De volta ao meu jardim

Verônica Moreira: ‘De volta ao meu jardim’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem criada pela IA do Grok

Estou voltando pra mim
Estive fora por um tempo,
fora das reais prioridades,
encontrei meras vaidades.

Hoje, retorno ao caminho,
àquilo que me é princípio,
início, raiz, compromisso,
o que me faz pulsar e viver.

Volto ao primeiro amor,
retorno às primícias,
aquelas que deixei para trás,
as que me traziam paz.

Voltei para dentro de mim,
encontrei poesias solitárias,
libertei-nas nesta manhã,
quando abri meu jardim.

O jardim das amoreiras,
aquele que outrora cultivei.
Encontrei espinhos e cardos,
e amoras caídas ao chão.

Quanto tempo não sinto
nem doce nem amargo,
o azedo da fruta verde
ou o doce da fruta madura.

Há muito não sinto o cheiro,
nem perfume de flores.
Quanta poesia sufocada,
inúmeros versos perdidos.

Mas hoje, simplesmente,
voltei ao meu jardim,
destranquei sua porta
e degustei suas delícias.

Abracei o passado,
perdoei os animais,
até beijei as lembranças,
as marcas nem vejo mais.

Eu disse em voz alta
aos invasores de outrora:
— Saiam… eu os liberto agora.
Meu jardim voltará a florir.

Eu posso sentir os versos,
eles dançam ao meu redor.
A poesia me abraça forte,
já posso ser dela outra vez.

Verônica Moreira

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Primaveril

Sandra Albuquerque: Poema ‘Primaveril’

Sandra Albuquerque
Imagem gerada com a IA do Bing ∙ 21 de setembro de 2024 
às 8:34 AM
Gerado com IA ∙ 21 de setembro de 2024 às 8:34 AM

É manhã
Ainda sonhando com a noite enluarada
E o céu estrelado
Sinto os primeiros raios solares
Refletindo em meus lençóis.
E ouço os cânticos singelos dos pássaros
E o ciciar das cigarras.
Espreguiço-me lentamente
Enquanto da cama me levanto.
E sobre a camisola branca
Coloco o meu roupão de seda
Vou até a sacada.
Caminho até a varanda
Sento-me na espreguiçadeira.
Olho o céu azul,
E as ondas que batem nas pedras indefesas
misturando-se à areia suave e límpida.
A brisa que leve soa
Traz o aroma das flores
De todas as cores
Dos jardins dali:
Margaridas, girassóis
Sempre-vivas, rosas, acácias e camélias
Papoulas e ipês.
Que paisagem encantadora!
As folhas aplaudem
Os beija-flores
Enfeitam o ambiente
Em um tom primaveril .

Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro,19 de setembro de 2024

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Moto taxista

Soldado Wandalika: Poema ‘Moto taxista’

Uma homenagem aos motoboys!

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada por IA do Bing -  1 de agosto de 2024 às 11:20 AM
Imagem criada por IA do Bing –  1 de agosto de 2024 às 11:20 AM

Desfecho uma paragem
Comendo as madrugadas dos meus sonhos
Pela manhã do meu esforço matabixo
Parece batota contar as entranhas dos golos
Na barriga do estômago

Ir e ir a manhã me espera
Reservada de metal
Os dias crescem
E a maldade diminui
Mais uma roda de metal

O mambo aqui é duro para valer
Bumbamos pela fé
Vezes confundidos com delinquentes
Acalmamos o espírito e seguimos mais uma jornada

Ânimo para cima
Reviramos o clima
Firmes na placa
Entramos nesta pista
Que alimenta o biva

Soldado Wandalika

Glossário

Matabixo. Almoço
Batota. Mentira
Golos. Acertar o alvo
Mambo. No poema, situação, assunto
Bumbamos. Trabalhamos
Biva. Casa

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Princesa do rio

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Princesa do rio’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"E à tardinha, pela vidraça entreaberta do ocaso, descortina-se a paradisíaca cidade-princesa,"
“E à tardinha, pela vidraça entreaberta do ocaso, descortina-se a paradisíaca cidade-princesa,”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer da plataforma DALL-E3

Amanhece… O sol brilha!
E a terra bronzeada pelo tempo,
ao sabor do vento,
no debruçar da manhã,
desperta sorridente.

O rio, eterno cantor
em seus murmúrios
canta a cidade das rochas
vestida de sonhos,
poesias,
e canções.

Na montanha rochosa,
e da janela aberta do horizonte
o Sol espreita
inundado de poente
e pelas cortinas douradas,
sorri.

E à tardinha,
pela vidraça entreaberta do ocaso,
descortina-se a paradisíaca
cidade-princesa,
às margens do rio Velho Chico,
no silêncio do entardecer.

Na quietude sorrateira
do suave arrebol,
um gemido sombrio:
“só a ti hei de amar, minha Penedo,
princesa do rio!”

Ceiça Rocha Cruz

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Eulália

Evani Rocha: Poema ‘Eulália’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada por IA - Gencraft
Imagem criada por IA – Gencraft

Eulália é feita uma borboleta

Recém-saída da crisálida!

