Estudantes da EMEF. Coronel Esmédio visitam a FLONA de Ipanema
Localizada entre os municípios de Iperó e Araçoiaba da Serra, a FLONA é uma Unidade de Conservação Ambiental
Estudantes da EMEF. Coronel Esmédio visitam a FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Estudantes dos 7ºs anos A, B e C da EMEF Coronel Esmédio, da cidade de Porto Feliz, tiveram a oportunidade de conhecer um dos mais importantes sítios históricos de nossa região: a Floresta Nacional de Ipanema. Localizada entre os municípios de Iperó e Araçoiaba da Serra, a FLONA, hoje uma área de Proteção Ambiental, já abrigou a primeira siderúrgica do Brasil e das Américas, a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, constituída em 1811, por Dom João, príncipe regente de Portugal.
O sítio histórico é composto pelos prédios da antiga fábrica, pelos altos-fornos utilizados para transformar a magnetita, minério presente na localidade, em ferro derretido (gusa); e, também, pelas casas da vila.
Os estudantes percorreram, ainda, a trilha da Pedra Santa, no morro do Araçoiaba, onde tiveram contato com o monumento a Francisco Adolfo de Varnhagem, considerado o pai da História do Brasil, e que viveu seus primeiros anos em Ipanema. Ainda tiveram contato com a primeira cruz fundida na fábrica de ferro e com a gruta onde viveu Giovani Maria D’Agostini, um misterioso monge italiano que ganhou fama de milagreiro.
O projeto dessa excursão foi realizado pelo professor de História da unidade escolar, Carlos Carvalho Cavalheiro, que promove essas visitas há 19 anos, desde que assumiu seu cargo por concurso público em 2006. Acompanharam os alunos nessa excursão, além do professor Carlos, os professores Fernando Piazentin e Aline Santos.
Na FLONA os estudantes foram recepcionados pelos guias Rodrigo e Rafael Gonçalves, que explanaram sobre as questões ambientais e históricas daquele lugar. O projeto recebeu apoio da equipe gestora da escola formada pelo diretor Daniel Piasentin, pela vice-diretora Fabiana Gutierrez Ruiz e pela coordenadora pedagógica Elizabety Batoni Bragagnolo.
Fotos da visita à FLONA
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Visita à FLONA de Ipanema. Foto por Carlos Carvalho Cavalheiro
Historiadores e fotógrafos sorocabanos realizam expedição à FLONA – Floresta Nacional de Ipanema
Os objetivos da expedição foram promover e conhecer a história da FLONA, Berço da Indústria Siderúrgica Brasileira
Carlos Cavalheiro
Mais de duas décadas se passaram, porém, para os historiadores Carlos Carvalho Cavalheiro e Adofo Frioli e os fotógrafos Edson Toshio Kubo e Jovil Franco Júnior a história e as imagens da expedição à Floresta Nacional de Ipanema se perpetuaram no tempo.
Agora, mister se faz rememorá-la!
Há tempos que esse passeio era planejado. É necessário esclarecer que Edson, Jovil e Carlos eram funcionários do Fórum de Sorocaba. Embora trabalhassem em funções diversas, se conheciam desde há muito tempo. O interesse pela fotografia e por lugares históricos e, ao mesmo tempo, de belas paisagens, era o elemento agregador do grupo.
Adolfo Frioli
Por ser historiador, Carlos Carvalho Cavalheiro conhecia Adolfo Frioli, também pesquisador de história regional e que exerceu a função de diretor do Museu Histórico Sorocabano por quase trinta anos. Então, partiu do Carlos a ideia de convidar o Frioli para o passeio planejado na Fazenda Ipanema.
