Fantastic Mr. Fox

Bianca Agnelli:

Fantastic Mr. Fox: Quando o cinema e o outono se encontram em stop-motion

Fantastic Mr. Fox: Quando il cinema e l’autunno si incontrano in stop-motion

Bianca Agnelli
Bianca Agnelli
Fonte: Unsplash

outono na Europa chega com uma graça sutil, quase na ponta dos pés, mas com uma presença que nunca passa despercebida. Na Toscana, as colinas se tingem de tons quentes, os vinhedos explodem em cores e sente-se no ar o aroma inconfundível de castanhas e vinho novo.

Imersa nessa atmosfera muito sugestiva, decidi compartilhar um pouco dessa magia com você, leitor do Jornal Rol, acompanhando-o em uma viagem de outono através de um filme que sempre cativou meu coração. Porque se há um filme que grita ‘outono’ em cada quadro, é sem dúvida Fantastic Mr. Fox (2009) de Wes Anderson. Diga-me que você já viu! E se não viu, bem… por Deus, é hora de remediar!

Imagine isso: tons quentes e envolventes, uma paleta predominante de laranjas, marrons e âmbar que fazem você se sentir imerso em um dia de outono perfeito. Quase como se estivesse pintando uma tela que celebra a estação das folhas caídas, Anderson brinca habilmente com as cores. O modo como vibram na stop-motion é, sinceramente, uma obra-prima visual. Não só pela sua estética impecável, mas porque cada único quadro transborda daquela característica simetria andersoniana que todos amamos.

Mas Fantastic Mr. Fox não é apenas um prazer para os olhos. Os personagens – ah, os personagens! São extravagantes, adoráveis, um pouco malucos, mas incrivelmente cativantes, cada um com seu carisma singular. A história? Baseada no livro de Roald Dahl, mas com um toque de Anderson que a torna uma aventura sofisticada, irônica e, ao mesmo tempo, emocionalmente rica. A raposa, Mr. Fox, se vê tendo que equilibrar sua natureza selvagem com a responsabilidade em relação à sua família, tudo isso em um contexto visualmente hipnotizante e pontuado por piadas sagazes.

Se você está se perguntando por que este filme é a quintessência do outono, basta olhar para o uso das texturas e materiais na stop-motion: a pelagem dos animais que parece quase tangível, as folhas que parecem crocantes sob os pés, as paisagens campestres douradas pelo Sol do final da estação. A realização de Fantastic Mr. Fox foi uma empreitada realmente única. Uma equipe de 140 pessoas trabalhou todos os dias, o ano inteiro, para que isso acontecesse. “Levou sete meses apenas para fazer o primeiro modelo da raposa e depois tivemos que criar 535 bonecos em seis tamanhos diferentes e vesti-los com múltiplos trajes. Wes supervisionou todo o processo, desde os cílios até as pálpebras. Nós até tivemos que inventar agulhas de tricô em miniatura para fazer as roupas.” O animador chefe Andy Gent sobre a produção do filme.

Esse é um dos motivos pelos quais esta película não é apenas um filme, mas uma experiência sensorial que envolve você e o faz sentir parte daquele mundo.

Uma curiosidade interessante é que a trilha sonora foi em parte gravada nos Abbey Road Studios, o famoso estúdio de gravação de Londres, conhecido por suas histórias musicais. É um lugar que viu os Beatles passarem, e agora abrigava um filme animado que celebra um mundo de raposas e fazendas. Além disso, as vozes dos personagens principais foram confiadas a um elenco estrelado, incluindo George ClooneyMeryl StreepBill Murray, cada um contribuindo para dar vida aos personagens de uma forma única e inimitável.

Além de sua beleza visual e narrativa envolvente, Fantastic Mr. Fox teve um impacto significativo na cultura pop. Algumas frases e cenas do filme tornaram-se icônicas, enquanto as citações são frequentemente compartilhadas e reproduzidas nas redes sociais. Os personagens, com seu estilo único e excentricidade, tornaram-se verdadeiros símbolos da estética de Anderson, ajudando a consolidar sua influência no mundo do cinema e além.

Por fim, o filme foi recebido com entusiasmo pela crítica recebendo duas indicações do premio Oscar por Melhor Filme de Animação e Melhor Trilha Sonora, juntamente com uma indicação ao prêmio Golden Globe e duas indicações ao prêmio BAFTA. 

