O tempo passa

Irene da Rocha: Poema ‘O tempo passa’

Irene da Rocha
Irene da Rocha
“O tempo passa, e o tempo esvai, como um rio correndo para o mar– Imagem criada pela IA do Bing

O tempo passa, e o tempo esvai,
Como um rio correndo para o mar,
Silencioso, sua essência se desfaz,
Deixando saudades a murmurar.

As horas perdidas, jamais alcançadas,
Levadas pelo vento, desaparecem,
O mundo reflete memórias veladas,
Enquanto as lembranças permanecem.

Procuro no tempo a humanidade,
A bondade que outrora ressoou,
Olhares de amor, sinceridade,
Dignidade que em nós habitou.

Era uma vez, em tempos distantes,
Quando ser eu mesmo bastava,
O mundo girava em versos vibrantes,
E a poesia minha essência marcava.

Nessa dança de dias e noites,
Onde o tempo não tinha senão,
Sonhos flutuavam em suaves açoites,
Esperança guiando a direção.

Na janela, o amor uma chama acendeu,
Iluminando o caminho a seguir,
Com fervor e emoção, então compreendeu,
Que eras tu meu destino a fluir.

Sob o céu estrelado, jurei o amor,
Com as mãos entrelaçadas em paz,
Em frente ao altar, senti o calor,
Da mais pura paixão que se faz.

Assim, o tempo que se esvaiu,
Deixou seu rastro de inspiração,
Pois em cada verso que o amor traduziu,
Encontrei minha eterna canção.

Irene da Rocha

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A ordem. Valor da cidadania

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

‘A ordem. Valor da cidadania’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
A ordem. Valor da cidadania
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O mundo, as nações, as comunidades, as famílias e os indivíduos, na sua esmagadora maioria, defendem, entre outros, os valores da:  Ordem, Progresso e Paz –. Abordarei neste trabalho, independentemente dos meios para os alcançar, sendo certo que, se quanto aos conceitos poderão existir diferenças mínimas, outro tanto não acontece quanto aos meios para atingir os fins, havendo, em circunstâncias excecionais, necessidade de recorrer à guerra para se alcançar a paz e, com esta, a Ordem e o progresso. 

Em boa hora, e sob a clarividência de cidadãos sábios, o Brasil escolheu dois daqueles valores para o seu lema nacional – Ordem e Progresso: «ORDEM E PROGRESSO é a simplificação de um lema positivista daquela ocasião, atribuído ao filósofo Augusto Conti, que dizia: «O Amor por princípio, a Ordem por base e o progresso por fim». Conta-nos a história que Benjamim Constant foi quem sugeriu este lema a Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, um dos seguidores de Conti, e que foi o responsável pela ideia da nova Bandeira do Brasil. Com ele colaboraram o Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Décio Vilares.» (GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889).

 A cidadania passa, obrigatoriamente e em primeiríssima prioridade, por aqueles valores, sem a satisfação dos quais, todos os outros ficarão comprometidos e, dificilmente, serão alcançados. A defesa intransigente daqueles valores deve ser uma preocupação de todos os cidadãos, não apenas dos brasileiros. 

A Ordem implica disciplina, respeito, hierarquia e segurança, a começar no próprio indivíduo, nas famílias e nas comunidades locais, nacionais e internacionais. De facto, é preciso ser-se extremamente disciplinado, no sentido de acatar, cumprir, e até, fazer cumprir, as normas jurídicas, sociais, religiosas, políticas e tantas outras que a sociedade impõe, desde logo: para uniformização de comportamentos; disciplina no relacionamento com os outros; no acesso a inúmeros bens e serviços; no desempenho profissional; na consideração devida a colegas e dirigentes.

Disciplina, também, no pensamento, para que, no auge das emoções, os juízos, as decisões e atitudes possam ser racionalmente ponderados e manifestados, respetivamente. Ordem, portanto, no relacionamento com os cidadãos, com as instituições, com a comunidade, no sentido do tratamento igual, determinado por critérios previamente estabelecidos, e assentes na convivialidade assertiva. 

