Pai.  Funções benéficas na família

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘Pai.  Funções benéficas na família’

Diamantino Bártolo
Senhor Tomás Rodrigues de Bártolo, pai do autor
Senhor Tomás Rodrigues de Bártolo, pai do autor

Reservar um dia no ano para recordar uma efeméride não tem nada de mal, bem pelo contrário, poderá ser uma iniciativa para reforçar comportamentos, melhorar atitudes ou, até refletir sobre o evento que se pretende divulgar e comemorar, daí que os dias nacionais ou internacionais tenham a sua utilidade.

Celebrar o ‘Dia do Pai’, que habitualmente tem o dia 11 de agosto, como o que lhe está atribuído, parece uma boa iniciativa, ainda que haja quem afirme que todos os dias deveriam ser ‘Dia do Pai’. 

Certamente que se concorda com tal assertiva, mas também não deixa de ser louvável fixar-se uma data que, neste caso como noutros, é específica para o evento que se pretende publicitar.

Se analisarmos o ‘calendário das efemérides’, rapidamente verificamos que, praticamente, todos os dias são consagrados a: algum acontecimento, a uma personalidade, seja esta política, religiosa, cultural, científica, técnica ou de qualquer outra natureza, de resto, até existem dias em que se evocam várias pessoas ou factos passados. Nunca é demais avivarmos a memória, para o que é bom ou mau.

Recordar o que a sociedade, em qualquer parte do mundo, tem vivenciado: sejam acontecimentos positivos; sejam factos negativos; sejam situações em que a humanidade sofreu, devido à intervenção humana ou às forças da natureza, a verdade é que tudo isso faz parte da História do nosso passado comum e, como tal, não se pode passar uma esponja e apagar, como se nada tivesse acontecido.

Celebrar o ‘Dia do Pai’ enquadra-se, portanto, neste contexto de estar no mundo. Desvalorizar esta data, com afirmações banais, do tipo, “todos os dias são, ou deveriam ser dia do pai”, parece inadequado, dada a importância fulcral que esta figura, ao lado da mãe, tem na família, independentemente da forma como ela está constituída.

Importa refletir, positiva e compreensivelmente, sobre as funções benéficas que o Pai pode, e deve, desempenhar na família, agora neste contexto de pós-modernidade, que em nada desvaloriza o homem, bem pelo contrário, lhe confere outras aptidões e dimensões, sem dúvida alguma, se ele quiser, um grande colaborador familiar, juntamente com a esposa que, em todas as circunstâncias, devem ser exemplos a seguir pelos filhos.

O Pai do século XX, cada vez existe menos, porque os princípios e os valores da sociedade estão a alterar-se, por isso, em vez do pai ser avaliado, apenas, como o sustento da família, e a Mãe como a dona de casa, educadora e acompanhante dos filhos, considerado por uma grande maioria de mentalidades ‘machistas’, como improdutiva, hoje, Pai e Mãe caminham, devem prosseguir, lado a lado, na educação e preparação dos filhos, para a vida futura.

Comemorar o ‘Dia do Pai’, neste ONZE DE AGOSTO, significa, de alguma forma, dignificar a família, em todas as suas formas. 

Certamente que se deseja, e é necessário, um Pai amoroso, tolerante, firme, orientador, que saiba dizer não, quando se justifica e que, igualmente, utilize, ainda mais vezes, o sim, mas sempre explicando o ‘porquê’, de uma ou outra resposta.

A sociedade em geral, e os governantes em particular, devem, portanto, conceder todas as condições para que um Pai desempenhe, cabalmente, as suas funções, no seio da família, porque é desta que a sociedade do futuro se vai constituir. 

O Pai, tal como a Mãe, é fundamental para chegarmos a um mundo verdadeiramente mais justo, mais humano e mais respeitador.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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