Deixo em tuas mãos

Soldado Wandalika: ‘Deixo em tuas mãos’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Poema é melodia rítmica que dança
entre os dedos de um poeta
Poema é melodia rítmica que dança entre os dedos de um poeta
Imagem criada pela IA do Bing

Deixo em tuas mãos
Um poema pintado a ilusão
Escrito na esmola de um coração
Danço grudado a uma poluída canção
Observo o ar inalando vento entre sopros de um pulmão

Corridas alcançam troféus de ouro
numa paragem em que é imperioso
interpelar a inspiração
Pássaros lançam ninho nas Nuvens
e no Inverno colhem Trovão

Poema é melodia rítmica que dança
entre os dedos de um poeta
Afogando a sua lamentação
A força me dá energia entre as cordas da Guitarra libero a imaginação
Existo na conexão dos Reinos e dos Corpos que habitam em mim
O tempo segue-me pelas esquinas, cada dia um passo, evolução
Deixo a ti este Poema no Baú como recordação…

Poeta uma ilusão
Risos formando pranto
Um ser em construção…

Soldado Wandalika

Contatos com o autor

Voltar

Facebook




Visão do futuro, imagem do passado

Paulo Siuves: ‘Visão do futuro, imagem do passado’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
“A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão que se projeta na doce ilusão de um sonhador”
Imagem criada pela IA do Bing 

“Ébano e marfim vivem juntos em perfeita harmonia
Lado a lado no teclado do meu piano,
oh Senhor, por que nós não vivemos?”
(Ebony And Ivory – Stevie Wonder, Paul McCartney).

A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão
Que se projeta na doce ilusão de um sonhador.
Uma flor inverossímil delicada e
Irrigada com os doces deleites do salivar dos seus beijos

Que se propagam nas imagens fixadas no passado,
Na memória.

A visão ilusória de estar de mãos dadas
Se perde no longínquo passado onde
Essa imagem está tão distante,
Quase perdida na década brincalhona…
Amar e desejar se confundem
Quando penso em você.

Amo seu olhar, seu sorriso, sua voz, seu querer
E quero tanto esse amor sobre meu peito,
Quero você cansada e independente dos meus apelos.

Desejo seus cabelos sobre meu rosto
E suas mãos salientes, percorrendo meus tendões.
Essa imagem ainda não se pregou
Nas paredes construídas para o hoje
E estruturam o amanhã. Eu amo você!

Paulo Siuves

Contatos com o autor

Voltar

Facebook




Rosas desérticas

Ella Dominici: Poema ‘Rosas desérticas’

Ella Dominici
Ella Dominici
Rosa desértica
Rosa desértica
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

em desertos quentes
não se acha lagos miragem
em encostas rochosas
rosa-da-areia
em alma desabrocha

teu tempo em meu clima
alguma umidade evapora
gotas de sonhos lúcidos
no prazer que inunda
de ilusão-realidade

deslumbre em envolvente visão
paisagens de dunas em curvas
são oscilações onde flor
resiste a ventos e sóis

aguardando em sequidão
que entorne água
nas areias calientes
enquanto sobrevive insistentemente
a sede nas pétalas!

Ella Dominici

Contatos com a autora

Voltar

Facebook




Na rua da ilusão

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Na rua da ilusão’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Na rua da ilusão, nada possuem senão amargura, desamparo
Na rua da ilusão, nada possuem senão amargura, desamparo
Criador de imagens do Bing

O crepúsculo emerge soturno
perfilando o ocaso,
silencioso denota o fim do dia.

Na infecunda solitude do vento,
lágrimas no rosto da noite e nos seus.
Moradores melancólicos,
dormitam o sono da penúria,
sob sóis e chuvas,
dor e tristeza.
Indefesos,
vagueiam.

Horizontes de amargos choros
fustigam o sofrimento de cada dia,
tornam impérvias as veredas,
em busca de amor e de sustento.

Jogados à sarjeta,
cobrem-se com o luar, jornal da noite,
que não o encantam
enquanto dormem sem sonhos, tampouco
alegrias,
não sente o sofrimento que os afligem?

Nas calçadas, mãos a esmolar,
indiferentes a todos,
transeuntes dos porões
dos poderes do mundo.

Na rua da ilusão,
nada possuem
senão
amargura, desamparo.
O brilho das estrelas?
A esperança?

