Elo poético resiste e liberta

Ella Dominici: ‘Elo poético resiste e liberta’

Ella Dominici
Ella Dominici
"... e irei pulando as cordas e ponteiros do tempo..."
“… e irei pulando as cordas e ponteiros do tempo…”
Imagem criada pela IA do Bing

Amanhã sei que tudo será ontem
futuro não se vive, mas se inventa
em movimentos à liberdade

ela será pequena, do tamanho que minha alma
necessita, simples mas cultivada,
se puder, será inviolável ao amor da madrugada
a levantarei dos contos que me mentem
confiscam a esperança desta cidade

O miúdo se levantará precipitado
esquecendo de ser aleijado onde imagem
da mata sangrando será vencida

Poderá sonhar sem os mortos que apagam
os sonhos de mentira
Sairemos da cova do teto do mundo
O que tu vistes e provei, será coisa de não acontecer

Se puder então, acreditarei nos sonhos
afundadas resenhas em planos de painas.
Sim, desacreditarei do vil destino
e irei pulando as cordas e ponteiros do tempo
Inda sei que restará a mim olhar sem escamas
poesia do amanhã será menina

Dos campos de trincheiras e vales combatentes,
verei brotar um verde trevo de resiliência
Abandonarei espaços que me limitaram a independência,
na liberdade do pensar curando em versos as feridas,

dançarei o frevo e no abraço da cintura tua
Inventarei livre arbítrios memórias-Sol,
a transcender pela palavra que brilha e cintilante será
no entardecer da vida

Ella Dominici

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De Malanje (Angola) para o Jornal ROL, Zé Franco!

Poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente, os versos de Zé Franco enriquecem ainda mais as páginas do ROL!

Zé Franco
Zé Franco

Zé Franco, natural de Malanje (Angola), e residente em Luanda (Capital), é escritor, poeta, trovador e  haikaísta.

Autor do livro ‘Tradutor de Silêncios’, editado no Brasil pela chancela da Editora Filos.

É um poeta reconhecido no Brasil e internacionalmente com prêmios, títulos honoríficos e menção honrosa no Prêmio Internacional Pena de Ouro.

O artista também possui variadas participações em coletâneas e revistas internacionais.

Como em sua consideração, um cidadão do mundo, africano que nasceu em Angola, terra da qual se orgulha.

Zé Franco inicia sua jornada literária ROLiana com o sensibilíssimo poema ‘O sabiá-laranjeira’

O sabiá-laranjeira

Sabiá-Laranjeira
Sabiá-laranjeira
Imagem criada pela IA do Bing

Canta canta, o sabiá-laranjeira

desde a aurora, na madrugada

desde o Sol, ao seu beijo no mar,

do alpendre, lá no Rochedo da Serra,

uma canção só, órfã de souris*

entre o xadrez de um homem livre.

Antes era a liberdade canora

que então seu sedento desejo.

Souris. Alegria, vivacidade.

Zé Franco

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Gabriela Lopes: 'A madrugada da vida'

Gabriela Lopes

A madrugada da vida

Com lágrimas lavo as mãos.
Sinto a vida doer.
Na profundidade humana que carrego.
Mas é dor benevolente.
Quando eu, guerreira valente
Tiro as armaduras
E olho no espelho da alma
As marcas dessa proteção de aço.
A pele com escoriações
Despida e observada.
Mergulho nas águas do Espírito,
Lá, alvejo o coração.

Retiro a lança e o escudo das mãos
E mais leve repouso.
O corpo já ficara moldado
Ao contorno da armadura.
Este, de carne e que sangra.
A madrugada da vida
Nutrida de nudez de alma
Revela que na fragilidade da carne
Mora o eterno.
Estou sem armaduras.
Desejo mais madrugadas nuas.

 

Gabriela Lopes

 

 

 

 

 

 




Adriana Negrini: 'Encontro'

Fogos, magia/ Fim do dia./ Cheiro da noite/ Que se aproxima/ Teus olhos brilham,/ Enigma…”

 

Encontro

Fogos, magia

Fim do dia.

Cheiro da noite

Que se aproxima

Teus olhos brilham,

Enigma…

Você se aproxima

Como a noite,

Me beija

Como a brisa.

Diz que me ama…

Madrugada

Me incendeia…

Feito raio

Me abandona,

Some com a noite

Que some com a manhã.