Corpus Christi

Edna Froede: Poema ‘Corpus Christi’

Edna Froede
Edna Froede

Nas entranhas da fé, um enigma se aninha,
Corpus Christi, o corpo, mistério divino,
Paulo revela em versos de amor e de ensino:
A igreja, o corpo, onde o sagrado se alinha.
É Cristo a cabeça, a igreja, sua extensão,
sagrado tabernáculo de almas e compaixão,
nos membros, Seu sopro, nos gestos de amor,
cada um com seu dom, em santa união.

O sangue de Cristo, éfeta vivificante,
símbolo sublime do Espírito Santo,
purifica, santifica, em cada recanto,
eleva o mortal ao celestial instante.
O Pai, eterno e majestoso Criador,
nos deu Jesus, Salvador,
e com Ele, o Consolador, sublime ato de amor,
nos guia, pedagogo, em cada clamor.

Em cada celebração, em cada ofertório,
relembramos Seu sacrifício, eterna paixão,
no sacrifício de Jesus, encontramos a salvação,
no pão, no vinho, desvendamos o mistério,
deste pacto tão sublime e sério.
Louvado seja Deus, no trono celestial,
que nos une em Cristo, sua imagem e semelhança,
nos ensina a esperança, nos oferece a aliança,
na jornada eterna, no amor sem igual.

Assim caminhamos, pela fé, não pela vista,
descobrindo os mistérios, o divino plano,
com o Espírito Santo, em cada dia, não apenas uma vez ao ano.

Edna Froede
23/05/2024 (quinta-feira), 10h28 – Todos os direitos adquiridos

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Parágrafo




Célio Pezza: 'Igreja e vida extraterrestre'

Célio Pezza: crônica # 381: ‘Igreja e vida extraterrestre’

“A bíblia adverte sobre a grande ilusão do final dos tempos e, a cada dia que passa, as pessoas estão recebendo cada vez mais mentiras de todos os lados.”

 

A bíblia adverte sobre a grande ilusão do final dos tempos e, a cada dia que passa, as pessoas estão recebendo cada vez mais mentiras de todos os lados. É só ver a quantidade de notícias falsas na internet, algumas delas plantadas para que determinada verdade seja considerada uma mentira e a verdade não seja divulgada ou absorvida pelas massas em geral.

O astrônomo e cientista americano, padre Guy J. Consolmagno, nascido em 1952, entrou para a Ordem dos Jesuítas em 1889 e atualmente é o Diretor Geral do Observatório do Vaticano. Este cientista é um dos que apoiam a hipótese de que, em breve, seremos visitados por alienígenas e que não devemos temer nossos irmãos de outros mundos. Essa hipótese sugere inclusive uma releitura dos evangelhos, desde o nascimento virginal de Jesus Cristo até os eventos finais do Apocalipse.

Alguns teólogos sugerem até a possibilidade de que a Virgem Maria pode ter sido utilizada por alienígenas para trazer Jesus ao nosso mundo. Isso cria uma disputa entre aqueles que defendem a ideia de que os alienígenas seriam nossos irmãos em Cristo, que viriam nos ajudar nesse final dos tempos, contra a ideia de que seriam monstros ou demônios que viriam nos escravizar.

Aliás, o Monsenhor Corrado Balducci, teólogo, estudioso de temas satanistas e exorcista do Vaticano, que foi amigo pessoal do papa João Paulo II, já falou sobre a existência de presenças alienígenas aqui na Terra e que não podem ser confundidas com manifestações demoníacas ou seja, é possível que já existam seres de outros mundos aqui entre nós.

A Igreja inclusive está usando suas embaixadas ao redor do mundo para colher informações sobre o que estes alienígenas estão fazendo atualmente aqui na Terra, pois o Vaticano tem uma função fundamental na preparação do mundo católico para a divulgação dessas informações e na nova explicação dos Evangelhos, sob a doutrina de que todos são filhos do mesmo Deus.

Curioso que toda essa movimentação está ocorrendo em um momento crucial onde todas as profecias falam sobre o fim dos tempos, inclusive que o atual papa, Francisco, deverá ser o papa que terá a dura missão de conduzir a Igreja nestes tempos difíceis. Existem várias profecias sobre esse tema, sendo as principais a de Nostradamus e a de São Malaquias, um religioso irlandês de 1.139 DC, que serão abordadas em breve. Isto tudo nos sugere que o tema vida extraterrestre e final dos tempos está muito interligado e bem mais próximo do que se imagina.

 

Célio Pezza – escritor@celiopezza.com




Marcelo Paiva Pereira: 'O Estado e a Igreja'

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘O ESTADO E A IGREJA’

Por mais de mil anos a Igreja e o Estado foram a mesma instituição, influindo nos costumes, na ordem jurídica e política dos países, como a coroação dos reis, os casamentos e os julgamentos pelo Tribunal Eclesiástico sob a égide do Direito Canônico. Mas, após séculos administrando a vida das pessoas e os países, a Revolução Francesa e Napoleão Bonaparte modificaram esse panorama, com efeitos até a época atual.

O Cristianismo adquiriu o “status” de religião do Estado quando de sua adoção oficial pelo Imperador Romano Teodósio I – com a publicação do Edito de Tessalônica (380) –, após Constantino (306 a 337) publicar o Edito de Nicéia (313) e fundar (324) a cidade de Constantinopla (atual Istambul) como sede, dela irradiando seu ordenamento jurídico e político no Império Romano que administrava.

