Eu a amei, recuso-me a dizer: Nevermore! Escrevo E-cartas com súplicas e clamor, Nessa solidão, minhas fúrias com primor, Revejo fotos, tudo em mim é rememore.
És a ave que grita do busto: “Não demore?” Nunca mais vou viver com medo, sem cor, Que me negues o beijo que causa tremor, Um jovem que toca o seio e se enamore.
Converso com a ave, ela espera que eu melhore, E faça uma nova poesia, que só piore, Teço linhas recheadas do mais puro fervor.
Dediquei palavras, com o mais puro amor, Dos negros cumes, profundos céus, meu temor, Nevermore, meu luto eterno, que apavore.
Carlos Carvalho Cavalheiro: 'CMOS recupera foto histórica de Primeiro de Maio'
CMOS recupera foto histórica de Primeiro de Maio
O Centro de Memória Operária de Sorocaba (CMOS) acaba de realizar um trabalho valoroso para a preservação da história dos trabalhadores. Trata-se da foto da primeira comemoração ao Dia do Trabalhador, realizada pelo Círculo Socialista Enrico Ferri, de Sorocaba em 1904.
A foto original, bastante deteriorada pelo tempo e por acondicionamento inadequado, pertence ao acervo da Biblioteca Carlo Aldegheri – Guarujá, uma entidade anarquista que tem por objetivo a difusão da história, memória e filosofia anarquista e das lutas operárias. “Recebi a foto do amigo Marcolino Jeremias que cedeu uma cópia digital. Essa cópia está em condições ruins de preservação. Mesmo assim, o CMOS a utilizou na exposição virtual inaugurada no dia 1º de Maio deste ano”, afirma o historiador Carlos Carvalho Cavalheiro.
Foi quando o historiador encontrou nas redes sociais o restaurador de fotos Wagner Soares que analisou a foto e entregou um orçamento para recuperação digital. Carlos Cavalheiro, então, realizou uma campanha de arrecadação de fundos em que cada contribuinte pode adquirir um de seus livros.
O resultado foi surpreendente e, a despeito das condições originais da fotografia, pode-se recuperar significativa parte dos elementos da imagem.
Sorocaba poderia ter sido a primeira cidade a comemorar a dia Primeiro de Maio em 1894. No entanto, a data era uma forma de arregimentar os trabalhadores para a conscientização da luta por melhores condições de trabalho. Por esse motivo, tal comemoração era criminalizada na época. No dia 23 de abril daquele ano, dois anarquistas, Alexandre Levy e Angelo Belcote foram presos por afixarem cartazes convocando os trabalhadores para a manifestação do Primeiro de Maio. Esse importante documento foi enviado ao historiador Carlos Cavalheiro pelo pesquisador Pedro Figueiredo Alves da Cunha que o encontrou no Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Dez anos depois, o Círculo Socialista Enrico Ferri promoveu a primeira manifestação da simbólica data dos trabalhadores. Os jornais da época noticiaram que o evento foi acompanhado pela banda Ordem e Progresso, de Sarapuí. É exatamente essa imagem que se pode ver na fotografia agora recuperada graças ao empenho do Centro de Memória Operária de Sorocaba.
O objetivo do CMOS é esse mesmo, ou seja, o de preservar e divulgar a memória dos trabalhadores de Sorocaba e região, conforme garantem os seus associados.
Colaboraram com a campanha para restauração digital da foto: Paulo Celso da Silva, Sílvio José Piovani Júnior, Débora Priscila de Oliveira, Adriana da Rocha Leite e Élcio Mário Pinto, Paulo Silveira Melo Sobrinho, Adilene Ferreira Carvalho Cavalheiro, Débora Basso, Eliane Regina de Araújo Cortez, Antônio Del Lomo, João Luis Batistela e Marta Cassar.
Para quem quiser visitar a exposição virtual do CMOS poderá fazer por meio da página:
Adriana Negrini, colunista do ROL, além de poetisa revela mais um de seus talentos: a fotografia!
