Um olhar sobre as Olimpíadas

SAÚDE INTEGRAL E O ESPORTE

Joelson Mora: ‘Um olhar sobre as Olimpíadas’

Joelson Mora
Joelson Mora
Olimpíadas
Imagem criada pela IA do Bing 29 de julho de 2024 às 2:27 PM

A saúde integral é um conceito que engloba não apenas o bem-estar físico, mas também o mental, emocional, social e espiritual. Dentro desse contexto, o esporte desempenha um papel fundamental ao promover um estilo de vida ativo. Um dos maiores eventos esportivos do mundo, os Jogos Olímpicos, exemplificam o poder do esporte em unir nações e inspirar indivíduos a superarem seus limites. 

As Olimpíadas têm sua origem na Grécia Antiga e eram realizadas em homenagem aos deuses do Olimpo. Após uma longa interrupção, os Jogos Olímpicos modernos foram reestabelecidos em 1896, em Atenas, por iniciativa do Barão Pierre de Coubertin. Desde então, as Olimpíadas se tornaram um símbolo de paz, amizade e espírito esportivo, reunindo atletas de todo o mundo para competir em diversas modalidades.

O espírito esportivo é um dos pilares fundamentais das Olimpíadas. Ele representa a ética e a moral no esporte, incentivando o respeito mútuo, a camaradagem e a competição justa. Esse espírito é refletido no juramento olímpico, no qual os atletas prometem competir de maneira justa e respeitar as regras. O espírito esportivo transcende a vitória e a derrota, destacando a importância do esforço, da perseverança e do respeito entre os competidores.

O Brasil tem uma rica história de participação nos Jogos Olímpicos. A primeira participação brasileira ocorreu nos Jogos de Antuérpia/Bélgica em 1920. Desde então, o país tem sido um competidor constante, destacando-se em diversas modalidades, como o atletismo, judô, vôlei e futebol. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 foram um marco histórico, sendo a primeira vez que o evento foi realizado na América do Sul. O Brasil teve um desempenho impressionante, conquistando 19 medalhas, incluindo 7 de ouro.

O Brasil possui vários atletas que deixaram sua marca na história olímpica. Entre eles, destaca-se Adhemar Ferreira da Silva, que ganhou duas medalhas de ouro no salto triplo (1952 e 1956), e Torben Grael, com cinco medalhas na vela. Outro ícone é Robert Scheidt, que também conquistou cinco medalhas na vela. O recordista de medalhas do Brasil é Isaquias Queiroz, com quatro medalhas na canoagem, sendo uma de ouro.

As Olimpíadas de Paris 2024 são aguardadas com grande expectativa. Será a terceira vez que Paris sediará os Jogos, após 1900 e 1924. A competição promete ser inovadora, com novos esportes e um foco na sustentabilidade. Para o Brasil, a expectativa é continuar seu crescimento no quadro de medalhas e destacar-se em modalidades tradicionais, bem como em novas áreas. Atletas como Rebeca Andrade na ginástica artística e Isaquias Queiroz na canoagem são grandes esperanças para a conquista de medalhas.

As Olimpíadas são mais do que uma competição esportiva; elas são uma celebração da humanidade, da saúde integral e do espírito esportivo. A participação do Brasil nos Jogos Olímpicos tem sido marcada por conquistas e superações, refletindo o potencial do esporte em transformar vidas e unir nações. Com as Olimpíadas de Paris 2024 a esperança é de que novos recordes sejam quebrados e novos heróis sejam celebrados, inspirando futuras gerações a perseguirem a excelência esportiva e a saúde integral.

Joelson Mora

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Sergio Diniz da Costa: 'Adelinde e Parzival'

Sergio Diniz da Costa

 ‘ADELINDE E PARZIVAL’

Adelinde Cornelissen & Parzival

América do Sul. Brasil. Agosto de 2016. Nosso país vive um momento ímpar na história dos esportes. Pela primeira vez a América do Sul sedia os Jogos Olímpicos. E coube à ‘Cidade Maravilhosa’ sediar os XXXI.º Jogos Olímpicos de Verão.

Com um mau augúrio antecedendo o início do evento, a abertura das Olimpíadas, no entanto, foi um show inesquecível, elogiado mundialmente.