Há uma magia sutil em Fantastic Mr. Fox. Não é apenas entretenimento; é uma viagem visual que convida você a desacelerar, a apreciar os detalhes, a se perder nos tons quentes e nas extravagâncias de personagens irresistíveis. É o filme perfeito para quem ama cinema com personalidade, com uma estética que fica na memória e um coração que bate sob a superfície brilhante.

Se você ama o outono, se ama Wes Anderson, ou se simplesmente quer viver uma hora e meia de pura beleza visual, Fantastic Mr. Fox é o filme para você. Um conselho? Assista em uma noite fresca, talvez com uma coberta e uma xícara de chá, e deixe-se levar por este pequeno universo laranja e dourado.

Bianca Agnelli

Fantastic Mr. Fox: Quando il cinema e l’autunno si incontrano in stop-motion

L’autunno in Europa arriva con una grazia sottile, quasi in punta di piedi, ma con una presenza che non passa mai inosservata. In Toscana le colline si tingono di sfumature calde, i vigneti esplodono di colori e l’aria comincia a profumare di castagne e vino nuovo.

Immersa in questa atmosfera molto suggestiva, ho deciso di condividere un po’ di questa magia con te, lettore del Jornal Rol, accompagnandoti in un viaggio autunnale attraverso una pellicola che ha da sempre rapito il mio cuore. Perché se c’è un film che grida ‘autunno’ da ogni inquadratura, è senza dubbio Fantastic Mr. Fox di Wes Anderson. Dimmi che l’hai già visto! E se non l’hai fatto, beh… per dio, è il momento di rimediare!

Immagina questo: toni caldi e avvolgenti, una palette predominante di arancioni, marroni e ambrati che ti fanno sentire immerso in una perfetta giornata autunnale. Quasi come stesse dipingendo una tela che celebra la stagione delle foglie cadenti, Anderson gioca abilmente con i colori. Il modo in cui vibrano nella stop-motion è, sinceramente, un capolavoro visivo. Non soltanto per la sua estetica impeccabile, ma perché ogni singolo fotogramma trasuda quella caratteristica simmetria Andersoniana che tutti amiamo.

Ma Fantastic Mr. Fox non è solo un piacere per gli occhi. I personaggi – oh, i personaggi! Sono stravaganti, adorabili, un po’ folli, ma incredibilmente affascinanti, ognuno col suo singolare carisma.

La storia? Tratta dal libro di Roald Dahl, ma con un tocco di Anderson che la rende un’avventura sofisticata, ironica e, allo stesso tempo, emotivamente ricca. La volpe, Mr. Fox, si ritrova a dover bilanciare la sua natura selvaggia con la responsabilità verso la sua famiglia, tutto questo in un contesto visivamente ipnotico e punteggiato da battute sagaci.

Se ti stai chiedendo perché questo film è la quintessenza dell’autunno, basta solo guardare l’uso delle texture e dei materiali nella stop-motion: la pelliccia degli animali che sembra quasi tangibile, le foglie che sembrano croccanti sotto i piedi, i paesaggi campestri dorati dal sole di fine stagione. La realizzazione di Fantastic Mr. Fox è stata un’impresa davvero unica. Un team di 140 persone ha lavorato ogni giorno, per un anno intero, per farlo accadere. “Ci sono voluti sette mesi solo per realizzare il primo modello della volpe e poi abbiamo dovuto creare 535 pupazzi in sei diverse dimensioni e vestirli con molteplici costumi. Wes ha supervisionato tutto il processo, fino alle ciglia e alle palpebre. Abbiamo persino dovuto inventare dei mini ferri da maglia per fare i vestiti.” L’animatore capo Andy Gent sulla realizzazione del film.

Questo è uno dei motivi per cui questa pellicola non è solo un film, ma un’esperienza sensoriale che ti avvolge e ti fa sentire parte di quel mondo.

Una chicca interessante è che la colonna sonora è stata realizzata in parte negli Abbey Road Studios, il celebre studio di registrazione di Londra, noto per le sue storie musicali. È un luogo che ha visto passare i Beatles, e ora ospitava una pellicola animata che celebra un mondo di volpi e fattorie. Inoltre, le voci dei personaggi principali sono state affidate a un cast stellare, tra cui George Clooney, Meryl Streep e Bill Murray, ognuno dei quali ha contribuito a dare vita ai personaggi in modo unico e inimitabile.

Oltre alla sua bellezza visiva e alla sua narrazione coinvolgente, Fantastic Mr. Fox ha avuto un impatto significativo sulla cultura pop. Alcune frasi e scene del film sono diventate iconiche, mentre le citazioni sono spesso condivise e riprodotte sui social media. I personaggi, con il loro stile unico e la loro eccentricità, sono diventati dei veri e propri simboli dell’estetica di Anderson, contribuendo a consolidare la sua influenza nel mondo del cinema e oltre.

