Saudades da minha terra

Ceiça Rocha Cruz: ‘Saudades da minha terra’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
“Das serenas tardes de estio, aves planavam ao sabor do vento”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O Sol despontou…
cobriu o dia de brilho, encanto e magia,
despertando no silêncio a saudade.

Das serenas tardes de estio
aves planavam ao sabor do vento
e gorjeavam sorridentes,
sob um céu azul de setembro.

Saudades das majestosas palmeiras,
da voz desatada do sabiá, cristalina flauta,
debruçada na janela, modulava o doce canto
e num descortinar reverberava.

Da Lua venusta… um vestido de sonhos,
num céu de estrelas, rasgando a madrugada.

Saudades dos viçosos campos, serras e bosques,
que se despojavam na paisagem dourada,
das paredes alaranjadas de ocaso,
de um pôr do Sol deslumbrante,
que sorria.

Da minha terra quando a tarde caía,
mas o azul do céu coloria o rio/mar
e espumas desertas, solitárias,
resvalavam na areia nua.

Saudades do silêncio da tarde,
na alta palmeira onde cantava o sabiá
e da quietude sorrateira do suave arrebol.
(En)cantos d’amor.

Na solidão do tempo, o sonho da volta
para vê-la outra vez, pisar seu chão
num matar saudades.
Saudades da minha terra!

Ceiça Rocha Cruz

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