Ceiça Rocha Cruz

Contatos com a autora

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Eliana Hoenhe Pereira: 'Ilusão'

Eliana Hoenhe Pereira

Ilusão

Foram seus gestos e afetos

zelo em excesso.

Suas palavras gentis,

cheias de sintonia e simpatia .

As mil afinidades,

para confundir a amizade.

Transformou a admiração em paixão,

na mais pura ilusão.

Olhares nunca trocados

simplesmente idealizados.

Digo de passagem…

Fora sonhado com intensidade.

 

Eliana Hoenhe Pereira

eliana.hoenhe1@hotmail.com

 




Celio Pezza: Samadhi – parte 1

 

Celio Pezza: Crônica # 350 – Samadhi – parte 1

 

Samadhi pode ser traduzido como contemplação ou meditação profunda.

No yoga é a última etapa, quando se atinge a compreensão da existência e a comunhão com o universo.

Ele é muito importante agora, face aos problemas de nossa época.

Não temos ideia de quem somos, porque estamos nesse mundo e para onde vamos.

Vivemos no medo e no caos.

Esquecemos do Samadhi e nossa existência está focada no ego. Esse ego constrói formas nas quais você sempre precisa de mais alguma coisa; mais dinheiro, mais poder, mais amor, mais paz, mais de tudo.

Isso tudo faz parte da construção do ego, pois ela é só o impulso de repetir. Dessa forma, a maior parte dos humanos é como um rebanho de gado, que vive e morre em uma subjugação passiva, dentro de uma matriz de ilusões. Nós já nascemos dentro de uma estrutura biológica condicionada, sem auto despertar da consciência. Crescemos com uma máscara e desempenhamos papéis ao longo da vida; quando você desperta, você não acredita que é a máscara que está usando.

A mente pode estar ligada a uma armadilha para o consciente, uma prisão, mas, na verdade, não é que você esteja em uma prisão e sim que você é a prisão. Essa prisão é uma ilusão e se você se identifica com a ilusão, você está preso. Quando você luta contra a ilusão, você assume que ela é real e, portanto, você continua dormindo e lutando contra um sonho.

Samadhi é o despertar desse sonho, dessa prisão, dessa construção do ego. Despertar não é sair da matriz e sim não se identificar com ela, pois ela não existe.

O filósofo francês René Descartes ficou famoso pela frase “Penso, logo existo”. Essa frase aprisiona o mundo ocidental e ajuda na sua queda.

Já Buda, na cultura oriental, foi além da mente e do pensar. Ele foi buscar a verdade na meditação profunda, bem além da mente.

No filme Matrix existe uma civilização inserida em um programa de computador que cria nos humanos a ilusão de um mundo de sonhos e você vive dentro dele, só produzindo energia para as máquinas que criaram o programa.

A diferença é que as máquinas somos nós! Nós criamos desejos que nunca acabam pois não podem ser satisfeitos. Nós passamos a vida nessa prisão, construindo algo para amanhã e depois morremos. Quando você está na frente de um espelho, nunca vai mudar a imagem, pois ela é você. Você é a fonte. Se você não mudar, nada mudará.

Muitos dizem que para manter o mundo em paz precisamos combater os nossos inimigos, mas as lutas para a paz criam mais de tudo aquilo que queremos combater.

No mundo atual temos guerras contra o terrorismo, contra as doenças, contra a fome, contra tudo. Na verdade, qualquer guerra é contra nós mesmos, pois todas são de nossa criação.

Nós queremos o ar limpo mas continuamos a poluir e respirar venenos; nós procuramos pela cura do câncer, mas não mudamos os hábitos alimentares e continuamos a comer comida envenenada.

O mundo interno é onde essa revolução deve acontecer e somente quando sentirmos o mundo interno podemos vir para o externo.

Até lá, nada do que fizermos vai mudar o caos criado pela mente. Guerra e paz vão continuar juntas e nesse mundo de ilusões, uma não pode viver sem a outra, da mesma forma que a luz não vive sem a escuridão.

Qualquer solução que venha da mente e do ego, é dirigida pela ideia de que existe um problema e a solução se torna um problema cada vez maior.

Apesar dos melhores esforços o câncer e as guerras estão aumentando.

O que está errado na nossa abordagem?

 

Célio Pezza  /  Abril, 2017                                                                 Continua na parte 2