Amenizando

Clayton Alexandre Zocarato: Poema ‘Amenizando’

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
"Anoiteceu: hora de voltar a me entorpecer com seu relutante querer, vagando em torno do meu querer te esquecer"
“Anoiteceu/ hora de voltar/ a me entorpecer/…”
Imagem gerada por IA do Bing – 12 de novembro de 2024
às 12:37 AM

Ao dormir

Vou sentir

O elixir do seu partir

Ao acordar

Vou amenizar

Um sonhar

Que só me fez chorar

A cada novo alvoroçar

As horas esvoaçam

Anoiteceu

Hora de voltar

A me entorpecer

Com seu relutante querer

Vagando em torno

Do meu querer te esquecer

Clayton Alexandre Zocarato

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Não sei

Evani Rocha: Poema ‘Não sei’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada pela IA do Gencraft
Imagem criada pela IA do Gencraft

Não sei de mim,

Nem dos dias arrastados sob o Sol

Não sei das horas, que correm no tempo

De outrora

Das noites alongadas de inverno

Não sei…

Não sei das flores que murcharam por falta de rega,

E das ervas que cresceram no jardim

Não sei da poeira fina da estrada de terra

Ou do asfalto negro, feito pedra…

Não sei das conversas veladas ao pé do ouvido

Ou do zunido de uma cigarra

Em ecdise,

Não sei…

Não sei se é Lua cheia ou crescente

Ou das explosões solares…

Não sei dos braços abertas a esperar…

Das ruelas vazias ou das janelas floridas

De São Francisco,

Não sei se é isso ou aquilo!

Não sei se penso ou se sorrio,

Não sei…

Não sei dos rascunhos guardados nas gavetas

Dos homens tristes caídos nas sarjetas

Dos sapatos empoeirados por falta de uso

Não sei das fotografias antigas,

Revelando a lisura da tez,

Não sei…

Não sei sobre o que sei, talvez nada saiba

O mundo é uma complexa rede de teias

Entrelaçadas em círculos,

Como uma imensa roda gigante

Dentro de outras rodas

E com outras rodas por dentro.

Então, não sei…

Não sei de você,

Se tem a boca entupida de silêncio

Ou se os olhos profundos

Não podem expressar…

Não sei das estações do ano,

Há muito, deixei de olhar o calendário!

A mim não importa o tempo,

Os anos, os dias…

Não sei…

Dos caderninhos da infância, escritos à mão

Das poesias sem rima, dos versos soltos no ar…

Não sei das filas na parada do coletivo,

Na fase do colegial,

Do uniforme amarrotado,

Do anseio pelas férias…

Não sei dos caminhos trilhados a meio século…

Dos amigos que ficaram no passado,

Daquela palmeira na curva da estrada!

Não sei…

Quantos registros deletei da memória…

Quantas histórias por contar!?

Não sei do amanhã: se faço isso ou aquilo…

Não sei do ontem e nem do agora…

Talvez essa dúvida de não saber,

É o combustível da mente,

Para não morrer,

Antes de tentar, antes de vasculhar as caixinhas da memória,

Antes de se entregar ao fim:

Preenchido de tudo o que o corpo e a alma foram capazes de alcançar!

Evani Rocha

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Nudez poética

Sergio Diniz da Costa: ‘Nudez poética’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
A Pena, embebida na seiva azul, baila ao compasso de velha sonata
A Pena, embebida na seiva azul Baila ao compasso
de velha sonata
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

As horas me chamam…

O Pêndulo da Inspiração badala versos

Versos divorciados de rimas.

A Pena, embebida na seiva azul,

Baila ao compasso de velha sonata

Gemendo canções nostálgicas.

Poeta das horas silenciosas

Sopro versos como infantes bolhas.

Desnudo minh’alma das máculas vespertinas.

Sou solitário poeta de seres encantados

Solitária câmara desfilando formas.

Criador e criatura, ao bafejo de sonhos.

Minha alma e minha Pena:

A nudez de meus versos se cobriu

Das recatadas vestes do amanhecer.

O poeta parte… derradeiro.

Sergio Diniz da Costa

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O que você faz com o amor que lhe entregam?

Vânia Moreira:

Poema ‘O que você faz com o amor que lhe entregam?’

Vânia Moreira
Vânia Moreira
"Os gestos controversos, os sentimentos não confessos, submersos na corrida das horas"
“Os gestos controversos, os sentimentos não confessos, submersos na corrida das horas”
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

Para ver além de mim
Olhei para tudo o que não fiz
Olhei as paredes amareladas da minha alma
E encontrei à sombra das  muralhas de giz
Os gestos controversos, os sentimentos não confessos,
Submersos na corrida das horas
Onde a mesa está posta
A servir o começo do fim
E atrás das suas portas
Onde repousam as  palavras para o depois guardadas
E de tão guardadas foram esquecidas
E se afogaram no oceano da falta
E do  tudo que  senti e não disse
Guardei uma certeza só minha
Mora solidão nas entrelinhas
Nos atos reflexos, os anexos…
As verdades  da língua subentendida
Tudo o que senti, e não fiz, e não disse
A adormeceu na solidão
E eu, sonâmbulo sem má intenção
Esqueci nalgum lugar o coração
E amanhecemos no eclipse

Vânia Moreira

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Adriana Negrini: 'As horas'

“As horas passam como um vento/ Não param sequer um momento! Por isso, não perca tempo,/ Não deixe de viver e se ‘encontrar’
Não deixe o tempo passar/ Pois, quando você olhar/ Será tarde!”

 

As horas

As horas passam como um vento
Não param sequer um momento!
Por isso, não perca tempo,
Não deixe de viver e se “encontrar”
Não deixe o tempo passar
Pois, quando você olhar
Será tarde!
E as emoções que você poderia ter
Ficaram para trás, para outro alguém presentear!
E você deixou de viver
E ela, não deixou de “trabalhar”.
Então, não deixe de ver:
O céu, a terra e o mar.
Pois, o céu irá lhe mostrar
O brilho que precisas ter,
A terra
A firmeza que precisas no seu andar;
E o mar
A água, que tudo em você irá limpar!
Então vamos!
Agarre essas horas
E não as deixe em branco passar,
Use-as, para o amor, o amar
Use-as, para os amigos estimar
E não deixe a saudade chegar!
Assim sendo, não deixarás:
As horas te desfazer
O tempo te dissolver
O mundo te desligar!

 

Adriana Negrini – drinegrini7@gmail.com