Historiador completa 30 anos de publicações sobre o passado de Cordeirópolis (SP)
Fazenda Ibicaba, em Cordeirópolis (SP). Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fazenda_Ibicaba.jpg
A partir do momento em que acumulou uma boa quantidade de informações recuperadas de diversas fontes, começou a publicar seus livros, desde 2012 até 2020.
No dia 10 de junho de 2025, o historiador Paulo Tamiazo completou 30 anos de publicações voltadas à recuperação da memória de Cordeirópolis. No dia 10 de junho de 1995 foi publicado seu primeiro artigo, no extinto jornal ‘Folha Popular’, mostrando algumas informações recuperadas de sua pesquisa realizada no antigo Cartório de Registro Civil e Anexos da cidade.
Com o passar dos anos, Tamiazo colaborou com diversos jornais de Cordeirópolis, como ‘A Tribuna’, ‘Jornal Expresso’ e ‘O Semanal’, e começou a publicar seus artigos no site ‘Cordero Virtual’. Também escreveu para jornais e revistas de Rio Claro e Limeira.
A partir do momento em que acumulou uma boa quantidade de informações recuperadas de diversas fontes, começou a publicar seus livros, desde 2012 até 2020. As pesquisas tiveram um avanço nesse período, especialmente pela digitalização de acervos como o saite ‘Acervo Estadão’ e principalmente a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. “Foi com o acesso a estes arquivos escaneados que foi possível definir a data correta da fundação da cidade: 9 de março de 1886”, lembrou.
Nos últimos anos, a dificuldade de acesso às fontes impressas tem prejudicado o seu trabalho, bem como a falta de apoio para suas pesquisas. No ano passado, estava prevista a publicação de uma nova edição do seu primeiro livro, mas o projeto não se concretizou.
“Também encontro problemas para acessar jornais de Rio Claro e Limeira, que só estão disponíveis em horário comercial, o que cria dificuldades, uma vez que tenho outras atividades neste período. O ideal seria ter autorização para pesquisas nestes acervos durante o fim de semana”, frisou o pesquisador.
Outro problema são os acervos locais. Devido à falta de um arquivo municipal que guarde os jornais editados na cidade, Paulo Tamiazo construiu seu acervo próprio, com jornais locais desde a década de 1980 até o fim das edições impressas. O problema ainda persiste com relação aos jornais que existiram nas décadas de 1970 e 1980: além da falta de acesso às edições impressas, são poucos os exemplares digitalizados. “Para que eu possa concluir meu trabalho, eu precisaria remover estes entraves”, finalizou.
Sobre Paulo César Tamiazo
Paulo César Tamiazo.(https://www.facebook.com/paulo.tamiazo)
O historiador Paulo Cesar Tamiazo, de Cordeirópolis (SP), nasceu em 25 de julho de 1972, filho de Edgar Tamiazo e Maria Aparecida Ronquizel Tamiazo. Estudou o ensino fundamental em sua cidade, o ensino médio em Limeira, cidade vizinha e é Bacharel e Licenciado em História pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Mesmo antes de se formar, já aproveitava o tempo livre para pesquisar sobre os fatos antigos da cidade. Pesquisando em bibliotecas da universidade livros sobre o período, verificou que a data que estava colocada antigamente no brasão do Município de Cordeirópolis, criado em 1967, não correspondia à realidade, pois tinha havido um erro na impressão de um texto utilizado para a confecção do brasão e da Bandeira de Cordeirópolis.
Foi seu primeiro trabalho, que motivou a apresentação de um projeto por todos os vereadores da cidade à época, para correção do erro, que foi sancionado pelo então Prefeito e se transformou em lei.
Desde junho de 1995, o historiador tem divulgado suas pesquisas na imprensa local e regional e na internet. Neste período, ele publicou oito livros, dois capítulos em obras coletivas, quase cem artigos em jornais impressos da cidade e da região e mais de cento e cinquenta textos em um site regional, além de realizar entrevistas em rádios locais e no Facebook.
Pelo seu trabalho, ele já foi homenageado em sua cidade com os títulos de ‘Profissional do Ano’, concedido em 2012 pela Câmara Municipal e em 2016 recebeu a Medalha ‘Amigo da Cultura’ da Prefeitura. Também foi responsável pela definição da data de fundação do município, cujo marco foi colocado na Praça Comendador Jamil Abrahão Saad, em Cordeirópolis, cidade do interior de São Paulo onde mora, trabalha e realiza pesquisas.
Nas sombras da História, um grito ecoou Rasgando o silêncio, a dor ressoou E a humanidade chorou em silêncio Marcando a sua alma, por tanto tormento.
Entre ruínas de vidas, sonhos despedaçados… Restou a esperança de corações marcados Cada lágrima caída, memórias foram esquecidas… São histórias vivas, lições recebidas.
Que esperanças nos livrem da sobra que nos esconde Que nos mostre a luz, que nunca responde Que este lamento seja somente uma renovação…
Trazendo esperanças aos nossos corações A voz da verdade clama por paz… Que mesmo ferida, nunca se desfaz.
