Línguas e linguagens

Ella Dominici: Poema ‘Línguas e linguagens’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem gerada com IA do Bing - 3 de outubro de 2024 
às 4:09 PM
Imagem gerada com IA do Bing – 3 de outubro de 2024
às 4:09 PM

Algumas são lindas línguas
seja porque são rosadas
lisas, afiladas ou até macias
como suculentas, beijam e saboreiam

Algumas são enrugadas
desabrigadas de belezas dentais
denotam solidão acústica
se entregam na fome
e não degustadas
não degustam também as tais

Algumas são afáveis penas
de um destro escritor
habilidosas descrevem cenas
dizem palavras de amor

Outras línguas elegantes
são tão intelectuais e eloquentes
reportam fatos e nanobstantes
salmodiam, parodiam em tribunais
palanques palcos recitais

As mais selvagens lambem
como primitivas línguas
denunciam e são falsas
afiadas adagas
transpassam carnes e almas

Ella Dominici

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AFLAS divulga classificados do I Concurso de Poesias

O I Concurso de Poesia da Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe foi lançado em homenagem à professora ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe

Logo da AFLAS

AFLAS – Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe lançou o I Concurso de Poesia em homenagem à Profª. Dra. ADA AUGUSTA CELESTINO BEZERRA, ícone da educação no Estado de Sergipe.

As avaliações dos poemas foram feitas às cegas, ou seja, seus avaliadores receberam os poemas, sem saberem os nomes dos autores para que a integridade do concurso fosse mantida, sendo eles: a Prof.ª Dr.ª Marleide Cunha; Prof.ª Dra. Advanuzia Santos; a Prof.ª Ma. Geovana de Oliveira Lima, e os acadêmicos da ASL – Academia Sergipana de Letras, Dr. Domingos Pascoal de Melo e Dr. Paulo Amado Oliveira.

Todos os participantes terão seus poemas publicados nesta coluna do Jornal Cultural ROL, que há 30 anos leva cultura para todo o mundo, e fará conhecer os talentos literários do pequeno grande Estado de Sergipe.

3º Lugar

Claudia de Medeiros Lima

Claudia de Medeiros Lima
Claudia de Medeiros Lima

O voo

Pelo vidro ela observa o pássaro que todos os dias visita suas flores.

Beija uma, pousa na outra,

as asas parecem acariciar as pétalas.

Despercebidamente vagueia por entre elas,

serpenteia belas curvas em movimentos.

Em nítido sorriso, inocentemente, abre o bico.

Para e se percebe visto,

sacode levemente as penas, ensaiando um aceno.

Ela arrisca se aproximar,

teme a fuga do curioso visitante.

Ele insiste em fitá-la.

Há alguns anos não ousa abrir a janela.

Pairando sobre o peitoril a ave insiste,

por um momento parece ter esquecido as flores.

Enrubescida chega mais perto,

tenta lembrar de quando fora notada assim.

Diante do persistente e atento espectador estica o canto da boca.

Uma fresta se abre,

as asas para sempre livres.

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Dança Solo Cisne

Ella Dominici: Poema ‘Dança Solo Cisne’

Ella Dominici
Ella Dominici
Um cisne branco
Criador de imagens do Bing

Cisne é solitário, em colo claro, 

poetisa deslizando íntimo 

sobre si mesmo sobram-lhe penas 

oleaginosas vertiginosas 

Apenas elas…brancas ou negras escorregadas noturnas desamadas

Alma de cisne em transcendência 

retratando o glorioso símbolo 

feminina lenda despida de terra 

de água concubina das essências 

Caçada pela dramaturga vida

 que envenena a platônica coreografia 

anunciando última cena na dança 

dos aplausos ao solo em poesia

Ella Dominici

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