Sou sombra

Irene da Rocha: Poema ‘Sou sombra’

Irene da Rocha
Irene da Rocha
“Um retrato da eternidade, que avança sem hesitar, mesmo na dança do tempo, sempre hei de continuar”
Imagem gerada por IA do Bing –  8 de novembro de 2024
às 10:58 AM

Sou sombra do que era; nem a memória resistiu,
pedaços do meu passado que o tempo de novo esculpiu.

As marcas no rosto contam histórias que o ontem teceu,
no meu coração, sem mágoas, que o tempo não desfez nem esqueceu.

Sou o reflexo de ontens que nas sombras se dividiram,
mas também o desconhecido, por caminhos que sempre surgiram.

Um eco de possibilidades que o futuro há de transformar,
sou a passagem dos dias, que lentamente volta a girar.

No espelho, a verdade se esconde, o momento se dilui,
um rosto que segue em frente, ousando ser o que sempre fui.

Um retrato da eternidade, que avança sem hesitar,
mesmo na dança do tempo, sempre hei de continuar.

Irene da Rocha

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O amor que ficou

Verônica Moreira: Poema ‘O amor que ficou’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem criada com IA do Bing - 9 de outubro de 2024
 às 7:32 PM
Imagem criada com IA do Bing – 9 de outubro de 2024
às 7:32 PM

Já não o vejo como antes,
Não o conheço mais.
Nem mesmo sinto sua falta,
Até recordo, mas sem saudades.

Seus olhos são agora silêncio,
Sua voz, um eco que já não quero decifrar.
Seu cheiro, desvanecido,
Seu gosto, uma memória que foge ao meu paladar.

Nem doce,
Nem salgado,
Algo indefinido,
Já não sei interpretar.

Mas hoje, sou eu que me quero.
Me aceito, como nunca antes,
E o rejeito, com uma força que jamais imaginei possuir.

Sinto-me leve,
Livre, limpa,
Um banho de amor? Talvez…
Ou apenas o despertar de quem finalmente vê.

Só sei que nada resta,
Quando o coração não insiste em lutar por amar alguém.

Só sei que me amo,
Como nunca amei alguém.
E quem passou, passou,
Só o meu próprio amor permanece.

Verônica Moreira

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Coragem do tempo (parte 1)

Ismaél Wandalika: Poema ‘Coragem do tempo’ (parte 1)

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Como o tempo é ilusionista
Voa além das estrelas ninja
Mira vidas sopra forte ventania
Vai longe apaga memória

Como o tempo é capaz
De nos fazer lembrar o quanto a gente já foi capaz
O tempo fala com sinais
Envelhece até os animais
Ninguém escapa dele e mais…

Nos faz viajar no tempo
Lembrança traz de um momento que torna-se único
Ele é mestre da ilusão cinturão preto
Faz magia nos corpos muda pensamento.

Muda aspectos
Dá luz pela coragem
Tempo muda coisas nas ideias da cabeça
Transforma lugares e templos.

Nos oferece um desconhecido ombro amigo
Mostra a falsidade de alguns amigos nossos
Tempo leva tudo
Traz tudo do nada
É estranho mata quem amamos
Não o culpamos
Só é tempo mudando a cada instante

Tempo nos faz errar e crescer também
As memórias voltam
No tempo, o amor vai
O coração cai
Abrimo-nos para um novo temporal
Entregamo-nos ao prazer de sentir
Abraços entrelaçados nos corpos
Tempo.
Deixa-nos sem tempo.
Perdidos e achados no tempo.

Coragem do Tempo.

SoldadoWandalka

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Visão do futuro, imagem do passado

Paulo Siuves: ‘Visão do futuro, imagem do passado’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
“A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão que se projeta na doce ilusão de um sonhador”
Imagem criada pela IA do Bing 

“Ébano e marfim vivem juntos em perfeita harmonia
Lado a lado no teclado do meu piano,
oh Senhor, por que nós não vivemos?”
(Ebony And Ivory – Stevie Wonder, Paul McCartney).

A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão
Que se projeta na doce ilusão de um sonhador.
Uma flor inverossímil delicada e
Irrigada com os doces deleites do salivar dos seus beijos

Que se propagam nas imagens fixadas no passado,
Na memória.