Isabelly Vitória Monteiro Marques
Poema desenvolvido pela discente Isabelly Vitória Monteiro Marques, do 1º ano do Ensino Médio – Turma A, da E. E. Professor Mário Florence, de Novo Horizonte (SP), durante as aulas da disciplina de História, ministrada pelo Professor Clayton Alexandre Zocarato, em auxílio ao Projeto Poético empreendido pelos Professores Luis Carlos Souza (Luis De Paula) e Valéria Do Vale Kuryoz, da Sala de Leitura “Maria Gilda Florence De Biasi”, de temas transversais ao Currículo Paulista, valorizando a leitura e a escrita dos estudantes durante o ano letivo de 2025.
Yasmim Moreira da Silva: ‘História em várias faces’
Logo da seção Jovens Talentos
A ciência História é composta
Por assuntos múltiplos
Das pinturas rupestres
Dando um sentido de gestos frenéticos
E do desenvolvimento da inteligência
E o surgimento da fala
Voltando aos dinossauros
Sendo uma fonte histórica
Enigmática e fascinante
Através de seus fósseis
Do índio aos primatas
Tudo tem uma certa data
A História deve ser esquecida?
Talvez!
É fundamental saber sobre o passado
Para que não se cometa
Os mesmos erros no futuro
A cada dia que passa
Fazemos uma nova história
Todos os dias ela está conosco
Em nosso bolso
Carteira
R.G
CNH
Enfim
Tudo tem uma
História.
Yasmim Moreira da Silva
Poema desenvolvido pela discente Yasmim Moreira Da Silva, do 1º ano do Ensino Médio, da E. E. “Professor Mário Florence’, Novo Horizonte (SP), durante as aulas da disciplina de História, ministrada pelo Professor Clayton Alexandre Zocarato, em auxílio ao Projeto Poético empreendido pelos Professores Luis Carlos Souza e Valéria Do Vale Kuryoz, da Sala de Leitura ‘Maria Gilda Florence De Biasi’, de temas transversais ao Currículo Paulista, valorizando a leitura e a escrita dos estudantes durante o ano letivo de 2025.
Soldado Wandalika Seres dançam e bebem do suor da sua ignorância Imagem gerada pela IA do Bing – 2 de setembro de 2024 às 9:10 AM
“Cada ser enfrenta os desertos do caminho que escolheu.” Soldado Wandalika
Sons invadem o enredo no ciclo A história ilude atores que rezam no topo pelo pódio Não há rio que enfrenta lágrimas sem distorcer a fronteira alheia. No ar se percebe o brilho do espetáculo como casas pintadas no Sahara. Com letras se percebe o mundo cinzento por trás dos sons Anseios de desejos materializam factos. A marcha continua, as letras insultam o realismo poético, num universo estérico de conteúdo… Seres dançam e bebem do suor da sua ignorância Aflitos, buscam refúgios na poética. Patetas enganam o povo fabricando motivações entre as ilusões ocasionais.
Percepção das letras 5 capítulo da vida no asilo de lembranças. Vidas germinadas geradas na inocência dos dias que o tempo amaldiçoo. As letras entendem o que escrevem, fala sem acusações, prioriza o amor. Na busca pelo entendimento, compreende os seres…
Respiramos o mesmo ar em ângulos diferentes. Falamos das mesmas coisas com perspectivas distintas.
A natureza é um ponto de encontro entre Deus e Nzambi com os humanos…
Neste cenário a experiência fala alto na conexão da alma de quem permitiu-se mais.
A vida segue além de um ritmo embalsamado pelas falácias, crenças crescem entre as dúvidas dos cristãos, acusa-se quem vai mais além buscando a profundidade para compreender o os ângulos espirituais.
Lá fora perde-se a contagem das operações divinas, letras não mentem sobre a verdade encarnada verbalizando o Filho do Homem. Compreendo o poema e suas subjetividades Percebo a decisão de uma escolha que não recua A esperança só não morre porque é alinhada da coragem.
Braços fortes dão de frente com a arte Sonhos nascem no Mayombe Entardecer a amanhã e a caneta acelera o pulsar do heart.
Vidas nascem entre os sonhos da madrugada Letras fitam os olhos no presente do passado, com fé desacreditam no magistrado. Ritmos rotulam as letras na ponta da caneca O poço abre a boca para não morrer na dança Interroguem os poetas, pois a verdade está na alma Mas a caneta é sábia seleciona momento sabe quando expor o que a alma sente…
Artistas são sinceros quando correm pelo propósito de sua existência, porém quando evolve equipa e guita a verdade na arte fica turva, artista se corrompe. Quando estamos expostos à vitrine da life, entramos no jogo do equilíbrio em que a corrupção será solução para todos. Portanto, somos TODOS corruptos a nossa maneira, somos números então, todos fazemos parte de um sistema.
