A ostra e a pérola

SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘A ostra e a pérola’

Joelson Mora
Joelson Mora
Imagem criada por IA do Bing, em 20 de outubro de 2025, às 7:30 PM
Imagem criada por IA do Bing, em 20 de outubro de 2025, às 7:30 PM

Era uma vez uma ostra que vivia tranquila nas profundezas do oceano.

Todos os dias, ela se abria suavemente para sentir o movimento das águas, filtrando nutrientes e respirando a vida do mar.

Mas, num certo dia, uma pequena partícula de areia penetrou em seu interior.

Era algo minúsculo, quase imperceptível — mas que causava dor.

Aquela ferida constante começou a incomodar, irritar e mudar o seu estado.

A ostra não tinha como fugir. Não podia expulsar o grão.

Então, em silêncio, decidiu transformar a dor.

Começou a envolver aquele corpo estranho com uma substância especial, brilhante e delicada — chamada nácar.

Camada por camada, a ostra cobriu a ferida, e o que antes era dor passou a se tornar algo belo.

O tempo foi seu aliado.

E quando o mar, com sua paciência infinita, completou o ciclo,

a ostra já não carregava mais uma ferida — mas sim uma pérola:

a joia mais rara e preciosa, nascida do sofrimento transformado em arte.

Assim também somos nós, seres humanos.

Cada dor, cada decepção, cada ferida invisível é um grão de areia que a vida permite entrar em nosso interior.

Não para nos punir — mas para nos ensinar o poder da transformação.

Enquanto muitos se revoltam com a dor, a ostra nos mostra outro caminho: o do trabalhar interno.

Ela não reclama, não se fecha para sempre, não busca culpados.

Ela age em silêncio, transforma com paciência, e se regenera pela beleza da criação.

No tempo certo — nem antes, nem depois — aquilo que doeu se torna luz.

O sofrimento, quando acolhido com amor e consciência, deixa de ser ferida e passa a ser sabedoria.

É assim que a alma amadurece, é assim que o espírito se fortalece, é assim que nascem as pérolas humanas.

E a natureza, sábia como é, nos ensina:

a cura não vem da fuga, mas da transformação.

O processo pode ser demorado, mas é perfeito.

Assim como a ostra, cada um de nós carrega o dom divino de regenerar, ressignificar e revelar a joia que habita dentro.

A verdadeira Saúde Integral nasce quando aprendemos a acolher a dor, compreender o tempo e permitir que a luz que está em nós brilhe através daquilo que um dia nos feriu.

Porque, no fim, as pérolas da vida são o testemunho de que a dor, quando bem cuidada, se transforma em beleza eterna.

“Os que semeiam com lágrimas colherão com alegria.

Aqueles que choram enquanto plantam

voltarão cantando de alegria,

trazendo os seus feixes de colheita.”

O salmista nos lembra que toda dor é também uma semente.

E que, mesmo regada por lágrimas, ela germina quando há fé, paciência e esperança.

Assim como a ostra transforma sua ferida em joia, o ser humano que cultiva o bem no meio da dor colhe, no tempo certo, a beleza da cura e o brilho da superação.

Joelson Mora

Voltar

Facebook




Quintessência

Ella Dominici: Poema ‘Quintessência’

Ella Dominici
Ella Dominici
Quintessência. Casal afastado pelo adeus
Quintessência. Casal afastado pelo adeus
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

L’amour débutant

luz de uma pérola ainda molhada de mar
brilha água-íris, em arcos te cintila
dorme fêmea minha de fios rubros
os fios de teus cabelos meus e teus

luz de uma pérola em concha
solitária em cor amanteigada
banhado de amor-salmoura
serei teu neste infinito ninho d’água

profundo passado sua ascendência
magno perolado de azul oceano
em teu colo acho fina essência

o agora nos unindo num refletido
alvorotar de falas, toques quintessência
amor dos tempos no hoje soberano

Après l’adieu

O que brilha não morre implore-me
lume lumia!
sei que a água brilha em mim, demore
o céu, se descora atrás da ilha no horizonte
só um suspiro o sol desaparece

sei que o sacrifício, é mudo das estrelas
onde moram rio e ondas falsas
que choram feito nuvem antiga
sei que é querer muito que voltes
com teus olhos tristes daquele adeus que não foi teu

sorrias meu bem, no final da tarde
lembras e lembrando-me que a vida existe
mora onde brilha e nunca morre
águas deste amor que nos implora

Ella Dominici

Contatos com a autora

Voltar:https://jornalrol.com.br/

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/