Kobra cria mural inspirado em obras literárias como forma de incentivo à leitura no interior de SP

Grafite feito por Eduardo Kobra, com imagem de Anne Franck, na Holanda — Foto: Divulgação

Pela primeira vez o artista recebeu sugestões de internautas para desenvolver a obra

Eduardo Kobra: intervenções com autorização do poder público (Foto: Paulo Múmia)

O artista plástico Eduardo Kobra criou um novo mural inspirado em obras literárias como forma de incentivo à leitura em uma escola de Sorocaba (SP). São seis prateleiras com 250 livros que foram retratadas em um painel com 14 metros.

Kobra tem obras espalhadas nos cinco continentes, além de estar no livro dos recordes com o maior mural do mundo feito em uma fábrica de chocolates, na rodovia Castello Branco, com mais de cinco mil metros quadrados.

Na capital, ele fez dois painéis de Ayrton Senna. Em Amsterdã, Holanda, pintou a Anne Frank. Já em Carrara, na Itália, ele pintou o Davi, de Michelangelo.

Em entrevista à TV TEM, Kobra conta que pela primeira vez o público pôde contribuir na criação da obra. Ele pediu ajuda para internautas perguntando sobre quais livros não poderiam faltar na coleção que seria pintada.

Mais de quatro mil sugestões de livros brasileiros foram enviadas ao artista. Os principais livros sugeridos foram Iracema (1865) de José de Alencar e Sagarana (1946) de Guimarães Rosa.

Kobra cria painel inspirado em literatura, em Sorocaba — Foto: Drone Cyrillo

“Eu fiz uns quatro ou cinco desenhos diferentes e a partir desses a gente decidiu que essa imagem seria mais compatível com a parede e que comunicava melhor a questão da necessidade da literatura”, explica Kobra.

Em Sorocaba, o mural detalha um menino subindo a escada de uma prateleira de livros. Traços realistas e cores vibrantes são características do trabalho dele. A maior inspiração foi a literatura.

“A pintura no meu trabalho se tornou secundária. O principal objetivo é qual é a mensagem que está sendo colocada ali, sabe? A arte é um veículo também de comunicação e conhecimento porque muitas vezes através desse painéis a gente pode estar incentivando as novas gerações, as pessoas, a questão da educação e da leitura”, conta Kobra.

 

Matéria original por Mayara Corrêa, TV TEM – 22/01/2021 07h18
Foto do artista extraído da internet por este editor.
A escola a que se refere a matéria é o Colégio Ser.



Artistas brasileiros completam a maior pintura já feita na Síria

Artistas brasileiros completam a maior pintura já feita na Síria:

Com quase 270m², a obra dos grafiteiros Rimon Guimarães e Zéh Palito leva arte e esperança para uma população que tem sofrido muito com a guerra

 

CURITIBA, 22/05/2017 – No final do mês de abril, os grafiteiros curitibanos Rimon Guimarães e Zéh Palito desembarcaram na Síria para levar arte e esperança para a população. Desde 2011, a Guerra na Síria já tirou a vida de mais de 400 mil pessoas, além de tirar de casa mais de 11 milhões de pessoas e gerar o número alarmante de 5 milhões de refugiados. Após semanas de muitas atividades, a dupla acaba de finalizar a maior pintura feita na Síria: um painel urbano com quase 270m², em Damascus.

A ação artística faz parte do CONEXUS, projeto coletivo de arte contemporânea nômade, com curadoria da gaúcha Sheila Zago, que viaja pelo mundo promovendo artistas e desenvolvendo programas educacionais com parceiros locais. Ao desembarcarem na Síria, com o apoio da Embaixada Brasileira em Damascus, os grafiteiros e a curadora fizeram parte de uma residência artística na galeria Mustafa Ali. Dentro da proposta, juntos fizeram pinturas, colaboraram com artistas locais e ministraram oficinas para crianças e adolescentes.

Inspirada na liberdade, esperança, paz e amor, a pintura em Damascus, com quase 270m², é um marco para o país, onde a arte pública, grafite ou expressões artísticas culturais não são frequentes. “É muito gratificante fazer parte dessa história. Em meio à guerra conseguimos finalizar o maior mural de pintura da Síria com muita cor e alegria. Quando chegamos, vimos que quase não existiam artes públicas. O que se via na cidade eram apenas pinturas da bandeira do país, pichações políticas e religiosas, nomes de pessoas, imagens do presidente e todo tipo de propaganda. Toda a história que isso carrega e a liberdade que tivemos para pintar no centro da capital deu ainda mais importância para este mural. Por incrível que pareça o ato que deu início a guerra foi uma pichação feita por adolescentes em 2011. Hoje, durante a guerra, viemos pintar um mural com adolescentes e crianças com intuito de espalhar o amor e a esperança de um futuro melhor para o povo sírio”, comenta o artista Rimon Guimarães.

De acordo com a curadora do CONEXUS, Sheila Zago, após a passagem pela Síria o projeto segue seu caminho pelo mundo. “Em um momento de forte fluxo de imigração devido a conflitos internacionais, as pessoas procuram oportunidades para sobreviver, lugares para viver – esperar ou começar uma nova vida. Muitos acabam vivendo em condições não ideais entre campos de refugiados e assentamentos, onde a educação não é facilmente acessada e as crianças e adolescentes muitas vezes deixam de estudar. Nesse contexto, o Projeto CONEXUS está desenvolvendo programas educativos para atender jovens, tendo a arte como conector central dos projetos”, completa Sheila Zago.

Como é realizado de forma voluntária, o CONEXUS depende de doações para cobrir despesas com transporte, alojamento, alimentação e materiais para o desenvolvimento das ações. Mais informações pelo e-mail conexusprojectinfo@gmail.com ou na página oficial do Conexus no Facebook (www.facebook.com/conexusproject).