Gestão da comunicação

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Gestão da comunicação’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Gestão da comunicação
Imagem gerada por IA do Bing - 21 de outubro de 2024 às 6:29 PM
Gestão da comunicação
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Gerir a comunicação, competentemente, é uma tarefa de todos, nas suas relações interpessoais e intergrupais e, mais exigentemente, naqueles que exercem atividades de alguma ascendência sobre todos os outros, sejam subordinados e/ou dependentes. Aqueles que têm a obrigação de comunicar correta e educadamente. 

De uma gestão competente da comunicação, podem resultar situações favoráveis para as pessoas abrangidas pela comunicação, desenvolvida no seio de uma organização, qualquer que seja a sua natureza: política, religiosa, social, empresarial, pública ou privada, nacional ou internacional. 

Gerir a comunicação é uma condição para o sucesso individual e coletivo, na perspectiva da obtenção de resultados que, na circunstância, equivale, também, a resolver problemas que afetam as pessoas, individualmente consideradas, e as próprias comunidades onde elas se inserem. 

Cada pessoa é gestora de si própria, de tudo quanto idealiza, planifica executa, valida pelos objetivos fixados e atingidos e, correlativamente, responsável pelos sucessos e pelos fracassos. Quanto melhor preparada a pessoa estiver, tanto mais e excelentes serão as probabilidades de êxito. Quanto melhor souber aplicar os seus conhecimentos, experiências e emoções, tanto melhor conseguirá integrar-se num determinado contexto sociocultural, político-institucional e técnico-profissional. 

Os princípios gerais que se aplicam à gestão empresarial, em geral, podem adaptar-se à gestão da comunicação, em particular. Saber gerir a comunicação, no tempo, no espaço e numa dada situação concreta é, de facto, uma ciência, muito importante nos dias conturbados que as sociedades atravessam, e as pessoas sofrem, sem culpa, quantas vezes, sem saberem porquê.

Gerir a comunicação significa: utilizar bem os recursos linguísticos em ambientes de transparência recíproca, isto é: emissores e recetores da comunicação, devem utilizar os mesmos códigos, canais iguais, semânticas idênticas, em contextos reais de relacionamento interpessoal assertivo no ato comunicacional, para se chegar a resultados satisfatórios para os interlocutores.

Num tempo, e num espaço, que se desejam de profunda harmonia, compreensão, tolerância, solidariedade e paz, desenvolver estratégias que visem resultados do tipo “ganha/perde”, em que uma das partes ganha tudo e a outra perde tudo, poderá não ser a melhor gestão da comunicação, porque o adágio, segundo o qual: “Vencido mas não convencido”, a médio prazo, pode trazer retornos de consequências imprevisíveis. 

Vencer o interlocutor com base em argumentos: falaciosos, porque falsificados; agressivos, porque intimidatórios; manipuladores, porque hipócritas; passivos, porque, comodamente, indiferentes e, aparentemente, inofensivos, vão criar novas situações, mais complexas, porque suscita a dúvida, a incerteza, a desconfiança e o sentimento de desforra.

Parte relevante da conflitualidade, hoje existente um pouco por todo o mundo, deve-se ao uso, e abuso, de uma comunicação agressiva, demagógica e descontextualizada. Entre outras situações, possíveis de serem identificadas, quer ao nível particular, quer no domínio público, verifica-se, em certas atividades, objetivamente na política, que a comunicação pretende e, em muitos casos, consegue, influenciar os cidadãos para a tomada de posições num determinado sentido, favorável ao grupo e/ou candidato que usa a comunicação ambígua e desfasada das realidades: sociocultural, económica e profissional, em que é transmitida. 

Resultados idênticos acontecem quando a comunicação e o relacionamento interpessoal, deles resultantes, assumem aspetos conflituosos, no sentido mais negativo do termo conflito, dando origem a desentendimentos, a maior confusão e ao sentimento de vingança. 

O conflito civilizado é necessário quando ajuda a esclarecer, quando encontra soluções favoráveis ao todo, no respeito pelas diversas partes. A comunicação conflituosa, desde que assertiva, constitui um caminho possível, quando ela resulta, apenas, de pontos de vista divergentes que urge aproximar de uma nova posição consensual, entre as partes em desacordo, o que se consegue democrática, tolerante e compreensivamente.

O princípio da comunicação esclarecedora, formativa, pedagógica e inclusiva dos pontos de vistas consensuais, dos diversos interlocutores, constitui um bom método para a resolução de conflitos, para solucionar problemas que, inicialmente, se apresentavam insolúveis, bem como para obtenção de resultados que favorecem a compreensão e o respeito entre os cidadãos, os quais têm que ser competentes, no relacionamento interpessoal, através da comunicação verbal e não-verbal, para que o resultado final “ganha/ganha” seja alcançado.

Também aqui se exige competência no Saber-ser e no Saber-estar, simultaneamente com este Saber-fazer a comunicação, justamente, no respeito pelas regras que estabelecem o uso da língua, que orientam para os valores essenciais da sociedade democrática, solidária e culta, entendendo-se aqui a cultura no seu sentido antropológico, no respeito pela diversidade das demais culturas.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Hierarquia dos afazeres

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Hierarquia dos afazeres’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Sociedade contemporânea
Sociedade contemporânea
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A sociedade contemporânea vive a um ritmo acelerado, alegadamente sem tempo para muitas das atividades humanamente importantes, porém, e por vezes, com demasiado tempo para as tarefas secundárias, ou mesmo supérfluas para a comunidade. Naturalmente que cada pessoa é livre para ocupar o tempo como muito bem entender, todavia, não lhe poderá assistir nenhuma razão quando reivindica regalias e benefícios diversos, se para eles não contribuiu. 