Infine, il film è stato accolto con entusiasmo dalla critica, ricevendo due candidature agli Oscar per Miglior Film d’Animazione e Miglior Colonna Sonora, insieme a 1 candidatura al premio Golden Globe e 2 candidature ai premi BAFTA.

C’è una magia sottile in Fantastic Mr. Fox. Non è solo intrattenimento; è un viaggio visivo che ti invita a rallentare, a goderti i dettagli, a perderti nei toni caldi e nelle stravaganze di personaggi irresistibili. È il film perfetto per chi ama il cinema con carattere, con un’estetica che ti rimane impressa e un cuore che batte sotto la superficie brillante.

Se ami l’autunno, se ami Wes Anderson, o se semplicemente vuoi vivere un’ora e mezza di pura bellezza visiva, Fantastic Mr. Fox è il film che fa per te. Un consiglio? Guardalo in una serata fresca, magari con una coperta e una tazza di tè, e lasciati trasportare in questo piccolo universo arancione e dorato.

Bianca Agnelli

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Nádia Bagatoli, de Rio do Sul (SC): ‘Outono’

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O outono

O outono
O outono
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Trilha de folhas caídas,
Pelo outono vencidas,
Acolhem os meus pensamentos…
São os caminhos de agora,
Sem as delícias de outrora,
Onde eu sigo os passos lentos.

Na trilha de folhas mortas,
Minha alma bate às portas,
Da crença da esperança…
Agarra-se agonizante,
Ao desejo de um instante,
De ter o fim que avança.

Na trilha das ilusões,
Despedacei corações,
Mas perdi muitos também…
Ficou a melancolia,
Que invade a inebria,
Esse fatal vai e vem.

Ilusões de folhas caídas,
Chances válidas que formam perdidas,
Portas que foram fechadas por preconceitos…
Apelos da mocidade,
As lembranças de andarilhos,
Vão pisando pelas trilhas de folhas secas.

Da inevitável saudade!
Feliz DIA DO OUTONO…
Estação fresca e boa…

Nádia Bagatoli

Nádia Bagatoli
Nádia Bagatoli

Nádia Celestina Bagatoli, natural de Rio do Sul (SC), e residente em Presidente Getúlio (SC), é educadora de Educação Básica.

Na área literária, é Acadêmica Imortalizada da ALB – Academia de Letras do Brasil – Seccional de Presidente Getúlio.

É autora dos livros: ‘Poetizando a Força da Poesia’ (2013); ‘Os Movimentos do Coração’ (2014); ‘O Diário de Naddy: As Rosas e as Lágrimas’ (2015; ‘A Paixão da Poesia e Contos’; ‘Escrevendo Entre Linhas’, e, em breve, o próximo lançamento.

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Profundidade versus superficialidade

Virgínia Assunção:

‘Profundidade versus superficialidade’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
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Em um desses dias lindos e alaranjados de outono, quando as folhas caem parecendo pequenos colibris cercando as flores, parece que sussurram algo desconhecido para nós. Sentei-me no batente da casa de mamãe que dá para o jardim. A vida, como sempre, estava acontecendo ao meu redor. Meu pai assistindo a alguma coisa na TV e minha mãe perguntando-lhe o que queria para o almoço. O barulho de algumas crianças passando pela rua, correndo e rindo de tudo, completamente imunes às preocupações dos adultos. Nesse momento, em meio a esse cenário cotidiano, me peguei refletindo sobre a profundidade da vida.

     Somos incentivados constantemente a viver com intensidade, a buscar novas experiências que nos transformem, que nos façam pessoas melhores a garimpar nossas almas para nos tornarmos mais autênticos. Essa busca pela profundidade das coisas é praticamente uma obrigação contemporânea. Hoje, temos que meditar, fazer exercícios, terapia, viajar, ler livros complexos, escrever textos mais complexos ainda, fingir muitas vezes que somos o que não somos, que temos um conhecimento que não temos; tudo isso para garantir que estamos vivendo uma vida com sentido, uma vida ‘profunda’.

