Florão da América

Cláudia Lundgren: Poema ‘Florão da América’

Cláudia Lundgren
Cláudia Lundgren
Florão da América
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Brasil, meu Brasil varonil;

por que, meu País destemido,

está se rendendo as desgraças

e a violência desse povo vil?

Onde está o Rio antigo

em que meus pés andavam tranquilos

pela orla, contemplando o fim de tarde

sem temer homens maus e covardes.

Meu Gigante verde e amarelo,

já cansado de tanta injustiça,

presencia a morte de inocentes

e a soltura da vida bandida.

Sei que escorrem as lágrimas

dos seus olhos, outrora brilhantes,

quando veem seus rios secando

e a queima de suas matas verdejantes.

A natureza contra ti despeja ira;

por que, oh tão sofrida Mãe Gentil?

São ciclones, tempestades, estiagens

arrasando com o Florão da América: Brasil.

“Pátria Amada, idolatrada. Salve! Salve!”;

salvem nossas mulheres e crianças;

o sangue inocente que jorra

levando com ele a desesperança.

Oh, meu Brasil; País de encantos mil!

O Corcovado chora, mas seus braços não se encolhem.

Saiba que seus filhos, à luta, não fogem.

É só uma fase; em breve brilhará o Sol da liberdade.

Cláudia Lundgren

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