Coletivo Kukuru Itan realiza oficina gratuita de teatro de Nanã para idosos durante o mês de junho
Atividades acontecem no CEU Alvarenga, no Centro Cultural Grajaú, no CEU São Mateus e no Centro Cultural Penha
Com a missão de valorizar a identificação de idosos racializados, sobretudo negros, o Coletivo Kukuru Itan criou a oficina de teatro de Nanã, que acontece durante o mês de junho em vários centros culturais e CEUs da cidade de São Paulo. As atividades são gratuitas e serão ministradas por Ingrid Alecrim e Miguel Estevão.
As oficinas acontecem nos dias 18 de junho, das 13h às 16h30, no CEU Alvarenga; 22 de junho, das 13h às 16h30, no Centro Cultural Grajaú; 25 de junho, das 9h às 12h30, no CEU São Mateus; e 29 de junho, das 10h às 13h30, no Centro Cultural Penha.
Os encontros são destinados ao público a partir de 60 anos, com ou sem experiência na linguagem do teatro. Cada oficina recebe até 20 alunos e as inscrições são feitas por este link aqui: https://forms.gle/BxFhPcCZMcHwK7EA8 – basta selecionar o local da sua preferência e preencher o formulário respectivo. Para quem tiver dificuldade, os próprios espaços culturais auxiliam na inscrição online. É só ir presencialmente e tirar as dúvidas.
Como a ideia do Coletivo Kukuru Itan é dialogar com as heranças culturais afrodiaspóricas, a oficina tem como tema um conto iorubano da orixá Nanã sobre a criação do ser humano. O grupo vai trabalhar a consciência corporal pessoal, a manipulação de bonecos e o jogo cênico.
Conteúdo da oficina Nanã
Durante 3h30, os alunos aprendem sobre a importância dos orixás para o povo iorubá, a contribuição dos iorubás para a cultura brasileira e as relações entre religião e cultura, além de discutirem intolerância religiosa e racismo.
Além disso, os participantes fazem uma boneca abayomi, elaborada com panos coloridos cortados e feita somente com amarrações, assistem a uma contação de história e participam de um exercício corporal inspirado nos elementos da natureza presentes na narrativa apresentada (água, terra, fogo, vento, madeira e pedra).
Depois de entender todas as potencialidades do corpo, o público inicia uma fase de experimentação livre para a manipulação das bonecas, descobrindo maneiras de unir tudo o que foi aprendido. Neste momento, os oficineiros compartilharão suas experiências e darão dicas.
Por fim, as pessoas se juntam em grupos para construir uma cena de até 3 minutos que será apresentada para todo mundo. Para inspirar as criações, serão distribuídos contos iorubanos impressos.
Este projeto foi contemplado pelo Programa para Valorização das Iniciativas Culturais no Estado de São Paulo – VAI.
Sobre o Coletivo Kukuru Itan
Formado por artistas-educadores pretos das periferias sul e leste da cidade de São Paulo, o Coletivo Kukuru Itan nasce em novembro de 2022 a partir de uma conversa sobre a importância de transmitir a cultura afrodiaspórica para as novas gerações e as distintas maneiras de realizar essa transmissão. O resultado foi a escolha pelo trabalho com contação de itans (lendas iorubanas) e realização de oficinas teatrais prioritariamente para o público infantil.
O grupo acredita que é necessário estabelecer caminhos que reconfigurem saberes, sujeitos e histórias para além do que é ensinado nas escolas. Para os artistas, é primordial para as camadas da infância e da juventude entrar em contato com a história afro-brasileira, uma vez que esse conhecimento lhes é negado.
SERVIÇO Oficina de teatro para idosos de Nanã Público-alvo: pessoas a partir de 60 anos Link de inscrição: https://forms.gle/BxFhPcCZMcHwK7EA8
CEU ALVARENGA Data: 18 de junho, das 13h às 16h30 Endereço: Estr. do Alvarenga, 3752 – Balneário São Francisco
CENTRO CULTURAL GRAJAÚ Data: 22 de junho, das 13h às 16h30 Endereço: R. Prof. Oscar Barreto Filho, 252 – Parque America
CEU SÃO MATEUS Data: 25 de junho, das 9h às 12h30 Endereço: R. Curumatim, 201 – Parque Boa Esperança
CENTRO CULTURAL PENHA Data: 29 de junho, das 10h às 13h30 Endereço: Largo do Rosário, 20 – Penha de França
Cia. do Despejo faz crítica à necropolítica brasileira no espetáculo de teatro-dança ‘IRETI’, inspirado na mitologia Iorubá
A distopia narra a história de uma mãe preta que pariu o Brasil e, depois de ser preterida pela nação, reivindica seus direitos de criação
Em maio, a Cia. do Despejo estreia o espetáculo de teatro-dança “IRETI”. A obra é uma crítica à necropolítica brasileira e às violências sofridas pelas mulheres negras em nosso país. As sessões acontecem nos dias 17 de maio, às 19h30, no Teatro Municipal de Mauá; 31 de maio, às 19h30, no Teatro Elis Regina, em São Bernardo do Campo; e 15 de junho, às 19h30, no Teatro Carlos Gomes, em Santo André.