     Porém, ouvindo o barulho daquelas crianças que riam de tudo, imunes às preocupações, às vaidades, às competitividades vazias dos adultos, compreendi algo, no mínimo, curioso. Elas não se preocupavam, nem mesmo sabiam o significado de profundidade. A alegria para elas, estava exatamente na superfície: no correr, no brincar, no sorrir, no agora. E então, pensei que toda essa espontaneidade não tem como ser necessariamente superficial. Lembrei-me da passagem bíblica, quando Jesus nos ensina que, “quem não se fizer como uma criança, não herdará o reino dos céus. ” Esta sim, é uma sentença profundíssima.

     Acredito que o problema não esteja em viver uma vida ‘superficial’, mas sim, no medo de encarar a simplicidade que encontramos nela. Em acharmos que, se não estamos reiteradamente imersos em questionamentos existenciais, estamos fraquejando. A superficialidade tem sua beleza e sua função, como tudo na vida. É na superfície onde encontramos as flores, o mar, os rios, as pessoas, os cumprimentos de bom dia!, boa tarde!, boa noite!; como vai? É na simplicidade que muitas vezes encontramos o aconchego, o descanso, o afago e o conforto de que precisamos. Qual a necessidade de que todos os momentos sejam notáveis, profundos e cheios de significados?

     Às vezes, nos preocupamos tanto em viver com tanta intensidade que esquecemos que a vida também é para ser leve. E, sem dúvida, há uma leveza na superficialidade que é essencial para entrarmos em contato com o acessível, o descomplicado, o cristalino, o direto, sem subterfúgios. Cantar aquela música brasileira ou francesa que você ama, embaixo do chuveiro, mesmo sabendo que tem a voz desafinada, mas cantada com tanta paixão e simplicidade, que quando percebemos já não estamos mais no superficial, e sim, no nosso mais profundo momento e eles não precisam ser mais do que são, pois já são válidos por si mesmos.

     Evidentemente, que temos que ter cuidado com a superficialidade extrema; eludir da nossa vida os momentos de profundidade, pode sim, levar a um grande vazio. O segredo, portanto, é manter o equilíbrio. Entretanto, também devemos nos dar a permissão de tão somente, simplesmente ser, sem a opressão ou imposição de estar sempre buscando algo maior.

     E ao me levantar daquele batente na casa da minha mãe, percebi quão boa é a superficialidade, pois abraçando-a, abraço também, paradoxalmente, a profundidade. Nossa vida é feita de momentos profundos e de instantes superficiais, e cada um com o seu valor no grande aglomerado de acontecimentos da nossa existência. E talvez, só talvez, ao entender a superficialidade, descobriremos uma nova profundidade em cada momento vivido.

Virgínia Assunção

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À Olavo Bilac: Um tributo poético

Edna Froede: ‘À Olavo Bilac: Um tributo poético’

Edna Froede
Edna Froede

Em dezembro de um Rio outrora esplendor,
nasceu um poeta, de alma e fervor:
Olavo Bilac, a quem rendemos louvor,
Príncipe dos Poetas, em versos de amor.

Seu primeiro livro, ‘Poesias’, flor de outono,
em 1888 trouxe ao mundo o tom ameno,
do parnasianismo, mestre sereno,
mas com o coração, ao público, um trono.

De escolar inspetor e jornalista ousado,
criticou Floriano, o governo ditatorial,
e na prisão conheceu o frio e o agrado,
mas manteve firme o vernáculo inspirado.

Fundador da Academia, a cadeira honrou,
escreveu o Hino, à Bandeira elevou,
nacionalismo e serviço, com fervor pregou,
e no coração do Brasil seu legado ficou.

Boêmio e romântico, sua vida intrigava,
noivo de Amélia, amor que o destino negava,
a desilusão em poesia transbordava,
um rigor formal que o perfeccionismo alçava.

Seus versos fluem, como estrelas a brilhar,
na Via Láctea, a inspiração a buscar,
‘Ouvir Estrelas’, o amor a ensinar,
pois só quem ama pode as estrelas escutar.

Bilac, em tuas linhas o Brasil encantou,
e até hoje teu nome em ouro ficou.
Teu espírito, nos poemas, sempre reinou,
e eternamente, no coração do povo se instalou.

Edna Froede

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Procurando

Denise Canova: Poema ‘Procurando’

Denise Canova
Denise Canova
O vento trazendo um amor de outono
O vento trazendo um amor de outono
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Procurando

Amor de outono

Encontrarei?

