Mulheres de São Paulo
Ella Dominici
‘Mulheres de São Paulo – Incandescentes e Femininas’


Elas — são fogo que anda nas ruas, com passos que o caos insinua.
Têm lava nas veias, vertente acesa, derretem o medo com delicadeza.
Elas são vulcões silenciosos, ferros e flores, ritos e gozos.
Do concreto fazem chão fértil, do pranto — um hino desperto e sutil.
No aço da pressa, germinam ternura, carregam nos ombros a própria estrutura.
São brasa e perfume, são dor e canção, fermentam o mundo em seu coração.
Quando o sistema as tenta conter, elas respondem com o poder
de jorrar incandescência pura, fertilizando o que o tempo cura.
Elas são o grito contido da terra, o verso que rompe a guerra.
São gestação do amanhã, poesia em corpo de afã.
Mulheres de São Paulo — brasas, na labareda que abraça as casas.
Lavam o caos com seu brilho maduro, e fazem do fogo — o fértil futuro.
Ella Domnici