A montagem, que tem dramaturgia de Ingrid Alecrim, direção de cena de Carmem Soares, direção de movimento de Carol Ewaci edireção musical de Helena Menezes, é inspirada na mitologia Iorubá, sobretudo na figura de Nanã Buruku, orixá que cedeu a lama do seu domínio para a criação dos corpos humanos. Ela também é responsável pela desencarnação, uma vez que exige de volta a matéria criadora da vida.
Sobre a história
“O texto surgiu da ideia persistente de que o Brasil (conforme nominado após a colonização) foi parido e aleitado por mulheres indígenas, africanas e afrodescendentes. “Nosso ‘mundo’ foi e é moldado através das mãos dessas mulheres e, muitas vezes, contra suas vontades”, revela a dramaturga Ingrid Alecrim.
A narrativa é conduzida por uma mãe preta e pobre, a personificação de Nanã Buruku. Ela ergueu o Brasil com os próprios braços, mas foi preterida pelo país e, agora, mergulhada em um contexto de miséria, violência, fome e terror, assiste a seus filhos serem mortos e presos e a suas filhas serem estupradas.
A matriarca furiosa reivindica seus direitos de criação, exige que a matéria humana retorne para si e procura alguma maneira de acabar com o mundo em desequilíbrio. A personagem é inserida em uma distopia, na qual as guerrilhas urbanas e rurais expandem uma guerra contra a governança brasileira. E, nesse contexto, ela reflete sobre o que precisa ser mudado se quisermos viver em um país mais justo e menos violento.
“Ela toma as rédeas da existência humana, se colocando como uma figura central da história do Brasil, e não aceita ser musa, escrava, empregada ou ladra. Ela deixa de ser protagonista de uma história silenciada e solitária e se assume como protagonista da nação. Com essa história, a Cia do Despejo, da qual sou cofundadora, valoriza as narrativas das mulheres brasileiras ao dar voz às verdades desagradáveis, às culturas afrodiaspóricas depreciadas e à configuração de uma realidade apocalíptica convergente com os acontecimentos atuais”, comenta a autora.
Além de denunciar vários tipos de atrocidades cometidas contra a população negra desde a colonização, a peça tem a proposta de valorizar as ancestralidades.
“A todo momento são reavivados saberes e costumes ancestrais que chegam a nós através da afrodiáspora e das culturas orais indígenas. Ritos de cura e presenças míticas permeiam a narrativa e seus acontecimentos. A mitologia Iorubá chegou ao Brasil por meio das pessoas escravizadas e sobrevive através de muita resistência, também inevitavelmente mesclada à cultura do colonizador”, acrescenta.
O figurino criado por Duda Viana funciona como uma segunda pele, obedecendo aos tons terrosos do cenário e fazendo uma alegoria das figuras a serem interpretadas.E as máscaras de Cleydson Catarina contribuem para a potência da encenação.
O texto de “IRETI” ficou em 4º lugar no edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos, realizado pelo CCSP – Centro Cultural São Paulo em 2019 e, em 2021, foi exibida uma versão no formado de videoarte online pelo canal da Cia. Mungunzá de Teatro no YouTube. Com essa circulação, o espetáculo finalmente chega aos palcos no formato idealizado pela companhia desde o começo das pesquisas.
Essas apresentações do trabalho foram contempladas pelo edital Proac nº37/2023 de Cultura Negra, Urbana e Hip Hop, promovido pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.
SOBRE INGRID ALECRIM – TEXTO
Ingrid Alecrim é atriz, dramaturga, roteirista, produtora cultural e maquiadora. É cofundadora da Cia do Despejo, onde atuou como cocriadora, atriz, figurinista e maquiadora do espetáculo “Fêmea” e atualmente é dramaturga e produtora do espetáculo “IRETI”.
Formada como atriz pela SP Escola de Teatro, iniciou sua trajetória artística através do Teatro Vocacional nos anos de 2006 a 2011. Atualmente, cursa licenciatura em Artes Cênicas na ECA/USP.
