Se contar o ‘Mar’ a todos o que dirão as ondas do desvendar segredos? Se escrever o Sal marinho perderão escamas insossas?
O oceano é a majestade das profundidades, onde se acham mistérios das águas, das essências existentes, flora fauna desconhecidas, pérolas em reciprocidades uterinas. Mares não são medíocres, são sim indecifráveis . Somente uma alma poética pode instigar a intensidade dos mistérios, fúria que ama, amor que enfurece e vibra o fundo do oceano tingindo-o de púrpura vermelho escura na paixão de viver.
Natureza humana e divina do Ser vencendo falésias, alcantilando mediante ameaças de um oceano vivo e violento, mas dominado pelo Criador. O poema expõe o Ser às profundezas, quebra vagas, adentra águas, busca o grão atemporal e o faz germinar no sal da vida. deseja-se que se possa alcançar mudanças e transcender o grão comum.
Ella Dominici: ‘Feminina de cor púrpura no oceano da poesia’
Ela é enigmática e aquecedora de alma alguém que atravessa o som reverbera. refratária das visões, brilha.
Impalpável, à mente se faz sentir e sente intocável ser, é tocante
ela é transparente luz, pó refinado de profundezas do oceano é a tintura púrpura
Extraída de simples criatura desta cor vermelho-rubro-escura amor elegância simples formosura
Vibra o oceano da vida com energia sutileza fantasia fúria, tinge as águas do seu mar e as marés de seu par
Amiga enamorada das águas radiante fêmea em rítmica poética na púrpura o sacerdócio da mulher que ama, se doa, edifica, equilibra e perdoa
Na púrpura, realeza da soberania encarnada como rubi é a femina Lumia alas sombrias, fluorescência de mulher sôfrega, reinando, adentrando castelos rubros demolindo muros
Na sociedade esmagante representatividade ascendente na política e luta de classes o empoderamento reconhecido
Na literatura não se nasce mulher, torrna-se protagonista das ações em sua voz escrita, na feminina e rubra poética
Poema ‘O que você faz com o amor que lhe entregam?’
Para ver além de mim Olhei para tudo o que não fiz Olhei as paredes amareladas da minha alma E encontrei à sombra das muralhas de giz Os gestos controversos, os sentimentos não confessos, Submersos na corrida das horas Onde a mesa está posta A servir o começo do fim E atrás das suas portas Onde repousam as palavras para o depois guardadas E de tão guardadas foram esquecidas E se afogaram no oceano da falta E do tudo que senti e não disse Guardei uma certeza só minha Mora solidão nas entrelinhas Nos atos reflexos, os anexos… As verdades da língua subentendida Tudo o que senti, e não fiz, e não disse A adormeceu na solidão E eu, sonâmbulo sem má intenção Esqueci nalgum lugar o coração E amanhecemos no eclipse