Avanço para a Igualdade de Género

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Avanço para a Igualdade de Género’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Avanço para a igualdade de género
Avanço para a igualdade de género
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A Mulher e o Homem, em igualdade de participação, segundo, certamente, as suas diferenças naturais, resolvem a maior parte dos problemas, eventualmente, no seio das próprias famílias de que fazem parte. Impõe-se, portanto, derrubar as mentalidades das “superioridades”, sejam elas masculinas, sejam, num ou noutro caso, femininas.

A sociedade, ainda fortemente masculinizada, tem de compreender o papel cada vez mais relevante da Mulher, cada vez em mais domínios de intervenção, não adiantando nada colocar “barreiras” a este avanço justo, que ao longo das últimas décadas a Mulher vem conseguindo. Pelo contrário, a humanidade só terá a ganhar com a união de esforços dos dois géneros, tendo por objetivo o bem-comum. 

Além disto ninguém pode ignorar o papel crucial da Mulher quando ela assume, verdadeiramente, a função mais nobre que qualquer ser humano pode conseguir na vida: gerar no seu próprio ventre outro ser que vem dar sentido à vida dela e do seu parceiro progenitor e, depois, ao enriquecimento da família. 

Na verdade: «Com efeito a intimidade da relação mãe-criança é tão estreita que poderemos considerá-la a unidade básica do sistema social a que chamamos parentesco. O segundo ponto é que, durante os primeiros anos, pelo menos, a relação como o pai parece ser de importância secundária. É importante para a segurança e a saúde mental da mãe, e, através dela, da criança, que possa contar com o apoio e a segurança de um homem.» (GOLDTHORPE, 1977:87). 

Verifica-se, assim, que nem a Mulher pode prescindir do Homem nem este daquela. Apesar desta evidência, parte significativa da comunidade masculina, não conseguiu, ainda, ultrapassar certos preconceitos que herdou do passado, o que tem dificultado as boas-práticas de procedimentos de igualdade de género. 

Vem chegando à opinião pública, e às escolas, algumas iniciativas, ainda tímidas, quanto à formação dos cidadãos para esta temática, reconhecendo-se, todavia, existirem muitas resistências que, nesta sociedade, dita pós-moderna, já não fazem sentido.

A solução para as situações do não reconhecimento da igualdade de género, no que é possível, passa: em primeira instância, pela educação/formação, o mais cedo possível, na vida de cada pessoa; também pela especialização de professores/formadores; pela elaboração e disponibilização de material didático a utilizar nas diversas idades; pelas boas-práticas no seio das famílias.

Ainda que haja quem pretenda menosprezar as funções da família, devido a várias circunstâncias, desde logo as imensas dificuldades que se colocam aos jovens, a verdade é que: «É ao grupo família que cabe um dos primeiros lugares, porque, no quotidiano, são os membros da família que asseguram, desde a mais tenra infância, a continuidade do nosso desenvolvimento.» (ANGERS, 2003:56). 

Significa isto que o progresso para a igualdade de género, entre outras características, deve passar pela família, no seio da qual, mulheres e homens, serão tratadas/os de igual forma, apenas se respeitando as suas especificidades biofísicas. 

A harmonia de género nasce, portanto, neste núcleo coeso que é (ou deve ser) a família e que, posteriormente, quando cada elemento assume a sua liberdade individual, irá preparado para respeitar o género oposto. Dificilmente se obterá a harmonia por outro processo.

Claro que a harmonia de género passa, necessariamente, por outras exigências, nomeadamente a igualdade de oportunidades. Discriminar, preconceituosamente, no acesso a uma determinada atividade, quaisquer outras pessoas, pelo facto de serem do género feminino ou masculino, é uma atitude, no mínimo, inaceitável, injusta e ilegal.

O ato discriminatório verifica-se mais durante o processo de recrutamento: «As entrevistas com as candidatas a um emprego assumem uma grande importância. Não é raro que as mulheres tenham de se defender ao longo da entrevista, contra os preconceitos que decorrem da repartição tradicional dos papéis entre os homens e as mulheres, ou de outros preconceitos que revelam que os responsáveis põem em dúvida a importância dada pelas mulheres à sua vida profissional, quando não mesmo a própria competência das mulheres para assumirem certos postos e funções.» (ROMÃO, 2000:63).

Bibliografia

ANGERS, Maurice, (2003). A Sociologia e o Conhecimento de Si. Uma outra maneira de nos conhecermos graças à Sociologia. Tradução, Maria Carvalho. Lisboa: Instituto Piaget.

GOLDTHORPE, J. E., (1977). Sociologia e Antropologia Social: Uma Introdução. Tradução, Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

ROMÃO, Isabel, (2000). A Igualdade de Oportunidades nas Empresas. Gerir para a Competitividade. Gerir para o Futuro. Lisboa: Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres – Presidência do Conselho de Ministros. Coleção Bem-estar, Nº 1

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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