Deitar-se no divã: uma possibilidade de reescrever a própria história
PSICANÁLISE E COTIDIANO
Bruna Rosalem:
‘Deitar-se no divã: uma possibilidade de reescrever a própria história’
Bruna RosalemImagem criada pela IA do Bing
Desde a paciente mais icônica de Freud, Anna O. e seu pedido ao médico neurologista que a deixasse falar sem interrupções, dizia “a limpeza da chaminé”, através de seu relato livre, a técnica psicanalítica depois pensada por Freud ao ouvir o desejo de sua paciente em falar livremente, tornou-se uma espécie de ‘cura pela palavra’.
É claro que este método investigativo do psiquismo não foi construído assim tão facilmente, mas nos revela o quanto a possibilidade de falar o que vier à mente a um sujeito numa posição subjetiva de suposto saber de algo que o paciente não tem acesso, e mais ainda, poder escutar-se e inserir-se em sua própria história, nos dá notícias de que esta prática de escuta e fala tem possibilitado que os sujeitos reescrevam novos caminhos para uma vida menos angustiante e mais criativa.
A psicanálise nada promete, porém ao colocar o sujeito diante de seus próprios temores, desejos nefastos, ímpetos proibidos, repetidas decepções amorosas, de uma confusa orientação sexual, vícios desgastes, comportamentos sintomáticos, de um mal-estar indecifrável, baixa ou nenhuma libido sexual, gagueira e um nervosismo tremendo ao falar em público, das dificuldades em conseguir um emprego por nunca se achar suficiente, do árduo trabalho de luto, de um diagnóstico inesperado de uma grave doença, de perdas financeiras, de não conseguir engravidar, adicções diversas, fobias, dores inexplicáveis em determinadas partes do corpo, ou ainda, sentir-se incapaz de terminar qualquer tarefa…enfim, são inúmeras as aflições que nos atingem, deitar-se no divã pode ser o começo para transformar este vórtice perturbador que se inscreve na carne e traz sofrimento.
Divã (do turco diwan) é um móvel de origem oriental, uma contribuição para a psicanálise que o tomou como um dos instrumentos de manejo na análise. Diversas cores e formatos, uns mais largos, outros menores e estreitos, coloridos ou mais neutros, ornados com almofadas, mantas e afins. Tudo para tornar este novo espaço, a ida da poltrona para o divã, confortável e atrativa, por que não? Afinal, em análise a tal ‘passagem’ é a entrada do sujeito numa próxima etapa de seu percurso, mais intensa, mais íntima, mais aberta à escuta de seus fantasmas.
A superação das entrevistas iniciais, ‘entre – vistas’, do olho no olho, analista e analisante, para um lugar de quase isolamento, onde não há mais alguém olhando diretamente e a sensação de solidão, deitado, o sujeito depara-se com uma outra perspectiva de escuta.
A figura do analista ainda se faz muito presente, porém ao ‘perder-se de vista’, ‘ausentar-se’ do campo visual do sujeito, o psicanalista espera romper de maneira mais enfática a lógica comum de diálogo, da reciprocidade, da troca, das modalidades usuais de conversa. Agora, no divã, torna-se mais palpável as possibilidades de regressão, de acessar conteúdos mais profundos, latentes, reveladores, a intensidade da transferência aumenta, abrem-se caminhos para que os sonhos entrem em cena como mais uma fonte de investigação da vida psíquica do analisante.
É como se o sujeito permitisse conversar consigo mesmo, obter as próprias respostas e explorar novos horizontes sem a preocupação de ser validado. Certamente que este processo é bastante trabalhoso, leva tempo, disposição e muito desejo. E não há garantias. Há um caminhar, um sentir, um vivenciar. Momentos, histórias, experiências. Quem sabe um recontar.
Ao se entregar aos desafios do divã, notadamente um sentimento de desamparo é irrompido. Afinal, a primeira porta de entrada para o mundo veio através de um olhar, ‘da janela da alma’, seja da mãe, seja de quem o projetou ao ser que está chegando. Perder este contato é de fato um árduo exercício. A psicanálise vem nos ensinar neste momento, que é possível se sentir desamparado sem a necessidade de um amparo. É justamente neste ensejo que o sujeito tem a possibilidade de se questionar acerca de suas dores, sem que um outro esteja lá prontamente para acolhê-lo. Há uma inversão na lógica do discurso, ou seja, nem sempre o questionamento do sujeito vai encontrar uma resposta que o satisfaça, muitas vezes são mais dúvidas que vão surgindo, mais indagações, mais chances de viradas, elaborações e saídas criativas.
Por mais estranhamento que possa provocar a passagem ao divã, são nos efeitos deste movimento que a análise pode ajudar o sujeito a atualizar seu passado no presente próspero, num esperançoso futuro.
Estendido no leito (de morte?), um outro ser pode ressurgir das cinzas que outrora impregnadas em seu corpo o forjava. Reescrever narrativas, descobrir o amor (o ódio também), amar e deixar ser amado, desfazer-se do secreto prazer pelo sofrimento, libertar-se da prisão dos pensamentos, correr o risco de ser livre.