Amor Além da Guerra

Lançamento do Livro ‘Amor Além da Guerra’ conquista público em Caçador (SC)

Capa do livro Amor além da guerra
Capa do livro ‘Amor além da Guerra’

No dia 15 de março, a Livraria Selva, em Caçador (SC), foi palco de um evento que superou todas as expectativas: o lançamento do aguardado livro Amor Além da Guerra.

O evento, que aconteceu ao longo de todo o dia, foi um verdadeiro sucesso, atraindo um público diversificado, incluindo empresários, vereadores, o prefeito da cidade, Sr. Alencar Mendes, prefeitos de municípios vizinhos, representantes da Universidade local e até pessoas de outras cidades.

O livro Amor Além da Guerra mergulha em diversos aspectos históricos, combinando romance e fatos reais.

A trama explora temas como a imigração italiana para o Brasil no final do século XIX, as adversidades dos imigrantes, as duas grandes guerras mundiais e os regimes que surgiram em função delas, como o Nazismo, o Socialismo e o Comunismo.

A obra é resultado de uma extensa pesquisa e de uma profunda paixão pela história.

Entre 1880 e 1890, milhares de italianos desembarcaram no Brasil em busca de uma vida melhor. Aproximadamente 580.000 imigrantes europeus chegaram ao país até 1900, e quem não tem, na própria família, raízes italianas ou de outras nacionalidades europeias?

A imigração transformou a cultura brasileira, moldando nossa culinária, religião, costumes e, claro, nossa visão de mundo.

Porém, a jornada desses imigrantes não foi fácil. Eles enfrentaram imensos desafios, preconceitos e dificuldades.

E é dentro desse contexto de luta e resistência que nasce a história de Amor Além da Guerra – um romance emocionante que, além de retratar a experiência dos imigrantes, também narra as atrocidades das Guerras Mundiais, que atingiram o mundo sem escolher fronteiras.

A história traz personagens marcantes: uma enfermeira dedicada que cuidou de um soldado cego após um atentado, e o próprio soldado, que, em meio à dor, encontrou no amor uma força de superação.

Esse romance de amor e resiliência transcende a tragédia das guerras, mostrando que, mesmo nos momentos mais sombrios, a esperança pode florescer.

Amor Além da Guerra não é apenas um livro; é uma viagem profunda por diversas fases da história e seus momentos mais impactantes.

Com uma narrativa que mescla ficção e realidade, a obra promete conquistar os leitores e deixar uma marca na literatura brasileira.

ALGUMAS IMAGENS DO EVENTO

Fotos do evento
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Resenhas da colunista Lee Oliveira




A jornada pessoal e literária de um pai e filho

Buscando uma forma de passarem mais tempo juntos, decidiram se dedicar à literatura

Foto de Reginlado e Diogo
Reginaldo e Diogo

Reginaldo Andrade, natural de Patos de Minas (MG), é um contador com mais de 30 anos de experiência, formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Empresarial.

Além de atuar como consultor de empresas, Reginaldo ocupa atualmente o cargo de Secretário Municipal de Finanças de sua cidade natal, um município com aproximadamente 170 mil habitantes.

No entanto, sua trajetória de vida passou por uma reviravolta após enfrentar dois episódios críticos de saúde, momentos que o levaram a refletir sobre o verdadeiro valor da vida.

Durante um desses períodos de risco iminente, Reginaldo percebeu que estava se entregando demais ao trabalho e negligenciando o tempo com seu filho, Diogo, que na época tinha 13 anos.

Ele sentiu a necessidade de reconectar-se com o filho e decidiu, de maneira simples, propor uma atividade que os unisse: as caminhadas.

Durante esses momentos, surgiu uma ideia que transformaria sua relação: escrever um livro juntos.

Reginaldo, que sempre adorou contar histórias para Diogo, e seu filho, com grande imaginação e amor pela criação de personagens, decidiram criar uma obra literária.

O primeiro fruto dessa parceria foi o livro Epic Adventure – O Jogo que Mudou o Mundo.

Ao começarem a escrever, ambos duvidavam de sua capacidade de produzir um livro de 120 páginas.

No entanto, o que começou com uma proposta simples logo se expandiu para mais de 250 páginas, e a satisfação foi imensa.

O sucesso do primeiro livro motivou-os a lançar a continuação, Entre Dois Mundos, e continuaram a escrever, apesar das dificuldades de tempo.

