AFLAS divulga classificados do I Concurso de Poesias

O I Concurso de Poesia da Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe foi lançado em homenagem à professora ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe

Logo da AFLAS

AFLAS – Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe lançou o I Concurso de Poesia em homenagem à Profª. Dra. ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe.

As avaliações dos poemas foram feitas às cegas, ou seja, seus avaliadores receberam os poemas, sem saberem os nomes dos autores para que a integridade do concurso fosse mantida, sendo eles: a Prof.ª Dr.ª Marleide Cunha; Prof.ª Dra. Advanuzia Santos; a Prof.ª Ma. Geovana de Oliveira Lima, e os acadêmicos da ASL – Academia Sergipana de Letras, Dr. Domingos Pascoal de Melo e Dr. Paulo Amado Oliveira.

Todos os participantes terão seus poemas publicados nesta coluna do Jornal Cultural ROL, que há 30 anos leva cultura para todo o mundo, e fará conhecer os talentos literários do pequeno grande Estado de Sergipe.

9º Lugar

Maria José de Araújo Cabral da Conceição

Maria José de Araújo Cabral da Conceição.
Maria José de A. C, da Conceição.

O tempo

O tempo não manda recado,

Está sempre a nos espreitar.

O tempo é do próprio tempo,

Não se deixe enganar.

Tem gente que zomba do tempo,

Achando que sempre vai dar.

Tempo de ligar para alguém,

Tempo de um beijo dar.

Tempo de fazer as malas,

Os parentes visitar!

Dizer que o tempo resolve,

Tudo que se postergar.

Vamos dar tempo ao tempo,

Que tolice assim pensar.

Pois o tempo não tem pressa,

Temos que saber dosar.

T
Tenha o tempo como amigo,

É só saber planejar.

Pois o tempo não espera,

Quem atrasado está!

Tempo, tempo, tempo, tempo!

Somos amigos leais.

Tempo é hoje! E o agora!

Tempo é hoje. E nada mais!

Voltar

Facebook




Pedro Novaes: 'Parentes'

colunista do ROL

Pedro Israel Novaes de Almeida – PARENTES

 

Parentes são conhecidos compulsórios, não necessariamente amigos.

São pessoas com ancestrais comuns, que podem apresentar interessantes semelhanças físicas e comportamentais.  O parentesco é o primeiro e incerto parâmetro de julgamento, por terceiros.

Sobrenomes famosos podem ser indicativos de poder e virtude, ou pouco recato e respeito, a depender do ancestral mais famoso. Parentes de santos são considerados naturalmente bons, e parentes de milionários são instintivamente considerados ricos natos.

Existem características familiares notáveis, como o tamanho do nariz, a altura, o timbre da voz, a afinação, e a tendência à obesidade e calvície, a ponto dos antigos diagnosticarem, solenes : -“É gente dos fulanos”.

É eterno o vínculo de parentesco, que persiste mesmo quando une desafetos ou pessoas que natural e socialmente jamais conviviriam. O vínculo familiar tende a despertar o mútuo sentimento de preservação e sobrevivência. Dizem, maldosamente, que só a tradição familiar pode explicar o elevado número de corintianos e palmeirenses.

Em animais e plantas, o parentesco é indicativo de potencial e eficiência produtiva. Na adoção ou aquisição de cães, é sempre útil  conhecermos o comportamento de pais e mães, quase sempre herdados pelas crias.

O parentesco costuma gerar discórdias e inimizades profundas, quando ensejador de parcerias comerciais ou negócios em geral. O vínculo familiar pressupõe comportamentos e confianças que acabam não materializadas.

Não é rara a ruína do decantado vínculo afetivo familiar, quando do trato de heranças. Atualmente, os bens são doados em vida, acautelando os atritos em pleno velório. Conhecendo a natureza humana, os doadores, cada vez mais, instituem cláusulas de usufruto.

Nos velórios de hoje, não raro com várias viúvas, é marcante a presença de amigos, eventualmente parentes, e credores. Devedores temem a memória familiar.

O núcleo familiar é a primeira escola e a mais marcante fonte de virtudes e defeitos. O parentesco tem suas influências, mas é normal a existência de filhos bandidos, de pais santos, e filhos santos, de pais inomináveis.

Outrora, o parentesco parecia imputar maior responsabilidade no amparo à velhice e o respeito aos ancestrais era mais cumprido, quando procedente. Avós e avôs uniam parentes, e suas faltas normalmente geram dispersões e poucas convivências.

Políticos menores valorizam tanto o parentesco que foi necessária a edição de leis que vedam a contratação de parentes, para que as administrações não acabassem transformadas em grandes e unidas famílias.

Famílias, queiram ou não, são sempre submetidas à pendular oscilação de status, materializada no secular e acertado dito, que antevê “pai rico, filho nobre e neto pobre”. Dizem os estudiosos e ocultistas que inimigos cósmicos são fadados ao nascimento sob o mesmo teto. Tomara que não seja verdade !

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.