Obedecer à Ordem estabelecida, legítima e legalmente, entendida como um conjunto de normativos, que garante a segurança coletiva e individual, física e jurídica, privada ou pública, é um dever cívico e reflete o respeito pela autoridade instituída. É num ambiente de Ordem, disciplina e respeito que se pode avançar para o progresso, a todos os níveis, discricionariamente, o primeiro dos quais, o progresso material dos indivíduos, das famílias, das instituições e da sociedade. A atitude ordeira, enquanto característica essencial da pessoa civilizada, que facilita a resolução de problemas, poderá ser um primeiro contributo positivo. 

A Ordem é muito mais respeitada, e praticada, numa comunidade livre e responsável, do que numa outra sujeita à ditadura político-repressiva. A liberdade é, portanto, a condição privilegiada da Ordem, nesta se inserindo toda a atividade humana, que visa o progresso em todos os domínios, incluindo a própria civilização. 

Liberdade de expressão, de crítica, de ensinar e aprender, de fazer opções em diversas circunstâncias da vida, tudo isto, no respeito pela Ordem democrática Liberdade enquanto pressuposto da Ordem, esta como sustentação do Progresso e da Paz. O regime político-democrático, sendo frágil será, porventura, o grande promotor da Ordem, em liberdade responsável. 

A Ordem, enquanto sinónimo de disciplina, respeito, segurança e hierarquia tornar-se-ia em obrigação, tendencialmente, ditatorial, se não fosse acompanhada de progresso, no sentido do desenvolvimento da pessoa humana, e da sua condição de vida. 

Bibliografia

GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, (1889). (DECRETO nº 4 de 19 de novembro de 1889, (Símbolos Nacionais: Bandeira). Sala das Sessões. (Teve modificações pela Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968, depois foi regulamentada pela Lei 5700 de 1º de setembro de 1971, capítulo III secção I, que sofreu alterações pela Lei 8421 de 11 de Maio de 1992. Também encontramos a regulamentação no decreto 70.274 de 9 de março de 1972).

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Por trás daquela dança

Ismaél Wandalika: ‘Por trás daquela dança’

Soldado Wandalika
Soldado Wandalika
Por trás daquela dança há um toque de motivação. Contempla -se uma sociedade mais justa. Há um grito de liberdade…”
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Dança desperta a alma
Invade corpos movimenta músculos aquece o coração
Com aquela batida avacalha na pista
Profunda na dança leva todos à emoção

Por trás daquela dança

Há uma poesia subjetiva
Que com a sua lírica descreve o mundo
Poetas dos momentos compostos pelos toques literários
Fala com bastante ritmo
Entre os passos completa o capítulo

Explora cada partícula do seu cérebro
Seu corpo é uma arma para guerra diária da vida
Nunca para mesmo dormindo seu sonho é de grandeza.

Por trás daquela dança

Veja a esperança no compasso da batida
Há um toque de motivação
Contempla -se uma sociedade mais justa
Há um grito de liberdade abrindo o coração
Mas expressões dos movimentos o clamor não cessa
Há um belo sorriso iluminando uma jornada com muita canção.

Rugem as flores no cantar das caídas
A natureza abraça suas quedas
E num cruzamento com o universo prova suas cascatas.

Por trás daquela dança

Soldado Wandalika

In homenagem a todos(as) bailarinos(as)

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A Grande Fúria do Mundo

Paulo Siuves: Crônica ‘A Grande Fúria do Mundo’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
“…Pois sabemos que, ao fim, nos teus braços, seremos todos iguais, todos silenciosos, todos eternos na tua fúria serena.”
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Ah, Morte, és tu a eterna sombra que percorre as trilhas da vida! Na imensidão do viver, és o ponto final que a todos iguala. És a grande fúria do mundo, a inevitável tempestade que varre os sonhos e as esperanças, deixando atrás de ti o silêncio frio do vazio.

