A marombeira do conhecimento

Letícia Mariana: Crônica ‘A marombeira do conhecimento’

Foto por Letícia Mariana
Foto por Letícia Mariana

O consumismo me consumiu! Meu Deus! Isso é uma redundância seríssima!

Virei uma traça humana à procura de mais e mais papéis amontoados, livros injustiçados, livros recheados de Whey Library! Quem poderá me salvar, oh, deus do parágrafo?

Quero pegar esse peso do saber. Ele é meio triste e meio feliz. Me faz pensar além do que os sociais insetos pensam. Isso é bom? É ruim? É desumilde? É sábio? Não sei mais, meu senhor dos senhores!

Por favor, imploro! Quero beber desta vitamina terrível! É dura como as pedras nas quais pisei, mas é deliciosa! Me dê, me dê! Me dê!

Conto uma, duas, três… Quero mais! O que fazer para voltar ao tempo e ao espaço de mim mesma? Coma mais, coma mais!

“Sua louca, devorou tudo!”, eles disseram. Mas não dei mais ouvidos.

Ah, mas alguma coisa muda dentro de mim. Eu não quero mais aprender mais do mesmo. Redação, jornalismo, números, histórias fictícias, jogos educativos e filmes cut… isso é normal demais. É piegas. É bege, sabe? Aquele bege chato que precisa de uma corzinha para combinar. E eu achei a cor. Ela brilha! Luminosa, faiscosa. Faísca, sabe? Faiscosa!

Quero a sabedoria dos antigos. Da bênça pai, bênça mãe. Do errar e pedir perdão, procurar melhorar novamente. De limpar o que se sujou, ler livros que nem sequer foram escritos e tentar editá-los. Olhar as estrelas no céu e contar histórias ao redor de ancestrais. De não jogar comida fora.

Minha intelectualidade solitária perdeu o sentido. Tá chata, vazia. Quero abraçar meus familiares e perdoá-los. Quero me perdoar e procurar sentido nisso, sem remoer, sem sofrer por antecipação. Que caminho difícil! Esse peso? Eu quase não aguento, bicho! O peso da bondade. A arma mais bela, mais procurada, menos conquistada. E faz um estrago… bom! Um boom de boondade!

Letícia Mariana

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O papel do pai na construção de valores e desafios

COLUNA SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora:

‘O papel do pai na construção de valores e desafios’

Joelson Mora
Joelson Mora
“Pai: um guia, um exemplo, um mentor”
Imagem criada pela IA do Bing

A saúde integral é uma abordagem holística que considera o bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual de um indivíduo. Dentro dessa perspectiva, a saúde familiar é um dos pilares fundamentais, pois a família é a base para o desenvolvimento de valores, hábitos e comportamentos saudáveis. Neste contexto, o papel do homem/pai é crucial, não apenas como provedor, mas como figura central na formação e no crescimento dos filhos, refletindo valores que moldam a próxima geração.

O Que é Ser Pai?

Ser pai vai além de prover sustento material; é ser um guia, um exemplo, um mentor. O pai tem o papel de ensinar, proteger e apoiar os filhos em sua jornada de vida. Ele participa ativamente na educação, nas brincadeiras, nos momentos difíceis e nas celebrações, oferecendo uma presença constante que é vital para o desenvolvimento emocional e social das crianças. Ser pai é também aprender a escutar, a ser paciente e a mostrar amor de maneira incondicional.

Valores Transmitidos pelo Pai

O pai é muitas vezes o primeiro modelo de autoridade e de comportamento que uma criança observa. Os valores que ele transmite — como honestidade, responsabilidade, respeito, e ética — têm um impacto profundo e duradouro. A forma como o pai lida com os desafios da vida, como demonstra resiliência, empatia, e como expressa suas emoções, serve de guia para os filhos desenvolverem suas próprias capacidades e comportamentos.

Além disso, a interação do pai com a mãe e outros membros da família ensina lições valiosas sobre cooperação, resolução de conflitos e amor. Esse ambiente familiar saudável contribui para a construção de uma autoestima positiva e para o desenvolvimento de relacionamentos interpessoais saudáveis.

Os Desafios de Ser Pai

O papel do pai na sociedade moderna vem carregado de desafios. A necessidade de equilibrar o tempo entre o trabalho e a família, de lidar com as expectativas sociais e de oferecer suporte emocional, exige uma constante adaptação e aprendizado. Ser pai também significa enfrentar os próprios medos e inseguranças, ao mesmo tempo em que se esforça para ser um exemplo positivo.

Outro desafio é a necessidade de desconstruir estereótipos de masculinidade que muitas vezes limitam a expressão emocional dos homens. Ser um pai presente e afetivo é essencial, e envolve romper com a ideia de que a figura paterna deve ser rígida e distante. Demonstrar vulnerabilidade e afeto fortalece o vínculo com os filhos e cria um ambiente de confiança mútua.

