Pedágio, não!

Evani Rocha: Poema ‘Pedágio, não!

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada por Ia do Canva - 07 de abril de 2025, às 07:45 PM
Imagem criada por Ia do Canva – 07 de abril de 2025, às 07:45 PM

Permito-me sonhar grande, ir ao infinito, quando meus pés se cansam do chão

Permito-me ser águia, alçando voo por sobre os montes, por sobre as nuvens

Permito-me bailar ao som da 5ª sinfonia de Beethoven, enquanto minhas mãos tocam a melodia espalhada pelo ar, percorrendo os caminhos da alma

Permito-me escrever palavras soltas, versos sem rima, poema em prosa, carregados de metáforas. Eu também posso ser uma figura de linguagem, enquanto meus olhos falam e a boca se cala à espera da palavra

Permito-me pintar qualquer figura que brotar das minhas emoções embriagadas de silêncio, congeladas na noite do deserto…

Meu deserto interior, na solidão do tempo,

Sem oásis algum, sem sementes para semear, sem solo fértil…

Mas ainda assim, permito-me ser solo, ainda que árido, ácido e inóspito, 

Permito-me…

Permito-me semear e regar as sementes do meu ser, na boa estação, na lua propícia, na chuva e no vento!

Permito-me ser mutante, quando minhas convicções deixam de fazer sentido, e mudar! 

Mudar porque a vida é mutante, metamorfoseada, crisálida gerando, transformando…

Quero ser o que embevece minha alma de selva, de relva, de ave migrante…

Permito-me ser maré cheia ou maresia, enquanto a permissão para ser gente cobra-me um alto pedágio.

Não me permito pagar para ser gente, porquanto o caos e a distopia distorceu

O espírito da humanidade.

Não mais me permito pagar pedágio!  

Evani Rocha

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Ópera: vozes eternas

Ella Dominici: ‘Ópera: vozes eternas’

Ella Dominici
Ella Dominici
magem criada por IA do Bing - 06 de fevereiro de 2025, 
às 16:51
Imagem criada por IA do Bing – 06 de fevereiro de 2025,
às 16:51

Óperas elevam-se em catedrais de vento, erguem-se em palcos de mares e montes. São harpas de espumas e cantos contidos em cúpulas de ouro que flutuam nos ares. As vozes, agora, são estandartes, são sopros de sopranos errantes, falando aos homens em notas de fogo, na dança da chama que nunca se apaga.

Falam de amores, de dores, de tempos. Falam de pactos, de prantos, de hinos. Nos becos sombrios onde os reis se calam, nos salões ardentes onde as sombras dançam, elas ecoam. São paradoxos que dobram os sinos, são gritos sublimes em pedra esculpidos, cortinas que se abrem e nunca se fecham, pois nelas ressoam os ais infinitos.

Óperas góticas, neblinas lunares, janelas do mundo que entoam mistérios. Seja em ternura ou em caos absoluto, são vozes eternas cantando destinos.

Ella Dominici

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