Nilza MurakawaImagem criada por IA no Bing – 17 de março de 2025, às 10:17 PM
Daqui de casa Vejo o Sol nascer quadrado Raios e ferros listrados Bordados em ponto cruz
Lá em cima Pipas coloridas, confusas Driblam fios e linhas de vidro Espiando de seus ninhos Passarinhos desconfiados
No muro em frente Rabiscos insistentes Recados em códigos esquisitos Tingem de negro e de cinismo Toda aquarela do grafitismo
Deste lado da rua Peões respingados da massa Apressam os passos, sem graça Domésticas arrumadas Abraçadas com suas bolsas a tiracolo
Do outro lado Em vidros semiabertos Colarinhos engomados Brincos e penteados Voam blindados
Da esquina O chope e as batatinhas Mudaram-se para o quintal Os guris de calças curtas? Nem sinal!
No portão Bem posicionados Olhares eletrônicos Nem só pela pizza esperam Lavanderia, padaria Pet shop, pedrarias Manicure, pedicure Jornal, revista semanal Jontex®, calminex® Buquês, marmitex® E sapatos via sedex®
Meus pés sentem falta de gente…
Reféns de bichos Minha história e a sua Não são mais escritas Com nossa tinta Também não é mais redonda Nossa lua
Ella Dominici: ‘Saudosismo daquelas gentes e pássaros’
Ella DominiciImagem gerada com IA do Bing ∙ 14 de setembro de 2024 às 3:12 PM
Saudade tanta atingira os passarinhos viram queimados outros, a fogo, rastros deixados lembrariam atos fúnebres Àqueles que alçaram lindo porte e cores, ou ainda cantigas das árvores amigas, cotidianas sombras às galhardas danças ?
O que cantam estes olentes sentimentos de saudades dos oboés em odes? o que falta aos pequeninos emplumados no sereno amanhecer, marchando pisadelas em folhas de rasgos do amarelo outonar do ser ?
“Saí-bicudo” louvou em celeste hino norte à sul.
em caminhada sabiás aos longo do retorno anunciado, admiráveis cantores dizendo palavras versos e algum grito nos leves estros
ao som de assobio afinado, fogem do peito-pássaro-poeta-apaixonado, deixando vozes de amor à vida em seu voo,
às altas virtudes enverga-se meigo ninho ouvindo falas pios aos ventos mágicos, passarinhas em seus mimos e carinhos
Constelando-se estrela erguida que tudo lembrará à selva no passado-pássaro-pensamento passarinhando em Gonçalves,
Dias cintila asas de antes e madrigais momentos galanteios, Onde sonho, devaneio ido, ainda gorjeia um chorinho: Saudades!
Ella Dominici“Da floresta ou da janela ouvem-se vozes que ecoam fortes ou de levinho… são amigos belos passarinhos” Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer
O que canta o canto da Santa natureza do observatório do nosso âmago voam dúvidas ou certezas marsupiais ou singelezas?
Da floresta ou da janela ouvem-se vozes que ecoam fortes ou de levinho… são amigos belos passarinhos
São desilusões de pássaros em gritos ou desavenças formosas dos conflitos queixas dos mais desavisados frustrações juvenis dos mais infantos
Mistérios do canto tem nele acalanto e paz infinita ou roubam o encanto e desdita na drástica sinfonia que os ouvidos ouvem e instigados se comovem tal violência e tempestade do impetuoso Bethoven.
O que cantam os pássaros perderam na dança da conquista no amoroso amatório? sentem-se fogosos no canto aleatório em nossas intuições ouvimos bloqueadas sensações desejos e paixões dos passarinhos dor de saudades, falta nos ninhos
Mas seria … quando um pássaros canta vivente nele a alegria de Mozart conta a sua glória de existir nas tempestades resistir? chama a fêmea que lhe falta no seu tilintar e olente elixir?
