Talvez
Loide Afonso: Poema ‘Talvez’
Pare
Pare de sorrir, aqui não tem câmera nenhuma
A escuridão é igual à felicidade
Não se engane
O outro nunca vai chorar
Com as nossas lágrimas
Nem olhos
Talvez por empatia.
Eu disse talvez.
Um dia eu sorria
De verdade
Sem falsidade
Por um alarde
Se eu vir
O escuro
Como cidade
Será minha felicidade
Vou repetir :
Aqui, não tem câmera nenhuma!
Loide Portugal
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Início da primavera
Entre sonho e realidade
Nilton da Rocha: Poema ‘Entre sonho e realidade’
Na caixinha da vida, surpresas a cada aurora,
Entre sonho e realidade, minha mente se demora.
Nos teus braços, amor me perco no encanto,
Num sonho tão profundo, que temo o despertar em pranto.
Medo de acordar e não te encontrar,
Pois contigo a felicidade vem morar.
És o sonho mais doce que a mente concebeu,
Sem ti, minha existência vagueia sem alento, sem seu.
No escuro da noite, sem tua luz, eu me perco,
Teu amor é o farol, o porto onde ancoro meu barco.
Quero sonhar contigo para sempre, sem despertar,
Pois contigo, minha vida é um poema a rimar.
Nilton da Rocha
Contatos com o autor
Com gosto
Eliana Hoenhe Pereira: Poema ‘Com gosto’
Vou além
naquilo que me convém.
Escolho me amar,
sonhar e realizar.
Abro-me às oportunidades
sem me perder em futilidades.
Tenho sede de infinito,
flui no meu sorriso.
Estendo a felicidade
para que tenha mais durabilidade.
Dispo-me de todo machismo e racismo
e faço da poesia minha companhia.
Atrevo e escrevo,
livre pela natureza
floreada de delicadeza.
Abraço com gosto
e nada deve ser imposto.
Eliana Hoenhe Pereira
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Soneto para Paulo
Virgínia Assunção: ‘Soneto para Paulo’
Paulo, amado amigo e tão querido,
Neste dia, meu coração declama,
Este poema, pois celebra contigo
Mais um ano da tua bela trama.
Nossa amizade em nós se fez alento,
Fez-se laço forte, doce e verdadeiro,
Nosso afeto é mais que um simples vento,
É semente; flores nas mãos do jardineiro.
Neste teu dia, te desejo alegria, alegria…
Que o amor te envolva em cada instante,
E a felicidade seja sempre tua guia.
Feliz aniversário, amigo constante,
Que a vida te sorria em harmonia,
E a luz do teu ser sempre nos encante.
Virgínia Assunção
Contatos com a autora
Que dia começamos a nos tornar neuróticos?
Lina Veira: ‘Que dia começamos a nos tornar neuróticos?’
“Que dia começamos a nos tornar neuróticos?”, eu pensei. Olha ao seu redor, como as pessoas estão? O seu olhar…. comportamentos, atitudes com o outro… Estão doentes. Não precisa ser médico para perceber isso, basta ter sensibilidade. Observar detalhes. Sim, pois o ser neurótico não vem de repente como uma barata voadora e pousa na gente. Começamos a nos tornar neuróticos aos poucos. E não combina com a desculpa de trabalho, da família, da escola, do casamento, da cultura, do país, do governo, disso e daquilo. Nós somos frutos das escolhas que fazemos!
Podemos escolher ser graça ou desgraça na vida de alguém, na nossa vida… Somos nós a cultura de nossa vida! E é preciso ter uma autorresponsabilidade de tudo a nossa volta. Em algum momento fomos crianças tranquilas e inocentes? Fomos. Tínhamos paz e felicidade absoluta, que bom. Sem estarmos envolvidos com tanta tecnologia suicida que nos consome e adoece. Mas ao longo dos anos estamos optando por perder isso. É mais fácil clicar, não levantar, não fazer… excluir sem conversar… viver sozinho.
Será? Bem-vindo ao laboratório humanoide! Pois é, não tenho dúvida de que a ciência, já de quinhentos anos em nossas vidas, tenha acelerado esse processo maquinário e neurótico. E olha que não estamos no topo do mundo em tecnologias, mas hoje o Brasil é o país número um de pessoas com transtornos mentais. Isso é preocupante para nossos filhos e o futuro. Com o avanço da ciência, passamos a organizar um novo comportamento e olhar – mas perdemos a sensibilidade, embora percebendo que somos mais frágeis e instáveis do que as máquinas. E sem sensibilidade geramos um desconforto desconhecido de querer entender tudo e de nos aproximar da perfeição a qualquer custo. Paraaaa!
Nenhuma máquina vai substituir uma acolhida, uma palavra de conforto, um encontro e sorriso nas horas angustiantes de sua vida. Nenhuma máquina vai lhe dar o abraço que suaviza toda dor. Preencher o vazio do seu coração, ou fazê-lo sorrir quando tudo parecer desabar a sua frente. E sabem por quê? Porque nenhuma máquina ou tecnologia até agora foi programada para o AMOR, ou descobriu a melhor aplicação do verbo amar. Somos nós, os únicos e exclusivos prontos para isso – para o outro, para o amor!
Lina Veira
19 de agosto de 2024
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