José Antonio TorresImagem ciada por IA do Bing – 16 de julho de 2025, às 07:39 PM
Aqui deitado, tentando esvaziar a mente, Ouvindo o som da chuva lá fora E vendo-a escorrer pela vidraça, Me abstenho de qualquer preocupação. Seu som é melodia a embalar corações apaixonados, Ou pode causar melancolia nos solitários. Invejo essas nuvens que, ao chorarem, Tornam-se serenas e deixam-se levar pelo vento para outras paragens. Sua missão foi cumprida. Com seu desaguar, A chuva refrescou e limpou o ar; Regou o solo para que a vegetação Não ressecasse de sede; Fez a alegria das crianças que pulavam sob seus pingos, Batendo os pés nas poças d’água Na batalha dos respingos; Encantou apaixonados que dançavam encharcados, Rindo, se abraçando e se beijando, plenos de amor.
José LouroImagem criada por IA do Bing – 30 de janeiro de 2025, às 11:42 PM
Naquela noite no lago Querias apenas um olhar Que quebrasse a melancolia Que quebrasse a tristeza De quem foi inocente De quem nunca quis crescer
Naquela noite no lago Querias apenas um toque Um toque de esperança Naquela noite no lago O olhar apareceu E o toque também Ainda que não o tivesses visto Ainda que não o tivesses sentido
Névoa por trás da montanha rochosa, e o dia se deleita de melancolia. Olhares de puro amor resvalam em risos sobre os amantes debruçados na varanda do tempo, sob a vidraça do espesso nevoeiro.
Nas sendas do jardim hibernal chovem pétalas de frio intenso, mas o amor aquece e aconchegado ao abraço, entreolham-se fascinados, segredam as batidas do coração num regougo: amo-te!
Porém, no doce sabor do afeto à luz de velas, ao deleite do vinho e do mate e ao calor do amor infindo, dos olhares, dos sussurros, das emoções, somos amor.
Enfim, num dia frio nostálgico, cantamos em versos sublimes doces poemas na eterna poesia, aquecido pelo amor, no inverno em Penedo.
Verônica Moreira“Minha herança” Imagem criada pela IA
Neste momento, não há lugar para poesia nas palavras que estou escrevendo; talvez isso seja um tipo de legado, pois reúne tudo o que possuo… No entanto, é possível que meus herdeiros não venham a existir… Quem poderia se interessar por palavras e sentimentos que, à primeira vista, não parecem ter significado? Em um tempo como o nosso, quem teria a sensibilidade de preservar minhas escritas como verdadeiros tesouros?
Ah, meus caros amigos, será que ainda vale a pena deixar mais preciosidades dispersas pelo ar, em lugares gelados ou mornos? Neste instante, o que me rodeia são incertezas e uma esperança que, atualmente, mantenho em banho-maria. Sinto que não estou me cabendo dentro de mim mesma… E, quem se preocupa com isso? Aqueles que herdaram a essência da mulher poetisa, que transforma a poesia em sua riqueza. A quem caberá encontrar a chave do meu baú de tesouros?
Refletindo sobre minhas crenças, imagino como seria a disputa entre meus possíveis herdeiros. Acredito que alguns deles tentarão se apropriar dos meus versos carregados de melancolia e solidão. Alguns poderão sentir-se mais atraídos pelos meus poemas fervorosos, repletos de paixão, enquanto outros poderão ansiar por reviver a infância em que o doce de coco era infinitamente mais tentador do que os de hoje. Contudo, ninguém será capaz de vivenciar as emoções que eu experimentei, desde a angústia mais intensa até aquelas paixões torcidas que me levaram à loucura.
Ah, meus descendentes! Lembrem-se de compartilhar minha herança com os necessitados de sabedoria, pois tudo o que deixo a vocês, apesar de parecer pouco, foi um presente que recebi um dia, sem pedir, de um poeta que guardou seu valioso legado dentro de mim. Não se tratava de dinheiro, prata ou ouro, mas de um tesouro que poucos desejavam, embora todos os que o possuíram se tornassem ricos, mesmo sem perceber que o verdadeiro herdeiro é aquele que lê.