Aldravia

Pietro Costa: Aldravia*

Pietro Costa
Pietro Costa
“… palavras desvairadas vibram brasilidade”
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ecos 

modernistas

palavras

desvairadas 

vibram

brasilidade

N.E.

Aldravia. Forma poética sintética, minimalista e sucinta, criada em Mariana, Minas Gerais. Os poemas de aldravia são constituídos por uma única estrofe de seis versos, uma palavra, simples ou composta por verso. Os poemas não têm títulos e os versos se iniciam com letras minúsculas. Não é recomendada a utilização de pontuação. Deve-se privilegiar a figura de linguagem metonímia.

Pietro Costa

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Marcelo Augusto Paiva Pereira: 'As Torres Gêmeas e o Modernismo'

Marcelo Paiva Pereira

As Torres Gêmeas e o Modernismo

O atentado terrorista ocorrido aos 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos da América causou a morte de 2.977 pessoas e a destruição parcial do Pentágono (em Washington) e total das torres gêmeas do World Trade Center (em Nova York). Elas, entretanto, eram mais do que marcos da hegemonia econômica daquele país. Também foram da arquitetura modernista, cujo projeto era do arquiteto Minoru Yamasaky (1912 – 1986).

Anos antes referido arquiteto projetou o conjunto habitacional de Pruitt-Igoe (1952-72), construído ao norte de Saint Louis, Missouri, para atender à política social do governo federal de retirar as famílias das favelas e cortiços e integra-los no ambiente urbano com infraestrutura consolidada.

O conjunto habitacional era formado de trinta e três edifícios de onze andares e totalizavam 2.870 apartamentos para acolher 12.000 pessoas de famílias selecionadas pelos assistentes sociais. A má administração do condomínio, a falta de recursos e a mudança da classe média, do centro para o subúrbio, destinaram-no ao fracasso social e à falência.

Traficantes e usuários de drogas invadiram os apartamentos abandonados e a violência conduziu esse lugar; os moradores que ainda lá viviam corriam sérios riscos à vida, à saúde e ao patrimônio, e eram impedidas de entrar a polícia, os bombeiros e as ambulâncias. Em 1972 foi demolido o primeiro dos edifícios e em 1976 o último.

A execução do projeto das torres do World Trade Center foi iniciada em 1966 e concluída em 1973. De arquitetura modernista e com alturas aproximadas de 420 m, serviram de referência à ilha de Manhattan, alteraram o “skyline” de Nova York, simbolizaram o poder econômico e também, mesmo indiretamente, o estilo de vida americano representado pela arquitetura que as configuravam.

Havia um enlace entre o modo de vida americano e a arquitetura modernista naquele país, cujos projetos de Minoru Yamasaky estavam inseridos. Aquele período foi de hegemonia da arquitetura modernista e do poder político, econômico e militar americano sobre o mundo.

Frank Lloyd Wright foi o arquiteto que, ao final do século XIX, apresentou o modernismo aos seus compatriotas, com o inicial estilo “Prairie”. A Segunda Guerra Mundial (1939-45) fez vários membros da Bauhaus – escola alemã de artes e ofícios – fugirem para os Estados Unidos da América. Ludwig Mies van der Rohe foi um deles e lá desenvolveu o modernismo. O edifício sede da Seagram (1954-58), em Nova York, é um de seus mais famosos projetos.

Muito mais do que se testemunhou, o infortúnio que acometeu o World Trade Center – e antes dele Pruitt-Igoe – parece ter decretado o fim do sucesso arquitetônico dessas obras do aludido arquiteto, destruídas por causas externas, como se estivessem predestinadas. Quanto ao modernismo, há divergências em relação à continuidade: Charles Jenks afirmou que acabou junto ao fracasso de Pruitt-Igoe; outros ainda afirmam que se protrai pelo tempo. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira.

arquiteto e urbanista

 

 

 

 

 

 

 




Ligiana Costa dirige quatro mini documentários para o Theatro Municipal de São Paulo dentro da série Novos Modernistas

Foto de Daniel Mascarenhas

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A cantora e musicóloga Ligiana Costa foi convidada para dirigir quatro mini documentários com temas ligados a questões fundamentais da atualidade: presença de mulheres, negros e indígenas nas programações culturais, e ainda a dança e o modernismo

A cantora e musicóloga Ligiana Costa foi convidada para dirigir quatro mini documentários com temas ligados a questões fundamentais da atualidade: presença de mulheres, negros e indígenas nas programações culturais, e ainda a dança e o modernismo.