As Olimpíadas Antigas foram uma série de competições atléticas disputadas por atletas das cidades-estado que formavam a Grécia Antiga. De acordo com registros analisados por historiadores, os Jogos Olímpicos surgiram no ano de 776 a.C. na cidade de Olímpia. Possuíam caráter religioso, político e esportivo. Primeiramente, representavam uma forma de homenagem aos deuses, principalmente Zeus. Era também um momento importante na busca pela harmonia entre as cidades-estados, e serviam como um evento de valorização da saúde e do corpo saudável.

Os jogos ocorriam de quatro em quatro anos. Na época de sua realização ocorria uma trégua nas guerras e conflitos. A conhecida ‘paz olímpica’ servia para garantir segurança para os atletas que tinham que se deslocar de suas cidades-estado até Olímpia.[1]

O evento durou mais de mil anos, até 393, quando o imperador romano Teodósio I aboliu o evento, alegando que se tratava de uma festa pagã.[2]

Quinze séculos depois, o ‘espírito olímpico’, foi reaceso. Em 6 de abril de 1896 começava em Atenas, na Grécia, a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, por iniciativa de  Charles Freddye Pierre, que tinha por título nobiliárquico Barão de Coubertin.

Filho de artistas, foi educado num ambiente aristocrático. Estudou arte, filosofia e direito na Sorbonne, mas veio a interessar-se especialmente por educação. Motivado pelo ideal da educação através do esporte, Coubertin queria propagar seu uso como um instrumento de aproximação entre os povos, em benefício da paz. A célebre frase “o importante é competir” é atribuída ao barão francês, mas teria sido adaptado da frase “O importante não é vencer, é participar”, da autoria de um bispo da Pensilvânia (EUA) e que foi pronunciada num discurso para os atletas, antes das Olimpíadas de Londres (1908).

Coubertin, entre os 17 e os 24 anos, viajou à Inglaterra, ao Canadá e aos Estados Unidos para estudar o papel da educação física no desenvolvimento do indivíduo. Na década de 1880, publicou uma série de artigos defendendo o valor dos jogos amadores para a formação do caráter dos jovens.

Em 1894 organizou um congresso na Sorbonne, em que propôs a restauração das antigas Olimpíadas da Grécia. A realização do congresso levou à criação do Comitê Olímpico Internacional (IOC – International Olympic Comitee), do qual Coubertin tornou-se secretário-geral.

Perguntado sobre o motivo pelo qual restabeleceu os jogos olímpicos, Coubertin respondeu: ‘Para enobrecer e fortalecer o esporte, para assegurar independência e perenidade ao esporte, para torná-lo apto a preencher o papel educativo que lhe cabe no mundo moderno.[3]

Se, por um lado, para o Barão de Coubertin o mais importante era o papel educativo das competições, por outro, o lema das Olimpíadas, ‘citius, altius, fortius’ (mais rápido, mais alto, mais forte), criado pelo francês Henri Didon para os jogos de Paris (1900), é usado até a atualidade.

Portanto, ainda que as Olimpíadas, em sua origem significassem um momento importante na busca pela harmonia entre as cidades-estado da Grécia antiga, e foram restabelecidas com um altíssimo propósito educativo, é evidente que, para os atuais competidores e seus patrocinadores, vencer é o objetivo primordial. Inclusive por meios ilícitos, como o doping.

Esse objetivo ─ nitidamente egóico, ressalte-se ─, porém, parece ter sido deixado de lado em um das modalidades da competição. Coube à hipista holandesa Adelinde Cornelissen uma atitude divorciada do vencer (a qualquer custo) durante os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Pouco antes da competição, ela percebeu que seu cavalo, Parzival, estava com febre e a cabeça inchada, além de muito agitado. Levado a um veterinário, o diagnóstico concluiu que ele havia sido picado por algum inseto ou por uma aranha, razão dos sintomas.