A alegada falta de tempo para intervenções de natureza social, por exemplo, é provável que tenha a sua origem na dificuldade que as pessoas, e as organizações, têm em definir objetivos, estabelecer prioridades, selecionar recursos: humanos, técnicos, logísticos e financeiros, executar e, finalmente, proceder à avaliação de resultados.

Na hierarquização dos inúmeros afazeres: quotidianos, semanais, mensais, anuais e ao longo da vida, deparam-se dificuldades diversas, que: por inabilidade, ou falta de condições objetivas, impedem que se estabeleçam as diferentes prioridades, além de que, é fundamental distinguir, por exemplo: o que é urgente; o que é importante; o que é urgente e importante; e o que não é nada disto.

Estabelecer prioridades implica: em primeiro lugar, a existência de objetivos bem definidos, contextualizados, no tempo e no espaço, sendo certo que quanto mais objetivos se pretender atingir, maiores serão as dificuldades na sua priorização, nos recursos a utilizar, na realização e na avaliação.

Na prática, trata-se de saber gerir objetivos, sem perder a noção que em qualquer gestão, se visa alcançar resultados e, nessa perspectiva, é importante a intervenção de uma liderança esclarecida, competente e dinâmica. Definidos os objetivos, identificada a liderança, torna-se indispensável estabelecer as prioridades. Aqui, podem entrar diferentes, eventualmente contraditórias, variáveis, justamente, em função da maior ou menor urgência, da maior ou menor importância, que cada objetivo tem, num determinado processo e contexto. 

Ao nível pessoal, da vida corrente de cada pessoa, estabelecer prioridades não será muito difícil, pelo menos se houver consciência das tarefas que vão sendo necessárias realizar e, neste quadro, uma relação/lista diária dos afazeres poderá ser suficiente. 

Sem entrar nos recursos da tecnologia moderna, pela utilização de programas informáticos, para gestão do tempo, face às tarefas a realizar, e para o controlo pessoal dos afazeres individuais, poderá ser suficiente elaborar uma lista de prioridades com apenas duas variáveis – urgência e importância.  

Realizadas as diferentes diligências, ultrapassadas as fases essenciais do processo de planificação, pode-se avançar para o conceito de determinação das prioridades, relativamente ao processo de fixação dos objetivos, que constitui um processo suplementar.

Realizada a investigação científica, julgada pertinente, e ainda antes de entrar na parte prática do presente trabalho, importa deixar bem claro, que estas técnicas se podem aplicar em qualquer parte do mundo, já que os problemas sociais são muito idênticos. 

Nesse sentido, quando se refere Câmara Municipal, em Portugal, terá o seu equivalente na Prefeitura, no Brasil; pela mesma lógica, mencionar distritos, regiões ou províncias em Portugal, poderá ter o seu equivalente nos Estados do Brasil, etc. Feitos estes esclarecimentos prévios, pode-se passar à prática, no âmbito, por exemplo, do Poder, indistintamente de ser o Poder político central, regional ou local, como o Poder de uma empresa ou, ainda, de uma Organização Não-Governamental, incluindo nestas as instituições religiosas e sociais.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Sônyah Moreira: 'O que nos move são ideias e não hierarquia!'

“As ideias são o que nos move; é preciso  hierarquia, sem dúvida, porém, só ela não fará com que as coisas cotidianamente funcionem.”

 

O que nos move são ideias e não hierarquia!

Percebemos ao longo de nossas vidas a enorme quantidade de pessoas aferradas à hierarquia, o “eu” que manda sem qualquer cuidado, infesta as instituições.

Já dizia um provérbio português: “cachorro com dois donos, acaba por morrer de fome”, é exatamente isso que acontece em um lugar onde muitos mandam, ou pensam que mandam, normalmente quem acha que manda, tem pouco conhecimento técnico,  e usa o autoritarismo frenético para amedrontar.

Perceba que a hierarquia é necessária, numa tribo indígena, por exemplo, existe apenas um cacique!

As ideias são o que nos movem; é preciso  hierarquia, sem dúvida, porém, só ela não fará com que as coisas cotidianamente funcionem.

Todos podemos em algum momento nos calar diante de desmandos e incoerências, todavia, haverá o momento  em que a situação confortável se transformará em incomodo, é exatamente neste instante, que você apertará o botão do “FUCK”.

Ressalto a necessidade de haver consenso e respeito, entre comandantes e comandados, porém, passar por cima de tudo que se acredita, abrir mão de seus valores, isso não poderá perdurar para sempre, tenha absoluta certeza, que o momento da revelia chegará.

O que nos mantêm vivos são as idéias e o que acreditamos, divergir é saudável, “unanimidade é burra” e pode levar milhões de pessoas ao holocausto.

Mas não podemos mover ninguém em um carro com dois volantes, há necessidade de o comando estar apenas em uma mão!

Rebele-se! Porém, não se esqueça:  o cachorro precisa de carinho de todos, mas apenas um dono!

FUCK!

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com