Ligiana, que já assina o podcast da casa, estreia como documentarista com codireção e edição de Diogo Hayashi. Em Cartas Líricas, Ligiana convida cantoras, encenadoras, compositoras e outras mulheres do mundo lírico para escreverem cartas para personagens femininas de óperas. Emicida, Marlui Miranda, Ellen Reid e Carla Cottini estão entre os convidados dos episódios.

Datas de lançamento // pelo canal do Youtube do Theatro Municipal (https://www.youtube.com/user/theatromunicipalsp)

29 de abril, 21h: Corpo sujeito atuante

30 de abril, 21h: Cartas líricas

1º de maio, 21h: Cantos dos povos do lugar

2 de maio, 21h: Palco terreiro aberto

 

 

 

 

 




Marcelo Augusto Paiva Pereira: 'Modernismo e pós-modernismo'

Marcelo Augusto Paiva Pereira – MODERNISMO X PÓS-MODERNISMO

 

No âmbito profissional e acadêmico da arquitetura e urbanismo existem posições divergentes sobre a corrente arquitetônica em voga. Muitos entendem pela corrente do pós-modernismo, enquanto outros defendem a predominância do modernismo. O presente texto abordará essa dicotomia, ainda que lacônica e superficialmente, como abaixo segue.

Do surgimento do modernismo

A palavra “modernismo” surgiu em meados do século XIX para representar o conjunto de ideias, corrente ou movimento literário, artístico e tecnológico que aflorava na Europa (o uso do aço na construção civil, por exemplo). Tinha o escopo de se opor a tudo o quanto fosse antigo ou obsoleto.

Foi dentro desse contexto que surgiu a arquitetura moderna, definida como obra primaz atual, contemporânea e provida de princípios autônomos, eliminou as proporções matemáticas, os eixos de referência, a hierarquia dos ambientes, a estética acadêmica e o historicismo.

O período de hegemonia da arquitetura moderna foi do final do século XIX até a década de 70 do século XX, quando foi posta em discussão por Charles Jenks, historiador e crítico da arquitetura, em razão da falência do conjunto habitacional de Pruitt-Igoe (1952-1972), projetado pelo arquiteto Minoru Yamasaki e construído na cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos da América. Para Charles Jenks, a falência de Pruitt-Igoe teve causa no projeto, fundado no modernismo.

Do surgimento do pós-modernismo

Da falência do conjunto habitacional de Pruitt-Igoe (1952-1972) em diante surgiram as teorias de uma nova corrente artística e arquitetônica, definida como pós-modernismo, em oposição ao modernismo e ao fracasso do mencionado conjunto habitacional estadunidense. O pós-modernismo teria dado causa à ruptura da linha de desenvolvimento do modernismo e criado princípios próprios, sem vínculos com o movimento arquitetônico anterior.

O pós-modernismo não foi acolhido por todos e há, ainda hoje, defensores do modernismo (e da arquitetura moderna) em razão do não acolhimento da posição crítica de Charles Jenks, no que se refere à imputação de responsabilidade ao projeto e ao modernismo como causas da falência do conjunto habitacional de Pruitt-Igoe.

