O itapetiningano José Augusto Albuquerque Barros, investigador da Polícia Civil, é um homem multifacetado que une suas paixões em um trabalho singular: a criação de histórias em quadrinhos
O itapetiningano José Augusto Albuquerque Barros, de 43 anos, investigador da Polícia Civil, é um homem multifacetado que une suas paixões em um trabalho singular: a criação de histórias em quadrinhos. Com 9 anos de experiência na criação de roteiros para grandes editoras nacionais e internacionais, Barros se destaca por sua habilidade em explorar os gêneros de terror e fantasia, enquanto equilibra sua carreira policial com sua vida como escritor e roteirista.
“Desde criança, sempre fui apaixonado por criar histórias e personagens. Com uma vasta coleção de videogames e quadrinhos, era apenas uma questão de tempo até que eu começasse a criar minhas próprias histórias”, conta Barros. O projeto que começou há nove anos evoluiu de simples xerox distribuídos para amigos e vizinhos para roteiros de quadrinhos publicados nacional e internacionalmente pela HB Comix e Kimera Comix. Seu portfólio inclui uma gama de gêneros, desde terror e ficção científica até fantasia e mangá.
Augusto enfrenta o desafio de conciliar sua rotina como policial com a criação de HQs. “O tempo é o meu maior inimigo”, admite. Com escalas variáveis e complexas como policial, ele conta com uma equipe dedicada para produzir suas histórias em quadrinhos. “Cada HQ é um trabalho colaborativo que vai desde a concepção dos personagens até a arte final e a logística de impressão”, explica. Sua dualidade de identidades – o investigador e o escritor – permite que ele administre suas múltiplas paixões.
A inspiração para suas histórias vem de diversas fontes, incluindo suas experiências profissionais e pessoais. “Situações inusitadas no trabalho, minha vida familiar, e até mesmo sonhos e filmes influenciam minhas criações”, afirma. Barros cita a homenagem à sua avó com Alzheimer em uma de suas HQs como um exemplo de como ele utiliza suas experiências pessoais para enriquecer suas narrativas.
Os gêneros de terror e fantasia atraem o policial civil por sua capacidade de explorar temas complexos e tabu de forma criativa. Em seu trabalho, ele procura usar o terror para criticar questões sociais e comportamentais, como em sua próxima HQ, Blind, que aborda temas como charlatanismo e corrupção. A fantasia, por sua vez, permite-lhe explorar a imaginação e criar universos onde o impossível se torna possível.
Um dos maiores desafios para Barros foi dar o primeiro passo e se fazer notar no cenário das HQs. Seu livro Obscurum – As Faces do Sol recebeu reconhecimento significativo, incluindo prêmios estaduais e nacionais. A recepção do público tem sido positiva, e ele está ansioso pelo lançamento de novos projetos, incluindo uma HQ bilíngue prevista para novembro de 2024.
Os planos futuros do policial civil incluem a conclusão da trilogia Obscurum, a publicação da HQ Casa de Repouso Magistral e o desenvolvimento de novos projetos como Nucleon. Ele também pretende lançar um CD com suas composições e explorar a produção musical. “A arte é algo inerente às pessoas, e meu objetivo é continuar criando e compartilhando minhas histórias”, conclui.
Barros vê o mercado de HQs no Brasil como desafiador, especialmente no interior, mas acredita que há oportunidades. “O mercado digital tem crescido, e grandes produções cinematográficas inspiradas em HQs ajudam a trazer novos leitores para esse universo”, afirma. Apesar das dificuldades, ele e seu grupo de Itapetininga estão determinados a expandir sua influência, um quadrinho por vez.
Para aqueles interessados em explorar mais sobre suas criações, as HQs de terror e fantasia de José Augusto estão disponíveis no site da Editora Kimera, e novos lançamentos estão a caminho, prometendo mais histórias emocionantes e inovadoras.
