Sou sombra

Irene da Rocha: Poema ‘Sou sombra’

Irene da Rocha
Irene da Rocha
“Um retrato da eternidade, que avança sem hesitar, mesmo na dança do tempo, sempre hei de continuar”
Imagem gerada por IA do Bing –  8 de novembro de 2024
às 10:58 AM

Sou sombra do que era; nem a memória resistiu,
pedaços do meu passado que o tempo de novo esculpiu.

As marcas no rosto contam histórias que o ontem teceu,
no meu coração, sem mágoas, que o tempo não desfez nem esqueceu.

Sou o reflexo de ontens que nas sombras se dividiram,
mas também o desconhecido, por caminhos que sempre surgiram.

Um eco de possibilidades que o futuro há de transformar,
sou a passagem dos dias, que lentamente volta a girar.

No espelho, a verdade se esconde, o momento se dilui,
um rosto que segue em frente, ousando ser o que sempre fui.

Um retrato da eternidade, que avança sem hesitar,
mesmo na dança do tempo, sempre hei de continuar.

Irene da Rocha

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Saudade do eco

Nilton da Rocha: Poema ‘Saudade do eco’

Nilton da Rocha
Nilton da Rocha
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Saudade, eco dos dias que se foram Lembranças,
Fragmentos, em minha mente se entornam.

Meu coração, confuso, busca por ti, perdido,
Num labirinto de memórias, num passado já esquecido.

Procuro teu olhar na névoa da saudade,
Nostalgia que me envolve, tua ausência, uma verdade.

Sinto tua presença, mesmo sem te ver,
Teus olhos, teus desejos, onde estarão a esconder.

Será que se lembras de nós, de nossas loucuras?
Conto as horas, os dias, na espera, sem pressa.

Será que teus pensamentos ainda me encontram?
Atrevo-me a desejar-te, em cada momento que demandam.

Onde estás neste mundo vasto, na vida ou além?
Aguardando teu retorno, me vejo sem ninguém.

Minha alma chora, sem teu toque, sem teu abraço,
Teu perfume ainda dança suave, num espaço.

Nilton da Rocha

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Visão do futuro, imagem do passado

Paulo Siuves: ‘Visão do futuro, imagem do passado’

Paulo Siuves
Paulo Siuves
“A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão que se projeta na doce ilusão de um sonhador”
Imagem criada pela IA do Bing 

“Ébano e marfim vivem juntos em perfeita harmonia
Lado a lado no teclado do meu piano,
oh Senhor, por que nós não vivemos?”
(Ebony And Ivory – Stevie Wonder, Paul McCartney).

A visão do amanhã parece tão real, mas o amanhã não passa disso: uma visão
Que se projeta na doce ilusão de um sonhador.
Uma flor inverossímil delicada e
Irrigada com os doces deleites do salivar dos seus beijos

Que se propagam nas imagens fixadas no passado,
Na memória.

A visão ilusória de estar de mãos dadas
Se perde no longínquo passado onde
Essa imagem está tão distante,
Quase perdida na década brincalhona…
Amar e desejar se confundem
Quando penso em você.

Amo seu olhar, seu sorriso, sua voz, seu querer
E quero tanto esse amor sobre meu peito,
Quero você cansada e independente dos meus apelos.

Desejo seus cabelos sobre meu rosto
E suas mãos salientes, percorrendo meus tendões.
Essa imagem ainda não se pregou
Nas paredes construídas para o hoje
E estruturam o amanhã. Eu amo você!

Paulo Siuves

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Passado e presente

Nilton Rocha: Poema ‘Passado e presente’

Nilton Rocha
Nilton Rocha
“Vejo-te como pertencente ao nosso passado,
Ao meu e ao nosso passado…”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Vejo-te como pertencente ao nosso passado,

Ao meu e ao nosso passado.

Passado bem distante,

 Quem me disse foi um sonho da noite passada.

 Nesse sonho descobri

  Que será para sempre,

Nosso amor é sem limites,

Entre abraços e beijos.