Tu, que decides o fim de todas as jornadas, vens com teu manto negro e teus olhos sem vida, apagando a chama da existência. Teu toque é gelado, arrepiando os vivos, teu abraço é a morada derradeira que a todos acolhe sem distinção. És a irmã sombria da vida, a companheira inseparável do tempo, que caminha ao lado dos mortais, lembrando-lhes constantemente da finitude de seus dias.

Em cada pôr do sol, no declínio das horas, vejo teu reflexo, Morte, na agonia dos últimos raios de luz. És a consumação de todos os momentos, o suspiro final que nos arranca da carne e nos devolve ao pó. Nos teus braços, acabam as dores e as delícias, acabam as lutas e as conquistas, e resta apenas o silêncio impenetrável do nada.

Oh, grande fúria do mundo, tua presença é um paradoxo cruel. És temida e desejada, repudiada e acolhida. No teu seio os cansados descansam, os atormentados encontram paz. Mas, ao mesmo tempo, és o terror dos corações, o fantasma que assombra os sonhos, a certeza que corrói a alma.

Tu, Morte, és a revelação do efêmero. Em teu nome, o homem constrói monumentos e cria memórias, na vã tentativa de se perpetuar além de ti. És o espelho em que se refletem todas as vaidades, a prova de que, diante de ti, somos todos frágeis, todos perecíveis.

No entanto, há quem te veja como a libertação suprema, o fim das amarras da existência. És a porta para o desconhecido, o portal para o infinito. Na tua escuridão, há quem encontre a luz, na tua ausência, há quem encontre a plenitude.

Ah, Morte, grande fúria do mundo, és o dilema insolúvel da vida. Na tua sombra, somos chamados a viver intensamente, a amar com urgência, a sonhar sem limites. És a adversária que nos impulsiona, a força que nos desafia a encontrar significado no breve lampejo de nossa existência.

E assim, enquanto caminhamos na tua direção inevitável, tentamos, em cada passo, fazer valer a jornada. Pois sabemos que, ao fim, nos teus braços, seremos todos iguais, todos silenciosos, todos eternos na tua fúria serena.

Paulo Siuves

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Esperançar é um Grito Nosso

Gabriela Lopes:

“Por que foi criado o poema ‘Esperançar é um Grito Nosso?'”

Gabriela Lopes
Gabriela Lopes
"E se os orvalhos matinais exalassem o aroma da esperança?”
E se os orvalhos matinais exalassem o aroma da esperança?”
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“O poema ‘Esperançar é um Grito nosso’ surgiu como uma proposta de campanha em favor da esperança. Nasceu de um momento de inquietação e profunda reflexão sobre as posturas humanas que destroem uns aos outros: as guerras, os egoísmos, o individualismo, tudo aquilo que gera exclusão e sofrimento, que causam divisão em vez de união e paz. Somos agentes responsáveis e transformadores do mundo que tocamos e do mundo que queremos. Não mudamos o mundo de imediato, mas mudamos microuniversos, e se isso acontecer, então, valeu a pena toda iniciativa de semear altruísmo, esperança e humanidade.

Este poema foi um grito da minha alma que quis compartilhar com o coletivo. E notei que o coletivo desejou gritar junto comigo, pedindo esperança, união e paz. Este poema me emociona profundamente, pois não é apenas mais um texto na minha carreira enquanto escritora; ele possui a vibração da Terra e a cor dos povos. Ele trata de unificação, busca de justiça e dignidade humana.” Palavras de Gabriela Lopes.

Abaixo, apresentamos alguns depoimentos dos participantes, relatando suas experiências ao participarem desta recitação internacional, que contou com 7 países e 20 cidades distintas:

‘Esperançar é um Grito Nosso” foi uma experiência sensacional. Uma realidade que conectou povos do mundo, num único objectivo de impactar outros corações com a certeza de que apesar de todo dilema deste mundo agitado, a vida em harmonia e solidariedade pode ser a mola impulsionadora que deve orientar os homens no caminho do bem, concórdia, da paz, da amizade e da perspectiva de que ao realizar o outro é realizar a nós mesmos e a construir a humanidade.” Mozier Jocand (Moisés Candumbo) – Luanda – Angola.