Matéria reproduzida do portal de notícias Itapê360º, de autoria de Juliana Cirila posted on11 de setembro de 2024, com o título ‘Policial Civil de Itapetininga cria HQs e mistura realidade com ficção’
N.E. Hoje (13 de setembro), José Augusto está completando 44 anos!
Exposição que reúne música caipira, história em quadrinhos e arte contemporânea circulará por cidades do Estado de SP
Contemplada pelo ProAC, produção de Yuri Garfunkel com curadoria de João Carlos Villela promove ao público a oportunidade de mergulhar no universo criativo da HQ A Viola Encarnada.
Considerada um dos ícones da música popular brasileira, a viola caipira é retratada na exposição multidisciplinar “Nos Braços do Violeiro” que ficará em cartaz até dia 20/04, em Bragança Paulista, e depois circulará por 5 cidades do Estado de São Paulo: São José dos Campos (de 27/04 a 25/05); Botucatu e Pardinho (01/06 a 10/08); São Luís Paraitinga (31/08 a 21/09) e Campinas (28/09 a 20/10).
Com curadoria de João Carlos Villela, a mostra é sobre “A Viola Encarnada: Moda de Viola em Quadrinhos”, um romance gráfico inspirado em mais de 80 canções do repertório caipira, com roteiro e artes visuais do desenhista, músico e educador Yuri Garfunkel.
A estreia da exposição gratuita “Nos Braços do Violeiro” foi no último sábado(24/02), na Casa Lebre, em Bragança Paulista, com a presença dos idealizadores, Yuri Garfunkel e João Carlos Villela; roda de viola com o músico Lula Fidalgo e participação das violeiras Mel Moraes, Ruth Rubbo, Marina Ebbecke, o violonista Rafael Schimidt e o violeiro Gabriel Souza, além do Duo Música de Interior com Aniela Rovani e Rafael Cardoso.
Foi uma verdadeira festa para celebrar a cultura caipira, a viola, a arte contemporânea.
De acordo com Yuri Garfunkel, a vontade inicial da Viola Encarnada era traduzir o universo da música caipira para a linguagem dos quadrinhos e das artes visuais.
. “Criar um ponto de vista pra diálogos contemporâneos com a nossa cultura. A estreia da exposição concretizou essa vontade.
Foi um grande encontro de pessoas interessadas em participar desse diálogo e um primeiro passo muito especial pra circulação que faremos durante esse ano”, declara Garfunkel.
Próximo evento
No próximo dia 23/03, a partir das 17h, os idealizadores da exposição‘Nos Braços do Violeiro’ promoverão uma roda de prosa sobre os processos de criação e curadoria, e exibirão o curta-metragem “Xangri-lá – A história de Quinzinho Vilela” (BRA | 2020 | Doc | 12 min), dirigido por Mário de Almeida, da Maravilha Filmes.
Quinzinho Viola é um poeta e violeiro de São Francisco Xavier, no interior do estado de São Paulo.
Criado na zona urbana de Caçapava, sempre procurou estar em contato com a sua identidade caipira, a natureza e as coisas simples.
Com cenas documentais e ilustrações animadas feitas por Yuri, que também compôs a trilha sonora, o curta-metragem narra a história de migração de Quinzinho em busca de seu ideal de vida. A entrada é gratuita. O evento seguirá com uma roda de viola.
Interação do público
Na exposição interativa “Nos Braços do Violeiro” ,o público terá a oportunidade de apreciar as páginas originais da HQ premiada pelo ProAC 2019, com introdução escrita pelo violeiro, professor e pesquisador Ivan Vilela e indicada ao prêmio HQ MIX na categoria Melhor Adaptação em 2020.
Umas das propostas da mostra, contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) Circulação, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, é promover a interação do público com os processos criativos do artista.
