto e não questione.
Comendadora poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro,18 de julho de 2025