Sônyah Moreira: ‘Árvores do tempo!’
Venha comigo, meu caro leitor, nesta viagem maluca chamada “Árvores do Tempo”.
Volte aos dias de infância e imagine um bosque repleto de árvores, só que em forma de relógio. Vamos chamá-la de Floresta do Tempo. Imaginou?
Neste utópico lugar vemos relógios moles feitos gelatina escorregando pelos galhos, outros enferrujados, alguns com ponteiros malucos, todo tipo de maluquice; isso só pode ser imaginado por uma mente maluca, fora da realidade, ou fora da curva ou da casinha etc.
Depois destas palavras desconexas, vamos prosseguir neste assunto assustador que é o tempo. De alguns anos pra cá temos a sensação que o tempo está passando rápido demais, não é mesmo?
Dizem que a tecnologia foi criada para que o ser humano tivesse mais tempo para os prazeres da vida. Opa! Parece-me uma incoerência da vida moderna.
O tempo que se gasta com as novas ferramentas tecnológicas delimita o mais sublime e necessário recurso dos seres humanos: a convivência com outros semelhantes. E o que é pior: com quem amamos!
E só começamos a perceber que o tempo de fato está passando mais rápido à medida que envelhecemos! Existem pesquisas sobre este assunto que discutem a teoria. E, segundo os teóricos, a sensação difere da realidade, ou seja, somos nostálgicos.
Voltemos para nossa floresta de relógios. Em nosso lugar imaginário encontramos relógios com ponteiros desalinhados, alguns até sem ponteiros, totalmente inúteis: é assim o tempo de vida de muitas pessoas, sem objetivos, sem comprometimento com nada e com ninguém, apenas à espera do último ‘TIC! TAC’!
O tempo passa e o que fizemos ou deixamos de fazer jamais poderemos mudar. Desperdiçamos tempo precioso em reclamações e comparações, costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que nós. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa… Passamos pela vida e não vivemos, só sobrevivemos; é da natureza humana apenas viver, e, de repente, olhamos para nossa floresta maluca e imaginária de relógios e percebemos que alguns TIC! TAC! silenciaram.
Então nos perguntamos: E agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra ou fazer um gesto gentil, um elogio.
Uma coisa é certa: o Dono do relógio está a nos observa! E não nos informa até que horas estaremos funcionando!
Essa ignorância em relação ao nosso futuro será benção ou maldição?
Não olhemos para trás, pois seguir em frente é a solução. E com a certeza da incerteza do amanhã.
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com