Apesar da melhora de seu parceiro de competição ─ e que já lhe dera uma medalha de prata e uma de bronze em competições individuais ─, Adelinde, por respeito a ele, decidiu abandonar a competição. E, comentando o acontecido nas redes sociais, apontou o dilema de deixar a equipe ou preservar o cavalo, que tem 19 anos. “Quando nós entramos, eu senti que ele estava dando o seu melhor, e sendo o lutador que é, ele nunca desiste. Mas, para protegê-lo, eu desisti. Meu amigo, meu parceiro, o cavalo que me deu tudo por toda sua vida não merece isso. Então, eu deixei a arena’, afirmou Adelinde”.

A atitude de Adelinde talvez não tenha alcançado a mesma repercussão da abertura dos jogos olímpicos do Rio; todavia, certamente reviveu o suprassumo do espírito olímpico, que é vencer a si mesmo. E, mais do que vencer os limites do corpo, sobrepujar as fronteiras dos interesses humanos menores.

Ideologicamente, o espírito olímpico é tão importante que os atletas que o demonstram são premiados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) com a Medalha Pierre de Coubertin.

Adelinde, em não disputando a prova, em prol de Parzival, transcendeu esse espírito. E merecia receber a Medalha Pierre de Coubertin.

E se possível fosse, entregue pelo próprio Barão de Coubertin!

[1] Olimpíadas na Grécia Antiga.  http://www.suapesquisa.com/olimpiadas/olimpiadas_grecia_antiga.htm>. Acesso em: 16/08/2016.

[2] Jogos Olímpicos da Antiguidade. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_da_Antiguidade >. Acesso em: 16/08/2016

[3] Biografias. Pierre de Coubertin. http://educacao.uol.com.br/biografias/pierre-de-coubertin.htm>. Acesso em: 15/08/2016.




Sergio Diniz da Costa: coluna publicada na revista Apevo

Sergio Diniz da Costa
Sergio Diniz da Costa

Sergio Diniz da Costa – Cultura – LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES – agosto de 2016

 

CURIOSIDADES SOBRE AS OLIMPÍADAS 

 

– O palco da Primeira Olimpíada da Era Moderna, realizada em Atenas em 1896, foi o Estádio Panathenaic. A base do estádio era composta por uma estrutura de mármore, feita no século IV a.C.

 

– O fogo olímpico foi introduzido, pela primeira vez, na cerimônia olímpica nos Jogos Olímpicos de 1928 em Amsterdã.

 

– A cerimônia de revezamento da tocha olímpica, que ocorre dias antes do início dos jogos, começou a ser praticada somente nas Olimpíadas de Berlim (1936).

 

 

– Foi somente a partir das Olimpíadas de Londres (1908) que os atletas passaram a desfilar de forma organizada na cerimônia de abertura. Antes de 1908, os atletas entravam e saíam do estádio sem qualquer organização.

 

– O lema das Olimpíadas, “Citius, Altius, Fortius”, foi criado pelo francês Henri Didon para os jogos de Paris (1900). O lema, que traduzido significa “mais rápido, mais alto, mais forte” é usado até a atualidade.

 

– Apenas cinco países participaram de todos os Jogos Olímpicos da era moderna. São eles: Grécia, Grã-Bretanha, Suíça, França e Austrália.

 

– “Ganhar não é tão importante quanto participar”. Essa célebre frase foi proferida pelo Bispo Ethelbert Talbot, da diocese anglicana de Bethlehem (Pensilvânia), durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1908. O Barão de Coubertin, o criador das Olimpíadas modernas, gostou tanto da frase que a adotou, com ligeiras adaptações.

 

– A famosa bandeira olímpica, com cinco arcos representando os continentes, foi elaborada por Pierre de Coubertin, em 1913. Ela foi hasteada pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Antuérpia em 1920.

 

 

– Nas primeiras Olimpíadas da Era Moderna, no começo do século XX, todas as medalhas eram entregues aos atletas na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.

 

– Foi somente nos Jogos Olímpicos de 1932 (Los Angeles) que os atletas vencedores começaram a ouvir o hino do seu país e a ver o hasteamento da sua bandeira, no momento da entrega das medalhas no pódio.

 

– Várias modalidades curiosas já fizeram parte das Olimpíadas: Doze Horas de Ciclismo (1896), Levantamento de peso com apenas uma mão (1896 a 1904), Cabo de Guerra (1900 a 1920), Tiro ao pombo (1920) e Voo livre de planador (1936), Jogo da Palma (1908), Motonáutica (1908) e arremesso de dardo e disco com as duas mãos (1912).