Ser Pai de Coração

Além dos pais biológicos, existe o conceito de ‘pai de coração’, que se refere àqueles que assumem a responsabilidade de cuidar e educar uma criança, independentemente de laços sanguíneos. Esses pais desempenham um papel igualmente significativo na vida das crianças, oferecendo amor, segurança e orientação. A decisão de ser um pai de coração é um ato de amor e generosidade que tem um impacto profundo na vida da criança e na sociedade como um todo.

O pilar da saúde familiar dentro da saúde integral não pode ser subestimado, e o papel do pai é central nesse contexto. Os desafios são muitos, mas os valores transmitidos e a presença paterna são fundamentais para o desenvolvimento de crianças saudáveis e felizes. Seja pai biológico ou de coração, o amor, a dedicação e o compromisso com o bem-estar dos filhos são os maiores legados que um pai pode deixar.

A construção de uma família saudável e equilibrada começa com pais que estão dispostos a enfrentar desafios, a crescer com seus filhos e a ser um exemplo de vida. A saúde integral, portanto, encontra na figura do pai um dos seus mais importantes sustentáculos.

Joelson Mora

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Pai

Amanda Quintão: Poema ‘Pai’

Amanda Quintão
Amanda Quintão
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Tem pai que também amigo,
Divide a porção do amor,
Faz do seu lar um abrigo,
É tão grande o seu valor.

Tem pai que é criança crescida,
Que vive aprendendo com os filhos,
Erram e apanham da vida,
Mas nunca entram nos trilhos.

Tem pai que é Herói de verdade,
Dos filhos, é o orgulho,
Espelho de responsabilidade,
Esperança de um futuro.

Alguns são pais e vivem distante
Mas carregam seus filhos no peito
Com uma saudade gigante,
Mas a vida escolheu desse jeito!

Alguns são pais por dar vida,
Outros por darem cuidado,
Avós que dão guarida,
Que são pais apreciados.

Pai é presente da vida,
Que Deus põe em nosso caminho,
Para guiar os filhos na lida,
Oferecendo colo e carinho.

Amanda Quintão

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Meu pai: o grande Juquita!

Sergio Diniz da Costa: ‘Meu pai: o grande Juquita!

Sergio Diniz
Sergio Diniz
José Diniz da Costa - Juquita
José Diniz da Costa – Juquita

José era o seu nome
Tal o pai de Jesus
José, não o Zé,
mas Juquita

Nascido em
Porto Feliz
Jovem, foi músico
Flautim sem igual
Também foi químico
Na usina
Açucareira

Em Sorocaba
chegou, casou
Quatro filhos gerou

Meu pai, querido pai
Quanta luta na labuta
A casa, com o irmão
Levantou

Aos quatro filhos
deu estudo
Caminho reto

Meu pai, meu guia
Hoje eu cresci
Mas sou pequeno
O senhor é grande!

De onde está
Um abraço
Como nunca dei
Não posso dar
Somente
Uma lágrima
De saudade!

(Poema escrito em honra e homenagem ao meu pai, José Diniz da Costa – Juquita!)

Sergio Diniz da Costa

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Pai: saudade infinita!

Dorilda Almeida: Poema ‘Pai: saudade infinita!’

Dorilda Almeida
Dorilda Almeida
Pai, uma figura amorosa e protetora
Imagem criada pela IA do Bing - 02 de agosto de 2024, às 13:48 P
Pai, uma figura amorosa e protetora
Imagem criada pela IA do Bing – 02 de agosto de 2024, às 13:48 PM

Ah! Como é bom
Ter um pai!
Os pulmões enchem de ar
O peito quer se arrebentar
Só de pensar em meu pai.
Meu coração enche de paz!
Meu pai
Não deu brinquedos do mundo
Mas deu colo e amor profundo
Liberdade me ensinou a conquistar
Amoroso ele era
Feliz com a vida e com a família
Amor era o que mais sentia
Por isso tudo fazia na vida
Era só alegria

Como é bom ter um pai
Para ensinar a andar
A falar e a amar!

Dorilda Almeida

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Pai. Figura titular de grande relevo'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Pai. Figura tutelar de grande relevo

Existem situações em que, simultaneamente, somos filhos, pais, avós e bisavós, o que envolve quatro gerações de pessoas vivas, obviamente, verificando-se que o relacionamento entre estes distintos níveis de parentesco é diferente, na medida em que a educação, a formação, os princípios, os valores, e até as normas sociojurídicas da sociedade, se vão alterando, logo, os procedimentos são afetados, seja pela positiva, seja pela negativa.

Mas importa aqui refletir, mais concentradamente, no pai, porque no dia que lhe é destinado, não se pode, nem deve, ignorar a importância que o pai tem no seio da família, de resto, a exemplo da mãe: ambos necessários; ambos insubstituíveis; ambos com papéis essenciais na formação educacional dos seus filhos e, por via deles, na construção de uma sociedade mais tranquila, mais justa, livre e democraticamente responsável.

