Solilóquio de um escritor

Ella Dominici: ‘Solilóquio de um escritor’

Ella Dominici
Ella Dominici
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

A desconhecida ideia é tímida regalia 

Quando pensamos ao desconhecido,

Damos às ideias o nosso convivido;

mas por vezes ignoramos o convívio óbvio

Chamamos à morte o ocaso,

casualmente aviva-nos nova vida

Sentindo o opróbrio, é nele que nos baseamos ao propor-nos um pedaço

de universo desconhecido

Talvez infalível como entremear de rosas,

Talvez comestível, livre do veneno que o poeta não lançou,

poderia ser sossego.

Teria o gosto quieto e calmo como o gesto dos botões às brisas,

e a inquietação pueril das farras de meninos

Isso tão novo, como um ícone de beleza que não fora provada.

Consolar-me-ia um pouco da nulidade em que vivo

Perverter o enlevo para burlar o fim?

Sendo a perversão o fim da transparência.

E é no límpido que vibra alguma alma

com as minhas palavras.

Ouve-me alguém que não só eu?

Ella Dominici

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Outono poético

Virgínia Assunção: Poema ‘Outono poético’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
Outono poético
Outono poético
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O outono despe

As árvores lentamente

E as folhas

Bailam no ar

O sussurro do vento

Nos envolve

Em um tapete dourado

E o ocaso pinta

Uma tela no céu

Quanta serenidade

Traz o outono

Quanta melancolia

Num suave recolhimento

Ouço a doce melodia

Entre as folhas caídas

Mergulho na beleza

Desses dias

E, invento fantasias

De esperança

De criança

De sonhos

Nas folhas que balançam

E caem.

Virgínia Assunção

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A colina

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A colina’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"No silêncio, entre a tarde e o anoitecer, saudades e na sua solidão, eis o pôr do sol por trás da colina"
“No silêncio, entre a tarde e o anoitecer, saudades e na sua solidão, eis o pôr do sol por trás da colina”
Criador de imagens do Bing

Atrás das serras e montes,

desmaia a tarde,

incensa o ocaso,

pinta em versos

o entardecer.

Cala-se o vento,

espreita as escarpas,

voam as nuvens,

e no murmurejo do mar,

aceno à flor da janela aberta,

um plácido cenário.

Sozinha no tempo

a tarde agoniza

e a colina solitária

veste-se de sonhos,

poesia e lembranças.

No entardecer,

põe-se o sol em calmaria,

e no silêncio,

pela varanda entreaberta

do crepúsculo,

debruça-se aos olhos do mar

e do vento,

canta o amor,

num entoar sorridente.

No silêncio,

entre a tarde e o anoitecer,

saudades

e na sua solidão,

eis o pôr do sol

por trás da colina.

Ceiça Rocha Cruz

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