 

– A maior goleada ocorrida num jogo de futebol durante uma Olimpíada ocorreu em 1908 (Jogos Olímpicos de Londres). Na ocasião, a Dinamarca venceu a França pelo impressionante placar de 17 a 1.

 

– Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio (1964), um judoca japonês cometeu suicídio após ser derrotado numa luta.

 

– O sueco Oscar Swahn foi o atleta mais velho a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos. Com 72 anos, ele ganhou medalha de prata na competição de tiro durante as Olimpíadas da Antuérpia (Bélgica), em 1920.

 

– A primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos foi a britânica Charlotte Cooper. Ele conquistou o torneio de tênis feminino nas Olimpíadas de Paris (1900).

 

– O primeiro brasileiro a ganhar uma medalha de ouro em Olimpíadas foi Guilherme Paraense. O feito foi realizado na prova de tiro durante as Olimpíadas de 1920, na Antuérpia (Bélgica).

 

– A primeira mulher brasileira que participou de uma edição das Olimpíadas foi a nadadora Maria Lenk, em Los Angeles, 1932. Com 17 anos na época, ela era a única mulher da delegação, que contava ainda com 66 homens. Mais que a primeira brasileira, Maria Lenk foi a primeira mulher sul-americana a participar dos jogos.

 

 

– O atleta que mais ganhou medalhas olímpicas foi o nadador norte-americano Michael Phelps. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008) ele ganhou, no total, 16 medalhas. Nas Olimpíadas de Londres, o nadador conquistou mais 6 medalhas (sendo 4 de ouro e 2 de prata), totalizando 22 medalhas olímpicas.

 

– Foi somente a partir das Olimpíadas de Londres (1948) que as provas de natação começaram a ser realizadas em piscinas.

 

– O primeiro atleta a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos da Era Moderna foi o norte-americano James Connolly. A conquista foi realizada nas Olimpíadas de Atenas de 1896, na prova de salto triplo. Neste mesmo evento, Connoly ganhou mais duas medalhas: prata no salto em atura e bronze no salto em distância.

 

– O país que mais conquistou medalhas na história das Olimpíadas foram os Estados Unidos. Até os Jogos Olímpicos de Londres (2012), os norte-americanos ganharam 2399 medalhas olímpicas (974 de ouro, 758 de prata e 667 de bronze).

 

– No ranking de medalhas conquistadas, o Brasil fica em 36º lugar. Até as Olimpíadas de Londres (2012), o Brasil havia conquistado 111 medalhas (23 de ouro, 34 de prata e 54 de bronze).

 

– Para garantir a segurança durante as Olimpíadas de Londres 2012, o governo britânico instalou mísseis em prédios residenciais na área leste de Londres.

 

– Los Angeles (EUA) foi a cidade que mais vezes se candidatou para ser sede dos Jogos Olímpicos. Foram nove candidaturas, sendo escolhida por duas vezes.

 

– O único país-sede que não ganhou medalha olímpica em sua própria Olimpíada foi o Canadá. O resultado inédito e negativo foi obtido nos Jogos Olímpicos de Montreal de 1976.

 

– As Olimpíadas de Londres de 1908 foram as mais longas da história. Elas tiveram início em 27 de abril e terminaram em 31 de outubro.

 

– Nos Jogos Olímpicos do Rio de 2016, dois esportes voltarão para o quadro de modalidades olímpicas depois de muitos anos. O Rugby retorna para as Olimpíadas depois de 92 anos. Já o Golfe retorna após 112 anos.

 

 

– Nas Olimpíadas de Seul de 1988, durante a cerimônia de abertura, vários pombos morreram queimados no fogo da pira olímpica. Desde então, a revoada de pombos deixou de ser obrigatória na cerimônia de abertura.

 

– Até as Olimpíadas de 2016 foram realizadas 27 edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna (16 na Europa, 6 na América do Norte, 3 na Ásia e 2 na Oceania).

 

– O Brasil não participou das Olimpíadas de 1896, 1900, 1904, 1908, 1912 e 1928.

 

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

     Sergio Diniz da Costa