Diogo, por sua vez, é um jovem criativo e apaixonado por aviação e carros de corrida.

Seu talento para o desenho, visível nas ilustrações de Epic Adventure, reflete a profundidade de seu interesse por essas áreas.

A escrita do livro se tornou, então, não apenas uma forma de estreitar laços entre pai e filho, mas também um meio de comunicação onde poderiam expressar ideias e sentimentos, que talvez não tivessem compartilhado de outra maneira.

Em relação ao conteúdo das obras, Epic Adventure busca refletir sobre o impacto do mundo digital na vida real, abordando temas como o consumo crítico de informações, os perigos da exposição excessiva nas redes sociais e a importância das amizades genuínas no processo de crescimento.

O livro também trata das angústias e desafios que muitos adolescentes enfrentam, além de explorar a importância de uma vigilância equilibrada dos pais sobre a vida on-line de seus filhos.

O segundo livro da dupla, Entre Dois Mundos, aborda uma fase mais madura da vida, explorando questões relacionadas à liderança, insegurança e autocobrança.

A obra revisita a complexidade das decisões na vida adulta e como até mesmo as melhores intenções podem resultar em consequências dramáticas.

Reginaldo e Diogo, assim, oferecem uma reflexão profunda sobre a natureza humana, a vida espiritual e os comportamentos que moldam a experiência de viver.

Para Reginaldo Andrade, escrever ao lado de seu filho não foi apenas uma oportunidade de criação literária, mas uma jornada de autodescoberta e conexão familiar.

Em cada página, pai e filho conseguem se comunicar de uma forma única, abordando questões pessoais e universais por meio de histórias que instigam reflexão e aprendizado.

REDES SOCIAIS DOS AUTORES

SUAS OBRAS

Epic Adventure é uma história eletrizante, repleta de aventura, ação e emoção, mantendo o leitor completamente envolvido do começo ao fim.

É realmente incrível e altamente recomendada!

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Capa do livro Epic Adventure

Gabriel e seus amigos criam um jogo de realidade virtual chamado EPIC ADVENTURE, que se torna um sucesso mundial.

No entanto, um hacker assume o controle do jogo, adicionando novas funcionalidades e tornando-o mais real.

Quando mortes estranhas começam a ocorrer, a Polícia Federal e o Exército Brasileiro investigam, tratando o caso como um atentado terrorista global.

Os adolescentes passam de suspeitos a colaboradores e, acompanhados por um cabo do Exército, precisam retornar ao jogo, arriscando a própria vida para descobrir a causa das mortes e recuperar o controle do jogo, resultando em uma emocionante aventura que se desenrola dentro e fora do jogo.

Entre dois mundos é um livro repleto de ação e emoção, transmitindo mensagens importantes sobre amor, amizade, resiliência e família.

Uma verdadeira super aventura que prende o leitor do início ao fim.

É uma leitura que encanta!

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Capa do livros Entre dois mundos

Lucas é um jovem sargento recém-chegado ao planeta TOI 700e, a última esperança da humanidade após a Terra ser devastada pela Terceira Guerra Mundial.

Ao testemunhar a morte de grande parte de seus companheiros e do tenente de seu avião, ele é atormentado por visões da tragédia e criaturas alienígenas que os atacam incessantemente, dizimando seu grupo.

A trama toma um rumo inesperado quando Lucas encontra um sobrevivente de uma missão anterior e, após perder a memória, desperta em um lugar desconhecido, que logo descobre ser a UTI de um hospital.

Ali, ele conhece Mariana, uma jovem com câncer em estágio avançado que o visitava diariamente.

Devido a complicações de uma cirurgia, entretanto, a perspectiva se inverte e agora é Lucas quem começa a visitá-la.

Nessas visitas, ele descobre que Mariana possui uma visão de mundo completamente diferente da sua e, através das interações com ela, percebe que eles têm muito mais em comum do que ele jamais poderia imaginar.

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Arthur e Miguel em: Aventura no mar

Resenha do livro’ Arthur e Miguel em: Aventura no mar’ de Sol Oliveira, pela Sol Editora

Arthur e Miguel em: Aventura no mar
Arthur e Miguel em: Aventura no mar

RESENHA

Este livro é uma combinação eletrizante de ação e emoção, transportando o leitor para uma viagem inesquecível a Tulum, no México.