Desta forma, além do contato com os originais da obra e seus esboços originais, o visitante da exposição “Nos Braços do Violeiro” terá acesso à viola física que foi inspirada na viola vermelha de Tião Carreiro e encomendada ao Luiz Armando da luthieria Trevo, exclusivamente para este projeto.
Inspirado nesse universo, o público também poderá montar sua própria história em um painel com imãs das imagens da HQ.
Oportunidade para soltar a criatividade e fazer parte da mostra.
Para propiciar uma imersão na HQ como um todo, a exposição disponibiliza áudios das mais de 80 músicas do repertório caipira.
O material possui recursos de acessibilidade como audiodescrição, textos em braile e em alguns dos encontros promovidos com o público, como rodas de viola e bate-papo, terão tradução em Libras. (Confira a programação abaixo).
Por ser uma exposição multidisciplinar sobre um instrumento singular que marca a nossa história musical, um dos objetivos dos idealizadores é compartilhar o conteúdo com um público diverso, inclusive estudantes, universitários e grupos de idosos e outros interessados.
“Essa é uma exposição que mescla Arte Contemporânea, História em Quadrinhos e Música Caipira, por isso a intenção em cada uma das 6 cidades por onde passaremos é dialogar, trocar e aprender com os agentes locais de cada um desses campos”, explica João Carlos Villela.
“A Viola Encarnada”
Em suas páginas, a obra “A Viola Encarnada’ conduz o leitor para uma viagem sonora afinada e cheia de história, a partir de uma viola avermelhada nas mãos de um violeiro e de um vaqueiro, numa jornada que percorre os sertões até chegar na cidade grande, testemunhando a história da música caipira desde suas origens rurais.
Yuri Garfunkel detalha que a ideia da HQ se formou ao longo de muitos anos ouvindo música caipira.
De modo geral, e no gênero Moda de Viola principalmente, ele explica que as canções descrevem narrativas tão intensas que muitas músicas inspiraram filmes.
“Mas até agora não conheço outra graphic novel feita a partir desse repertório. Entendi que era um trabalho que poucos poderiam pôr em prática, e mergulhei de cabeça. No final de 2017 eu já tinha clara a estrutura do roteiro, fui a uma palestra do Ivan Vilela e me apresentei a ele que se interessou imediatamente pelo projeto e começamos a trabalhar”, relembra.
Garfunkel conta que Vilela sugeriu uma que a história fosse além dos temas mais faroeste previstos inicialmente, com muito boi e bala.
“Ampliamos o roteiro com a origem da viola, derivada de instrumentos mouros e vinda ao Brasil com as primeiras caravelas portuguesas, e com a construção da Viola Encarnada, protagonista da história.
Para isso, busquei ajuda do Luiz Armando da luthieria Trevo, que construiu efetivamente a viola em um mês!
O Ivan também sugeriu outro desfecho para a HQ, que termina na cidade grande, completando todo o trajeto percorrido pela música caipira”, comenta Garfunkel.
Programação
Em Bragança Paulista a exposição ficará até o dia 20/04 na Casa Lebre e poderá ser visitada de terça a sexta, das 14 às 18h.
Depois seguirá para o Museu do Folclore, em São José dos Campos (de 27/04 a 25/05); MAGMA (Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia), em Botucatu e Centro Max Feffer, em Pardinho (01/06 a 10/08); Instituto Elpídio dos Santos, em São Luís Paraitinga (31/08 a 21/09) e Centro Cultural Casarão, em Campinas (28/09 a 20/10).
Os idealizadores contam que a proposta de montar a exposição surgiu durante a pandemia de COVID-19.
Em outubro de 2021, “Nos Braços do Violeiro” foi apresentada na A7MA Galeria, na Vila Madalena, em São Paulo, com a realização de bate-papo com o curador e convidados como Xênia França, Lucas Cirillo, Shell Osmo e Renato Shimmi e roda de viola com a participação da cantora e violeira Adriana Farias e dos violeiros Gerson Curió e Inimar dos Reis.