Possui lábios rosados e pele de seda…

Se tivesse asas, certamente elas

Seriam azul metálico

Ou talvez douradas.

Seus olhos são pretos como o breu

E seu sorriso tão leve e suave como a brisa da manhã.

Eulália caminha solitária,

Seus rastros vão marcando a areia fina da estrada.

Bem que podia voar entre as margaridas brancas e vermelhas

Das margens do caminho…

Pousar de uma em uma, e sorver o néctar da vida.

Se Eulália pudesse voar ela contemplaria o horizonte nessas tardes primaveris,

Despertaria os beija-flores enciumados

Por sua beleza.

Voaria sobre os montes e cachoeiras…

Mas caminha Eulália, decidida.

Deixando sua leveza e seu perfume impregnar as amoreiras e macieiras floridas.

O vento esvoaça seus longos fios de cabelos cor de bronze…

Vai ao longe Eulália, carregando no corpo a juventude e nas mãos, um nada,

Apenas a plenitude de ser tão bela e efêmera como uma borboleta azul!

Evani Rocha

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Praças

Sergio Diniz da Costa: Crônica ‘Praças’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Uma praça, com muitas pessoas em trânsito
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Estou no centro da praça central de minha cidade. Manhã fresca de setembro. Céu de Brigadeiro.

E ali parado, sou um mero e curioso observador. Algumas pessoas cruzam por mim como que desenhando um ‘Jogo da Velha’ em direção a seus afazeres. Outras, prestam atenção à pregação de um evangélico. Outras fazem uma roda, em torno de um artista de rua. Algumas, sentadas nos bancos, simplesmente parecem tão somente descansar ou ‘jogar conversa fora’.

A praça central de minha cidade, naquele momento, me faz recordar de outra, que decantei em versos nos anos 80, quando estive na cidade de Santos, a trabalho.

Era a praça ‘Ruy Barbosa’. E inspirado nela, também como um mero e curioso observador, o papel deu à luz ao poema ‘Impressões da Praça’:

Velha praça de imortal nome!/ Encruzilhada de destinos/ Que correm paralelos/ Ou se entrecruzam/ Em eventuais encontros./ Velha praça de imortal nome! Onde os pássaros sufocam gorjeios/ Ao alarido de veículos céleres;/ Onde o trágico e o cômico se revezam/ Aos olhos transfixos dos transeuntes./ Velha praça,/ De novas emoções! Em seu solo vicejam/ Plantas e flores,/ Pegadas e frases/ Que Éolo mistura/ Em algaravias/ Que somente a brisa entende./ Os homens se esbarram,/ Mas não se tocam;/ Trocam ideias/ Ou falam a si mesmos./ As árvores cumprem seus destinos:/ Sombreiam, farfalham,/ Tingem a paisagem cinza citadina/ Com cores vivas;/ Mantêm colóquios misteriosos entre si;/ Brincam com anciões/ Recostados em alvos brancos,/ Derramando-lhes folhas soltas./ Velha praça de imortal nome!/ Ao dia, é vida e burburinho;/ À noite, é escura e melancólica;/ É abrigo de aves gárrulas;/ É repasto de pombos…/ E de sonhadores!

Volto o pensamento à praça de minha cidade. Observo seus frequentadores e aqueles que por ela apenas transitam de passagem. E sinto que tanto ela quanto a de todas as cidades de todos os lugares deste planeta têm uma espécie de ‘alma’. Uma alma em comum. E essa alma representa um emblema, um símbolo: o símbolo da alma humana. No seu ir e vir, de um lado a outro, pelos caminhos da vida, em busca de algo.

Talvez, em busca de si mesma.

Sergio Diniz da Costa

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Mãe

Fátima Sá Sarmento: Poema ‘Mãe’

Fátima Sá Sarmento
Fátima Sá Sarmento
"Mãe, sábia como a brisa da manhã"
“Mãe, sábia como a brisa da manhã”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Mãe,
sábia como a brisa da manhã,
Traz consigo a luz que desfaz toda sombra,
E no olhar, a ternura que acalma e embala,
É amor que em cada gesto se assombra.

Mãe,
força que se ergue em meio ao sertão,
Como o rio que persiste e nunca se cansa,
Em seu peito bate um coração valente,
por seus filhos atravessa qualquer distância.

Mãe,
flor do mais puro e raro jardim,
Em suas mãos, pétalas que curam e afagam,
No silêncio de seu abraço, o mundo se aquieta,
E na voz que acalenta, a esperança se alaga.

Mãe,
estrela-guia no céu do meu viver,
Seu sorriso é farol que me guia pela vida,
E mesmo quando a noite em mim descer,
Será sua luz que a escuridão intimida.

MÃE,
AMOR QUE NÃO SE MEDE, INFINITO.
Que nos ensina a ser forte e a perdoar,
No livro da vida, é você o mais bonito verso,
E em cada palavra, um motivo para celebrar.
Fátima Sá Paraíba- flor de mandacaru

COM AMOR PARA VOCÊS, MAMÃES!

Fátima Sá Sarmento

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