José LouroImagem criada por IA do Bing – 30 de janeiro de 2025, às 11:42 PM
Naquela noite no lago Querias apenas um olhar Que quebrasse a melancolia Que quebrasse a tristeza De quem foi inocente De quem nunca quis crescer
Naquela noite no lago Querias apenas um toque Um toque de esperança Naquela noite no lago O olhar apareceu E o toque também Ainda que não o tivesses visto Ainda que não o tivesses sentido
Como eu sei que é uma cotovia que me canta à janela nas manhãs de sentinela… graças à beleza de seu canto proverbial, a cotovia…
O pássaro pontual me habita a vida em relógio de mestre pulsa ponteiros em usual batida não há dúvida na lembrança nem há breu na aliança paternal
A cotovia que me ensinou a piar…quando minha voz pareceria de uma corujinha…e a voar com asas curtas de uma pequenina fêmea passarinha
A cotovia me mostrou a água boa, beber do lago limpo não das poças pescando levemente ou apreendendo as minhocas nutrindo as carências
A mestre pássaro passou a voar-me a lado a lado em poético voo palavrear de ensinamentos em meus lamentos ensinou driblar os ventos
saramos juntos juvenis e mais maduras…dores trocamos penas primaveras, vis invernos se ela voou em tempo certo, nada importa…
meu pai é isto cotovia que avoou, passarinho que me volta bica, canta, assobia, fala o nome e me vicia na interminável alegria de lembrar sua poesia que na minha se esguia e intensamente me cria. Me criou assim me criará sem fim… Papai
O elo em aves ultrapassa véu de tempos nas colinas se aguarda a breve volta não da ave de um tempo onde os elos mais sublimes serão mais altos que todos os caminhos