Tenho amor para oferecer,

Onde quer que esteja,

Você está sempre ao meu lado,

Quero carinho, colo e proteção para viver.

Você acalenta meu coração,

Trazendo sempre esperança,

Com novas experiências

Que o tempo para nós não apagará jamais.

Nilton Rocha

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Em algum lugar

Will Guará: Poema ‘Em algum lugar’

Will Guará
Will Guará
"Agora eu sei que nada é pra sempre. O tempo se vai, sem se despedir"
“Agora eu sei que nada é pra sempre. O tempo se vai, sem se despedir”
Criador de Imagens do Bing

Agora eu sei que nada é pra sempre

O tempo se vai, sem se despedir

Sempre pensei que seria diferente

Mas o amor se esvai, sem se permitir.

Agora eu sei que o passado é presente

E o futuro é fugaz, sem se importar

Mas o amor é eterno, mesmo que ausente

E sempre estará em algum lugar.

Will Guará

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O passado é uma roupa que não me serve mais?

Letícia Mariana:
Crônica
‘O passado é uma roupa que não me serve mais?’

Leticia Mariana
Letícia Mariana
A Tristeza de ser sozinha
A tristeza de ser sozinha
Criador de imagens do Bing

Recordo a infância. Barulhos, crianças correndo, mesas gigantes no recreio. Todos saem de perto. Ninguém quer conviver com a criança chata que fica lendo livros no intervalo.

Chegou a adolescência. Repleta de tribos, panelinhas, jovens fumando cigarros e baseados como se não houvesse amanhã. Lá no cantinho, sou eu. Sozinha e sentindo a dor de ser diferente. Abro meu livro e suspiro. De repente, surge um grupo. Ele quer que eu experimente, que eu vá e que eu tente. Que eu viva o que ele chama de vida.

Tento educadamente não ser ainda mais vista como o patinho feio, mas ainda há muita amargura e solidão em mim. Com risadas e atitudes cruéis, meus dias são os piores dias que uma adolescente poderia viver. Só queria estudar. Só queria ler. Só queria me divertir do meu jeito. Só queria ter amigos.

Alguns meninos me chamam pra sair, mas temo que eles me levem para caminhos que não quero. Evito. Algumas meninas me chamam para festas recheadas de drogas e álcool. Não posso, não devo e nem sequer desejo. Perco a oportunidade de ser alguém para eles.

São várias as piadas. Eu não acho graça de nenhuma. Vou ao banheiro chorar – um cheiro terrível que não reconheço se é cigarro ou maconha – e meu nome escrito no banheiro com ‘careta’ e ‘vadi” ao lado.

Os dias são difíceis. Os dias são tristes. Os dias são solitários.

Mas eu só quero ser como sou. Eu não quero ser como eles. Eu só quero viver feliz. Mas na minha felicidade. Não na felicidade deles. Mas o passado é uma roupa que não me serve mais.

Será mesmo?

Letícia Mariana

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Por tudo, por nada

Eliéser Lucena: Poema ‘Por tudo, por nada’

Foto do colunista Eliéser Lucena
Eliéser Lucena
O impossível se desfaz no próximo passo 
Criador de imagens do Bing

O que causa a angústia da nossa existência?

Desgosto, medo, vazio, coisas sem sentido

Individualismos num mundo frio

Os compromissos não esperam

Quem sabe alguém nos fez assim

Sempre dependendo do alheio ou acaso

Nada é tão volátil como a vontade

Nosso mundo se resume ao nosso umbigo

Um passado que não vai embora

Compromete o presente

Destrói o futuro

Somos imperfeitos, ou não?

Obstáculo podem ser oportunidades

Depende de cada um

O impossível se desfaz no próximo passo

A justiça do passado não vem agora

Se nem eu acreditar em mim

Não há como contagiar ninguém

Mesmo assim o mundo vai girar

Vamos com ele ou não?

Eliéser Lucena

02/10/2020 – 23h03

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