Quando um pássaro canta seriam suaves preces deixadas no oratório dos pássaros celestes? perpetua-se o canto da realeza simples pássaros… da Santa Natureza
Evani RochaMicrosoft Bing – Imagem criada pelo Designer
Os filhos são como passarinhos. Construímos o ninho para recebê-los, com todo carinho. E eles chegam pequenos, frágeis e dependentes. São como uma joia rara que caiu no nosso mundo! Aplaudimos a cada conquista deles, festejamos o nascer de cada ‘peninha’, os primeiros dentinhos, os passinhos, as primeiras palavras. Nos encantamos profundamente com sua energia e sua capacidade também de nos esgotar.
Há momentos difíceis que precisamos de ajuda. Mas há momentos lindamente gratificantes. E eles vão crescendo ocupando espaço em casa: O seu quarto, seu lugar à mesa…a casa fica cheia, barulhenta e iluminada. Os finais de semana são sempre alegres. Os passeios de férias, as brincadeiras na rua, a vida estudantil. Precisamos ensinar nossos passarinhos a sobreviver a sós. Esse é o início de uma angústia. Falar dos perigos do mundo, ensinar valores e responsabilidade em tenra idade. Mas já estão crescidinhos e querem voar. Precisamos treiná-los antes!
A adolescência é confusa para eles. Um turbilhão de emoções que ainda não conseguem entender. E para nós também é difícil lidar com seus conflitos, pois é uma fase que geralmente eles se fecham. É preciso achar a chave certa para o diálogo. Nossos passarinhos pensam que sabem tudo, porém, ainda não conhecem os ‘gaviões’. Estes são as armadilhas que eles vão precisar identificar ao longo de toda sua vida. Cabe a nós somente orienta-los. Estão adultos e querem explorar lá fora.
A casa é grande, e vai ficar maior ainda com sua partida. Aquela angústia no peito e insegurança tendem a crescer também…
Nossos passarinhos já adquiriram maturidade, talvez ainda insuficiente para nós. Mas eles precisam viver por conta. Sabíamos que esse dia chegaria, talvez não pensávamos que doía tanto vê-los se afastar do ninho…a cada dia dão um voo mais longe! Ficamos à porta a rezar por eles, porque para nós, pais, parece que eles sempre serão crianças. E a gente quer ‘arrumar o lanche da viagem’, como arrumávamos a lancheira no jardim de infância…queremos pôr o agasalho na mochila, a escova de dentes…
“Não precisa mãe! Eu já arrumei”. Talvez caia a ‘ficha’. Eles já sabem se virar. Assim eles vão saindo aos poucos do ninho, ou alguns vão de uma vez. E nós voltamos à solitude de nossa essência. Precisamos entender que é assim o ciclo da vida. Um dia, no passado, nós também fomos embora. Fizemos aquele voo rasante, entusiasmados, olhando o mundo de cima. Acreditando que sabíamos de tudo. E como aprendemos na vida, desde aquele voo.
Agora ficamos a pensar em nossos passarinhos. Sabemos que irão enfrentar tempestades e furacões, porém, irão sobreviver. E a cada dificuldade se tornarão mais fortes. Não podemos viver as suas vidas. Mas desejamos que a deles sejam sempre melhores que as nossas. Então, eles voaram. Ficamos a andar nos corredores, visitamos seus quartos…fazemos questão de mantê-los arrumados, para quando vierem nos visitar. Pode acreditar, eles virão bem menos do que gostaríamos. Paramos às vezes no quintal, como se ainda ouvíssemos a algazarra da correria na rua, brincando de ‘pega-pega’, ou em outro momento quase respondemos a um chamado de nossa mente, como se um deles solicitasse a nossa presença.
Ah! As fotos, já conhecemos os mínimos detalhes, pois não cansaremos de olhar. Agora há espaço demais, silêncio demais e saudade demais! O que nos resta é continuar torcendo pelo seu futuro. Que cresçam e vençam e construam suas famílias, suas carreiras profissionais. Passarinhos nascem para voar, conquistar os céus, serem livres e felizes. Não existe gaiola onde há amor.