Caatinga
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Caatinga’
Fim de tarde.
Na várzea do meu sertão,
mata seca,
chão ressequido,
solidão.
Galhos secos e avencas,
espinhos de mandacarus
perfuraram meu peito.
Feridas abertas de saudades
que se derramam na janela
do tempo.
Falta você…
Você é o meu sol
a desabrochar
inebriando o dia.
O vento a sussurrar
aos ouvidos, versos poéticos,
meu abraço,
meu tudo…
Lá do alto,
carcará e gavião sorridentes,
espreitam,
emolduram o cenário.
Hoje a caatinga voltou a sorrir.
Você trouxe a chuva,
guardou o sol,
aprisionou-me na sua história
e no seu amor.
A alegria invadiu o meu viver.
A caatinga do meu peito
transformou-se,
inundou com o seu rio,
a várzea do meu sertão.