O vento irá dizer

Dama da Poesia

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Outono poético

Virgínia Assunção: Poema ‘Outono poético’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
Outono poético
Outono poético
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O outono despe

As árvores lentamente

E as folhas

Bailam no ar

O sussurro do vento

Nos envolve

Em um tapete dourado

E o ocaso pinta

Uma tela no céu

Quanta serenidade

Traz o outono

Quanta melancolia

Num suave recolhimento

Ouço a doce melodia

Entre as folhas caídas

Mergulho na beleza

Desses dias

E, invento fantasias

De esperança

De criança

De sonhos

Nas folhas que balançam

E caem.

Virgínia Assunção

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“Elementar, meu caro Watson!”

Sergio Diniz da Costa: “Elementar, meu caro Watson!”

Sergio Diniz
Sergio Diniz

Uma crônica recepcionando o outono

"Elementar, meu caro Watson!"
“Elementar, meu caro Watson!”
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Estamos no outono, estação do ano que, no Hemisfério Sul inicia-se quando o sol atinge o equinócio de março (20) e finda quando ele atinge o solstício de junho (21). E, relembrando os tempos do ensino médio, ‘equinócio’ é o momento em que o Sol, em seu movimento anual aparente, corta o equador celeste, fazendo com que o dia e a noite tenham igual duração; já o ‘solstício’ (de inverno, no caso), é o dia do ano em que o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais baixo no céu e tem-se o dia mais curto do ano e a noite mais longa.

O outono é conhecido como a ‘época da colheita’ e, num sentido figurado, é o período da vida que se encaminha para a velhice ─ o outono ou o ocaso da vida!

Segundo o Professor e Mestre Rodolfo Alves Pena*, o outono é a estação do ano ‘onde ocorre uma gradativa redução da luz solar diária ao longo de sua duração, o que provoca a duração menor dos dias em relação às noites. Essa redução na incidência de radiação sobre a superfície provoca, com isso, diversas alterações climáticas e naturais’.

 Ainda de acordo com o professor Pena, as principais características do outono são: aumento da incidência de ventos; redução gradativa das temperaturas; maior incidência de nevoeiros pela manhã; diminuição da umidade do ar; em alguns tipos de vegetação, ocorre a queda das folhas para adaptação à mudança de clima e também em razão da diminuição da fotossíntese diante da menor incidência de iluminação solar; no Brasil, ocorre uma queda de temperatura nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nessa última região (e também nas regiões serranas), podem acontecer algumas geadas e, eventualmente, neve’.

Apesar destas características, na prática, de uns bons tempos para cá, o Senhor Tempo parece não respeitar os estudos que sobre ele tem feito o Senhor Homem que, há muito tempo, não parece tão senhor de si, assim. E, ao que tudo indica, essa mudança climática é culpa do próprio homem.

A esta altura da crônica, se tempo é o que não me falta, porém, falta-me espaço nesta coluna para continuá-la. E, não bastasse isso, também a esta altura, você, amigo leitor, deve estar se perguntando: afinal de contas, o quem tem de ver o bendito outono com o título da crônica?

Se você está fazendo esta pergunta a si mesmo, parabéns, querido leitor, pois demonstra ter um ótimo senso de observação e raciocínio lógico! E, de mim, só posso responder: elementar, meu caro leitor, nada!

No entanto, antes que você ─ e com aparente justa razão ─ me exclua como colunista do jornal ROL, devo dizer que ‘em nenhum dos 56 contos ou quatro livros escritos por Sir Arthur Conan Doyle sobre o investigador, Sherlock Holmes diz ‘Elementar, meu caro Watson’. O detetive de Baker Street diz ‘elementary’ e ‘my dear Watson’ – mas nunca os dois juntos.

A frase apareceu pela primeira vez em 1929 no filme O Retorno de Sherlock Holmes, mas acabou se tornando popular graças ao escritor Edith Meiser, que escreveu a série The New Adventures of Sherlock Holmes, transmitida no Reino Unido pela rádio BBC entre 1939 e 1947.**

Agora, como o outono, em tese, é uma estação de temperatura mais amena, que tal aproveitar para, no cantinho preferido de sua casa, ou até mesmo embaixo de uma árvore ainda com algumas folhas, ler alguma das obras de Sir Arthur Conan Doyle?

Garanto que, nas histórias de Sherlock Holmes, nem tudo é tão elementar, assim!

* Brasil Escola. Geografia. Outono. http://brasilescola.uol.com.br/geografia/outono.htm >. Acesso em: 12/04/2016)

** Como surgiu a frase “Elementar, meu caro Watson”. Molho Inglês. http://molhoingles.com/como-surgiu-a-frase-elementar-meu-caro-watson/ >. Acesso em 09/04/2016.

Sergio Diniz da Costa

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