Incendiar o instante

Pietro Costa: Poema ‘Incendiar o instante’

Pietro Costa
Pietro Costa
Imagem criada por IA do Grok

Incendiar o instante, a premissa
para uma existência insubmissa:
que resgate o rumor das pedras!

Colher o silêncio cultivado pelo pó,
nestas rotas sinuosas de criatividade;
varrer ruínas com ventos de liberdade
e desatar a infância contida em cada nó.

Pietro Costa

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Já fui semente

Irene da Rocha: Poema ‘Já fui semente’

Irene da Rocha
Irene da rocha
Imagem criada por IA do Grok - 16 de setebro de 2025, às 14:36 PM
Imagem criada por IA do Grok – 16 de setembro de 2025, às 14:36 PM

Já fui semente ao pó desamparada,
sem luz, sem água, à terra me entreguei;
na luta agreste, em dor desesperada,
ergui-me ao sol, no fogo me encontrei.

Do seio escuro, em força revelada,
criei raiz, no chão firme fiquei;
tornei-me tronco e sombra consagrada,
frutifiquei na vida que sonhei.

E quando o vento em fúria me despoja,
chorando quedo ao pó que me devora,
mas minha fé maior jamais se deixou.

Pois sei que a vida em flor se restaura,
e a primavera em mim tudo reboja:
renasço em luz, mais forte a cada aurora.

Irene da Rocha

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Meu pai, farol ao solo!

Ella Dominici: Poema ‘Meu pai, farol ao solo!

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada por IA do Bing – 08 de agosto de 2025,
às 15:19 PM

Terra ora sementes pífias e arredias
Solo onde o futuro segrega o sementeiro
Sob Sol, pleno pó, longes dias estremece

Pai, teus olhos, curvas sem nível abrolhos
Tal nada observara céu que constelava
Antes cintilavam face brilhavam olhos

Escurecidos pelos males de migalhas
Na boca o que restara de risadas?
Sentado em banco só, declinara a testa

Depois de gloriosos louros, gentis abraços, toque, afagos
Por que tivera em mente, solidão da terra?
Se juventude é rosa botão doçura?

Sóis caíram sobre erva, sangue em pétala
No eternamente dos agora, sem beijos primaveras
Outono vai… secas folhas em lonjura

No fim passará adormecida a visão
de um pássaro ferido

Enquanto à noite tuas palavras, Farol!
Pai, em minha cicatriz rendada, chegas sol
Escuto o verbo poético de tua voz:
— Menina, sobre o solo, sopre o pó,
Germina!

Ella Dominici

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Tempo ancora em silêncio

Ella Dominici: Poema ‘Tempo ancora em silêncio’

Ella Dominici
Ella Dominici
tempo de amar em silencio. Tela impressionista estilo Van Gogh
tempo de amar em silencio. Tela impressionista
estilo Van Gogh.
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O silêncio empoeirou-se

onde não há levante

de pássaros a cantar

onde não te começas choro
nem voas

nem nascente de águas
onde nadavas peixe

em toda volta
todo o ar de avoar

O silêncio empoeirou-se
dele voz nem se nota

vem vai e volta
é possível ver-me pó

Tempo ancora em silêncio

Tempo passa não espera a gente, que sente
amarras de todos e mundo não o resiste
com toda a sabedoria não o sabem ver bem

qual porto seguro, âncoras, correntes o retém

mas quando teus olhos me olharam de amor doce

senti a visão de suas mãos querentes
carícias em perfume

escutando seus lábios de melodia
vi a alegria

no silêncio sem tempo
pleno de corações.

Compreendi que o tempo
não tem dias mornos, horas frias

não começa nem finda no antes depois ou ainda

os encontros são subtrações dos reais anos

onde sobejamente sorriem
segundos sonoros dos sonhos

Ella Dominici

Contatos com a autora

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