“Foi muito prazeroso participar desse projeto com a Gabriela Lopes, a oportunidade de conhecer e participar daqui do Japão foi incrível. Parabéns aos jovens pelo seu trabalho maravilhoso!”Adriana SuginoPresidente do IIECHamamatsu- Japão

“É sempre gratificante transmitir esperança, o ser humano precisa de motivação.” Valquiria ImperianoPresidente do ICBSGenebra/Suíça

“Participar do poema ‘Esperançar é um Grito Nosso’ foi emocionante porque traz de forma mútua a vontade de termos um mundo melhor. A esperança nos traz a calmaria de que mesmo através de muitas batalhas, amor, a paz e a fraternidade um dia vão deixar de ser utópicas e se tornar verdade.” Beatris Hoffmann Los Angeles/EUA

“Senti-me profundamente honrado e agradecido por participar do projeto ‘Esperançar é um Grito Nosso‘. Este projeto é uma fonte essencial de esperança e inspiração, especialmente em tempos difíceis. É vital que essa mensagem alcance o maior número de pessoas possível, pois acreditamos que juntos podemos construir um futuro melhor.” Talisgean MedeirosMaceió/Alagoas

A campanha ‘Esperançar é um grito nosso’, visou unir vozes de diferentes países em uma mensagem de união e esperança. Gabriela convidou pessoas de diversas partes do mundo para recitar seu poema, escolhendo um africano para a abertura do vídeo, reconhecendo a importância da África como berço da humanidade e a relevância de sua voz no clamor por um mundo mais justo e igualitário.

“E se os orvalhos matinais exalassem o aroma da esperança?”

Gabriela Lopes

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Eu sou o que quero ser

Ivete Rosa de Souza: ‘Eu sou o que quero ser’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Uma mulher que o tempo a convenceu a ser como ela é
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Eu sou

Eu sou o que quero ser

No mundo não me encaixo

Não me acho

Prepotente ou incompetente

Simplesmente sou só eu

Que o tempo convenceu

A ser como sou

Não me comparo a outros

Faço o que gosto

E quando mostro incomoda

Tem aqueles que criticam

Tem alguns que gostam

Mas ainda mostram

Que pode ser de outro jeito

No perfeito em que se encaixam

Então acham que devo mudar

De outro jeito me encaixar

Não quero não espero

Também não vou mudar

Se nem Cristo ressuscitado

Foi amado por alguns

Como posso ser perfeita?

Ser eleita e agradar?

Aos tolos incompetentes

Minha ausência posso dar

Quem critica nem explica

Acho que nem sabe o que dizer

Ou fazer, não mudo, já estou velha

Faço o que me der na telha

Os incomodados, passem folgados

Bem longe

Para não nublar meu caminho

Quando eu passar

Se não gostam, não se importam

De nem mesmo os enxergar.

Ivete Rosa de Souza

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Olhares cheios de admiração

Irene Rocha: Poema ‘Olhares cheios de admiração’

Irene Rocha
Irene Rocha
"Com olhos cheios de adoração, Intensidade em cada contemplação, Meu amor se revela enfim,"
“Com olhos cheios de adoração, Intensidade em cada contemplação, meu amor se revela enfim…”
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Com olhos cheios de adoração,
Intensidade em cada contemplação,
Meu amor se revela enfim,
O universo inteiro contido em ti.

Teu olhar, uma mistura sublime,
Desejo, reverência, amor que define,
Promessa silenciosa, eterna proteção,
Expressa sentimentos além da razão.

Cada vez que te vejo, o mundo se expande,
Um cosmos de sentimentos, um coração que arde,
Palavras não cabem nesse nosso sentir,
Em teus olhos, vejo tudo que quero exprimir.

Amor eterno, além do que posso dizer,
Proteção e carinho, no silêncio a prometer,
No teu olhar encontro meu lar,
Um universo que só juntos podemos habitar.

Irene Rocha

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