Das características do modernismo e do pós-modernismo

São características do modernismo:

  1. Constrói para o homem (sociedade);
  2. É abstrato, genérico e deduzido;
  3. É paradigmático;
  4. Prestigia o conteúdo;
  5. Tem composição (ordenação, coerência, harmonia);
  6. É coeso (unido, corporificado);
  7. É estável;
  8. Almeja o futuro;
  9. Vanguardista;
  10. A produção em massa visa satisfazer o homem e não o mercado;
  11. Produz arquitetura e arte;
  12. Cultura como conhecimento;
  13. Produz arquitetura coesa, cujo partido é duradouro;
  14. A padronização (homogeneidade) é seu objeto;
  15. A industrialização massiva é sua finalidade;
  16. Simbolismo insinuado;
  17. Ornamento integrado;
  18. Arquitetura pura;
  19. Arquitetura revolucionária;
  20. Singular, arrojada;
  21. Tratamento uniforme às fachadas (elevações);
  22. Tecnologia progressiva;
  23. Ideal do arquiteto.

São características do pós-modernismo:

  1. Constrói para as pessoas (os indivíduos);
  2. É concreto, específico, induzido;
  3. Não é paradigmático;
  4. Prestigia a aparência;
  5. Não tem composição (tem superposição, justaposição e intersecção livre);
  6. É fragmentado;
  7. É instável;
  8. Almeja o dia-a-dia;
  9. Antivanguardista;
  10. A produção visa satisfazer o mercado e em seguida o indivíduo;
  11. Reproduz arquitetura e arte;
  12. Cultura como mercadoria;
  13. Reproduz arquitetura fragmentada, cujo partido é perene;
  14. A diversidade (heterogeneidade) é seu objeto;
  15. A industrialização personalizada é sua finalidade;
  16. Simbolismo figurativo;
  17. Ornamento aplicado;
  18. Arquitetura heterogênea;
  19. Evolutiva;
  20. Convencional;
  21. Fachadas belas e luxuosas;
  22. Construção convencional;
  23. Acolhe ideais do cliente.

Da conclusão

O modernismo surgiu como proposta de melhoria na qualidade de vida da sociedade, para que todos pudessem se beneficiar dos avanços da tecnologia de cada época. Por essa razão o modernismo tem, entre tantas características, as de ser genérico, paradigmático (modelo de referência), estável, vanguardista, arquitetura coesa, partido duradouro, padronizado e atinge a produção industrial massiva.

O modernismo é a arquitetura para todos, porque todos devem se beneficiar do progresso tecnológico e cultural da sociedade ao tempo em que cada proposta arquitetônica se apresenta para melhorar a qualidade de vida, almejada por todos.

O pós-modernismo surgiu como reação ao suposto e questionável fracasso do modernismo quando da falência do conjunto habitacional popular de Pruitt-Igoe (1952-1972). O pós-modernismo é arquitetura personalizada, desenhada em favor dos interesses do dono da obra (ainda que não seja ele quem nela irá morar). Por essa razão o pós-modernismo tem, entre tantas características, as de ser individualista (constrói para as pessoas), específico, não é paradigmático, instável, antivanguardista, arquitetura fragmentada, partido perene, heterogêneo (sem padronização) e de produção industrial personalizada.

O pós-modernismo é arquitetura personalizada, desenhada em favor de interesses próprios, com tênues vínculos aos princípios norteadores das artes e técnicas de construção em massa.

Em suma, o modernismo é arquitetura para todos, enquanto o pós-modernismo é arquitetura para cada indivíduo. O primeiro é objetivo, enquanto o segundo é subjetivo. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

(o autor é arquiteto e urbanista)

Fontes de Pesquisa

Obras

HARVEY, David. Pós-Modernismo, in A Condição Pós-Moderna. São Paulo, Diffel, 1992, págs. 45 a 67;

“Sites”

JORNALROL.COM.BR. Disponível em: www.jornalrol.com.br. <Arquitetura Moderna: a modernidade do tempo>. Acessado em 01.10.2018;

JORNALROL.COM.BR. Disponível em: www.jornalrol.com.br. <Pruitt-Igoe: o mito da realidade>. Acessado em 01.10.2018;

ARQUITETURADOBRASIL.WORDPRESS.COM. Disponível em: <httos://arguiteturadobrasil.wordpress.com/8-a-pos-modernidade>. Acessado em 22.01.2016.