E se à mãe cabe: um papel excecional na preparação dos filhos para a vida, designadamente, no que respeita à interiorização de determinados princípios, valores e sentimentos, uma espécie de ideologia do bem; ao pai, talvez se ajuste melhor uma tarefa mais pragmática, para passar aos filhos uma objetividade direcionada para resultados práticos e que, ainda por razões culturais, aceita-se que o homem é, eventualmente, mais realista e pouco sonhador, excetuando situações que apontam em sentido contrário.

Pode resultar, daqui, a ideia, segundo a qual, os pais – mãe feminina e pai masculino -, são ambos cruciais na conceção, educação e preparação dos filhos para, por si sós, se integrarem na sociedade multifacetada, e realizarem com sucesso, os seus projetos de vida, sendo vital para o êxito dos filhos, também os bons exemplos dos próprios pais.

Pelo menos, no dia do pai, é da mais elementar justiça, considerar que ao longo dos séculos, ele tem sido, em geral, uma figura tutelar do maior relevo, naturalmente, assumido com afeto, respeito e firmeza, as suas responsabilidade na condução, justamente, com a mãe, dos destinos dos filhos, não só enquanto estes estão na sua direta dependência, como ao longo da vida, embora, nesta fase, sob a forma de conselhos, porque pai, tal como mãe, é para sempre, e essa nobre condição deve ser valorizada na e pela sociedade: Não existe ex-pai, nem ex-mãe.

Reconhecer, neste dia, consagrado ao pai, a importância do seu papel e incentivar as entidades, públicas e privadas, a estabelecerem medidas de apoio – igualmente para a mãe -, no sentido de o pai ter condições materiais, mínimas que sejam, para poder criar, educar, formar e preparar para o mundo do trabalho os seus filhos, seria uma forma de se passar do simbolismo do dia, à prática dos atos concretos, que a realidade da sociedade exige.

Neste contexto, uma das medidas que se entende adequada, e justa, seria o Estado/Governo atribuir a todos os pais, sem rendimentos, e que tenham filhos a cargo, pensões de alimentação, um subsídio social para este efeito, com a obrigatoriedade de o pai, nestas circunstâncias, ser sujeito a controlo, e/ou apresentar provas em como aquele apoio financeiro está, de facto, a contribuir para a alimentação, saúde, educação e formação dos seus filhos.

O pai, tal como a mãe, deve ser uma referência para os filhos, em todas as dimensões humanas, que lhe seja possível: pessoal, familiar, profissional, social, religiosa, política, cultural e, em todas elas, ou na maior parte, revelar-se competente e responsável para, desta forma, poder ser respeitado, acarinhado e credibilizado na sociedade, constituindo-se num fator de orgulho para os filhos e, assim, estes terem motivos para seguir o seu exemplo.

Dia do Pai, na ideologia católica, dia de S. José, o carpinteiro, o trabalhador incansável, o marido de Maria, mãe de Jesus. A desejável equiparação, para os crentes, é claro, do Homem-Pai, a S. José, poderá ser um privilégio, mas é fundamental e, seguramente, uma referência que dignifica a condição de Pai, numa sociedade em que a família tanto vem sofrendo por vários motivos, alheios às suas vontades.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

 

 

 

 

 




Antônio Fernandes do Rêgo: 'Ser pai'

Antônio Fernandes do Rêgo

Ser pai

 

Migram os pássaros no intenso inverno,

Tecem seus ninhos no ventre do monte,

Das alturas vislumbram o horizonte,

Pressentem a tempestade e sempre ternos

Acolhem e agasalham os seus filhos

Nos trançados de gazes e junquilhos.

 

Este é o instinto que a natureza os dá,

E quando o vento da invernada passa,

Vem a primavera com toda a graça

Ao sol rescende o olor das flores no ar,

Levam os filhos, vão-se a voejarem

E os ajuda se ao barranco tombarem.

 

Como parece os chamados animais

Com a sina dos humanos genitores,

Abrem-se os olhos da vida nos albores

E depois há que atravessar o cais.

 

Porque este é o ofício de ser pai

É em nome do filho o ser forte

Que pisando espinhos procura o norte,

Diz ao filho: “Cresce! Atravessa e vai!”

Mesmo que venha a angústia e aflição,

E queira ainda lhe dizer que não.

 

É suportar a dor, conturbação,

Até mesmo quando a alma se corrói,

É saber mesmo que fraco ser herói,

Ser forte mas dizer com afeição:

“Filho, há que ir, mesmo caindo, adiante!

Pois, ninguém o impede que se levante!”

 

Antônio Fernandes do Rêgo

  aferego@yahoo.com.b