Acompanhamos uma família que embarca em uma aventura cheia de dinossauros e surpresas, enfrentando desafios que vão muito além do que esperavam.

A narrativa cativa desde o início, mesclando momentos de diversão e descobertas com reviravoltas inesperadas e perigos que mantêm o leitor preso às páginas.

Tulum, com suas paisagens deslumbrantes e sua rica cultura, serve como o cenário perfeito para essa história emocionante, tornando a leitura ainda mais envolvente.

Com personagens bem construídos e situações que despertam tanto tensão quanto empatia, o livro é uma jornada de superação, união e aprendizado.

É uma história que celebra o espírito aventureiro e a força dos laços familiares, enquanto explora os imprevistos e desafios que surgem neste mar, repleto de dinossauros.

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SINOPSE

Pela primeira vez Arthur e Miguel vão se aventurar longe de casa.

O destino escolhido para as férias da família foi o México.

Lá, diversos animais marinhos, pré-históricos, transformam o passeio num dia inesquecível para os irmãos.

SOBRE O LIVRO

Todos os livros foram inspirados pelo filho Arthur, que é apaixonado pelo fascinante mundo dos animais pré-históricos.

No primeiro, Arthur e seu irmão Miguel embarcam em uma emocionante aventura por uma floresta habitada por dinossauros.

No segundo, os irmãos enfrentam piratas malvados enquanto tentam salvar a Ilha Jurássica. Já no terceiro, a história os leva ao México em uma viagem de família, onde exploram um cenote mágico, habitado por incríveis criaturas marinhas pré-históricas.

Cada livro é uma celebração da curiosidade e do espírito aventureiro, refletindo o amor de Arthur por esse universo cheio de mistérios e descobertas.

SOBRE A AUTORA

Sol Oliveira
Sol Oliveira

Prestes a completar 40 anos, a carioca e apaixonada por literatura infantil é formada em Publicidade e Propaganda e mãe dedicada de Arthur e Miguel, suas maiores inspirações.

Sua trajetória como escritora começou em 2022, com a publicação do primeiro livro, seguida do segundo em 2023 e do terceiro, lançado em setembro de 2024.

Determinada a continuar criando histórias que encantam e inspiram crianças, ela declara com entusiasmo sua intenção de escrever para as infâncias para sempre, (Que sorte a nossa!!), unindo criatividade, amor e imaginação em cada página.

OBRAS DA AUTORA

Arthur e Miguel em: aventura na terra dos dinossauros
Arthur e Miguel em: aventura na terra …

Arthur e Miguel em: aventura na ilha dos dinossauros
Arthur e Miguel em: aventura na ilha…

Arthur e Miguel em: Aventura no mar
Arthur e Miguel em: aventura no mar…

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Parte de mim vai embora

Resenha do livro ‘Parte de mim vai embora’, de Alexandre Fonseca, pela Editora Suik

Capa do livro Parte de mim vai embora de Alexandre Fonseca, pela Editira Suilk
Parte de mim vai embora

RESENHA

Alexandre, ousadamente, começa este livro do fim.

Sim! ele começa com o fim do trabalho, do casamento e a morte do pai da protagonista Ota.

Mas, então, o que resta para nós leitores?

Uma narrativa excelente!

Este livro não veio nos falar de perdas e finais, e sim, de recomeço, redenção, autoestima, autoconhecimento e vida!!

A obra é avessa ao comum, mas traz muito mais do que imaginamos.

Um livro intenso, denso e dinâmico.

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SINOPSE

A vida de Luiz Otávio desabou em uma semana, perdendo o amor, o emprego e a família, mergulhando em um luto interior.

Em busca de reação, ele enfrenta os desafios de sua alma e questiona seu futuro.

Até que ponto podemos mudar nossa trajetória? O livre arbítrio se confronta com o
destino, enquanto ele busca respostas e descobre novos caminhos.

SOBRE A OBRA

Alexandre começou a publicar em 2012, aos 30 anos.

Este é o seu quinto livro solo.

Neste seu primeiro romance, o autor fala sobre luto, covid19 e resiliência.

Sua narrativa tem a intenção de subverter a ordem, pois a história começa do fim, e se desenrola com o objetivo de mostrar uma trajetória de resiliência e superação.

 Entre suas obras estão crônicas, poemas e poesias.

 Autodenomina-se inquieto, com gosto por experimentar o novo.