SOBRE CARMEM SOARES – DIREÇÃO DE CENA
Carmem Soares é atriz, diretora, produtora e professora de teatro. Possui Licenciatura e bacharel em Artes Cênicas e Mestrado em Arte Educação com pesquisa em teatro para crianças, cujo público eram estudantes de uma escola estadual no bairro do Grajaú, um dos espaços ocupados com seu Grupo, a II Trupe de Choque, onde atuou por 10 anos.
É idealizadora do Projeto La Fancha – Casa Restaurante e atualmente é integrante da Cia do Despejo, onde dirigiu o espetáculo Fêmea.
SOBRE CAROL ROCHA EWACI – DIREÇÃO DE MOVIMENTO
É bailarina, mãe do Amon-Rá Ike, artista educadora, coreógrafa e instrutora de Pilates.
Sua pesquisa é na dança negra. Fez Mestrado em Artes no Progama de Pós-graduação da UNESP em Estéticas e poéticas Cênicas. É fundadora e Dirige o Núcleo Pèrègun de danças contemplada pela 32° Fomento a Dança da cidade de São Paulo onde também é preparadora corporal de danças afrobrasileiras e Pilates.
Foi professora de Artes da rede pública de 2009 a 2017. Hoje é artista educadora em diversos projetos públicos e de organizações não governamentais nas periferias. É artista na Capulanas Cia de Arte Negra desde 2010 e também preparadora fisica de Pilates, diversas vezes contemplada por Fomento ao teatro e outros editais como Proac, Fomento a Periferia e intercâmbio pelo Ministério da Cultura do qual foram a Moçambique em 2012. É docente do curso de pós-graduação em Dança da Faculdade Rio Branco desde 2022. Em 2024, termina a segunda licenciatura em Ed. Física, a certificação internacional Autêntico Pilates Brasil e é diretora de Movimento no espetáculo Ireti da Cia do Despejo.
SOBRE HELENA MENEZES – DIREÇÃO MUSICAL
Helena Menezes é compositora, cantora e instrumentista no meio musical e teatral. Graduada e licenciada em geografia pela Universidade de São Paulo e sonoplasta formada pela SP Escola de Teatro. Assistente de direção musical no espetáculo Kuami-Caminhos para Identidade com o Núcleo Abre Caminhos. Sonoplasta nos espetáculos Okan e Deixa Sambalelê em paz do grupo Xingó e no espetáculo Cavalos Pretos São Imensos. Musicista nos espetáculos Feitiço de Soma com o grupo Rainha Kong e Eu Atlântica do Coletivo Oju-Oju.
Atualmente, é diretora musical do espetáculo Ireti pela Cia. do Despejo, na qual também foi musicista no espetáculo Fêmea. Atuou como compositora e musicista na companhia Bando_ nos espetáculos Obi e Negrinho do Pastoreio, no espetáculo Sobre as Baleias pela Coletiva Vulva da Vovó, em A Casa dos Homens com o Coletivo 2° Opinião e no do espetáculo de sombras O que te Assombra do Coletivo Rumores. Foi baixista e compositora da banda Pariá, com repertório autoral, formada por mulheres pretas, lésbicas e bissexuais e atualmente dedica-se ao projeto musical autoral Sankofa.
SINOPSE
A narrativa é guiada por uma mãe preta inspirada na personificação de Nanã Buruku. Na história ela aparece como a mulher que pariu e levantou com seus braços o Brasil. País que a pretere, mata seus filhos e lhe relega a ingratidão e as sobras.
Vislumbrando este mundo onde suas crianças vivem numa realidade cruel de fome, violência e dor, ela deseja a matéria da criação de volta para si, buscando uma maneira de acabar com um mundo desequilibrado. Nana reivindica seus direitos a uma boca que fala e a mãos que tanto curam quanto matam. Ela se assume como a terra aberta, pulsando e se preparando para voltar ao início.
