Omissão

Sergio Diniz da Costa: Poema ‘Omissão’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem criada por IA no Bing - 09 de abril de 2025, às 10:16 PM
Imagem criada por IA no Bing – 09 de abril de 2025,
às 10:16 PM

O Sol se deitou, acobertado
Pelo manto rubro do poente…
Mas você não viu.

Nos jardins, as rosas se abriram
Inebriando o ar…
Mas você não sentiu.

Na rua, a criança pediu
Do lar, o velho partiu…
E você, nem chorou.

Sob a fúria da cavalaria
A multidão, trôpega, gritou,
Mas, diante da opressão,
Você se calou!

Às portas da Morte,
Você a viu, a sentiu,
Por ela chorou,
Em desespero gritou
Mas a Vida, outrora tão perto,
Repentina, o deixou!

Sergio Diniz da Costa

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Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida

Verônica Moreira: ‘Ao Deus-dará: Ecos de uma era perdida’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Imagem gerada por IA do Bing – 29 de novembro de 2024
às 11:23 AM

Soltaram as feras.
Eis que chega a nova era,
onde os omissos se calam,
engolem gole a gole a inverdade,
sem voz, mas com olhos que desviam.

Feras famintas, de golpes e sede,
não pelo bem de todos,
mas pelo banquete que os espera em suas mesas fartas,
no prazer egoísta, no churrasco que arde na sua própria brasa.

E eu, na dor de ter de aceitar o pecado,
prisioneiro deste fado,
silencio-me perante a força, a injustiça, o sistema.

Não sem voz, mas sem talvez…
Falo ou me calo?
Seria o meu grito apenas combustível para o ódio?

Cansaço…
É isso, o peso que recai sobre os ombros, a palavra certa.
Decepção, calamidade,
o sistema que se alimenta da corrupção.

Para os grandes, nada importa a fome dos pequenos.
É o que vejo – e o que eu daria para não ter visto.

Lamento profundamente por aqueles que se dedicam,
os que dão de si com verdade,
sem saber que são peões usados, peças descartáveis.

Ah, vida!
Oh, céus!
Haverá ainda esperança?
Vivem perdidos, abandonados ao acaso…

Ao Deus-dará?
Sim… porque é Deus quem dá.
E ainda bem que temos a Deus para nos dar.

Verônica Moreira

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