SOBRE O AUTOR

Imagem de Alexandre Fonseca
Alexanmdre Fonseca

Alexandre Pereira Fonseca tem 42 anos, é Assistente Social e PCD.

Marido de Helena, pai de Malu e um apaixonado por reflexões por meio da literatura.

Dentre todas as suas publicações há poesias e poemas, crônicas diversas e este, que é seu primeiro romance.

OBRAS DO AUTOR

Capa do livro 'Em queda livre' de Alexandre Fonseca
Em queda livre

Capa do livro 'A vida é mesmo agora' de Alexandre Fonseca
A vida é mesmo agora

Capa do livro 'Parte de mim vai embora', de Alexandre Fonseca
Parte de mim vai embora

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O pensador

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘O pensador’

À memória de Carlos Drummond de Andrade

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Carlos Drummond de Andrade
Foto licenciável da Store Norske Lelksinkon
Carlos Drummond de Andrade
Foto licenciável da Store Norske Lelksinkon

A tarde agonizou…
na penumbra do poente,
o grande precursor da poesia,
ao versejar “no meio do caminho”,
seu célebre poema,
sorriu.

Desse modo,
ao debruçar-se no portal do tempo,
o poeta modernista,
luminar da literatura brasileira
também versou com aprazível inspiração,
o amor que ultrapassa limites,
as lembranças da terra natal, a família;
exaltou a existência humana,
o conflito social,
e a visão do mundo,
retratando a solidão e a morte.

Entretanto, em sua plenitude,
o mestre e gênio literata mineiro,
persistente em seu poetizar,
redigiu versando com destreza,
a vanguarda modernista,
o concretismo,
a temática sociopolítica,
num relato requintado.

Enfim, na quietude sombria,
o poeta, contista, cronista,
“O Pensador” como era chamado,
deleitou-se em sua poética.
Sussurros despojaram seus versejos,
encravando na história literária
seu legado desmedido,
afinal, a magnitude de suas obras
são tão eternas quanto o tempo!

Ceiça Rocha Cruz

Contatos com a autora




A José Martiniano de Alencar

Francisco Evandro de Oliveira:

‘A José Martiniano de Alencar’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
José Martiniano de Alencar
Imagem gratuita da Store Norske Leksikon

José de Alencar, escritor que está entre os maiores expoentes da nossa Literatura Brasileira, na atualidade é pouco citado nos meios acadêmicos, no entanto, em qualquer lista de grandes nomes de escritores brasileiros que se possa vir a ser feita, ele estará sempre entre os dez melhores. Citando Augusto Meyer, que nos disse:

“Bastaria Iracema para consagrá-lo o maior criador da prosa romântica, na língua portuguesa. Mas além disso, lá na Câmara escura da nossa íntima devoção, onde começa o cinema interior. José de Alencar soube esboçar a largo traço um grandioso afresco, que não se encontra paralelo na ficção americana”.

José de Alencar desde muito jovem tornou-se famoso com suas pérolas: Iracema, O Guarani, Ubirajara, As Minas de Prata, O Ermitão da Glória, Guerra dos Mascates, Cinco minutos, A Viuvinha, Lucíola Diva, Senhora, A Pata da Gazela e tantos outros livros que produziu para o deleite da sociedade do segundo reinado.

Antes de ser nomeado Senador da República, o Imperador Dom Pedro II o considerava muito jovem para nomeá-lo Senador e ele disse na festa da nomeação do indicado: ”Vossa Majestade deveria ter rasgado a bula que o nomeou imperador”, já que o Imperador foi sagrado aos 14 anos e essa frase o colocou em rota de colisão com Dom Pedro II; no entanto ele soube reconhecer a grandeza de José de Alencar e em outra oportunidade o nomeou Senador da Republica. 

Para os cearenses, Alencar foi a voz do Ceará que fazia ecoar no centro da capital do reinado, e até hoje, na cidade de Messejana-CE, Alencar comunicava as paixões da nossas gente e das nossas coisas do dia a dia, um autor profundamente voltado para as mazelas nacionais. 

Um exímio romancista que nos deixa saudades de sua grandeza deixado externado em sua última frase na última página do livro Iracema: ”E tudo passa sobre a Terra”.

José de Alencar será sempre um exemplo a ser seguido pelos atuais escritores que representam a modernidade de nossa Literatura e a ele devemos tirar o chapéu para reverenciá-lo.

