Melancolitonia

Ella Dominici: Poema ‘Melancolitonia’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada por IA do ChatGPT

é tão monótona a tardezinha que não me aplaca
e ingentil o sol que minha natureza despedaça
quando parte dando aleivosamente sinais de fim

é melancólica a onda rasteira e larga que recua
deixando areia molhada e meio nua
nauseada do dourado, sal-choro me flagra

chegando lua indo o másculo sol sem pena
contrita venho alada engatinhando agachada
joelhos arranhados de grãos-passado ainda

a tarde é longa como o piscar lânguido
as energias ficaram na travessia trêmula
na boca o gosto-nostalgia da língua sôfrega

tarde do domingo domina alma do desejo
beija-me na praia de suaves grãos finos prateados
até que chumbo-noite faça-nos marejados
de mar enfim

Ella Dominici

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A chuva

José Antonio Torres: Poema ‘A chuva’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
Imagem ciada por IA do Bing – 16 de julho de 2025,
às 07:39 PM

Aqui deitado, tentando esvaziar a mente,
Ouvindo o som da chuva lá fora
E vendo-a escorrer pela vidraça,
Me abstenho de qualquer preocupação.
Seu som é melodia a embalar corações apaixonados,
Ou pode causar melancolia nos solitários.
Invejo essas nuvens que, ao chorarem,
Tornam-se serenas e deixam-se levar pelo vento para outras paragens.
Sua missão foi cumprida.
Com seu desaguar,
A chuva refrescou e limpou o ar;
Regou o solo para que a vegetação
Não ressecasse de sede;
Fez a alegria das crianças que pulavam sob seus pingos,
Batendo os pés nas poças d’água
Na batalha dos respingos;
Encantou apaixonados que dançavam encharcados,
Rindo, se abraçando e se beijando, plenos de amor.

José Antonio Torres

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Um toque de esperança

José Louro: Poema ‘Um toque de esperança’

José Louro
José Louro
Imagem criada por IA do Bing - 30 de janeiro de 2025,
 às 11:42 PM
Imagem criada por IA do Bing – 30 de janeiro de 2025,
às 11:42 PM

Naquela noite no lago
Querias apenas um olhar
Que quebrasse a melancolia
Que quebrasse a tristeza
De quem foi inocente
De quem nunca quis crescer

Naquela noite no lago
Querias apenas um toque
Um toque de esperança
Naquela noite no lago
O olhar apareceu
E o toque também
Ainda que não o tivesses visto
Ainda que não o tivesses sentido

José louro

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Inverno em Penedo

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Inverno em Penedo’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Névoa por trás da montanha rochosa,
e o dia se deleita de melancolia.
Olhares de puro amor
resvalam em risos sobre os amantes
debruçados na varanda do tempo,
sob a vidraça do espesso nevoeiro.

Nas sendas do jardim hibernal
chovem pétalas de frio intenso,
mas o amor aquece
e aconchegado ao abraço,
entreolham-se fascinados,
segredam as batidas do coração
num regougo: amo-te!

Porém, no doce sabor do afeto
à luz de velas,
ao deleite do vinho e do mate
e ao calor do amor infindo,
dos olhares,
dos sussurros,
das emoções,
somos amor.

Enfim, num dia frio nostálgico,
cantamos em versos sublimes
doces poemas
na eterna poesia,
aquecido pelo amor,
no inverno em Penedo.

Ceiça Rocha Cruz

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Minha herança

Verônica Moreira: Crônica ‘Minha herança’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
"Minha herança"
“Minha herança”
Imagem criada pela IA

Neste momento, não há lugar para poesia nas palavras que estou escrevendo; talvez isso seja um tipo de legado, pois reúne tudo o que possuo… No entanto, é possível que meus herdeiros não venham a existir… Quem poderia se interessar por palavras e sentimentos que, à primeira vista, não parecem ter significado? Em um tempo como o nosso, quem teria a sensibilidade de preservar minhas escritas como verdadeiros tesouros?

Ah, meus caros amigos, será que ainda vale a pena deixar mais preciosidades dispersas pelo ar, em lugares gelados ou mornos? Neste instante, o que me rodeia são incertezas e uma esperança que, atualmente, mantenho em banho-maria. Sinto que não estou me cabendo dentro de mim mesma… E, quem se preocupa com isso? Aqueles que herdaram a essência da mulher poetisa, que transforma a poesia em sua riqueza. A quem caberá encontrar a chave do meu baú de tesouros?

Refletindo sobre minhas crenças, imagino como seria a disputa entre meus possíveis herdeiros. Acredito que alguns deles tentarão se apropriar dos meus versos carregados de melancolia e solidão.
Alguns poderão sentir-se mais atraídos pelos meus poemas fervorosos, repletos de paixão, enquanto outros poderão ansiar por reviver a infância em que o doce de coco era infinitamente mais tentador do que os de hoje. Contudo, ninguém será capaz de vivenciar as emoções que eu experimentei, desde a angústia mais intensa até aquelas paixões torcidas que me levaram à loucura.

Ah, meus descendentes! Lembrem-se de compartilhar minha herança com os necessitados de sabedoria, pois tudo o que deixo a vocês, apesar de parecer pouco, foi um presente que recebi um dia, sem pedir, de um poeta que guardou seu valioso legado dentro de mim. Não se tratava de dinheiro, prata ou ouro, mas de um tesouro que poucos desejavam, embora todos os que o possuíram se tornassem ricos, mesmo sem perceber que o verdadeiro herdeiro é aquele que lê.

Verônica Moreira

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Arrebatada

Virgínia Assunção: Poema ‘Arrebatada’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção

Tece ela etéreas palavras

No impulso, melancolia, solidão

Talvez, quem sabe? Seja poesia

Ou apenas desabafo do seu coração.

Talvez seja o aceno da poetisa

Que sonha dormindo ou acordada

Sonhando, a poesia desabrocha

Transbordante e apaixonada.

Não haverá mais folhas em branco

Pois, a poesia agora revelada

Balbucia delicada em seu ouvido

Tece mais…você foi arrebatada.

O vento sopra suave em sua face

Os pássaros começam a gorjear,

A poetisa, agora despertada

Ávida e sedenta ousa a poetizar.

Ávida de sentimento –

Sedenta pelo que a despertou

Tece sem medida –

Para quem sua alma arrebatou.

Virgínia Assunção

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