No dia 20 de maio de 1998, após prévio agendamento, os historiadores Adolfo Frioli e Carlos Cavalheiro e os fotógrafos Edson Toshio Kubo e Jovil Franco realizaram uma expedição à FLONA – Floresta Nacional de Ipanema, que teve como guia acompanhante o senhor João Mateiro. O senhor João era um dos principais guias autorizados a percorrer com grupos agendados as matas da Floresta Nacional de Ipanema. Nascido na área rural, João tornou-se “Mateiro”, ou seja, alguém com habilidades especiais para caminhar por dentre a mata. Hoje, com tantos programas de sobrevivência nas TVs, João Mateiro seria alguém conhecido como Bear Grylls, Ed Stafford, Coronel Leite, Léo Rocha, Les Stroud, Karina Oliani, Cat Bibney ou qualquer outros desses realities-shows de sobrevivência que abarrotam os canais de TV pagos.
Jovenil Franco Júnior. Ao seu lado, a esposa, Silene
Além do profundo conhecimento de como deslocar-se pela mata, João Mateiro especializou-se nos vestígios históricos presentes na Floresta de Ipanema, desde aqueles mais evidentes, como as construções da antiga Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, até outras mais escondidas como as ruínas dos fornos de Afonso Sardinha e a gruta do Monge do Ipanema.
Segundo depoimento do fotógrafo Edson Toshio Kubo, “foi uma verdadeira aula de História ao vivo!”
Edson, visivelmente emocionado, não obstante o tempo passado, continua a narrativa:
“Partimos do Centro Administrativo da Fazenda Ipanema, no município de Iperó/SP. Antes do início da trilha houve explanação do guia João Mateiro, que passou algumas orientações de como se portar na mata, não descartando resíduos alimentares, lixo, passar repelentes de insetos, fazer silêncio e, no caso de cruzar com algum animal silvestre, permanecer imóvel”.
Edson Toshio Kubo
No horário marcado, iniciarmos aquela ‘viagem histórica’, sempre com os preciosos conhecimentos do Sr. Adolfo Frioli. Visitamos os prédios históricos como a casa das máquinas, os fornos, o Portal da Maioridade de Dom Pedro II, a represa que foi formada pelo rio Ipanema, para gerar energia ao complexo siderúrgico.
Começamos, então, a subida ao Morro do Araçoiaba, buscando-o por uma estrada de terra que o ladeia. Ao final da estrada, João nos mostrou as ruínas dos fornos de Sardinha. Entre 1589 e 1599, esse português esteve no Morro a procura de prata. Encontrou ferro a partir da magnetita e sua descoberta ajudou na fundação da primeira Vila da região, a de Nossa Senhora de Montserrat.
A vila não prosperou, mas marcou o início de uma povoação. As terras que englobavam a atual Floresta Nacional de Ipanema só serão povoadas novamente no século XVII, com Baltazar Fernandes que funda o povoamento de Sorocaba.
Em 1811, surge a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, por ordem do príncipe Regente Dom João. Alguns anos antes, em 1808, a família real portuguesa aportara no Brasil, afugentados pela invasão napoleônica na Península Ibérica. Com a construção da Fábrica de Ferro, tocada por técnicos estrangeiros, suecos e alemães, a história daquele local toma outro rumo.
Visitamos o Cemitério Protestante, que em 2017 serviu como locação para o filme ‘A Fera na Selva’, tendo por roteiristas Paulo Betti, Eliane Giardini, Rafael Romão e Luiz Arthur Nunes. Esse cemitério surgiu por ordem real, já que parte dos funcionários da Fábrica de Ferro eram protestantes e não poderiam ser enterrados, no caso de falecimento, em cemitérios que eram, na época, administrados pela Igreja Católica.
Encontramos a ‘Casa do Índio’ que, segundo algumas pessoas, seria um “monge” que habitava o pé do morro de Ipanema.
Registramos também as três cruzes no alto do Morro de Ipanema, de onde se tem uma bela vista de parte de Araçoiaba da Serra e também de Sorocaba.”
A expediçãode tal forma marcou a memória de seus participantes que, após essa viagem, o historiador Adolfo Frioli adquiriu uma propriedade nos pés do Morro de Ipanema, onde reside atualmente. Segundo conta o próprio Adolfo Frioli, no alto do Morro ele recebeu o “chamado” para viver ali, tão perto do início de toda a história do povoamento branco – e também indígena – de Sorocaba.