Francisco Evandro de Oliveira

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Autores fantásticos, leituras exigentes

Elaine dos Santos:

Artigo ‘Autores fantásticos, leituras exigentes’

Elaine dos Santos
Elaine dos Santos
Grande sertão: veredas
Grande sertão: veredas
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Quando trabalhava com turmas de ensino médio – exonerei-me da escola pública em 2009 -, os meses de outubro e novembro eram destinados a abordar três ‘monstros sagrados’ da Literatura brasileira: João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

Dispunha para tais atividades de 16 ou 18 horas-aulas, de modo que o tempo precisava ser ‘milimetricamente organizado para que houvesse uma abordagem racional das obras mais significativas ou em voga.

Principiava com um trecho do seriado Morte e vida severina, de João Cabral, para que houvesse a contextualização: o território da seca e a dificuldade de sobrevivência naquele ambiente.

Analisava trechos do poema. Eu estava diante de alunos entre 16, 17, no máximo, 18 anos e refletir sobre “É de bom tamanho./ Nem largo nem fundo./ É a parte que te cabe./ Deste latifúndio./ Não é cova grande./ E cova medida./ E a terra que querias”, no trecho que apresenta o funeral do lavrador, costumava ser um exercício dolorido sobre posse da terra em um estado da federação em que as campinas verdejantes dão exatamente a sensação de propriedade, liberdade, amplidão.

Alguns alunos – raros, é bem verdade – faziam uma analogia, neste caso, com os escravos de ‘O navio negreiro‘, poema de Castro Alves: a opressão, a miséria física, a desesperança, como se fosse uma linha de continuidade que nos acompanha no tempo, na História, na sociedade.

De Guimarães Rosa, os alunos tinham uma experiência prévia com Contos gauchescos, de Simões Lopes Neto. Refiro-me à linguagem regionalista que marca a produção dos dois autores – ainda que Simões Lopes Neto seja gaúcho, os jovens já não dominam o vocabulário do homem rural.

Não havia possibilidade de analisar Grande sertão: veredas, por isso, trabalhava, em geral, dois contos, buscando características, ambientação, vocabulário. Evidentemente, que referia as obras romanescas, um autor da magnitude de Guimarães Rosa é ‘marcado’ por seus textos mais famosos.

E, finalmente, havia Clarice Lispector e sua introspecção.

Ela nasceu Chaya Pinkhasivna Lispector em 10 de dezembro de 1920 na Ucrânia e morreu Clarice Lispector em 09 de dezembro de 1977.

Naquele início do século XXI, a leitura exigida pelas universidades da região era A hora da estrela, a história da Macabea e a sua epifania à beira da morte. Analisava a obra, mas antes contextualizava uma parte da biografia da autora.

Como esposa do diplomata Maury Gurgel Valente, ela foi cidadã do mundo, colhendo experiência em outras culturas. O filho Pedro nasceu em Berna, na Suíça; o filho Paulo veio ao mundo em Washington D.C., Estados Unidos. Pedro era esquizofrênico, o que lhe exigiu muita atenção.

Bem antes do nascimento dos filhos, lançou um dos livros que mais furor causou na Literatura brasileira pela temática, pela forma de escrita foi Perto do coração selvagem, em 1942.

A crítica teceu inúmeros elogios comparando-o a escritores como James Joyce, Marcel Proust e Virgínia Woolf, o que teria irritado a autora, que afirmaria à época não ter lido os supostos influenciadores de sua obra.

Macabea era o fechamento das aulas naqueles já quentes dias do mês de novembro. Muitos alunos comparavam-na a Fabiano do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos. Dois infelizes.

Sob certo aspecto, essas comparações faziam-me satisfeita, estavam sendo estabelecidas interrelações entre o conhecimento adquirido e o novo saber, as novas informações. Também era frequente que eles afirmassem que Clarice Lispector e Machado de Assis, particularmente em Dom Casmurro, ‘dessem um nó’ ao longo de seus romances, exigindo concentração.

Para um professor de ensino médio, eu costumava dizer: se o aluno leu a obra, compete-me fazê-lo entender. Se ele não entendeu, cabe-me fazê-lo interessar-se por ela. Cidadãos críticos são formados justamente pela capacidade de estabelecer relações entre o que é lido, o que verificam na realidade e pelo ‘nó’ que lhes confere a realidade em que vivem: a indagação.

Elaine dos Santos

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