FICHA TÉCNICA
Direção de produção, dramaturgia e idealização: Ingrid Alecrim
Direção de cena: Carmem Soares
Direção de movimento: Carol Ewaci
Direção musical: Helena Menezes
Música e trilha sonora: Aline Machado
Interpretação (Nana e Iku): Thais Dias
Interpretação (Ori): Aryani Marciano
Interpretação (Ossain e Teorema): Miguel Estevão
Iluminação, cenário, cenotécnica e videomapping: Carolina Gracindo
Concepção de cenário: Carolina Gracindo e Lui Cobra
Montagem e operação de luz e vídeo: André Mutton e Carolina Gracindo
Figurino e costura: Duda Viana e Thais Dias
Confecção de Máscaras: Cleydson Catarina (Teorema, Ikú, Ossain, Nana, Ori) e Ingrid Alecrim (musicista)
Orientação de máscaras: Cleydson Catarina
Orientação de berimbau: Ana Flor de Carvalho
Orientação sobre teatro e orixalidades: Vitor da Trindade
Fotos: Duda Viana
Assessoria de Imprensa: Verônica Domingues e Bruno Motta (Agência Fática)
SERVIÇO
IRETI, da Cia do Despejo Duração: 90 minutos Classificação: 16 anos
TEATRO MUNICIPAL DE MAUÁ Data: 17 de maio, às 19h30 Endereço: Rua Gabriel Marques, 353 – Centro – Mauá Ingresso: gratuito | Retirada na bilheteria 1 hora antes do início do espetáculo
TEATRO ELIS REGINA Data: 31 de maio, às 19h30 Endereço: Av. João Firmino, 900 – Assunção – São Bernardo do Campo Ingresso: gratuito | Retirada na bilheteria 1 hora antes do início do espetáculo
CINE THEATRO DE VARIEDADES CARLOS GOMES Data: 15 de junho, às 19h30 Endereço: R. Sen. Flaquer, 110 – Centro – Santo André Ingresso:gratuito | Retirada na bilheteria 1 hora antes do início do espetáculo
Cia. do Despejo faz crítica à necropolítica brasileira na videoarte online ‘IRETI’, inspirada na mitologia Iorubá
Com dramaturgia de Ingrid Alecrim e direção de Thaís Dias, a distopia narra a história de uma mãe preta que pariu o Brasil e, depois de ser preterida pela nação, reivindica seus direitos de criação
Com a missão de dar voz às culturas afrodiaspóricas – que foram depreciadas ao longo da História -, a Cia. do Despejo estreia a videoarte online “IRETI”, inspirada no espetáculo de mesmo nome. A obra é uma crítica à necropolítica brasileira e às violências sofridas pelas mulheres negras em nosso país. O texto ficou em 4º lugar no edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos, realizado pelo CCSP – Centro Cultural São Paulo em 2019.
As cenas foram gravadas sem plateia e seguindo todos os cuidados para garantir a segurança do elenco. O resultado será transmitido entre os dias 15 e 18 de abril, 13 a 16 de maio, 19 a 22 de junho e 17 a 19 de julho, sempre às 20h, pelo canal da Cia. Mungunzá de Teatro no YouTube.
A montagem, que tem dramaturgia de Ingrid Alecrim e direção de Thaís Dias, é inspirada na mitologia Iorubá, sobretudo na figura de Nanã Buruku, orixá que cedeu a lama do seu domínio para a criação dos corpos humanos. Ela também é responsável pela desencarnação, uma vez que exige de volta a matéria criadora da vida.
“O texto surgiu da ideia persistente de que o Brasil (conforme nominado após a colonização) foi parido e aleitado por mulheres indígenas, africanas e afrodescendentes. “Nosso ‘mundo’ é moldado através das mãos dessas mulheres e, muitas vezes, contra suas vontades. Na colonização, tudo o que é frutífero ficará arrasado: a terra e suas preciosidades, o corpo feminino e sua capacidade de gerar os povos miscigenados, que já nascem sob dominação”, revela a dramaturga Ingrid Alecrim.
A narrativa é conduzida por uma mãe preta e pobre, a personificação de Nanã Buruku. Ela ergueu o Brasil com os próprios braços, mas foi preterida pelo país e, agora, mergulhada em um contexto de miséria, violência, fome e terror, assiste a seus filhos serem mortos e presos e a suas filhas serem estupradas.
A matriarca furiosa reivindica seus direitos de criação, exige que a matéria humana retorne para si e procura alguma maneira de acabar com o mundo em desequilíbrio. A personagem é inserida em uma distopia, na qual as guerrilhas urbanas e rurais expandem uma guerra contra a governança brasileira. E, nesse contexto, ela reflete sobre o que precisa ser mudado se quisermos viver em um país mais justo e menos violento.
“Ela toma as rédeas da existência humana, se colocando como uma figura central da história do Brasil, e não aceita ser musa, escrava, empregada ou ladra. Ela deixa de ser protagonista de uma história silenciada e solitária e se assume como protagonista da nação. Com essa história, a Cia do Despejo, da qual sou cofundadora, valoriza as narrativas das mulheres brasileiras ao dar voz às verdades desagradáveis, às culturas afrodiaspóricas depreciadas e à configuração de uma realidade apocalíptica convergente com os acontecimentos atuais”, comenta a autora.