A visão ilusória de estar de mãos dadas
Se perde no longínquo passado onde
Essa imagem está tão distante,
Quase perdida na década brincalhona…
Amar e desejar se confundem
Quando penso em você.

Amo seu olhar, seu sorriso, sua voz, seu querer
E quero tanto esse amor sobre meu peito,
Quero você cansada e independente dos meus apelos.

Desejo seus cabelos sobre meu rosto
E suas mãos salientes, percorrendo meus tendões.
Essa imagem ainda não se pregou
Nas paredes construídas para o hoje
E estruturam o amanhã. Eu amo você!

Paulo Siuves

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Sentimentos à deriva

Verônica Moreira: ‘Sentimentos à deriva’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Sentimentos  à deriva
Sentimentos à deriva
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Surpreendente o que vou expressar, mesmo que desconheça: ainda posso te acolher.

Sempre és um visitante constante, sem explicação ou motivo aparente, mas sempre presente.

Tua presença não se limita à sombra, vejo tua face real, teu olhar que lembra a serenidade da noite de Lua cheia.

Não compreendo a razão da tua chegada; nunca espero por ti, no entanto, de alguma forma, sempre vens.

Às vezes, vagando pela memória, outras vezes ancorando no porto do meu coração para descansar. Por que continuo sendo teu porto?

Não me questione sobre o destino: por que ainda navegas em mim, se eu sou o mar solitário?

Tento escapar, libertar-me de mim mesma, um navio repleto de paixões e desprovido de mim, porém, ocupando todo o teu oceano.

Não há chance de seres meu navio ou minha única tábua de salvação, pois pareces viver para me sabotar.

Meus sonhos e convicções nesse amor são simplesmente ilusões, imagens de um sentimento à deriva.

Verônica Moreira

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Sesc Sorocaba traz o projeto CineCafé

Em março, o Sesc Sorocaba traz o projeto CineCafé com o tema saberes ancestrais, a memória e potências femininas 

Logo do Sesc
Logo do Sesc

No mês de março, a programação do CineCafé apresenta obras que abordam os saberes ancestrais, a memória e potências femininas. 

As exibições acontecem gratuitamente às terças às 19h e demandam retirada de ingressos com 1 hora de antecedência na Central de Atendimento. Os lugares são limitados.   

Após cada sessão acontece o Cinema em reflexão, um encontro para discutir os aspectos técnicos e teóricos dos filmes apresentados. Este mês com Vanessa Garcia, professora e doutoranda em Educação. 

Confira os filmes, para não perder nenhuma sessão: 

5/3 | A mulher rei 

Direção: Gina Prince-Bythewood | Aventura | EUA | 135 min. | 2022 | LEG. 

A mulher rei / Foto: Divulgação. 

Inspirado pelos verdadeiros eventos que ocorreram no Reino de Dahomey, um dos estados mais poderosos da África nos séculos 18 e 19, o filme conta a história de Nanisca (Viola Davis), da unidade militar feminina conhecida como “Amazonas” e sua filha Nawi, que juntas lutaram contra as tribos francesas e vizinhas que violaram sua honra, escravizaram seu povo e ameaçaram destruir tudo pelo que viviam. Classificação 14 anos. 

12/3 | Yaaba – O amor silencioso 

Direção: Idrissa Ouedraogo | Drama | Burkina Faso | 90 min. | 1989 | LEG. 

Yaaba - O amor silencioso / Foto: Divulgação
Yaaba – O amor silencioso / Foto: Divulgação. 

Em uma pequena aldeia em Burkina Faso, Bila, um menino de dez anos, faz amizade com uma idosa chamada Sana, a quem todos chamam de “Bruxa”, e a culpam por qualquer desastre que aconteça na comunidade. Bila a chama de “Yaaba”, que significa “avó”, e quando Nopoko, prima do garoto, fica doente, Bila recorre a Sana para que ela faça um remédio para salvar a menina. Classificação 14 anos.

19/3 | Café com canela 

Direção: Ary Rosa e Glenda Nicácio | Drama | Brasil | 100 min. | 2018 

Café com canela / Foto: Divulgação. 
Café com canela / Foto: Divulgação. 

