Que dia começamos a nos tornar neuróticos?
Lina Veira: ‘Que dia começamos a nos tornar neuróticos?’
“Que dia começamos a nos tornar neuróticos?”, eu pensei. Olha ao seu redor, como as pessoas estão? O seu olhar…. comportamentos, atitudes com o outro… Estão doentes. Não precisa ser médico para perceber isso, basta ter sensibilidade. Observar detalhes. Sim, pois o ser neurótico não vem de repente como uma barata voadora e pousa na gente. Começamos a nos tornar neuróticos aos poucos. E não combina com a desculpa de trabalho, da família, da escola, do casamento, da cultura, do país, do governo, disso e daquilo. Nós somos frutos das escolhas que fazemos!
Podemos escolher ser graça ou desgraça na vida de alguém, na nossa vida… Somos nós a cultura de nossa vida! E é preciso ter uma autorresponsabilidade de tudo a nossa volta. Em algum momento fomos crianças tranquilas e inocentes? Fomos. Tínhamos paz e felicidade absoluta, que bom. Sem estarmos envolvidos com tanta tecnologia suicida que nos consome e adoece. Mas ao longo dos anos estamos optando por perder isso. É mais fácil clicar, não levantar, não fazer… excluir sem conversar… viver sozinho.
Será? Bem-vindo ao laboratório humanoide! Pois é, não tenho dúvida de que a ciência, já de quinhentos anos em nossas vidas, tenha acelerado esse processo maquinário e neurótico. E olha que não estamos no topo do mundo em tecnologias, mas hoje o Brasil é o país número um de pessoas com transtornos mentais. Isso é preocupante para nossos filhos e o futuro. Com o avanço da ciência, passamos a organizar um novo comportamento e olhar – mas perdemos a sensibilidade, embora percebendo que somos mais frágeis e instáveis do que as máquinas. E sem sensibilidade geramos um desconforto desconhecido de querer entender tudo e de nos aproximar da perfeição a qualquer custo. Paraaaa!
Nenhuma máquina vai substituir uma acolhida, uma palavra de conforto, um encontro e sorriso nas horas angustiantes de sua vida. Nenhuma máquina vai lhe dar o abraço que suaviza toda dor. Preencher o vazio do seu coração, ou fazê-lo sorrir quando tudo parecer desabar a sua frente. E sabem por quê? Porque nenhuma máquina ou tecnologia até agora foi programada para o AMOR, ou descobriu a melhor aplicação do verbo amar. Somos nós, os únicos e exclusivos prontos para isso – para o outro, para o amor!
Lina Veira
19 de agosto de 2024
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