Além de denunciar todos os tipos de atrocidades cometidas contra a população negra desde a colonização, a peça tem a proposta de valorizar as ancestralidades.
“A todo momento são reavivados saberes e costumes ancestrais que chegam a nós através da afrodiáspora e das culturas orais indígenas. Ritos de cura e presenças míticas permeiam a narrativa e seus acontecimentos. A mitologia Iorubá chegou ao Brasil por meio das pessoas escravizadas e sobrevive através de muita resistência, também inevitavelmente mesclada à cultura do colonizador”, acrescenta.
Segundo Thaís, a encenação nasceu de uma estética uterina, “gestada coletivamente por uma equipe desejante desse nascimento/estreia/partilha cênica. Plasticamente composta de elementos suspensos, a cenografia e os objetos cênicos de Lui Cobra trazem em suas formas e funcionalidades as possibilidades de jogo entre os atuadores e o local da montagem. São camadas de tecidos, paredes-véus a serem costuradas, defumação flutuante, uma banheira parideira: nosso trono de assentamento para esperança nāo vindoura nesse Brasil-Terra-Chāo”, afirma.
O figurino criado por Duda Viana funciona como uma segunda pele, obedecendo aos tons terrosos do cenário e fazendo uma alegoria das figuras a serem interpretadas. “Um elemento que liga a espacialidade e as vestimentas sāo as máscaras feitas por Cleydson Catarina, que representam as nossas vozes, as vozes das mulheres pretas desse Brasil e a das nossas ancestrais”, completa.
SOBRE INGRID ALECRIM – TEXTO
Ingrid Alecrim é atriz, dramaturga, roteirista, produtora cultural e maquiadora. É cofundadora da Cia do Despejo, onde atuou como cocriadora, atriz, figurinista e maquiadora do espetáculo “Fêmea” e atualmente é dramaturga e produtora do espetáculo “IRETI”.
Formada como atriz pela SP Escola de Teatro, iniciou sua trajetória artística através do Teatro Vocacional nos anos de 2006 a 2011. Atualmente, cursa licenciatura em Artes Cênicas na ECA/USP.
SOBRE THAIS DIAS – DIREÇÃO
Artista piracicabana atuante como atriz, figurinista, produtora cultural, arte educadora e diretora artística. Atriz formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André-ELT (2009).
Atriz do Grupo de Teatro Forfé, Coletivo Quizumba. Cantora nos rspetáculos de Repertório da Cia Treme Terra; e da Cia Zona Agbara. Atuou como diretora artística das obras “Degredo”, em 2015, e em “IRETI”, montagem em andamento em 2021.
Encontra-se em pesquisa para elaboração do figurino dos processos artísticos dos grupos: Zona Agbaras, Coletivo Okan e a Coletiva de Teatro. E em processo criativo temporariamente intitulado: “Camadas da Pele /ou/ Parir a si mesma” onde investiga sua negritude, pele, feminismos e matriarcado.
SINOPSE
A narrativa é guiada por uma mãe preta inspirada na personificação de Nanã Buruku. Na história ela aparece como a mulher que pariu e levantou com seus braços o Brasil. País que a pretere, mata seus filhos e lhe relega a ingratidão e as sobras.
Vislumbrando este mundo onde suas crianças vivem numa realidade cruel de fome, violência e dor, ela deseja a matéria da criação de volta para si, buscando uma maneira de acabar com um mundo desequilibrado. Nana reivindica seus direitos a uma boca que fala e a mãos que curam e matam. Ela se assume como a terra aberta, pulsando e se preparando para voltar ao início.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Ingrid Alecrim
Encenação: Thaís Dias
Direção de movimento: Carol Ewaci
Intérpretes: Breno Furini, Isamara Castilho e Jennifer Souza
concepções luminosas: Carolina Gracindo
Composição sonora: Aline Machado
Concepção de figurino e costura: Duda Viana
Concepção de cenografia e cenotécnica: Lui Cobra
Orientação de percussão: Helena Menezes Garcia
Orientação de máscaras: Renata Kamla
Mascareiro: Cleydson Catarina
Fotografia: Duda Viana
Artes de divulgação: Afrobela
Produção: Ingrid Alecrim
Assessoria de Imprensa: Bruno Motta Mello e Verônica Domingues – Agência Fática
Este projeto foi contemplado pelo Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo – VAI.
SERVIÇO
IRETI, da Cia do Despejo
Apresentações: 15 a 18 de abril, de quinta a domingo, às 20h
13 a 16 de maio, de quinta a domingo, às 20h
19 a 22 de junho, de sábado a segunda, às 20h