Margarida vive em São Félix, isolada pela dor da perda do filho. Violeta segue a vida em Cachoeira, entre adversidades do dia a dia e traumas do passado. Quando Violeta reencontra Margarida, inicia-se um processo de transformação, marcado por visitas, faxinas e cafés com canela, capazes de despertar novos amigos e antigos amores. Classificação 14 anos. 

19/3 | Isso não é um enterro, é uma ressurreição 

Direção: Lemohang Jeremiah Mosese | Drama | África do Sul | 120 min. | 2019 | LEG. 

Isso não é um enterro, é uma ressurreição / Foto: Divulgação. 
Isso não é um enterro, é uma ressurreição / Foto: Divulgação. 

Nas montanhas do Lesoto, uma viúva de 80 anos chamada Mantoa aguarda ansiosamente o retorno do filho, que trabalha nas minas da África do Sul, quando recebe a notícia de sua morte. Ávida pelo próprio fim após a perda do último membro remanescente da família, ela coloca seus negócios em ordem e toma providências para ser enterrada no cemitério local. Seus minuciosos planos são repentinamente perturbados pela notícia de que as autoridades pretendem inundar toda a região para construir uma barragem para um reservatório e, por consequência, reassentar a aldeia onde ela vive. 

Confira a programação completa em sescsp.org.br/sorocaba.   

SERVIÇO 

Sesc Sorocaba       

Rua Barão de Piratininga, 555 – Jardim Faculdade.       

Fone: (15) 3332-9933.     

Prefira o transporte público 

Terminal São Paulo 

Linha 13: Santa Izabel/ Jd. Europa 

Linha 71: Campolim via Raposo Tavares 

Terminal Santo Antônio 

Linha 65: Campolim 

BRT 

Linha D200: Terminal Vitória Régia/ Campolim 

+ informações  

facebook.com/sescsorocaba 

instagram.com/sescsorocaba 
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Memórias da saudade

Ivete Rosa de Souza: Crônica ‘Memórias da saudade’

Foto da colunista Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza

Saudades são doces memórias, legado que o destino adocicou e colocou em nossas vidas. Sentimos um cheiro bom, de alguma forma lembramos de alguém, algum lugar, ou acontecimento. Ouvimos uma música, lá vem a memória, o doce acorde da saudade.

O amor, a beleza do encontro firmado no tempo. Saudades da meninice, dos folguedos, do carinho e presença de nossos pais, avós e tantas pessoas que de alguma forma nos tocaram o coração.

A alma nos presenteia com sentimentos felizes, gentilmente nos doa essa presença de luz, geralmente em nossos dias de introspecção ou de desencanto.

            Abre as portas da memória, para nos fazer sentir, ver a vida transitória. Mostrando nos pequenos momentos que vivenciamos paz, alegria e companheirismo. É assim a vida, feita de pequenos blocos, empilhados um a um, com o nosso tempo vivido com aqueles que compartilharam vida, amor amizade, ou simplesmente um único momento que marcou para toda a vida.

A vida é continuamente feliz se olharmos para trás, constatando as memórias felizes. Claro que todos nós temos nossos percalços, altos e baixos. Tropeços que sabiamente preferimos esquecer. Lembranças tristes causam dor, saudades substituem essas memórias que nos causam dor, por outras costuradas à mão por dias felizes, essas as memórias saudosas, que nos fazem rir, sentir um calor na alma, um lampejo de esperança no coração.

Somos feitos de pequenos e grandes acontecimentos. Saudosos de boas memórias, dos dias das primeiras conquistas. O primeiro dia de aula, o primeiro amor, o primeiro beijo e tantos outros primeiros momentos de grandes acontecimentos.

A primeira palavra de um filho, o primeiro passo não esquecemos, fica gravado e repetidamente visualizamos com alegria e saudade.

Um dia eu e todos os outros humanos com certeza teremos saudades de ter habitado este planeta. E quando alguém, em um momento lembrar de um de nós, seremos essa partícula, esse pequeno bloco de uma memória que esse alguém, sorrindo, lembrará de nós, com saudade.

E tenha certeza, também sentiremos saudades dessa pessoa. Constatando que amamos e fomos amados.

Ivete Rosa de Souza

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