Poema de nós dois

Sandra Albuquerque: ‘Poema de nós dois’

Sandra Albuquerque
Sandra Albuquerque
Imagem gerada por IA do Bing. 03 de março de 2025,  às 11:28 AM
Imagem gerada por IA do Bing. 03 de março de 2025,
às 11:28 AM

Do alto da montanha
eu podia ver
toda a natureza indefesa
que estava ao meu alcance.
Ao longe, uma imensidão enegrecida,
um infinito não mais visível aos olhos
Um encontro com o azul refletido na água.
Ao olhar para baixo,
o bailar das ondas que vêm mansamente e se enroscam com a indefesa areia,
e quando voltam,
levam as pegadas deixadas pelo tempo que é um milagre que jamais se repete ao natural.
Mas, do outro lado, eu vejo enormes ondas que espumam
e batem forte na rocha, respingando o meu corpo inerte.
De repente, o quadro começa a mudar.
E o brilho do Sol que reflete nas águas aumenta e, pouco a pouco, encanta o dia que se inicia.
E os pássaros gorjeiam anunciando o novo dia.
E eu me encanto.
Estou só.
Não saio dali.
Não preciso ter pressa e, calmamente, pinto o quadro com tintas aparentes
sobre todo o espetáculo que os meus olhos contemplam.
A brisa soa mansinho e refresca meu corpo.
Com o passar das horas a tarde chega e logo o crepúsculo surge,
anunciando a noite que se aproxima de mansinho.
E com ela a paisagem muda.
E eu não consigo sair dali.
É mais forte que eu.
Preciso ver partir o tom avermelhado que
é aplaudido pelas folhas das árvores que o vento balança
e renascer o brilho prateado do luar, refletido nas águas que agora parecem turvas,
aconchegando os corações enamorados.
Novos sonhos surgem.
Uma perfeita melodia.
E meu corpo em repouso sobre a pedra iluminada na esperança de que você,
em meio à neblina que cai,
surja para me aquecer e que possamos nos amar até o novo amanhecer.

Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
Rio de Janeiro, 03/04/2024

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Garças brancas

Ceiça Rocha Cruz: ‘Garças brancas’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Cai a tarde,
abrem-se as veredas do entardecer,
névoa nos ombros da montanha,
a solidão perpetua,
brancas nuvens contemplam
as encostas.

Sob o vento,
garças encantam no seus revoos,
aplainam no tempo,
e ao murmúrio das ondas do mar,
alçam o voo inefável da poesia,
da canção,
e do amor.

No fim do dia,
pelos corredores cor de laranja
do crepúsculo,
no deserto da solidão,
adejam estrada afora
em nevoeiro.

E numa tarde solitária
sob a luz da janela aberta
do suave arrebol,
a noite sobre a terra,
desenrola seu negro véu.

Misteriosas, em sinal de paz,
voejam sorridentes,
entremeiam caminhos,
buscam um luar na noite escura.
As garças brancas

Ceiça Rocha Cruz

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Inverno em Penedo

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Inverno em Penedo’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
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Névoa por trás da montanha rochosa,
e o dia se deleita de melancolia.
Olhares de puro amor
resvalam em risos sobre os amantes
debruçados na varanda do tempo,
sob a vidraça do espesso nevoeiro.

Nas sendas do jardim hibernal
chovem pétalas de frio intenso,
mas o amor aquece
e aconchegado ao abraço,
entreolham-se fascinados,
segredam as batidas do coração
num regougo: amo-te!

Porém, no doce sabor do afeto
à luz de velas,
ao deleite do vinho e do mate
e ao calor do amor infindo,
dos olhares,
dos sussurros,
das emoções,
somos amor.

Enfim, num dia frio nostálgico,
cantamos em versos sublimes
doces poemas
na eterna poesia,
aquecido pelo amor,
no inverno em Penedo.

Ceiça Rocha Cruz

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Princesa do rio

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Princesa do rio’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"E à tardinha, pela vidraça entreaberta do ocaso, descortina-se a paradisíaca cidade-princesa,"
“E à tardinha, pela vidraça entreaberta do ocaso, descortina-se a paradisíaca cidade-princesa,”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer da plataforma DALL-E3

Amanhece… O sol brilha!
E a terra bronzeada pelo tempo,
ao sabor do vento,
no debruçar da manhã,
desperta sorridente.

O rio, eterno cantor
em seus murmúrios
canta a cidade das rochas
vestida de sonhos,
poesias,
e canções.

Na montanha rochosa,
e da janela aberta do horizonte
o Sol espreita
inundado de poente
e pelas cortinas douradas,
sorri.

E à tardinha,
pela vidraça entreaberta do ocaso,
descortina-se a paradisíaca
cidade-princesa,
às margens do rio Velho Chico,
no silêncio do entardecer.

Na quietude sorrateira
do suave arrebol,
um gemido sombrio:
“só a ti hei de amar, minha Penedo,
princesa do rio!”

Ceiça Rocha Cruz

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Atrás da montanha

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Atrás da montanha’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"Cai o tempo... névoa nos ombros da montanha. O pôr do sol renasce e espreita silencioso o entardecer."
“Cai o tempo… névoa nos ombros da montanha. O pôr do sol renasce e espreita silencioso o entardecer.”
Microsoft Bing – Imagem criada pelo designer

Cai o tempo…

névoa nos ombros

da montanha.

O pôr do sol renasce

e espreita silencioso

o entardecer.

O sol fecha os olhos do dia

na solidão da tarde

e na cidade,

o silêncio silencia,

e no meu poema,

uma canção ao vento.

No debrulhar de

segredos do horizonte,

afloram,

cantam o amor e a saudade,

na infecunda solitude do tempo.

Cortinas douradas contrastam

ao entardecer,

e pelas escarpas da tarde,

o sol se despede,

traz-me você.

Enquanto isso,

a sombra sepulta o silêncio

do outro lado do poente,

atrás da montanha.

Ceiça Rocha Cruz

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