Falar sobre fotografia, para Adriana, é como falar sobre a própria vida, com suas cores e aromas
Adriana Negrini é uma sorocabana que navega de velas abertas pelos Mares da Cultura.
É conhecida como consagrada poetisa, premiada em vários concursos literários nacionais e participante da antologia ‘100 Poetas Lusófonos Contemporâneos, promovida pela Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas.
Em 2019 foi vencedora da enquete Melhores do Ano 2018, promovida pelo Jornal Cultural ROL, nas categorias Melhor Colunista do ROL de Sorocaba, Melhor Colunista Virtual e Melhor Poetisa.
Entretanto, o talento, a sensibilidade de Adriana vai além, incursionando na música, na dança e, em especial, na fotografia.
Falar sobre fotografia, para Adriana, é como falar sobre a própria vida, com suas cores e aromas:
“Comecei a tirar fotos ainda adolescente, pois desde criança via muitas pessoas tirando e minha mãe tinha uma máquina fotográfica, porém, não deixava pegá-la. E, bem dizer, ela nem usava, mas…
Os anos foram passando, e eu sempre pensava em poder tirar fotos da natureza, dos animais, dos meus amigos. E o desejo era tanto que ganhei uma máquina fotográfica do meu pai, mais ou menos, entre 77/78.
Como fiquei feliz!!! E com isso, sempre estava tirando fotos dos meus amigos, dos aniversários, dos passeios, viagens, dos animais, da natureza… tudo era motivo, contudo, como usava filmes, tinha que tomar cuidado para o filme não acabar.
Tirei bonitas fotos, com a minha primeira máquina fotográfica!! Mas, essa era bem simples, para iniciantes, vamos dizer! E ele, vendo que eu gostava mesmo, em 1982 ganhei uma bem melhor, porque as fotos não saiam ‘quadradas’, digamos assim, eram retangulares, e a máquina tinha bem mais opções.
Quando eu i à praia, sempre comprava filmes de 24 (ou um de 24 e um de 12 do que apenas um de 36), pois, conforme o tempo, nem sempre usava tudo, ou usava até demais, então, um, sempre ia de reserva, e quando eu colocava o filme na máquina, punha bem no início. Assim, muitas vezes conseguia tirar 26 fotos com um filme de 24, ou 14 com um de 12.
Enfim, na praia, sempre levantava cedo para ver o sol nascer. Até hoje acho muito lindo ver ele nascendo. E seu reflexo na água do mar me encanta e me dá uma força!!
Mas, as pessoas, ‘tiravam sarro’ de mim por eu gostar disso. Fazer o que né? Pois, um certo dia, levantei cedo, fui até a praia. O céu estava hiper nublado, e, mesmo assim, o Sol nasceu lindo, mas, em seguida, se escondeu por trás daquelas nuvens, e ali ficou por uns quatro dias. E nesses dias, só choveu. Ninguém viu o Sol, apenas eu!!! E quando revelei o filme, achei lindo!!!
Aliás, acredito ter sido uma das fotos mais lindas que tirei!! Tanto que até fiz um quadro com essa foto!!!
E continuei tirando fotos.
Mais para o final da década de 80, meu pai me ajudou a fazer minha primeira exposição na Casa da Cultura de Sorocaba. Foram fotos, principalmente, das ‘Sete Quedas’ que, hoje, não existem mais, agora se tornou a represa de Itaipu. E eram tão lindas… E arco-íris! Puxa!!! Quanta felicidade!!!
E mais felicidades vieram, com outras fotos, que nem esperava um dia conseguir e com um concurso do qual participei.
E depois dessa, vieram mais três exposições. E os temas sempre foram: as paisagens. Adoro!!! E com certeza, virão a quinta, a sexta…
Enfim… comecei pequena, digamos assim, e até hoje tiro muito, pois, agora, as máquinas são digitais e posso tirar quantas quiser, não preciso ficar olhando onde a máquina mostrava quantas já foram tiradas e quantas sobraram. E assim, vou ‘captando’ tudo que acho bonito.