O luar e o amor

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘O luar e o amor’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"No céu prateado, sob o clarear fulgente da Lua, o luar cintila, 
reflete no chão, ilumina o amor, na areia da praia nua"
No céu prateado, sob o clarear fulgente da Lua, o luar cintila,,,”
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 17 de setembro de 2024 às 8:36 AM

No céu prateado,
sob o clarear fulgente da Lua
o luar cintila,
reflete no chão,
ilumina o amor,
na areia da praia nua.

Na noite nostálgica
dos acordes,
dos olhares,
das emoções,
aquieta-se o silêncio,
tece o amor sob o céu luzidio.

Somos o amor no abraço,
no teu versejar,
na tua canção,
na fulgência do cenário
sob a lucidez da vidraça
que se desenrola à flor do luar.

Amantes vagueiam,
entreolham-se fascinados
pelo passear da lua
na sacada reluzente
e infinita de mistérios.

Nas dobras prateadas
das cortinas da lua,
um encontro – o luar e o amor.

Ceiça Rocha Cruz

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Inverno em Penedo

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Inverno em Penedo’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Névoa por trás da montanha rochosa,
e o dia se deleita de melancolia.
Olhares de puro amor
resvalam em risos sobre os amantes
debruçados na varanda do tempo,
sob a vidraça do espesso nevoeiro.

Nas sendas do jardim hibernal
chovem pétalas de frio intenso,
mas o amor aquece
e aconchegado ao abraço,
entreolham-se fascinados,
segredam as batidas do coração
num regougo: amo-te!

Porém, no doce sabor do afeto
à luz de velas,
ao deleite do vinho e do mate
e ao calor do amor infindo,
dos olhares,
dos sussurros,
das emoções,
somos amor.

Enfim, num dia frio nostálgico,
cantamos em versos sublimes
doces poemas
na eterna poesia,
aquecido pelo amor,
no inverno em Penedo.

Ceiça Rocha Cruz

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Hoje de manhã

Evani Rocha: Crônica ‘Hoje de manhã’

Evani Rocha
Evani Rocha
Matriz Nosso Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Imagem criada pela IA do Canvas

Hoje parece que voltei ao tempo. Sentei-me bem cedinho numa praça onde costumava sentar, há mais de trinta anos. Vejo pessoas ensimesmadas, olhando ao longe, olhar perdido … o movimento de veículos ainda é calmo. Talvez, esse escasso silêncio da manhã permita que as pessoas se olhem, que olhem para dentro de si, nem que seja por alguns instantes.

Os pombos caminham entretidos bicando o chão à cata de algumas migalhas. As lojas vão se abrindo aos poucos, revelando as vitrines decoradas com cartazes promocionais.

Não tem nenhum sentido para mim.

Tudo parece correr em câmara lenta: A fachada cinza desbotada do antigo correio, os casarões ocre com enormes janelas de madeira, relembrando a época colonial. O coreto no centro da praça, manchado de branco. Suspeito que sejam fezes dos pombos, moradores que nunca abandonam esse lugar. Olho em volta, algumas pessoas aqui outras acolá, conversando. Vejo o movimento dos seus lábios, mas nada ouço. Imagino que esse dia, meio que mórbido, inspire a gente a falar da solidão, do cansaço, das horas que se arrastam para aqueles funcionários de lojas, de farmácias, para as pessoas em situação de rua…

Uma mulher enxuga os olhos, ela não conversava com ninguém, mas provavelmente hoje, ela tenha falado consigo mesma, mexido nas feridas que estavam camufladas pela ausência de atenção. Num canto da praça, de cabeça baixa, está um homem. Percebo que assobia baixinho e organiza uma série de bugigangas numa espécie de tela. É um vendedor na rua. A pele bem queimada de Sol, as vestes desgastadas e os cabelos arrumados em várias trancinhas que lhe caem sobre a testa. Quem saberia dizer o que pensa essa gente em situação de rua? Será que ele aguarda a lanchonete da esquina abrir para pedir um singelo cafezinho puro?

O silêncio vai embora preguiçoso. Bem que ele gostaria de ficar mais por aqui, porém, o movimento de transeuntes e automóveis já lhe obriga a deixar o posto. Eu continuo sentada com minha elucubração. Essa de ‘o silêncio querer ficar’ é por minha conta, pois tenho certeza que sou eu quem quer que ele fique pra sempre. Como para sempre parece ter ficado a cripta silenciosa da matriz. Imponente arquitetura, que teve início como uma simples capela no início do século dezoito, sendo reconstruída no ano de 1973. Tem seu belo altar adornado com pastilhas e a poderosa imagem do Senhor Bom Jesus, Padroeiro da Cidade.

Estou imaginando esses detalhes, porque já os vi em outra oportunidade. Mas agora vejo somente a suntuosa fachada formada por duas torres, e os grandes relógios marcando cada segundo que estiveram ali, presenciando o nascer do Sol, por muitas dezenas de anos. Eu creio que há clamores, murmúrios e orações circulando em cada cantinho dessa Igreja. Pairam no ar os lamentos, os pedidos, as dores dessa gente que não tem mais a quem recorrer…       

Sim! A Matriz Nosso Senhor Bom Jesus de Cuiabá é um símbolo da arte religiosa do País, mais que isso! É um referencial identitário do povo dessa cidade.