Com o Papa São Gregório I, o Grande (590 a 604), Roma tornou-se a sede do Cristianismo, também trouxe para si a configuração de Estado procedente da institucionalização da referida religião (consagrada por Teodósio I) e irradiou-se mundo afora pela Igreja Católica, que admite o Papa como herdeiro de São Pedro na transmissão da Palavra Divina.

Desde o Edito de Tessalônica (380) até a Revolução Francesa (14.07.1789), foi o Cristianismo a religião oficial dos países, enquanto a Igreja Católica submeteu todos aos mandamentos das Sagradas Escrituras, suportes do Direito Canônico, dos Tribunais Eclesiásticos e do Santo Ofício, da coroação dos reis e de vários costumes daquele período.

A aludida revolução extinguiu o Antigo Regime, separou a Igreja do Estado, retirou do clero e da nobreza os privilégios da imunidade tributária e da propriedade de terras, permitiu suas aquisições pelos membros do terceiro estado (ou estamento) – dentre as quais a burguesia –, como também assegurou ao Estado a competência administrativa e política do país (afastando-as da Igreja) e instalou o governo popular (democracia).

Com o Golpe do Brumário (1799), Napoleão Bonaparte assumiu o controle da França com a inicial finalidade de assegurar o sucesso da Revolução. Nesse período (1799 – 1815) ele transformou em funcionários públicos todos os membros do clero existentes naquele país e publicou o Código Civil Francês (1804), que garantiu o direito de propriedade imobiliária a todos os franceses.

A separação institucional entre o Estado e a Igreja fez seu milenar “status” de Estado ser paulatinamente reduzido até as fronteiras do Vaticano (Tratado de Latrão, em 1929) e o Cristianismo deixou de ser fonte do ordenamento jurídico dos outros Estados: estes se tornaram laicos – sem religião oficial – permitindo-se divulgar ideias então censuradas.

Na época atual a Igreja Católica continua como Estado, exerce sua influência em relação aos seus fiéis e, também, na elaboração de normas de condutas morais, éticas e legislativas de vários Estados, mas sem o poder anteriormente existente porque os Estados conquistaram soberania própria perante a Igreja. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira.

(o autor é advogado)




Artigo de Celio Pezza: 'O 1º Concilio de Nicéia'

Celio Pezza – Crônica # 317 O 1º. Concílio de Nicéia

 

Em maio de 325 DC, teve início na cidade de Nicéia, perto de Constantinopla, o primeiro evento ecumênico que daria origem à religião católica.

Na época, o imperador de Roma, Constantino, que estava com o império em crise, viu que uma aliança com os cristãos poderia aumentar seu poder e decidiu fazer do cristianismo a religião oficial do império.

Em 313 DC, ele promulgou o Édito de Milão ou Édito da Tolerância, onde acabou com a perseguição religiosa aos cristãos.

Foi o início da Igreja-Estado.

Na época existiam muitos textos religiosos e alguns conflitantes, o que prejudicava a própria expansão da Igreja.

Foi neste ambiente confuso que ele convocou no ano de 325 DC o 1º. Concílio Ecumênico, com o objetivo de criar regras únicas para a Igreja Romana, tomando os devidos cuidados para que estas viessem ao encontro de seus interesses. Era necessário criar uma versão única ou oficial e foi o que Constantino fez. Ele convocou bispos e representantes religiosos de todas as províncias para o palácio de Nicéia e proporcionou toda espécie de mordomias aos participantes. O Concílio se iniciou em 20 de maio com perto de 318 representantes da igreja e terminou em 19 de junho, com menos participantes. Questões doutrinárias foram discutidas como questões de Estado e as controvérsias não eram aceitas. Ali foi definida a divindade de Cristo e da Santíssima Trindade, e os bispos que se opuseram foram exilados. Foi oficializado o domingo como o dia de descanso semanal, ao invés do sábado, como era anteriormente, e mudaram a data de comemoração da Páscoa, que era comemorada na mesma data da Páscoa dos judeus.

Uma das mais importantes mudanças foi oficializar um cânone novo, somente com os evangelhos aceitos como verdadeiros.

Aí nasceu o Novo Testamento, com somente quatro evangelhos, ou seja, Marcos, Lucas, Mateus e João. Consta que, como os bispos não chegavam a um acordo, Constantino ordenou que deixassem no chão todos os evangelhos, se recolhessem aos seus aposentos e ficassem em orações até o dia seguinte, pedindo pela interferência divina. A sala foi trancada e somente o imperador ficou com a chave. No dia seguinte, os quatro evangelhos já mencionados apareceram “milagrosamente” em cima do altar e ninguém podia questionar a vontade divina ou a palavra do imperador. Os outros evangelhos foram considerados apócrifos, hereges, queimados e banidos de todo reino. Quem fosse pego com um exemplar, seria condenado à morte e seus bens confiscados para a nova Igreja-Estado.

Em 1945, foram encontrados, nos Manuscritos do Mar Morto, vários desses evangelhos apócrifos cristãos produzidos entre os anos 100 e 200 DC, que mostram outras versões interessantes sobre este período da História, como o evangelho de Tiago, Tomé, Judas e outros. Neles, Jesus tem um lado bem mais humano, Madalena é uma grande líder e Judas não é um traidor.  Um ano após o Concílio, o imperador mandou matar seu filho, o marido e o filho de sua irmã e matou sua mulher Fausta. Ele retardou o seu batismo até as vésperas de sua morte, pois diziam que o batismo o salvaria de todos os pecados cometidos. Após sua morte, em 337 DC, foi enterrado com honras de quem se tornara o 13º. apóstolo. Ele foi representado, na iconografia eclesiástica, recebendo a coroa diretamente das mãos de Deus, tamanha sua bondade para com a Igreja.

 

Célio Pezza

Junho, 2016