Caminho de pedras
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Caminho das Pedras’
No silêncio do entardecer
a vida passava.
Percursos íngremes,
trajetos sinuosos,
ora longos,
ora curtos,
cheios de dor,
de solidão,
de saudades.
Enveredava na plácida tarde,
caminhos pedregosos,
juntando pedras,
para construir castelos,
fortes à ventania
e às tempestades.
No murmurejo das águas
do rio Vermelho
e nas pedras dos mistérios,
dos segredos,
da ilusão,
o tempo passou.
Recriava a vida
buscando o cume da montanha,
livrando-se dos tropeços,
tornando os empecilhos transponíveis.
Na solidão dos versos,
sonhos e canções,
canções d’amor
ao murmúrio do vento.
À sombra mortalha do silêncio
sussurros ditavam o tempo,
imprimindo sobre as pedras,
sua história,
sua fortaleza e solidez,
no caminho de pedras do existir.
Ceiça Rocha Cruz