Hoje, Arquidiocese da Capital, depois de passar por demolição, reconstrução e reformas que mudaram bastante suas características originais.

Como eu queria ter vivido nesses tempos do ouro, das ruelas de pedra, dos casarões de adobe com as portas e janelas escancaradas na rua. Dos enormes quintais e mangueirais. As casas não careciam de muro, a criançada podia brincar na rua sem medo. Tempo em que as coisas faziam mais sentido. Hoje, essas estruturas carregam apenas história. São histórias de luta sim, mas de vitória digna, de gente de verdade, de amor ao próximo, valores…

Observo as portas das lojas se abrirem por completo, o Sol alto indica que se inicia o horário comercial. Percebo uma agitação das pessoas que passam, algumas, quem sabe, atrasadas para bater o ponto no trabalho.

Os pombos ainda bicam por aqui, passam pertinho de mim. Eu acho que estou invisível nessa cidade, que agora acorda, barulhenta e veloz.

O sino não badalou, nem sei se ele ainda se dá ao trabalho de fazê-lo. Alguém estaria interessado em ouvir? Fico olhando o prédio descascado do antigo correio. Se me abstenho do presente, vejo ‘um entra e sai’ frenético de pessoas ali, nos anos oitenta.

A banquinha de revista da frente já não existe mais. Talvez o revisteiro não resistiu ao tempo, e se foi. Eu também tenho hora marcada para ir, mas ainda é cedo, posso ficar mais um pouco por aqui e esperar. Gostaria de ver os pesados janelões de madeira do museu se abrirem. Se puder, vou dar uma volta por lá, quem sabe eu consiga encontrar sentido nas peças históricas que resistem ao tempo e que, silenciosa e anonimamente, contam detalhes de uma época em que as pessoas tinham tempo de viver.

Evani Rocha

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PEDAÇO DE MIM

Rejane Nascimento: ‘PEDAÇO DE MIM’

Rejane Nascimento
Rejane Nascimento
"Vejo flores, recebo amores, inspiro-me"
“Vejo flores, recebo amores, inspiro-me”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Escrevo quem significo
deixando versos livres
sentirem meu existir.

Sem olhares descrevo meu sentir;
choro chuva de adequadas lágrimas
vivendo na primavera sem ressentir.
Vejo flores, recebo amores, inspiro-me;
minha esperança adapta-se sem mentir.

Rejane Nascimento

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Nos teus olhos

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Nos teus olhos’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"olhares cruzam-se, lacrimejam de emoção, na varanda do tempo."
“olhares cruzam-se, lacrimejam de emoção,
na varanda do tempo.”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Na quietude

o Sol desmaia a tarde,

cortinas cor-de-laranja cerram-se,

olhares cruzam-se,

lacrimejam de emoção,

na varanda do tempo.

No silêncio sombrio

e na solidão da minha espera

tu chegaste..

Debruça-se aos olhos do ocaso

o amor,

sorrisos derramam-se

no despencar da tarde

que se desenrola

à flor do crepúsculo.

Na plenitude

brilhos no olhar falam de amor

e da janela deste olhar

vertem-se das pálpebras sorridentes,

lindos versejos,

que sussurram aos olhos da alma.

Em plena doce tarde de maio,

perco-me

e assim encontro o amor

nos seus olhos, pois

para sempre quero te amar.

Ceiça Rocha Cruz

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Entardecer na praia

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Entardecer na praia’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Entardecer na praia
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

Na tarde sombria

busco a quietude 

no Sol que fenece

de mansinho.

No vislumbre crepuscular

olhares se cruzam, 

tece o amor na sombra

da paisagem

e no fundo dos teus olhos

encontro-me.

As névoas enveredam,

derramam-se pelo crepúsculo,

o amor segreda. 

Transfigura-se em sussurros,

em sorrisos,

em emoções.

No silêncio soturno da tarde

amantes vagueiam na areia

da praia nua

sob a lucidez da vidraça

que se desenrola à flor do arrebol.

Canções de amor,

versos poéticos,

tu e eu,

no entardecer da praia.

Ceiça Rocha Cruz

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Amanda Quintão: 'Conexão'

Amanda Quintão

Duplos olhares suplicavam por amor…
Ela banhou-se com o doce perfume das flores; ornou-se com vestes brancas, que ilustravam sua alma meiga; pôs um salto alto; passou um batom vermelho quente pra beijar a boca dele.
Os olhos dele sorriram…
Dançaram ao som das melodias: Someone You Loved e Phothograph.
De corpos e rostos colados, embarcaram numa conexão que os levaram ao passado…
Eles, então, se amaram como antigamente, redescobriram a euforia da paixão e foram felizes de novo.
Ela acreditou nele, quando ele se entregou; ela confiou nele quando viu o amor arder em seus olhos.
Lágrimas rolaram de contentamento.

*Amanda Quintão 

Instagram:@amandaquintao_escritora