Em junho de 2022, integrou a Mostra ‘No Braço da Viola’ no Teatro do Sesc Rio Preto.
Na ocasião, Yuri Garfunkel apresentou-se ao lado de grandes nomes da viola contemporânea e ministrou oficinas de criação de HQ a partir de modas de viola.
Os idealizadores
Yuri Garfunkel: Artista visual, músico e educador: Autor dos romances gráficos A Viola Encarnada: modas de viola em quadrinhos, indicado ao prêmio HQMIX 2020 na categoria Melhor Adaptação, e A Outra Anita, sobre a trajetória da pintora Anita Malfatti, lançada em 2022 para o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
Criador do Sopa Art Br, estúdio de artes visuais, ilustração e design, com mais de 10 anos de experiência em comunicação visual ligada à cultura.
Desenvolve seu trabalho a partir de pesquisas na união de linguagens artísticas, relacionando HQs com arte urbana, música e educação.
Com quatro exposições criadas nesse conceito, circulou por galerias como Coletivo, Matilha Cultural e A7MA, parques e estações do Metrô de São Paulo, e expôs na Argentina, Itália e Espanha.
Como músico, Yuri integra desde 2008 o grupo instrumental Kaoll, com o qual gravou 3 álbuns, realizou mais de 300 apresentações pelo Brasil e uma turnê europeia em 2014.
Em 2015 Yuri passou a integrar o grupo Pequeno Sertão de música caipira autoral, com quem lançou dois álbuns, em 2016 e 2021.
Como educador, Yuri cria e ministra cursos e oficinas de desenho e criação artística com propostas adequadas para diferentes públicos, de crianças e terceira idade à profissionalização, com circulação no Estado de São Paulo pela rede do Sistema S e centros culturais.
João Carlos Villela: Curador, art advisor e produtor: Atua há 12 anos no mercado de arte tendo trabalhado como produtor e diretor de vendas em galerias de arte contemporânea do mercado primário.
Como produtor, foi responsável por mais de 30 exposições, em galerias e espaços institucionais como o Centro Universitário Maria Antônia e o Instituto Tomie Ohtake.
Entre as exposições que produziu estão as de artistas como, Ana Prata, Claudio Mubarac, Elisa Bracher, Fabio Miguez, Oswaldo Goeldi, Paulo Monteiro e Sergio Lucena. Como pesquisador na Art Options, escritório de consultoria de arte, foi responsável pela aquisição de artistas para coleções privadas e para a coleção corporativa do escritório.
Desde 2016, como art advisor e curador independente, assessora colecionadores privados e artistas em desenvolvimento de carreira.
Curou a exposição coletiva Campo para o Exercício da Liberdade na FUNARTE-SP em 2018, a exposição individual do artista Lumumba no Matilha Cultural em 2018, a exposição Los Silencios sobre o filme homônimo da cineasta Beatriz Seigner no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca em 2019, e a exposição Nos Braços do Violeiro com obras de Yuri Garfunkel em 2021 na A7MA Galeria e em 2022 no Sesc-Rio Preto.
Dirigiu e produziu em 2021 os shows Ao Vivo da Mooca e In Goma, do trio instrumental A Timeline, ambos com o respectivo patrocínio e apoio do ProAC SP e do Teatro Arthur Azevedo.
Ficha Técnica ‘Nos Braços do Violeiro’:
-Yuri Garfunkel: Artista expositor, músico, coordenação geral
João Carlos Villela: Curadoria e Produção Artística
Cris Rangel: Produção Executiva
Lula Fidalgo: Técnico de montagem e direção musical
Exposição “Nos Braços do Violeiro” Data: Até 20/04/2024 Horário: De terça a sexta, das 14 às 18h Local: Casa Lebre (R. Nícola Ortenzi, 104), em Bragança Paulista Informações: garfunkelyuri@gmail.com Entrada gratuita